Encontro Sombras azuis sobem em volutas, como o rasto deixado pelo fumo das velas apagadas. E o teu corpo, abandonado no silêncio do que foi o deleite das horas passadas, guarda o cheiro desse santuário que somos: seres adejados de luz e treva, de quietudes e assombros e asas ansiosas. Os nossos olhos falam a língua dos pássaros, quando querem recolher-se nos beirais, e os gestos que trazemos conduzem-nos onde queremos, na pressa de atravessar ruas, gentes e umbrais. Sem mais.
Anabela Borges
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