18anos 20historias

Page 367

A escola, primeiro espaço público freqüentado cotidianamente por crianças e jovens, é um local privilegiado de interação com o mundo adulto. Nela educadores poderiam estar mais conscientes das problemáticas que afetam as jovens e os jovens, mais conectados com temas de interesse juvenil e capacitados sobre as temáticas de desigualdades de classe, diversidades de gênero, de raça/etnia e de orientação sexual. As políticas públicas educacionais têm necessariamente que investir nessa direção, sob risco de afastar as jovens e os jovens das escolas, ainda que elas e eles valorizem a escola pelo aporte de conhecimentos e para seu futuro profissional. No entanto, ao falar sobre o que acham das escolas, elas aparecem como distantes não só do mundo juvenil e seus interesses específicos, mas do local onde estão inseridas (Retratos da juventude brasileira, 2005). Pesquisas e observatórios sobre a juventude revelam que se as jovens e os jovens têm participado pouco da política, eles têm participado de forma mais alternativa e constante de grupos religiosos, esportivos e artísticos. Seria importante e interessante, que as escolas apoiassem e compartilhassem com as jovens e os jovens essas atividades e projetos esportivos e artísticos. Para participar, as jovens e os jovens têm direito à informação, a conhecimentos e saberes sobre a realidade do bairro e da cidade, as conjunturas municipal, estadual e nacional, as políticas públicas que afetam seu cotidiano, as oportunidades presentes e futuras, as legislações. É importante estar informado e antenado para qualificar a participação e a escola pode criar e oferecer boas condições de pesquisas, acesso à Internet, bibliotecas bem equipadas, aulas interessantes. Além da informação, a escola tem que garantir a escuta. Os jovens querem participar e sabem o que querem. Na pesquisa Juventude Brasileira e Democracia (2005) as jovens e os jovens expressaram desejos e reivindicações para suas escolas – mais estrutura física, mais formação e melhor remuneração dos professores, aulas mais dinâmicas, laboratórios de informática que funcionem, currículos que dialoguem com a realidade, metodologias e métodos diferenciados. É disso que falam Beatriz, Lila, Mariane, Mike, Rodrigo, ao contar suas histórias de vida. Escutá-los e apoiá-los na concretização do direito à participação, é nosso dever de educadores.

366

CEDECA Interlagos • •


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.