NEWSLETTER
JANEIRO DE 2024
O Mercado Imobiliário em Portugal: Retrospectiva 2023
UM BREVE ENQUADRAMENTO Para falar de 2023, não podemos deixar de fazer um breve enquadramento. Entre 2016 e 2023, o PIB de Portugal apresentou um crescimento de 22%. A população ativa aumentou em 300 mil pessoas. São mais pessoas a trabalhar, a descontar, a pagar impostos, consumir e a investir. O preço dos imóveis em Lisboa, de forma geral, duplicou neste período entre 2016 e 2023. Um dos graves problemas que tem assolado Portugal e não só (Europa como um todo sofre do mesmo) e que levou o governo a tomar uma série de medidas em 2023, tem sido a exclusão ao acesso à habitação por parte das famílias de menores recursos, tendo em conta o aumento dos preços verificado no mercado imobiliário. Enquadrando essa questão no que ocorreu no últimos anos, poderemos tentar diagnosticar alguns dos fatores que provocaram a tão falada crise de habitação.
Entre os quais, podemos identificar os seguintes: A. Os rendimentos não acompanharam, de todo, a valorização dos preços e rendas dos imóveis; B. O desequilíbrio entre a procura e a oferta, ou seja; - Oferta escassa decorrente não só de novos empreendimentos, resultado da dificuldade de licenciamentos, custos da construção (nomeadamente após COVID e guerra Russia/ Ucrânia) e a própria falta de mão de obra, como do número reduzido de imóveis existentes; - Que conjugada com o aumento da procura, originada também, pelo impacto de um período prolongado de taxas de juros baixas praticada na última década, (após a crise financeira global, as taxas de juro reduziram-se significativamente no mundo. A Euribor a 12 meses, que no final de 2007 estava a 4,7%, reduziu-se em 2012 para 0,57% e após 2016, passou a ser negativa, sendo no final de 2021 -0,505%), faz disparar o valor dos ativos, em particular o imobiliário.