ser conceito. A expressão conceito repressenta a intelecção de algo real. Não há sombra sem tigre nem conceito sem objeto.”Esse objeto passa por um vir-a-ser em que a consciência está de tal modo implicada que a reflexão se unifica”(p.108). “Com isso o entendimento suprassumiu sua própria inverdade e a do objeto. A verdade, portanto, mudou de feição. A consciência supra-sensível torna-se concebente”. O entendimento não é o campo estabelecido, é o lugar da mudança. O resultado desse movimento é que a consciência supra-sensível torna-se consciência capaz de gerar conceitos. Essa é a consciência concebente. “O conceito de força se mantém como a efetividade mesma, a força como efetiva está unicamente na exteriorização “(p.115).A consciência concebente é aquela capaz de perceber os objetos. As diferenças são reconhecidas como partes de um determinado contexto dialético. Não há diferenças inespecíficas ou em geral. Esse ser supra-sumido é o próprio meio. As diferenças postas como independentes passam à unidade e ao desdobramento dele e esse movimento de volta à redução é o que se chama força [redação simplificada]. Vemos que força é o poder de realizar os movimentos de expansão e retração que permitem passar de estágios no mundo sensível e no supra-sensível. “Por isso a força é também o todo, isto é, permanece como é”. Diremos que permanece como principio ativo. A continuidade das mediações torna-se o eixo do processo. Nesta etapa de progresso do entendimento a interiorização da esfera supra-sensível provém do fenômeno que, sendo aparência, torna-se essência. Esse interior veio a ser a realidade do entendimento. “Pois o que ali existe é a diferença como o universal [do supra-sensível]. A diferença é a lei da força”(p.119). Daí em diante Hegel explora as relações entre fenômeno e interior identificando um jogo de diferenças na relação entre aparência e essência. Há uma duplicidade porque a aparência se torna essencial à essência. Qual o papel dessas permutas para o entendimento? É que o conceito de entendimento se torna o mesmo que o interior das coisas. Em lugar da separação entre aparência e essência aqui começa um longo percursos das inter-relações entre esses dois planos. Ao estabelecer que a diferença é a lei da força, Hegel confere à diferença em geral o estatuto de universalidade em que há uma diferença universal como fundamento da singularidade do entendimento. Este aqui, sem dúvida, tem caráter ontológico. Entendimento do ser social que 26