Consumo de água e disponibilidade hídrica para milho e soja no RS

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ISSN 0104-9089

BOLETIM

FEPAGRO Boletim Técnico da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária

NÚMERO 10 - JUNHO DE 2002

Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária Secretaria da Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul - Brasil

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – FEPAGRO SETOR DE EDITORAÇÃO Rua Gonçalves Dias, 570 – Bairro Menino Deus 90130-060 Porto Alegre – RS/Brasil E-mail: edito@fepagro.rs.gov.br Fone: 051 3233 5411 Fax: 051 3233 7607 Tiragem: ________________________________________________________________


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FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – FEPAGRO DIVISÃO DE COMUNICAÇÃO RURAL: Nêmora Arlindo Rodrigues - Chefe COMISSÃO EDITORIAL: Eduardo Pires de Albuquerque Francisco Oscar Zanotelli Nêmora Arlindo Rodrigues Sandra Maria Borowski BIBLIOTECÁRIA: Nêmora Arlindo Rodrigues JORNALISTA: Hilda Gislaine Araújo de Freitas

CATALOGAÇÃO NA FONTE BOLETIM FEPAGRO, Boletim Técnico da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária/FEPAGRO; Secretaria da Ciência e Tecnologia – Porto Alegre, 2002. ISSN 0104-9089

Conteúdo: n. 10 MATZENAUER, R. et al. Consumo de água e disponibilidade hídrica para milho e soja, no Rio Grande do Sul.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MATZENAUER, R. et al. Consumo de água e disponibilidade hídrica para milho e soja, no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: FEPAGRO, 2002. 104 p. (BOLETIM FEPAGRO, 10)


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Apresentação

As culturas de milho e soja ocuparam uma área de cerca de 4,63 milhões de hectares na safra 2000/2001, no Rio Grande do Sul, com uma produção de aproximadamente 13 milhões de toneladas de grãos. Esta produção foi, provavelmente, o recorde no Estado para esta duas culturas. Este ótimo desempenho pode ser atribuído a vários fatores, entre eles, talvez o principal, ao regime pluviométrico ocorrido durante o período de setembro/2000 a março/2001. Neste período, a precipitação pluvial esteve bem acima dos valores normais nas regiões de maior expressão de plantio, havendo desta forma, uma disponibilidade hídrica mais adequada para o crescimento e desenvolvimento das culturas, refletindo consequentemente, num maior rendimento de grãos. No entanto, esta não é a realidade no Estado, sendo o ano agrícola 2000/2001, um ano atípico em termos de disponibilidade hídrica para as culturas. A realidade é que o Estado do Rio Grande do Sul, sofre, com freqüência, de deficiências hídricas, muitas vezes severas, que prejudicam o rendimento e a produção das culturas de soja e milho. O Estado contabiliza perda de milhões de toneladas de milho e de soja nas últimas safras, principalmente as de 1990/91, 1995/96, 1996/97, 1998/99 e 1999/2000, apenas para citar as mais recentes. Deve-se salientar que os valores normais de precipitação não são suficientes para atender às necessidades hídricas da soja e do milho, principalmente durante os períodos críticos. Portanto, deve-se ter em mente que para as condições do Estado, precipitação normal não é sinônimo de adequada disponibilidade hídrica para as culturas de soja e milho. Neste sentido, o conhecimento das necessidades de água das culturas bem como dos períodos de maior exigência hídrica, fornecem informações importantes para o planejamento das lavouras. A caracterização das disponibilidades hídricas para as culturas de soja e milho, nas diversas regiões do Estado, em diferentes épocas de semeadura, fornecem subsídios importantes aos produtores e extensionistas, proporcionando informações mais adequadas para a definição da melhor época de semeadura e do planejamento da irrigação, além de possibilitar o aperfeiçoamento dos zoneamentos agroclimáticos dessas culturas. Com uma visão prospectiva, há cerca de 28 anos, a Equipe de Ecologia Agrícola do IPAGRO (hoje Equipe de Agrometeorologia da FEPAGRO/SCT) juntamente com o Setor de Agrometeorologia da Faculdade de Agronomia da UFRGS, iniciaram trabalhos inéditos na linha de pesquisa em evapotranspiração máxima (consumo de água) das principais culturas agrícolas do Estado, entre elas milho e soja. As pesquisas resultaram em informações importantes que possibilitaram a análise das condições hídricas para diversas culturas no Rio Grande do Sul e forneceram subsídios básicos para uma série de estudos, entre eles, a indicação de épocas de semeadura para soja e milho nas diferentes regiões climáticas do Estado e para a elaboração de zoneamentos agrícolas para essas culturas. Com a publicação deste Boletim Técnico, coloca-se à disposição de produtores, extensionistas, pesquisadores e demais profissionais envolvidos com o setor produtivo agrícola no Estado, alguns resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa em


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agrometeorologia da FEPAGRO e da UFRGS, que certamente contribuirão para a melhoria do planejamento das lavouras, visando o aumento da produção e da estabilidade das safras agrícolas.

Porto Alegre, junho de 2002

Eng. Agr. Ronaldo Matzenauer Coordenador


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Sumário página 1. Introdução..................................................................................... 1.1. Justificativa................................................................................... 2. Regime pluviométrico no Estado do Rio Grande do Sul ............. 2.1. Precipitação pluvial normal climatológica ................................... 2.2. Probabilidade de ocorrer precipitação pluvial mensal igual ou superior à evapotranspiração potencial ........................................ 3. Necessidades hídricas das culturas ............................................... 3.1. Evaporação, transpiração e evapotranspiração ............................. 3.2. Definição de termos ..................................................................... 3.3. Determinação da evapotranspiração ............................................ 3.4. O método de Penman para estimativa da evapotranspiração ....... 3.5. Relações da evapotranspiração máxima com fórmulas e elementos meteorológicos ............................................................ 3.5.1. Relação com a evaporação do tanque classe A ............................ 3.5.2. Relação com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman ......................................................................................... 3.5.3. Relação com a radiação solar global ............................................ 3.6. Desenvolvimento do déficit hídrico nas plantas .......................... 3.7. Efeitos do déficit hídrico .............................................................. 3.8. Relação entre rendimento de grãos e déficit hídrico .................... 4. Cultura do milho .......................................................................... 4.1. Evapotranspiração máxima .......................................................... 4.2. Relações da evapotranspiração máxima com a evaporação do tanque classe A, com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman e com a radiação solar global ....................... 4.3. Exemplo de utilização do coeficiente de cultura .......................... 4.4. Disponibilidades hídricas para a cultura do milho em diferentes locais e épocas de semeadura ....................................................... 4.5. Consumo relativo de água durante o período crítico do milho .... 5. Cultura da soja .............................................................................. 5.1. Evapotranspiração máxima e relações com a evaporação do tanque classe A, com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman e com a radiação solar global ................... 5.2. Disponibilidades hídricas para a cultura da soja em diferentes locais e épocas de semeadura ....................................................... 5.3. Consumo relativo de água durante o período crítico da soja ....... 6. Considerações sobre o consumo relativo de água para as culturas de milho e soja ................................................................ 7. Considerações finais e recomendações ........................................ 8. Referências Bibliográficas ...........................................................

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Relação de Tabelas Tabela 1. 2. 3. 4.

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Precipitação pluvial (mm) no Estado do Rio Grande do Sul normal 1931-1960 ..................................................................... Períodos críticos com relação à disponibilidade hídrica no solo para algumas culturas ........................................................ Datas de semeadura para as três épocas durante o período 1976-1988. Estação Experimental de Taquari, RS . ................. Duração média (dias) dos subperíodos e do ciclo total do milho, em três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari, RS ............................................................................... Evapotranspiração máxima da cultura do milho (ETm) (mm). Valores totais e médios diários, em diferentes subperíodos de desenvolvimento e no ciclo completo, para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89 ....................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evaporação do tanque classe A (Eo) e a razão ETm/Eo (coeficiente Kc1) em diferentes subperíodos e no ciclo total do milho. Valores médios diários (mm) para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89 .......... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração de referência (ETo) calculada pela fórmula de Penman e a razão ETm/Eto (coeficiente Kc2) em diferentes subperíodos e no ciclo total do milho. Valores médios diários (mm) para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89 .......................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), radiação solar global (Rs), e a razão ETm/Rs (coeficiente Kc3) em diferentes subperíodos e no ciclo total do milho. Valores médios diários (mm) para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89 ..................................... Relação das localidades onde foram calculados os balanços hídricos para a cultura do milho ................................................ Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Cruz Alta, RS, período 1975/761997/98 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em

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diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Júlio de Castilhos, RS, período 1975/76-1995/96 ....................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Passo Fundo, RS, período 1975/76-1998/99 ....................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para cinco épocas de semeadura. Santa Rosa, RS, período 1975/761998/99 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para cinco épocas de semeadura. São Borja, RS, período 1975/761999/2000 ................................................................................. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. São Gabriel, RS, período 1975/76-1999/2000 ................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para cinco épocas de semeadura. Taquari, RS, período 1975/762000/2001 ................................................................................. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Rio Grande, RS, período 1975/76-1998/99 ....................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Encruzilhada do Sul, RS, período 1975/76-1998/99 .......................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Veranópolis, RS, período 1975/76-1998/99 ....................................................................... Resumo das Tabelas 10 a 19. Valores médios de

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evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D) (mm) para a cultura do milho em diferentes locais e épocas de semeadura ............................. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Cruz Alta e Júlio de Castilhos, RS ................. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Passo Fundo e Santa Rosa, RS ....................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para São Gabriel e São Borja, RS .......................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para para Rio Grande e Taquari, RS ...................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Encruzilhada do Sul e Veranópolis, RS ......... Evapotranspiração máxima (ETm) e coeficientes de estimativa (Kc1, Kc2 e Kc3), em diferentes subperíodos da soja. Valores médios. Estação experimental de Taquari, RS .... Relação das localidades onde foram calculados os balanços hídricos para a cultura da soja ................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Cruz Alta, RS, período 1975/761996/97 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Júlio de Castilhos, RS, período 1975/76-1995/96 ....................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Passo Fundo, RS, período 1975/761996/97 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Santa Rosa, RS, período 1975/761998/99 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real

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(ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. São Borja, RS, período 1975/761997/98 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. São Gabriel, RS, período 1975/761999/00 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Taquari, RS, período 1975/76-2000/01.. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Rio Grande, RS, período 1975/761998/99 ..................................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Encruzilhada do Sul, RS, período 1975/76-1998/99 ....................................................................... Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Veranópolis, RS, período 1975/761998/99 ..................................................................................... Resumo das Tabelas 28 a 37. Valores médios de evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D) (mm) para a cultura da soja em diferentes locais e épocas de semeadura ................................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Cruz Alta e Júlio de Castilhos, RS .................................................................................................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Passo Fundo e Santa Rosa, RS ....................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para São Borja e São Gabriel, RS .......................... Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de

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semeadura, para Taquari e Rio Grande, RS .............................. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Encruzilhada do Sul e Veranópolis, RS ......... Número total de casos avaliados (anos x épocas) e índice ETr/ETm crítico (número e percentual) para as culturas de milho e soja, durante o período crítico, em dez locais do Rio Grande do Sul ...........................................................................

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Relação de Figuras Figura 1. 2.

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Precipitação pluvial anual (mm) no Rio Grande do Sul – normal 1931-1960 ..................................................................... Precipitação pluvial (mm) normal (1931-60) mensal na metade sul (latitude igual ou maior do que 30°S) e na metade norte (latitude menor do que 30°S) do Estado do Rio Grande do Sul (17 estações na metade norte e 14 estações na metade sul). Fonte de dados: Instituto de Pesquisas Agronômicas, 1989 ........................................................................................... Precipitação pluvial (mm) normal de verão (1931-60) no Estado do Rio Grande do Sul. Fonte de dados: Instituto de Pesquisas Agronômicas, 1989 .................................................. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de novembro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990 ................................................................................. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de dezembro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990 ................................................................................. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de janeiro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990 ................................................................................. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de fevereiro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990 ................................................................................. Localidades onde foram calculados os balanços hídricos para a cultura do milho .....................................................................

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Os autores dedicam este trabalho ao colega e amigo Sérgio Luiz

Westphalen , que precocemente foi afastado de nosso convívio, mas que com sua bondade, amizade e sabedoria, cativou a todos nós.


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CONSUMO DE ÁGUA E DISPONIBILIDADE HÍDRICA PARA MILHO E SOJA, NO RIO GRANDE DO SUL RONALDO MATZENAUER 1 HOMERO BERGAMASCHI 2 MOACIR ANTONIO BERLATO 2 JAIME RICARDO TAVARES MALUF 3 NÍDIO ANTONIO BARNI 4 ARISTIDES CÂMARA BUENO 5 IVO ANTONIO DIDONÉ 6 CRISTIANO SCHACKER DOS ANJOS 7 FLÁVIO ALVES MACHADO 7 MÁRCIA DOS REIS SAMPAIO 8

1. Introdução O Estado do Rio Grande do Sul ocupa uma posição de destaque na produção agrícola Nacional. Com uma área representando pouco mais de 3% do território, produziu na safra 2000/2001 cerca de 20 % da produção brasileira de grãos, com uma produção aproximada de 15 % para milho e 19 % para soja. Apesar da expressão econômica, as culturas de milho e soja apresentam índices de produtividade ainda baixos, se comparados àqueles obtidos em outros países e, especialmente, em outros estados. Outra característica da produção agrícola gaúcha é a grande variabilidade espacial e temporal dos rendimentos obtidos. A principal causa dos baixos rendimentos e, principalmente, da grande variabilidade observada é a variação na disponibilidade hídrica para essas culturas, em função da baixa quantidade e (ou) má distribuição das chuvas. Características de manejo, estrutura, conservação e fertilidade do solo, além de temperaturas extremas do ar também se constituem em elementos que contribuem, em menor escala, para essas oscilações de rendimento. Segundo ÁVILA et al. (1996), a probabilidade da precipitação pluvial superar a evapotranspiração potencial nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, em praticamente todo o estado, é inferior a 60%, o que determina uma alta freqüência de ocorrência de deficiências hídricas e conseqüentes quebras de safras das culturas de primavera-verão produtoras de grãos.

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Eng. Agr., Dr., pesquisador da Equipe de Agrometeorologia da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - FEPAGRO/SCT. Rua Gonçalves Dias, 570. Porto Alegre/RS – CEP 90130-060. E-mail: agrome@fepagro.rs.gov.br. Pesquisador do CNPq. 2 Eng. Agr., Dr., Professor do Departamento de Forrageiras e Agrometeorologia – Faculdade de Agronomia/UFRGS. Porto Alegre, RS. Pesquisador do CNPq. 3 Eng. Agr., M.Sc., pesquisador da Embrapa Trigo. Passo Fundo, RS. 4 Eng. Agr., Dr., pesquisador da Equipe de Agrometeorologia da FEPAGRO/SCT. 5 Eng. Agr., pesquisador da Equipe de Agrometeorologia da FEPAGRO/SCT 6 Eng. Agr., M.Sc., pesquisador da Equipe de Agrometeorologia da FEPAGRO/SCT 7 Estagiário da Equipe de Agrometeorologia da FEPAGRO/SCT. 8 Meteorologista, Bolsista do CNPq.


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Dessa forma, o clima caracteriza-se como o principal fator responsável pelas oscilações e frustrações das safras agrícolas no estado. No Rio Grande do Sul, diversas análises da produção agrícola apontaram alta correlação entre as variações das safras das principais culturas com as condições meteorológicas e climáticas. Dentre essas, o fator hídrico é o que, com maior freqüência e intensidade, afeta a produção das lavouras. Considerando somente as últimas seis safras, em quatro (anos agrícolas 1995/96, 1996/97, 1998/99 e 1999/00), ocorreram reduções significativas na produção das principais culturas de primavera-verão, devido à ocorrência de estiagens. Em anos anteriores, como o ocorrido no ano agrícola de 1987/88 o estado perdeu cerca de 3 milhões de toneladas de grãos de soja, milho e feijão, representando uma quebra de 31% da previsão inicial. Na estiagem de 1990/91, mais intensa e extensa do que a anterior, as estimativas oficiais do IBGE e EMATER/RS, indicam uma redução na produção de 5,5 milhões de toneladas de grãos (soja, milho e feijão), o que correspondeu a uma quebra de 56% da safra esperada, causando um prejuízo de cerca de 840 milhões de dólares. De acordo com dados apresentados por FARIAS et al. (1993), o Rio Grande do Sul é o estado da Região Sul que tem apresentado os maiores prejuízos devido às estiagens. Nos anos de 1979, 1986, 1988 e 1991 verificaram-se perdas na produção de soja na ordem de 38, 36, 37 e 58%, respectivamente, em relação a anos imediatamente anteriores ou posteriores, onde condições normais de disponibilidade hídrica estavam presentes. Em algumas regiões do estado como a Campanha e Baixo Vale do Uruguai, a freqüência média de anos secos atinge 20%. Levando-se em conta que os rendimentos médios podem ser elevados substancialmente pela melhoria do manejo das culturas e, principalmente, pela melhoria do ambiente físico, altamente limitante, a conclusão será de que o impacto causado pelas adversidades climáticas, em especial das estiagens, é bem mais intenso. Os baixos rendimentos médios da cultura da soja, no Rio Grande do Sul, estão relacionados a anos em que ocorreram deficiências hídricas durante os meses de desenvolvimento da cultura e, em anos considerados muito secos, os rendimentos médios estiveram abaixo de uma tonelada por hectare (BERLATO, 1992). Apesar dos elevados índices de precipitação pluvial que ocorrem no estado, é normal a ocorrência de períodos de deficiência hídrica durante os meses de verão que, normalmente, coincidem com os períodos de floração e enchimento de grãos das culturas, que são os mais críticos em relação à falta de água. A cultura do milho apresenta baixos rendimentos de grãos no estado, com uma média nos últimos 12 anos de cerca de 2.200 kg . ha -1. A cultura da soja também tem apresentado rendimentos de grãos abaixo daqueles obtidos em outros estados, apresentando, na média do qüinqüênio 1996-2000, um rendimento médio de 1.671 kg.ha-1. Muitos fatores afetam o crescimento e o rendimento destas culturas no estado, como baixa fertilidade do solo, época de semeadura inadequada, ataque de pragas e moléstias, infestação de plantas daninhas, entre outros. No entanto, a baixa disponibilidade hídrica, é o fator que maiores reduções de rendimento tem causado às culturas nos últimos anos. Dessa forma, o dimensionamento das necessidades de água para cada espécie e a análise das disponibilidades hídricas para as culturas são fundamentais para o melhor entendimento das relações hídricas no sistema solo-planta-atmosfera; para o planejamento da lavoura; para a definição da melhor época de semeadura em cada região; para a elaboração de projetos de irrigação; e, para o aperfeiçoamento de zoneamentos agroclimáticos.


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Nesse contexto, o estabelecimento das relações hídricas facilita o entendimento dos efeitos da disponibilidade hídrica sobre a resposta das plantas, podendo fornecer informações úteis no sentido de minimizar os prejuízos causados pela falta de água. 1.1. Justificativa O presente Boletim Técnico foi motivado pela necessidade de colocar à disposição de produtores rurais, de agentes de assistência técnica e extensão rural, de estudantes, de pesquisadores e, de um modo geral, ao setor produtivo do estado, informações úteis para o planejamento das atividades agrícolas e para a elaboração de projetos e estudos agropecuários, levando-se em consideração as reduções significativas que ocorrem nas safras, com grande freqüência, devido aos constantes desequilíbrios entre a oferta e a demanda de água para as principais culturas do estado. Além disso, fornece informações importantes para o aperfeiçoamento dos zoneamentos agroclimáticos das culturas de milho e de soja no Rio Grande do Sul, visando a redução de riscos associados às atividades agrícolas.

2. Regime pluviométrico no Estado do Rio Grande do Sul 2.1. Precipitação pluvial normal climatológica Na Tabela 1 são apresentadas as normais climatológicas de precipitação pluvial mensal (normal padrão 1931-60) para diversas localidades do Estado do Rio Grande do Sul, em milímetros, bem como os totais anuais (INSTITUTO DE PESQUISAS AGRONÔMICAS, 1989). Na Figura 1 está a representação espacial da precipitação normal no estado. As normais anuais variam de 1162mm em Rio Grande, até 2164mm em São Francisco de Paula, com um valor médio para o estado de 1547mm. Considerando a média mensal dos locais apresentados na Tabela 1, o mês com menor precipitação é o de novembro, com 101 mm, sendo outubro, o mês de maior precipitação, com 152mm. Chove mais nas regiões localizadas na metade norte do estado com totais anuais acima de 1500mm, sendo que na metade sul do Estado as precipitações são menores, geralmente com valores anuais abaixo de 1500mm. Tabela 1. Precipitação pluvial (mm) no Estado do Rio Grande do Sul - normal 1931-1960. LOCALIDADE ALEGRETE BAGÉ BENTO GONÇALVES BOM JESUS CAÇAPAVA DO SUL CACHOEIRA DO SUL CACHOEIRINHA * CAXIAS DO SUL CRUZ ALTA DOM PEDRITO ENCRUZILHADA DO SUL FARROUPILHA ** GUAPORÉ

M

E

S

J

F

M

A

M

J

J

A

S

O

N

D

TOTAL ANUAL

148 106 136 150 155 113 114 145 148 123 120 139 153

110 96 136 152 103 109 121 137 128 109 122 133 149

122 99 119 118 116 88 86 126 123 104 95 118 131

153 103 134 131 131 120 113 133 154 122 137 109 125

146 118 137 104 137 137 96 142 153 129 146 112 128

129 121 153 109 171 155 148 155 168 134 149 168 166

108 104 138 121 121 128 143 139 124 106 136 163 125

102 109 129 119 141 123 117 130 126 104 132 141 134

127 126 156 166 162 149 124 167 160 121 148 166 165

187 130 151 169 154 138 124 152 187 139 152 150 173

121 75 89 75 95 78 117 106 120 81 76 131 102

122 75 119 132 104 100 107 131 140 87 92 138 137

1575 1262 1597 1546 1590 1438 1411 1663 1731 1359 1505 1668 1688


17 IJUÍ 135 157 113 134 135 IRAÍ 157 159 158 143 156 ITAQUI 127 106 125 154 127 JAGUARÃO 123 104 135 117 105 JÚLIO DE CASTILHOS 117 117 92 146 170 LAGOA VERMELHA 157 149 120 135 126 MAQUINÉ *** 170 178 183 97 84 MARCELINO RAMOS 160 133 115 137 131 PALMEIRA DAS MISSÕES 166 148 148 148 165 PASSO FUNDO 157 146 125 135 136 PELOTAS 131 149 116 108 110 PIRATINI 137 104 119 110 128 PORTO ALEGRE 119 104 88 102 114 QUARAÍ ** 163 165 136 162 130 RIO GRANDE 88 99 101 97 101 SANTA CRUZ DO SUL 141 128 118 116 142 SANTA MARIA 143 141 110 144 163 SANTANA DO LIVRAMENTO 123 107 124 141 124 SANTA ROSA 146 102 122 191 155 SANTA VIT. DO PALMAR 93 89 127 124 106 SANTIAGO 129 119 118 151 156 SANTO ÂNGELO 134 130 120 162 155 SÃO BORJA 124 115 150 146 142 SÃO FRANCISCO DE PAULA 221 213 175 186 155 SÃO GABRIEL 116 103 86 120 133 SOLEDADE 185 151 130 165 142 SÃO LUIZ GONZAGA 132 122 127 177 149 TAPES 108 91 88 98 112 TAQUARA 136 141 118 116 121 TAQUARI 121 119 98 108 126 TORRES 130 137 139 127 105 URUGUAIANA 113 114 122 164 117 VACARIA 132 119 98 102 104 VERANÓPOLIS 139 129 121 109 103 MÉDIA MENSAL 137 128 119 133 130 Fonte: Instituto de Pesquisas Agronômicas, 1989. * Média de 25 anos (FEPAGRO); ** Média de 30 anos (FEPAGRO);

143 173 144 137 147 150 111 141 195 147 128 141 137 96 110 148 162 135 183 117 143 160 125 200 145 202 157 115 137 156 95 105 144 135 144

134 138 97 107 125 140 100 129 152 120 113 113 127 96 98 126 142 99 113 97 114 135 91 151 111 166 112 109 125 132 103 70 123 131 121

169 104 88 120 130 143 139 130 141 123 138 130 112 75 120 127 123 93 114 109 101 135 92 128 107 165 112 113 116 123 119 67 129 171 122

164 162 114 130 134 177 156 161 203 153 141 139 124 104 122 143 151 114 138 124 144 156 135 242 128 200 139 123 132 136 145 102 148 168 147

153 175 161 123 146 177 131 180 191 167 128 139 119 137 98 146 174 156 169 99 150 189 162 210 143 207 193 119 118 135 118 165 132 145 152

152 129 105 76 116 120 120 111 117 115 68 84 75 127 68 95 133 88 128 72 98 108 126 119 77 117 110 67 91 76 97 105 76 133 101

148 133 106 60 136 142 147 126 145 140 77 80 89 122 60 115 123 84 104 79 110 129 116 164 86 156 133 69 108 93 95 101 104 150 113

*** Normal 1961-90 (FEPAGRO)

1737 1787 1454 1337 1576 1736 1616 1654 1919 1664 1407 1424 1310 1513 1162 1545 1709 1388 1665 1236 1533 1713 1524 2164 1355 1986 1663 1212 1459 1423 1410 1345 1411 1634 1547


18

-28.00

-29.00

-30.00

-31.00 -31.

-32.00 -

1150 mm 2150 mm

-33.00

-57.0 -57.00

--56.00

-55.00

--54.00

-53.00

-52.00

-51.00

-50.00

Figura 1. Precipitação pluvial anual no Rio Grande do Sul (Normal 1931 – 1960)

A análise estatística da precipitação pluvial anual no Rio Grande do Sul (BERLATO, 1970) mostra que, na média de todo o estado, a freqüência de anos considerados secos é maior do que os anos considerados chuvosos (14% e 10%, respectivamente). Entretanto, em algumas regiões do estado, como a Campanha e o Baixo Vale do Uruguai (fronteira sudoeste) a freqüência média de anos secos atinge 20%. É nessa região do estado que ocorrem as mais intensas e extensas estiagens, como mostram as séries históricas disponíveis de observações meteorológicas. A Figura 2 apresenta a distribuição da precipitação pluvial ao longo dos meses do ano, para a metade norte e para a metade sul do estado. Verifica-se que na metade norte chove mais do que na metade sul, em todos os meses do ano. O mês de maior precipitação pluvial é outubro e o mês de menor precipitação é novembro, tanto na metade norte como na metade sul. Observa-se uma tendência de haver maiores diferenças entre a metade norte e a metade sul durante as estações de primavera e verão (BERLATO et al., 1999).


19

180

Metade norte

Metade sul

160

140

120

100

mm 80

60

40

20

0 JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

Mês

Figura 2. Precipitação pluvial (mm) mensal normal (1931-60) na metade sul (latitude igual ou maior do que 30o S) e na metade norte (latitude menor do que 30oS) do Estado do Rio Grande do Sul (17 estações na metade norte e 14 estações na metade sul). Fonte de dados: Instituto de Pesquisa Agronômicas, 1989.

Apesar da precipitação no estado ser bem distribuída nas quatro estações do ano (verão = 24%; outono = 25%; inverno = 25%; primavera = 26%), considerando que durante os meses de verão ocorre uma maior demanda evaporativa da atmosfera, determinada por valores mais elevados de radiação solar global e temperatura do ar, normalmente, as chuvas normais nesta estação não são suficientes para suprir as necessidades hídricas das culturas de primavera-verão, ocorrendo com freqüência, períodos de deficiência hídrica. Dezembro a março é o período mais crítico para a produção agrícola no estado, principalmente para a produção de grãos. São os meses do ano que apresentam deficiências hídricas normais em grande parte do território rio-grandense. A Figura 3 mostra a distribuição geográfica dos totais normais (período 1931-60) da precipitação nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, no Rio Grande do Sul. Verifica-se que na metade sul do estado ocorre, em média, menos de 350mm de precipitação no trimestre mais quente e de maior demanda evaporativa da atmosfera do ano.


20

Santa Catarina

Latitude Sul (grau)

28

Argentina

30

g La

oa

d

os

Pa

to

s

32

La go

a

M

iri m

Uruguai

56

54

Oceano Atlântico

52

Longitude Oeste (grau)

Figura 3. Precipitação pluvial (mm) normal de verão (1931-60) no Estado do Rio Grande do Sul. Fonte de dados: Instituto de Pesquisas Agronômicas, 1989.

Para o planejamento da agricultura, no que se refere ao melhor aproveitamento do recurso natural clima, tão importante quanto o conhecimento das condições médias ou normais das variáveis meteorológicas, é a quantificação da variabilidade e da freqüência de ocorrência de determinados níveis práticos dessas variáveis. Esses estudos só podem ser feitos com base nas séries históricas de longo prazo de observações meteorológicas. No caso da precipitação, essas determinações são importantes na agricultura não-irrigada como subsídio às práticas de manejo de culturas que possam otimizar o aproveitamento da precipitação natural. Por outro lado, esses estudos fornecem importante suporte para a tomada de decisão sobre as necessidades ou não de irrigação e também para o planejamento da agricultura irrigada, no momento em que se pode quantificar as deficiências não só em termos médios, mas em termos de freqüência de ocorrência a longo prazo (BERLATO, 1992).

2.2. Probabilidade de ocorrer precipitação pluvial mensal igual ou superior à evapotranspiração potencial Para a agricultura, mais importante que o conhecimento dos valores normais dos elementos meteorológicos é o conhecimento de probabilidades. O estudo de probabilidades


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fornece informações úteis sobre a chance de ocorrência de um determinado valor da variável de interesse no período estudado. Assim, por exemplo, a probabilidade de ocorrência de 75% de um dado valor da precipitação pluvial mensal, significa que se espera que num período de 100 anos esse valor ocorra em 75 anos . Uma maneira simples de se avaliar a disponibilidade hídrica para as plantas é através da comparação entre precipitação pluvial (P) e evapotranspiração potencial (ETP). Diz-se que ocorre deficiência hídrica climática quando a precipitação não atende a demanda expressa pela evapotranspiração potencial. Nesse sentido, a evapotranspiração potencial pode ser considerada como a chuva necessária. Para o cálculo de probabilidades, há necessidade de determinação do tipo de distribuição teórica a que os dados analisados se ajustam.. ÁVILA (1994) mostrou que a precipitação pluvial mensal do Rio Grande do Sul se ajusta adequadamente à distribuição gama incompleta. As probabilidades mensais de precipitação pluvial ligadas à evapotranspiração potencial média mostram que, na metade sul do estado, já em outubro as chances de se ter a “chuva necessária” caem para menos de 80% e no Litoral Sul para menos de 70%. Em novembro (Figura 4), toda a região ao sul do paralelo 30 o tem menos de 50% de probabilidade da precipitação pluvial ser igual ou maior do que a ETP, sendo que em grande parte do Litoral Sul essa probabilidade cai para igual ou menor do que 40% (ÁVILA et al., 1996). Em dezembro e janeiro (Figuras 5 e 6) grande parte da metade sul do Estado apresenta probabilidade de até 40% de PETP, sendo que em grande parte do Litoral Sul e partes da Campanha essa probabilidade baixa para 30%. Em fevereiro (Figura 7), ainda toda a metade sul do estado apresenta probabilidade abaixo de 50% de PETP, sendo que no Oeste do Estado (Baixo Vale do Uruguai e da Campanha) essa probabilidade cai para 40%. Pelo acima exposto, verifica-se que em grande parte da metade sul do estado a chance de se ter precipitação pluvial igual ou maior do que a climaticamente necessária no período de final de primavera e verão é de no máximo 40%. Em outras palavras, o risco de precipitação pluvial insuficiente nessa região, que se refletirá certamente em deficiência hídrica, é igual ou maior do que 60%. Maiores detalhes sobre esse assunto, inclusive com mapas de probabilidade de PETP no Estado do período de setembro a maio são encontrados em ÁVILA et al. (1996).


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Figura 4. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de novembro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990. Fonte: ÁVILA et al.(1996).

Figura 5. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de dezembro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990. Fonte: ÁVILA et al.(1996).


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Figura 6. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de janeiro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990. Fonte: ÁVILA et al.(1996).

Figura 7. Probabilidade (%) de ocorrência de uma precipitação pluvial igual ou maior do que a evapotranspiração potencial para o mês de fevereiro, no Estado do Rio Grande do Sul. Período 1913-1990. Fonte: ÁVILA et al.(1996).


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3. Necessidades hídricas das culturas Uma das informações mais úteis no estudo das relações hídricas no sistema soloplanta-atmosfera, é o dimensionamento das necessidades hídricas das culturas durante os diversos subperíodos do seu ciclo de desenvolvimento. É fundamental para o planejamento e manejo da água na agricultura e, também, uma informação importante para programas de regionalização de cultivares, para a estimativa do potencial de rendimento de uma cultura em uma determinada região e para a adoção de práticas culturais onde se busca o melhor aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis em cada região agroclimática.

3.1. Evaporação, transpiração e evapotranspiração Evaporação é um processo físico pelo qual a água passa do estado líquido para o estado gasoso. O fenômeno da evaporação apresenta os seguintes aspectos interrelacionados: o suprimento de água, a mudança de fase da água e a saída de vapor d’água, em resposta a uma fonte de energia para fornecer o calor latente de evaporação, em uma superfície evaporante. A evaporação é, fundamentalmente, um processo dependente da energia disponível para a mudança do estado físico da água, sendo portanto, a radiação solar o fator isolado mais importante. Quando não existe limitação de água no solo, a maior parte da radiação solar é utilizada no processo de evapotranspiração. O processo de evaporação da água que passa através da planta é chamado de transpiração, sendo a evapotranspiração o processo combinado, ou seja, evaporação na superfície do solo mais transpiração das plantas. A física da mudança de fase da água permanece essencialmente a mesma, caso ocorra no interior ou na superfície de plantas, na superfície do solo ou, mesmo, em uma superfície de água livremente exposta, acompanhada ou não de um processo biológico. Portanto, não há necessidade do uso da palavra evapotranspiração, para distinguir do processo único de evaporação. No entanto, a maior parte da bibliografia sobre a perda de água em sistemas cultivados, principalmente no Brasil, adota o termo evapotranspiração, sendo, também, utilizado neste trabalho. Um grande avanço nas técnicas de estimativa da evaporação resultou a partir da introdução, independentemente, por Penman e Thornthwaite, na década de quarenta, do conceito de evaporação potencial; foi presumido que a evapotranspiração de comunidades vegetais sem limitação de água era controlada, primariamente, pelos elementos meteorológicos, sendo os fatores de solo e planta de importância secundária. Uma importante implicação deste conceito foi que a evaporação potencial fornecia uma estimativa do limite superior da evapotranspiração de uma área vegetada, exceto em situações de forte advecção. Da mesma forma, PENMAN (1956) acreditava que a perda de água por uma cultura não poderia ser superior à evaporação de uma superfície de água livre, em função do maior albedo da vegetação e das resistências impostas pelo sistema. No entanto, trabalhos recentes têm mostrado que este conceito se aplica mais para culturas de porte baixo. Resultados experimentais têm demonstrado que, em condições de adequada disponibilidade hídrica e para culturas em crescimento ativo, com índice de área


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foliar máximo, a evapotranspiração pode ser maior que a evaporação de uma superfície de água livremente exposta.

3.2. Definição de termos A seguir são apresentadas definições de alguns termos que são utilizados no decorrer do trabalho. - Normal climatológica – é o valor médio de um determinado elemento meteorológico, de um período consecutivo mínimo de 30 anos. As normais mais utilizadas são: normal padrão 1931-60 e normal padrão1961-90; Ex: cálculo da precipitação pluvial normal (mm) do mês de janeiro (P N jan): P N jan = (P jan 31 + P jan 32 + ........... + P jan 60) /30 Onde P jan 31 , P jan 32 e P jan 60 é a precipitação pluvial ocorrida no mês de janeiro de 1931, 1932, ........ e 1960. - Evapotranspiração (ET): é a perda de vapor d’água por evaporação e transpiração em uma superfície vegetada, num dado período de tempo. Inclui a evaporação da água na superfície do solo, do orvalho e da precipitação interceptada pela vegetação, bem como a transpiração das plantas. Ela pode ser expressa como o total ou taxa média, em unidades de massa ou volume por unidade de área ou como uma profundidade equivalente de água, para um determinado período. Utiliza-se como sinônimo de evapotranspiração o termo consumo de água; - Evapotranspiração real (ETr): perda de água por uma cultura qualquer, nas condições reais (existentes) de fatores atmosféricos e umidade do solo, em qualquer estádio de desenvolvimento; - Evapotranspiração potencial (ETP): perda de água em uma extensa superfície vegetada, de altura uniforme e em crescimento ativo, cobrindo totalmente o terreno e sem restrição de água no solo; - Evapotranspiração de referência (ETo): perda de água por uma cultura bem adaptada, selecionada para propósitos comparativos, sob dadas condições meteorológicas e com adequada bordadura, sem limitação de água no solo; - Evapotranspiração máxima (ETm): perda de água por uma cultura qualquer, em condições ótimas de densidade de plantas e fertilidade do solo, sem limitação de água no solo e em qualquer estádio de desenvolvimento. É o termo utilizado para expressar o


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consumo de água de culturas anuais, como no caso de milho e soja, enfocados neste trabalho; - Calor latente de evaporação (L): quantidade de energia necessária para evaporar a massa de 1 g de água estando esta à temperatura T. Para T = 0 °C, L = 2497 J.g -1. Logo, o calor latente de evaporação é dado pela equação: L = 2497 – 2,37 T (J.g-1) Se a água estiver à temperatura T = 20°C, L = 2450 J.g-1. - Equivalente de evaporação: para facilitar a comparação da evaporação com a chuva e a irrigação no cálculo do balanço hídrico, é necessário que ambas sejam expressas na mesma unidade. Para tal, é suficiente a utilização do calor latente de evaporação. A massa de 1 g de água representa o volume de 1 cm3, isto é, um cubo com área de 1 cm2 e altura de 1 cm (=10mm). Estando a água a 20 °C, tem-se L = 2450 J g-1 = 2450 J cm3 = 245 J mm-1. Para a maioria dos problemas admite-se esse valor como constante, visto que L é uma função fraca de T nas condições naturais de evaporação (10 °C < T < 30 °C). - Poder evaporante do ar (Ea): a atmosfera está em contínuo movimento, misturando e renovando o ar que envolve uma superfície seja esta coberta de água ou vegetação. Essa renovação dificulta que o ar imediatamente acima da superfície se sature, mantendo o déficit de saturação e, por conseqüência, a continuidade do processo evaporativo. Portanto, a movimentação atmosférica mantém um poder evaporante, isto é, uma capacidade de secamento da superfície. Este fenômeno é notado quando se estende roupa no varal e esta seca mesmo não havendo incidência direta dos raios solares, apenas pelo efeito do vento. Matematicamente, o poder evaporante do ar é representado pela expressão: Ea = f (u)  e Onde f (u) representa uma função empírica do vento (u) e  e o valor médio diário do déficit de saturação de vapor d’água do ar. - Consumo relativo de água: quantidade de água consumida pela planta em condições naturais de disponibilidade hídrica (evapotranspiração real - ETr) em relação à quantidade de água consumida sem restrição hídrica (evapotranspiração máxima – ETm). É representado pelo índice ETr/ETm, e varia de zero a um (0 – 1). Quanto menor o índice, maior a deficiência hídrica, e quanto mais próximo do valor um, menor a deficiência. - 1 mm de chuva – altura de chuva equivalente ao volume de 1 litro.m-2. Exemplo: uma chuva de 10mm significa uma quantidade de 10 litros de água por m 2 ou 100 m3 por hectare.


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3.3. Determinação da evapotranspiração A evapotranspiração pode ser obtida por meio de medições diretas ou através de estimativas. As medições diretas são feitas utilizando, basicamente, dois grupos de métodos: os métodos baseados na equação do balanço hídrico e os métodos micrometeorológicos. Os métodos baseados na equação do balanço hídrico se fundamentam no princípio da conservação de massa, e tem sido utilizados básicamente através da tensiometria e da lisimetria. Entre os métodos micrometeorológicos, desenvolvidos para a determinação da evapotranspiração, o método do balanço de energia é o que tem sido utilizado com maior freqüência. De uma maneira geral, os métodos de medição da evapotranspiração são utilizados em nível experimental, devido aos instrumentos e ao manejo necessários, servindo como aferição de métodos de estimativa em âmbito regional. Com relação à estimativa da evapotranspiração, existe um grande número de métodos descritos na literatura, sendo baseados em princípios físico-fisiológicos, fórmulas empíricas, no balanço de energia, ou mesmo no estabelecimento de relações com elementos meteorológicos. BERLATO e MOLION (1981) e FONTANA (1992) apresentam uma revisão com vários métodos de estimativa da evapotranspiração.

3.4. O método de Penman para estimativa da evapotranspiração PENMAN (1948) desenvolveu um método de estimativa da evapotranspiração amplamente utilizado, que combina o balanço de energia com um termo aerodinâmico sendo considerado por muitos, como método padrão. Uma das principais vantagens do método é a necessidade de informações meteorológicas somente em um nível, disponíveis em estações meteorológicas convencionais. Penman deu um tratamento físico adequado ao seu método, colocando a evaporação como função do fluxo de energia recebido na superfície e de um fator de ventilação efetiva da superfície, determinada pelo movimento do ar sobre ela. A fórmula originalmente derivada por Penman estima a evaporação da água. Na prática a mesma equação é utilizada para a estimativa da evapotranspiração, apenas substituindo o saldo de radiação, considerado sobre a água na versão original, pelo mesmo termo medido ou estimado sobre a superfície vegetada. A equação é dada por: ETo = [(s / ) Rn + Ea] [(s / ) + 1] -1 sendo s a tangente à curva de pressão de saturação do vapor d’água versus temperatura do ar (mb.°C-1),  o coeficiente psicrométrico (mb.°C-1), Rn o saldo de radiação expresso em unidades de evaporação equivalente (mm) e, Ea o têrmo aerodinâmico (mm), expresso pela função: Ea = 0,35 (es – e) (0,5 + 0,01 U2)


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Sendo es – e o déficit de saturação de vapor d’água do ar (mm Hg) e U 2 a velocidade do vento a 2 m de altura (milhas.dia-1). Segundo BERLATO (1987), com medições diretas de Rn o método de Penman pode ser utilizado para estimativa da evapotranspiração de referência em nível diário. Se Rn é estimado empiricamente, esse período não deve ser menor que 5 ou 10 dias. Diversos pesquisadores têm estimado o termo energético da fórmula de Penmam (Rn) utilizando funções ajustadas entre Rn e a radiação solar global (Rs) específicas para cada tipo de cultura, entre os quais, KANEMASU et al. (1976) para soja e sorgo, MATZENAUER (1980) para milho, BERGAMASCHI (1984) para feijão, BERLATO (1987) e FONTANA (1987) também para soja, MEDEIROS (1990) para milheto, CUNHA (1991) para alfafa.

3.5. Relações da evapotranspiração máxima com fórmulas e elementos meteorológicos A evapotranspiração máxima de uma cultura, medida em um determinado local, é função, basicamente, das condições meteorológicas ocorridas durante o ciclo de desenvolvimento das plantas. Naturalmente que as características de crescimento e desenvolvimento das plantas, que estão associadas ao tipo de solo, fertilidade do solo, época de semeadura, cultivar utilizada e práticas culturais entre outros, também exercem influência sobre o consumo de água da cultura. No entanto, os fatores determinantes são aqueles relacionados à demanda evaporativa da atmosfera. A evapotranspiração máxima, portanto, determinada em condições específicas de um determinado local, ano e época de semeadura, não pode ser extrapolada para outras condições em valores absolutos. Para que se tenha condições de estimar as necessidades hídricas de uma cultura em uma condição específica, é necessário estabelecer relações entre a evapotranspiração máxima desta cultura e um valor de referência, como algum elemento meteorológico ou a evapotranspiração calculada por alguma fórmula ou método de estimativa. As relações mais encontradas na bibliografia são com a evaporação do tanque classe A, com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman e com a radiação solar global.

3.5.1. Relação com a evaporação do tanque classe A Uma das alternativas para estimativa do consumo de água das plantas, é a utilização de tanques de evaporação. A evapotranspiração de plantas em estádios de plena vegetação e sem deficiência de umidade está correlacionada positiva e significativamente com a evaporação de superfície livre de água. Entre os instrumentos meteorológicos utilizados para estimar a evaporação de superfícies de água, o tanque de evaporação classe A tem sido o mais utilizado. O tanque classe A foi desenvolvido pelo Serviço Meteorológico dos Estados Unidos e é de uso mais generalizado, inclusive no Brasil. É um tanque cilíndrico construído com chapa de ferro galvanizado, com 1,21 m de diâmetro e 0,255 m de profundidade. Deve ser instalado a uma altura de 0,15 m da superfície do solo, no centro de uma área gramada.


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A relação entre a evapotranspiração máxima (ETm) de culturas com a evaporação do tanque classe A (Eo), possibilita a obtenção de um coeficiente (denominado neste trabalho de Kc1), que pode ser utilizado para a estimativa do consumo de água das culturas, da seguinte forma: Obtenção do coeficiente

ETm/Eo = Kc1

Estimativa da evapotranspiração máxima da cultura

ETm = Kc1 . Eo

Para culturas anuais, o coeficiente de cultura depende da porcentagem de solo coberto pela cultura e aumenta desde a emergência até a cobertura total do solo, decrescendo após, até a maturação fisiológica. Durante o início do ciclo de uma cultura, quando a cobertura do solo é incompleta, a relação ETm/Eo é baixa. Em espécies cultivadas em linha, a maior parte da água perdida durante este estádio inicial se dá pela evaporação do solo. Com o crescimento das plantas, aumenta a cobertura do solo, diminui a evaporação da água do solo, aumentando a transpiração e, consequentemente a evapotranspiração. Em condições de IAF máximo e de alta demanda evaporativa da atmosfera, a evapotranspiraçao da cultura é máxima. Estas condições ocorrem para as culturas de milho e soja no Estado do Rio Grande do Sul, quando as mesmas estão no período da floração e início de enchimento de grãos e quando os mesmos coincidem com a segunda quinzena do mês de dezembro e durante o mês de janeiro.

3.5.2. Relação com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman O método de Penman é apresentado no capítulo 3.4. Tem sido amplamente utilizado para a estimativa da evapotranspiração máxima de culturas. Por definição, o coeficiente de cultura é uma relação entre a evapotranspiração máxima e a evapotranspiração de referência, que pode ser estimada pela fórmula de Penman. Diversos pesquisadores tem relacionado a evapotranspiração de culturas com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman. LOMAS et al. (1974) relacionaram a evapotranspiração do milho, medida em lisímetros, com a evapotranspiração calculada pela fórmula de Penman, encontrando uma relação que variou, em duas estações de crescimento, de 0,79 a 0,96. Segundo eles, as diferenças na relação durante o desenvolvimento da cultura são esperadas, pois, embora a fórmula de Penman inclua o fator vento, que é de grande importância, particularmente em milho, esta não leva em consideração a variação da área foliar durante o desenvolvimento. A relação da evapotranspiração máxima (ETm) de culturas com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman (ETo), possibilita a obtenção do coeficiente de cultura (denominado neste trabalho de Kc2), que pode ser utilizado para a estimativa do consumo de água das culturas, da seguinte forma: Obtenção do coeficiente

ETm/ETo = Kc2


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Estimativa da evapotranspiração máxima da cultura

ETm = Kc2 . ETo

3.5.3. Relação com a radiação solar global A evaporação é um processo físico dependente da energia disponível no sistema. A evapotranspiração máxima possível é aproximadamente igual ao saldo de radiação, exceto em dias extremamente quentes e ventosos, devido ao efeito de advecção ou em dias quentes e nublados com pouca radiação. Em dias com severo efeito advectivo, a evapotranspiração pode exceder o saldo de radiação em cerca de 30%. Em regiões mais úmidas onde não ocorre deficiência hídrica, mais de 80% do saldo de radiação é utilizado no processo de evapotranspiração. O saldo de radiação é fortemente correlacionado com a radiação global, que é um elemento meteorológico de mais fácil obtenção. Desta forma, a relação da evapotranspiração máxima (ETm) com a radiação solar global (Rs), possibilita a obtenção de um coeficiente, que neste trabalho é identificado como Kc3, que pode ser utilizado para a estimativa do consumo de água das culturas, da seguinte forma: Obtenção do coeficiente

ETm/Rs = Kc3

Estimativa da evapotranspiração máxima da cultura

ETm = Kc3 . Rs

3.6. Desenvolvimento do déficit hídrico nas plantas A água no solo disponível às plantas encontra-se entre a capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha permanente (PMP), sendo considerados tradicionalmente como os limites máximo e mínimo de água disponível, respectivamente (BERGAMASCHI, 1992). A capacidade de campo representa a máxima quantidade de água que o solo consegue reter, após drenado o excesso por gravidade. O ponto de murcha permanente representa a quantidade de água no solo com a qual as plantas entram em estado de murcha e não readquirem a turgidez, mesmo em atmosfera saturada, a menos que o solo seja reumidecido. Os valores do potencial da água no solo situam-se entre -0,01 MPa (CC) a -1,5 MPa (PMP). Assim como no solo, na planta o potencial da água se torna menor à medida que vai diminuindo o seu conteúdo. Em geral, o potencial da água na planta é menor que no solo. No início da manhã, quando a planta está túrgida, o potencial é da ordem de -0,1 a -0,3 MPa. O valor mínimo é atingido em torno das 14 ou 15 horas e depende da magnitude da redução do conteúdo de água da planta, que está em função do fluxo transpiratório e da quantidade que o sistema radicular absorve do solo. Valores de -0,5 a -1,5 MPa para o potencial da água na planta são típicos, em condições hídricas satisfatórias. Na condição de baixa disponibilidade hídrica no solo e alta taxa de transpiração, o potencial da água na planta pode atingir valores de -2 a -4 MPa ou menos, dependendo da espécie e do ambiente (BERGAMASCHI, 1992). O potencial da água na atmosfera, assim como no solo e na planta, exprime a condição energética da água. As variáveis meteorológicas que determinam o potencial da água na


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atmosfera são a temperatura e a umidade relativa do ar. Os valores deste potencial são bem menores do que no solo e na planta, podendo algumas vezes atingir valores menores que 100 MPa. A diferença de potencial entre a água da folha e do ar está diretamente relacionada aos elementos que determinam a demanda evaporativa da atmosfera. A demanda evaporativa da atmosfera é o fator que desencadeia o fluxo da água no sistema solo-planta-atmosfera e determina a quantidade de água que as plantas necessitam absorver em função das características da cultura. A taxa de absorção de água é função da taxa de transpiração, da extensão e eficiência do sistema radicular e da disponibilidade de água no solo. O movimento da água a partir do solo para a atmosfera, através da planta, é um processo contínuo e dinâmico que se dá ao longo de gradientes decrescentes de potencial da água. A transpiração reduz o nível energético da água na planta, em um processo essencialmente passivo. Com isto, o fluxo de água do solo para as folhas é proporcional à diferença entre os potenciais da água na folha e no solo. A maior resistência ao fluxo da água na fase líquida está na planta. A resistência do solo ao fluxo de água torna-se significante apenas quando o conteúdo de água no solo está próximo ao ponto de murcha permanente. Resultados de pesquisa mostram que a resistência do solo contribui pouco para a resistência total da fase líquida e que, para condições de solo úmido, a resistência total e a resistência da planta podem ser consideradas iguais. No entanto, com a secagem do solo, a resistência total torna-se consideravelmente maior que a resistência da planta. Assim, o crescimento vegetal é controlado diretamente pelo déficit hídrico na planta e apenas indiretamente pelo déficit hídrico no solo. Como a água se move no sistema solo-planta-atmosfera de um potencial maior para um menor, quanto maior o gradiente de potencial, mais rapidamente ela se moverá. O gradiente folha-ar representa a maior queda de potencial, sendo bem maior do que todos os outros gradientes somados. É na passagem do vapor dágua para fora do mesófilo que se estabelece a maior diferença de potencial e também uma resistência maior do que aquela do fluxo líquido ao longo do solo e da planta. Quando a água evapora das células do mesófilo, diminui o potencial da água das células adjacentes à interface líquido-ar, fazendo com que a água se mova nesta direção. Como conseqüência do movimento da água através da planta, ao longo de uma série de resistências, resultam gradientes de potencial, com maiores quedas onde o fluxo e as resistências são maiores. A redução do potencial determina a saída da água dos tecidos adjacentes aos vasos condutores, tais como mesófilo, córtex e floema. Como resultado destas perdas, a deficiência se desenvolve nos tecidos das folhas, caules e raízes. Desta forma, o déficit de água ocorre como uma conseqüência inevitável do fluxo da água ao longo da planta, e não somente quando a perda de água por transpiração excede o suprimento pelas raízes, como muitas vezes tem sido afirmado. Sob condições de equilíbrio dinâmico, quando a absorção e a transpiração de água pela planta se eqüivalem, deve existir uma diferença de potencial entre as folhas e o solo para que ocorra o movimento da água. Geralmente, plantas submetidas à transpiração intensa ficam sujeitas a um déficit de água. A extensão desta defasagem entre a transpiração e a absorção de água é limitada pela capacidade de armazenamento de água da planta, que para culturas anuais e forrageiras é, em geral, menor que 10% da transpiração diária, enquanto que para árvores pode representar 100%.


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Em condições de adequada disponibilidade hídrica e alta demanda evaporativa da atmosfera a taxa de transpiração é elevada. No momento em que a planta não consegue absorver água suficiente para repor as perdas por transpiração, ou seja, quando ocorre um desequilíbrio entre transpiração e absorção, o potencial da água na planta começa a diminuir, iniciando o déficit hídrico, podendo ou não conduzir a um estresse hídrico, dependendo da intensidade do déficit. Portanto, o déficit hídrico na planta ocorre como um fenômeno quase diário, sendo observado mesmo em condições de alta disponibilidade de água no solo. Durante o dia a planta perde mais água do que consegue absorver, aumentando o déficit até aproximadamente o meio da tarde. Após, com a diminuição da demanda evaporativa, a planta começa a absorver maior quantidade de água do que a perdida por transpiração, iniciando a recuperação do déficit, ocorrendo um equilíbrio dos potenciais durante a noite. Se não houver reposição de água no solo através da precipitação pluvial ou irrigação, chegará o momento em que o processo se tornará irreversível. A duração deste período depende da demanda evaporativa da atmosfera, da capacidade de armazenamento de água no solo, das características da cultura e do estádio de desenvolvimento da planta.

3.7. Efeitos do déficit hídrico A redução no rendimento das culturas, ocasionada por deficiência hídrica ou o aumento de rendimento proporcionado pela suplementação de água através da irrigação, são questões de natureza prática que despertam a atenção de pesquisadores, extensionistas e produtores rurais. As exigências hídricas das culturas e a sensibilidade ao déficit hídrico variam ao longo do ciclo. A quantidade de água que uma cultura consome durante seu ciclo, sem restrições hídricas no solo, depende, basicamente, das condições que determinam a demanda evaporativa da atmosfera e das características da cultura. Os principais fatores da planta que influem na evapotranspiração de comunidades vegetais são: espécie vegetal, reflexão de luz pelas plantas, espaçamento e orientação das filas, estatura de planta, profundidade e extensão do sistema radicular, estádio de desenvolvimento e índice de área foliar. Para culturas anuais, a evapotranspiração é proporcional à área foliar antes que ocorra o autosombreamento das folhas. Em culturas anuais podem ocorrer grandes variações na taxa de evapotranspiração, dependendo do estádio de desenvolvimento em que se encontram as plantas. MATZENAUER (1980) relata resultados em que a evapotranspiração de uma cultura de milho irrigado foi menor no início do desenvolvimento das plantas, com um gradual aumento durante o período vegetativo, atingindo valores máximos durante a floração e início de enchimento de grãos, decrescendo, após, até a maturação fisiológica. O subperíodo da cultura do milho em que o consumo de água é máximo é do pendoamento ao espigamento. No Rio Grande do Sul, é comum ocorrer períodos de deficiência hídrica, principalmente durante os meses de verão, coincidindo, muitas vezes, com os períodos críticos das culturas. É importante conhecer os efeitos da deficiência hídrica sobre as culturas, para que se possa minimizar os danos causados pela falta de água. Os efeitos do


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déficit hídrico sobre o rendimento de interesse econômico de uma cultura vão depender da intensidade do déficit, da duração, da época de ocorrência do mesmo e da interação com outros fatores determinantes da expressão do rendimento final (CUNHA e BERGAMASCHI, 1992). O decréscimo no rendimento de grãos está relacionado ao estádio de desenvolvimento em que ocorre o déficit hídrico. O conhecimento dos períodos críticos durante o ciclo de desenvolvimento das culturas, ou seja, os períodos de máxima sensibilidade ao fator água, bem como das respostas das plantas à disponibilidade hídrica no solo, possibilita a adoção de práticas de manejo que visam à otimização do uso da água na agricultura. Portanto, a irrigação deve ser feita prioritariamente durante o período crítico das culturas, quando haverá maior eficiência da suplementação hídrica. Na Tabela 2 são apresentados os períodos críticos com relação à disponibilidade de água no solo para algumas culturas. Tabela 2. Períodos críticos com relação à disponibilidade hídrica no solo para algumas culturas. Cultura Arroz Batatinha Ervilha Feijões Girassol Milho Soja Sorgo Trigo Videira

Períodos críticos Todo o ciclo, principalmente espigamento e floração Após início de formação de tubérculos e florescimento Floração e enchimento de legumes Floração e surgimento de legumes > antes da floração Floração > enchimento de grãos e germinação Pendoamento, emissão de estigmas e polinização > logo antes do pendoamento > enchimento de grãos Floração, início de formação de legumes e germinação Floração, início de enchimento de grãos e germinação Floração > enchimento de grãos Antes e durante a floração

Adaptado de DOORENBOS e KASSAN (1979)

Os efeitos do déficit hídrico em diferentes estádios de desenvolvimento sobre o crescimento e rendimento das culturas, geralmente, tem sido estudados empiricamente. Diversos estudos relatam que, embora não tenha sido observada uma resposta diferencial à água nos vários estádios de crescimento em todas as plantas, existem consideráveis evidências de que a maioria das plantas de hábito determinado são especialmente sensíveis ao déficit hídrico a partir da iniciação floral, na floração e durante o desenvolvimento de frutos e grãos. Os mesmos trabalhos também indicam que cada órgão e cada processo fisiológico da planta pode responder diferentemente ao aumento do déficit hídrico. MATZENAUER et al. (1986) verificaram uma redução de 51% no rendimento de grãos quando ocorreu deficiência hídrica durante o período reprodutivo do milho. Os autores estudaram o efeito da irrigação em diferentes períodos sobre o rendimento de grãos da cultura, na Depressão Central do Rio Grande do Sul, e concluíram que o período em que a irrigação apresenta maior efeito sobre o rendimento de grãos, é o reprodutivo. Dentro do período reprodutivo, o subperíodo pendoamento-espigamento é o que apresenta maior sensibilidade ao déficit hídrico, seguido do início de enchimento de grãos. BERGONCI et al. (2001) confirmaram este subperíodo como o mais sensível para déficit hídrico, quando a


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eficiência da irrigação para rendimento de grãos é mais elevada. Neste trabalho, lâminas de irrigação entre 80 e 85% em relação àquela necessária para elevar a umidade do solo à capacidade de campo, aplicadas no período crítico da cultura, proporcionaram a maior eficiência da irrigação para rendimento de grãos. O déficit hídrico afeta praticamente todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento das plantas, reduzindo a área foliar, diminuindo a fotossíntese e afetando vários outros processos, além de alterar o ambiente físico das culturas, por modificar o balanço de energia do sistema (BERGAMASCHI, 1992). Os efeitos causados pelo déficit hídrico são devidos às modificações na anatomia, morfologia, fisiologia e bioquímica das plantas. Com a redução na taxa de evapotranspiração, parte da energia, que seria consumida neste processo, é utilizada em outros processos como o aquecimento do solo, aquecimento do ar e do sistema como um todo, aumentando a temperatura e diminuindo a umidade relativa do ar. Assim, em uma cultura submetida a um déficit hídrico, haverá uma maior demanda evaporativa do ar junto às plantas, conduzindo as mesmas a um estresse mais rapidamente. FONTANA (1987) determinou o balanço de radiação e o balanço de energia para a cultura da soja com e sem irrigação. Concluiu que ocorreram diferenças na utilização do saldo de radiação nas parcelas irrigada e não irrigada, causadas, principalmente, pelo efeito do potencial da água no solo, demanda evaporativa da atmosfera e cobertura do solo. Na parcela não irrigada foram observados maior déficit de saturação do vapor d’água, maior temperatura do ar e menor umidade relativa do ar em relação à parcela irrigada, determinando diferenças de demanda evaporativa da atmosfera entre as parcelas. Nas parcelas irrigadas, 95% do saldo de radiação foi utilizado como fluxo de calor latente de evaporação, enquanto que nas parcelas não irrigadas a utilização do saldo de radiação no fluxo de calor latente de evaporação diminuiu para 78%. O aumento na resistência da folha à difusão de vapor, resulta na elevação da sua temperatura, já que o fluxo de calor latente é reduzido e o calor sensível aumenta. Diversos trabalhos têm demonstrado que culturas submetidas a déficit hídrico apresentam temperatura da folha superior à do ar, e que a diferença entre elas pode ser utilizada para indicar o estado de estresse hídrico das plantas, podendo ser relacionada com o rendimento. BERGONCI et al. (1999) observaram diferenças de temperatura dossel-ar de até 6oC entre parcelas de milho irrigado e não irrigado, considerando este parâmetro, medido entre as 10 e 14h, como um indicador confiável de déficit hídrico. Uma das conseqüências mais importantes da sensibilidade do alongamento celular ao déficit hídrico é a redução da área foliar. A redução na área foliar causa decréscimo da taxa de crescimento da planta, especialmente durante os estádios iniciais de crescimento e, como conseqüência, uma menor intercepção da radiação solar. FRANÇA et al. (1999) observaram que o déficit hídrico afetou negativamente o índice de área foliar e o acúmulo de matéria seca nas plantas de milho. Como a eficiência de intercepção de radiação depende do índice de área foliar, em períodos de estiagens a captura da radiação solar incidente é reduzida pela redução da área foliar e pela murcha de folhas de milho. Este efeito do déficit hídrico sobre a área foliar é de caráter permanente e, no caso das culturas de hábito de crescimento determinado, não há possibilidade de compensação via um aumento do número de folhas.


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3.8. Relação entre rendimento de grãos e déficit hídrico Os primeiros trabalhos, relacionando a produção de matéria seca com a quantidade de água transpirada, foram realizados no início do século. Foi observada uma relação linear entre as duas variáveis para diversas culturas, utilizando diferentes cultivares. A estreita correlação entre produção de matéria seca e transpiração pode ser explicada pelo fato de que o saldo de radiação, que determina em grande parte o nível de transpiração, e a radiação solar, que determina a fotossíntese, são linearmente relacionadas. Por sua vez, sabe-se que os processos da fotossíntese e da transpiração estão fortemente correlacionados. O processo da fotossíntese é afetado com o aumento do déficit hídrico devido ao fechamento dos estômatos e redução da área foliar. O fechamento dos estômatos limita o fluxo de CO2 para o interior da folha, ao mesmo tempo em que restringe o fluxo de água da folha para a atmosfera, diminuindo a taxa de transpiração. BERGAMASCHI (1989) e BERLATO (1992) mostraram que os baixos rendimentos médios da cultura da soja, no Rio Grande do Sul, como nas demais regiões produtoras do Brasil, estão relacionados a anos em que ocorreram deficiências hídricas durante o ciclo da cultura. No Rio Grande do Sul, em anos considerados muito secos (1978/79, 1985/86, 1987/88 e 1990/91), os rendimentos médios estiveram abaixo de uma tonelada por hectare. Em um levantamento realizado para a cultura do milho, também ficou demonstrada a dependência do rendimento de grãos ao regime hídrico durante o período de desenvolvimento desta cultura. Durante o ano agrícola 1990/91 (ano muito seco) o -1 rendimento médio no Estado foi de 1.100 kg.ha , enquanto que no ano seguinte (1991/92), com maior quantidade e melhor distribuição de chuvas, o rendimento médio atingiu 2.700 -1 kg.ha . Esta análise, embora superficial, no sentido de que considera apenas o fator hídrico e numa escala espacial ampla, mostra a importância da precipitação pluvial na determinação do rendimento das culturas de primavera-verão do estado, principalmente milho e soja. Neste sentido, alguns pesquisadores estudaram a relação entre o rendimento de grãos e a disponibilidade hídrica utilizando variáveis originais ou derivadas. STEWART e HAGAM (1973) encontraram uma relação linear entre o rendimento de grãos de milho e a evapotranspiração real, com um coeficiente de determinação de 0,98. Para a cultura da soja, STEGMAN (1989) obteve coeficientes de determinação próximos de 0,95 no ajustamento de regressão linear entre o rendimento de grãos e a evapotranspiração real ocorrida durante o ciclo da cultura. MATZENAUER e FONTANA (1987) estudaram a relação entre o rendimento de grãos de milho e a altura de chuva em diferentes períodos da cultura, para as condições da Depressão Central do Rio Grande do Sul, através da análise de regressão. Os períodos em que as variáveis apresentaram melhor ajuste foram do início do pendoamento a 30 dias após e de uma semana antes do início do pendoamento a uma semana após o final do espigamento, com coeficientes de determinação de 0,785 e 0,763, respectivamente. A associação entre as variáveis também foi muito significativa nos períodos de 30 dias após a emergência ao início do pendoamento, início do pendoamento à maturação fisiológica e no ciclo completo (emergência à maturação fisiológica). Os autores concluíram que a chuva é um elemento que exerce grande influência no rendimento de grãos da cultura do milho,


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principalmente durante a floração e enchimento de grãos. AGUINSKY (1991) fez uma ampla análise da relação entre o rendimento de grãos de milho e a precipitação efetiva, para diversas localidades do Rio Grande do Sul, concluindo que o rendimento do milho é linearmente dependente do volume de água disponível e que a distribuição da precipitação é mais importante do que o total. MEDEIROS et al. (1991) relacionaram o rendimento relativo de grãos de milho durante vários anos, com o índice ETr/ETm (evapotranspiração real sobre evapotranspiração máxima), durante sete subperíodos e no ciclo da cultura, para as condições da Depressão Central do Rio Grande do Sul. O subperíodo em que as variáveis melhor se ajustaram foi de 10 dias antes do início do pendoamento a 10 dias após o final do espigamento, englobando a floracão e o início de enchimento de grãos. Para este mesmo subperíodo, BERGONCI et al. (2001) obtiveram uma resposta quadrática entre o rendimento de grãos de milho e a lâmina de água aplicada por irrigação. Com doses de rega próximas a 80% daquela necessária para elevar a umidade do solo à capacidade de campo, os rendimentos tenderam a nivelar-se junto aos valores máximos, com os maiores níveis de eficiência da água aplicada. BERLATO et al. (1992) relacionaram o rendimento de grãos da soja com variáveis meteorológicas originais e derivadas. A precipitação esteve fortemente correlacionada com o rendimento de grãos durante o período reprodutivo. A correlação mais alta encontrada foi entre o rendimento de grãos e o índice ETr/ETo (evapotranspiração real sobre evapotranspiração de referência calculada pelo método de Penman) durante o período reprodutivo. Neste período, o consumo relativo de água explicou cerca de 89% da variação do rendimento de grãos para o grupo de maturação precoce, 86% da variação do rendimento de grãos para o grupo de maturação médio e 85% para o grupo de maturação tardio. Em um trabalho realizado com a cultura do milho em quatro locais do estado, MATZENAUER et al. (1995a) encontraram alta associação entre o rendimento de grãos e a evapotranspiração relativa (evapotranspiração real/evapotranspiração máxima – ETr/ETm), estabelecendo modelos de previsão do rendimento da cultura a partir do índice utilizado. No teste de validação dos modelos, os coeficientes de determinação obtidos foram próximos de 0,90, indicando a elevada dependência da cultura à disponibilidade hídrica no solo. HILLEL e GURON (1973) encontraram uma relação linear entre o rendimento de grãos de milho e a evapotranspiração total. Observaram, no entanto, que a função não começava na origem, ou seja, mesmo com um determinado valor de evapotranspiração o rendimento foi igual a zero. Este valor de evapotranspiração, segundo os autores, pode ser devido à evaporação do solo. Outros pesquisadores também citam valores negativos para o intercepto da função linear entre rendimento de grãos e evapotranspiração real, sendo que o valor de evapotranspiração observado, quando o rendimento é nulo, é uma boa aproximação da quantidade de água evaporada pelo solo.


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4. Cultura do Milho A cultura do milho ocupa aproximadamente 28% do total das áreas com cultivos de grãos no Estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2000/01). Está presente em cerca de 310.000 propriedades rurais. Na safra agrícola de 2000/01 ocupou uma área cultivada de 1,662 milhões de hectares tendo alcançado uma produção de 6,016 milhões de toneladas, com um rendimento médio de 3.619 kg.ha-1, tendo sido tanto a produção como o rendimento médio, recordes históricos. No Rio Grande do Sul é a segunda cultura em área semeada e em quantidade produzida. O milho participa com cerca de 33% da produção gaúcha de grãos, considerando cereais, leguminosas e oleaginosas, contribuindo para a economia estadual sob a forma de produto consumido “in natura”, em rações para aves, suínos e bovinos e como matéria prima nas indústrias de transformação, de moagem úmida ou a seco, que possibilitam obter centenas de produtos derivados. O milho é cultivado em todas as microrregiões geográficas do estado, sendo as de maior expressão a de Erechim, com 635.543 t, de Passo Fundo com 607.923 t, de Frederico Westphalen com 420.505 t, de Sananduva com 352.446 t e de Carazinho, Cruz Alta e Guaporé, com mais de 300.000 t cada (BISOTTO, 2001). A grande capacidade de adaptação, aliada à sua utilidade, faz com que seja a cultura mais disseminada no estado. Apesar do rendimento médio de grãos da última safra ter sido recorde, o estado ocupou a 7ª posição entre os estados produtores, o que significa que muito ainda deve ser feito em termos de geração, transferência e adoção de novas tecnologias. No entanto, deve-se destacar que em alguns municípios, os rendimentos médios obtidos na safra 2000/01 estiveram bem acima da média do estado, apontando para a possibilidade de expansão da produção de grãos dessa cultura. Alguns municípios colheram em média, mais de 5 t de grãos por hectare, com é o caso de Sananduva com 6 t.ha-1, Cruz Alta com 5,7 t.ha-1, Muitos Capões com 5,5 t.ha-1 e São José do Ouro com 5,4 t.ha-1.

4.1. Evapotranspiração máxima Este capítulo apresenta, inicialmente, uma análise da evapotranspiração máxima (ETm) da cultura do milho, de uma série de 16 experimentos conduzidos nos períodos agrícolas de 1976/77 a 1988/89. As determinações foram feitas para três épocas de semeadura, sendo: semeadura de setembro, durante o período 1982/83 - 1988/89 (seis experimentos); semeadura de outubro, durante o período 1976/77 - 1981/82 (seis experimentos); e semeadura de novembro, durante o período 1983/84 - 1987/88 (quatro experimentos). Foi utilizada uma população média de 50 mil plantas por hectare. Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Taquari (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária/Secretaria da Ciência e Tecnologia), localizada na região climática da Depressão Central do Rio Grande do Sul, município de Taquari, a 76m de altitude, 29o 48’ de latitude sul e 51o 49’ de longitude oeste. A ETm foi determinada nos seguintes subperíodos: da semeadura à emergência (SE); da emergência até 30 dias após (E-30d); dos 30dias após a emergência até 50% do


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pendoamento (30d-P); de 50% do pendoamento até a maturação leitosa (P-ML); da maturação leitosa à maturação fisiológica (ML-MF) e no ciclo total (S-MF). Na Tabela 3 são apresentadas as datas de semeadura para as três épocas, durante o período experimental e, na Tabela 4, a duração média dos diferentes subperíodos de desenvolvimento e do ciclo completo nas três épocas. A maior duração do ciclo da cultura observada para a época de setembro, deve-se às temperaturas mais baixas que ocorrem durante os meses de setembro e outubro, exercendo maior efeito sobre a duração do período vegetativo da cultura do milho, em função do menor acúmulo térmico. Tabela 3. Datas de semeadura para as três épocas durante o período 1976-1988. Experimental de Taquari, RS. Ano 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988

Estação

Época de semeadura setembro outubro novembro 21/10 20/10 23/10 19/10 29/10 28/10 22/09 26/09 23/11 21/09 20/11 25/09 23/11 28/09 23/11 07/10 -

Fonte: MATZENAUER et al., 1998a

Tabela 4. Duração média (dias) dos subperíodos e do ciclo total do milho, em três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari, RS. Subperíodo* S-E E-30d 30d-P P-ML ML-MF S-MF

Época de semeadura** setembro outubro novembro 10 7 6 30 30 30 37 30 31 21 26 17 43 32 38 141 125 122

Fonte: MATZENAUER et al., 1998a * S - semeadura; E - emergência; 30d - 30 dias após a emergência; P - 50% do pendoamento; ML - maturação leitosa; MF maturação fisiológica. ** Valores médios do período: época de setembro-1982/83-1988/89; época de outubro-1976/77-1981/82; época de novembro1983/84-1987/88


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Os valores totais e médios diários de evapotranspiração máxima da cultura (ETm), para as três épocas de semeadura, são apresentados na Tabela 5. Os valores médios totais de ETm durante o ciclo foram de 570, 572 e 541mm, respectivamente, para as épocas de setembro, outubro e novembro. Os valores encontrados se enquadram nos valores citados por DOORENBOS & PRUITT (1975), com dados de evapotranspiração da cultura do milho variando entre 400 e 700mm. Os resultados encontrados neste trabalho, mostram uma variação pequena do consumo total de água no ciclo do milho, entre as diferentes épocas de semeadura, levando-se em conta que os valores são as médias de vários anos. Como o desenvolvimento do milho depende basicamente da temperatura do ar, que por sua vez está intimamente associada à radiação solar, que é a variável meteorológica que exerce maior efeito sobre as condições de demanda evaporativa da atmosfera, essa pequena variação pode ser esperada, visto que a planta de milho acelera ou alonga seu ciclo dependendo do regime térmico, que é variável com a época de semeadura. Provavelmente, as variações serão maiores, quando forem comparados valores de ETm, em diferentes locais e anos. Os valores médios diários da ETm no ciclo total variaram de 4,0mm, para a época de setembro, a 4,6mm, para a época de outubro, ficando em 4,4mm, para a época de novembro. Com relação ao consumo de água nos diferentes subperíodos, são observadas grandes diferenças, com um baixo consumo no início do ciclo, atingindo valores máximos durante o período de maior cobertura foliar, diminuindo no final do ciclo com a senescência das folhas e redução da área foliar. No início do ciclo, durante o subperíodo da semeadura à emergência, a ETm da cultura é baixa, uma vez que somente a evaporação do solo é significativa, visto que ainda não existe área foliar. No início do desenvolvimento das plantas, logo após a emergência, o consumo de água aumenta pouco em relação ao subperíodo anterior. Isso é explicado devido a evaporação do solo compreender ainda a maior parte da evapotranspiração total, pois a cultura possui um baixo índice de área foliar (IAF). Esses resultados também estão de acordo com as citações de CHANG (1968), segundo o qual a maior parte da água perdida durante o estádio inicial em culturas plantadas em linha é pela evaporação do solo. À medida que a cultura cresce e se desenvolve, aumenta a ETm basicamente devido ao aumento do IAF e à maior demanda evaporativa da atmosfera. O aumento da evapotranspiração com a área foliar é atribuído à transpiração crescente, haja vista que a evaporação do solo tende a diminuir devido ao sombreamento pelas plantas. Além disso, os maiores valores de ETm verificados durante o subperíodo do pendoamento até a maturação leitosa, estão relacionados, também, à maior atividade fisiológica da cultura. No final do ciclo, durante o subperíodo da maturação leitosa até a maturação fisiológica, ocorre redução na evapotranspiração devido ao declínio da atividade fotossintética das folhas, à redução da área foliar, principalmente em culturas anuais, quando ocorre o rápido secamento dos colmos e folhas, e à diminuição da demanda evaporativa da atmosfera. Pela análise da Tabela 5, pode-se verificar que existe um comportamento diferente entre as duas primeiras épocas de semeadura, comparadas com a terceira época. Nas épocas de setembro e outubro, a ETm foi menor no início do ciclo e atingiu valores máximos durante o subperíodo do pendoamento à maturação leitosa, que inclui a floração e início de enchimento de grãos, pois as plantas apresentam maior IAF e maior atividade fotossintética e fisiológica. Já para a época de novembro, a ETm no início do ciclo foi maior do que nas


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épocas anteriores, sendo o máximo consumo de água atingido durante o subperíodo dos 30 dias após a emergência até 50% do pendoamento, ou seja, antes da floração. Isso ocorre, provavelmente, devido à maior demanda evaporativa, que normalmente acontece durante os meses de dezembro e janeiro nas condições do Rio Grande do Sul, que coincidem com o desenvolvimento do período vegetativo da cultura, quando a semeadura é feita no final de novembro. Quando o subperíodo do pendoamento à maturação leitosa coincide com o mês de fevereiro, que é o que acontece quando a semeadura é realizada em novembro, a ETm diminui devido à redução na demanda evaporativa, principalmente em função da diminuição na densidade de fluxo da radiação solar, associado à redução do período de brilho solar. No final do ciclo, durante o subperíodo da maturação leitosa à maturação fisiológica, o consumo médio diário de água diminui em relação ao subperíodo anterior, nas três épocas de semeadura. A redução do consumo de água no final do ciclo da cultura, está associada à redução da área foliar, da atividade fisiológica da cultura e da demanda evaporativa. Os dados de evapotranspiração obtidos neste trabalho, caracterizam um modelo de resposta representativo para as condições do local de experimentação, considerando o longo período em que foram avaliados. O consumo de água do milho, obtido desse modelo, serve de base para lavouras irrigadas, permitindo determinar lâminas de irrigação, em diferentes subperíodos e épocas de semeadura, além de interferir em todas as fases de um planejamento de irrigação. Tabela 5. Evapotranspiração máxima da cultura do milho (ETm) (mm). Valores totais e médios diários, em diferentes subperíodos de desenvolvimento e no ciclo completo, para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89. Subperíodo*

S-E E-30d 30d-P P-ML ML-MF S-MF

Época de semeadura** Setembro Outubro Novembro ETm ETm ETm Total Média Total Média Total Média 16 1,7 14 2,1 18 2,8 80 2,7 92 3,1 128 4,3 180 4,9 162 5,3 174 5,6 120 5,7 174 6,6 86 5,1 174 4,0 130 4,2 135 3,6 570 4,0 572 4,6 541 4,4

Fonte: MATZENAUER et al., 1998a * S - semeadura; E - emergência; 30d - 30dias após a emergência; P - 50% do pendoamento; ML - maturação leitosa; MF maturação fisiológica. ** Valores médios do período: época de setembro-1982/83-1988/89; época de outubro-1976/77-1981/82; época de novembro1983/84-1987/88

Resultados semelhantes foram obtidos na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, também na Depressão Central do Rio Grande do Sul, com uma população de 67 mil plantas por hectare de um híbrido precoce de milho (RADIN, 1998; BERGAMASCHI et al., 2001). Empregando-se um lisímetro de pesagem, durante os anos de 1993/94 a 1996/97, foram obtidos totais de 575 a 732mm de ETm durante todo o ciclo da cultura. A média de 650mm, obtida nesse trabalho, é superior aos resultados de Taquari, citados anteriormente, o que pode


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ser atribuído à maior população de plantas, já que os dois locais são climaticamente semelhantes.

4.2. Relações da evapotranspiração máxima com a evaporação do tanque classe A, com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman e com a radiação solar global Conforme salientado anteriormente, para que se possa estimar a evapotranspiração máxima de culturas em diferentes anos, locais e épocas de semeadura, deve-se estabelecer relações entre a evapotranspiração da cultura com algum valor de referência (elemento meteorológico ou fórmula de estimativa da evapotranspiração). Neste trabalho, foram estabelecidas as relações entre a evapotranspiração máxima da cultura do milho com a evaporação do tanque classe A, com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman e com a radiação solar global, conforme relatado no ítem 3.5. Na Tabela 6 são apresentados os dados médios da razão entre a evapotranspiração máxima da cultura (ETm) e a evaporação do tanque classe A (Eo) (coeficiente Kc 1), para os diferentes subperíodos e no ciclo total da cultura, para as três épocas de semeadura. Os valores médios da razão ETm/Eo para o ciclo total do milho foram de 0,66, 0,72 e 0,68, para as épocas de semeadura de setembro, outubro e novembro, respectivamente. O valor de Kc1 apresenta o mesmo comportamento nas três épocas de semeadura. É menor no subperíodo da semeadura à emergência, aumenta até o subperíodo 50% do pendoamento à maturação leitosa e diminui no final do ciclo, durante o subperíodo da maturação leitosa à maturação fisiológica (Tabela 6). Verifica-se, portanto, um aumento da relação ETm/Eo com o incremento do IAF. Verifica-se pequena variação nos valores médios dos coeficientes de cultura entre as épocas de semeadura. Isto pode ser esperado, considerando-se que as variáveis meteorológicas que determinam a demanda evaporativa da atmosfera exercem influência semelhante sobre a perda de água de superfícies vegetadas e sobre a evaporação de superfície de água. Como a ETm de culturas depende da demanda evaporativa e da própria cultura, as variações observadas são devido a diferenças de crescimento e desenvolvimento das plantas que ocorrem entre épocas de semeadura e anos, em função das variações dos elementos meteorológicos que afetam a cultura e as práticas culturais. Tabela 6. Evapotranspiração máxima (ETm), evaporação do tanque classe A (Eo) e a razão ETm/Eo (coeficiente Kc1) em diferentes subperíodos e no ciclo total do milho. Valores médios diários (mm) para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/771988/89. Época de semeadura Subperíodo*

Setembro ETm Eo Kc1

Outubro ETm Eo Kc1

Novembro ETm Eo Kc1


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S-E E-30d 30d-P P-ML ML-MF S-MF

1,7 2,7 4,9 5,7 4,0 4,0

4,3 5,3 6,3 7,0 6,4 6,1

0,40 0,51 0,78 0,81 0,63 0,66

2,1 3,1 5,3 6,6 4,3 4,6

5,7 6,0 6,4 7,2 6,5 6,4

0,37 0,52 0,83 0,92 0,66 0,72

2,8 4,3 5,6 5,1 3,6 4,4

6,8 7,2 6,9 6,3 5,6 6,5

0,41 0,60 0,81 0,81 0,64 0,68

Fonte: MATZENAUER, et al., 1998b * S - semeadura; E - emergência; 30d - 30dias após a emergência; P - 50% do pendoamento; ML - maturação leitosa; MF maturação fisiológica.

Os dados médios da razão entre a evapotranspiração máxima da cultura (ETm) e a evapotranspiração calculada pelo método de Penman (ETo) (coeficiente Kc 2), para os diferentes subperíodos e no ciclo total da cultura, para as três épocas de semeadura, são apresentados na Tabela 7. A relação ETm/ETo apresenta valores médios durante o ciclo do milho de 0,74, 0,81 e 0,80, para as épocas de semeadura de setembro, outubro e novembro, respectivamente. O comportamento apresentado nas três épocas de semeadura é semelhante. Os menores valores são verificados durante os subperíodos da semeadura à emergência e da emergência até os 30 dias após. Isto é explicado pelo fato de no primeiro subperíodo haver apenas evaporação do solo como componente da evapotranspiração e, no segundo subperíodo, haver um IAF ainda baixo. A partir do subperíodo dos 30 dias após a emergência até 50% do pendoamento ocorre um incremento da área foliar da cultura, atingindo valores máximos durante o subperíodo dos 50% do pendoamento até a maturação leitosa. Por esse motivo e também pelo fato de haver maior atividade fisiológica das plantas e coincidência com períodos de maior demanda evaporativa da atmosfera, os maiores valores de Kc2 foram verificados durante esses subperíodos, se aproximando de 1,0 durante a floração e início de enchimento de grãos. No final do ciclo, durante o subperíodo da maturação leitosa até a maturação fisiológica, ocorre uma redução nos valores dos coeficientes para as três épocas de semeadura, devido à diminuição da atividade fotossintética, em função da senescência das folhas. Essa resposta observada está de acordo com os resultados de CAMARGO & PEREIRA (1990), os quais afirmam que, em termos práticos, o Kc pode ser considerado como uma função da porcentagem de cobertura do terreno pela folhagem da cultura. Resultados obtidos por RADIN (1998) e publicados por BERGAMASCHI et al. (2001) demonstraram uma relação linear entre o coeficiente Kc2 (ETm/ETo), utilizando-se o método de Penman, e o índice de área foliar (IAF). O modelo que relaciona estas duas variáveis, para um híbrido precoce e com uma população de 67 mil plantas por hectare é: Kc2 = 0,723 + 0,1000 IAF

(r2 = 0,75)

Este modelo permite estimar o coeficiente de cultura (Kc2), tendo-se o índice de área foliar da cultura. Como nem sempre é possível obter valores de índice de área foliar, o IAF poderá ser estimado em função da altura de plantas, como demonstrou RADIN (1998). Para o híbrido Pioneer 3230, e com 67 mil plantas por hectare foi obtida a função: Kc = 0,714 + 0,002 h

(r2 = 0,74)


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Sendo h a altura de plantas (cm). É possível deduzir que o aumento do índice de área foliar tende a aumentar a demanda de água da cultura. Entretanto, esse aumento não deve manter uma relação linear, já que em altas densidades deverá aumentar a competição por luz. O adensamento da cultura tende a aumentar a quantidade de folhas sombreadas as quais irão transpirar menos devido ao menor fluxo de radiação sobre elas. Os trabalhos têm demonstrado que o índice de área foliar atinge seu valor máximo ao redor do pendoamento, quando a folha bandeira acaba de expandir-se. Por sua vez, sendo função direta do IAF, o coeficiente Kc aumenta rapidamente no período de crescimento da cultura, atinge seu valor máximo próximo ao pendoamente e decresce lentamente durante o período reprodutivo, com a senescência das folhas inferiores. Durante a maturação, com a senescência rápida das folhas, a transpiração das plantas e, portanto, o Kc diminuem de forma brusca. Quando o máximo IAF coincide com a maior demanda evaporativa atmosférica, da Segunda quinzena de dezembro até a primeira quinzena de janeiro, a evapotranspiração da cultura atinge seus valores mais elevados. Nos trabalhos de RADIN (1998) e BERGAMASCHI et al. (2001) esta coincidência proporcionou médias diárias em torno de 7mm de ETm, durante a floração do milho. Como foi visto anteriormente, este é o período crítico do milho, quando se dá a polinização e o início de formação dos grãos. Também é o período de maior demanda de água da cultura, portanto, duplamente sensível ao suprimento hídrico. Tabela 7. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração de referência (ETo) calculada pela fórmula de Penman e a razão ETm/ETo (coeficiente Kc2) em diferentes subperíodos e no ciclo total do milho. Valores médios diários (mm) para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89. Época de semeadura Subperíodo* S-E E-30d 30d-P P-ML ML-MF S-MF

Setembro ETm ETo Kc2 1,7 4,3 0,40 2,7 4,9 0,55 4,9 5,6 0,88 5,7 5,9 0,97 4,0 5,7 0,70 4,0 5,4 0,74

Outubro ETm ETo 2,1 5,3 3,1 5,7 5,3 5,7 6,6 6,3 4,3 5,5 4,6 5,7

Kc2 0,40 0,54 0,93 1,05 0,78 0,81

Novembro ETm ETo Kc2 2,8 6,0 0,47 4,3 6,1 0,70 5,6 6,0 0,93 5,1 5,3 0,96 3,6 4,9 0,73 4,4 5,5 0,80

Fonte: MATZENAUER, et al., 1998b * S - semeadura; E - emergência; 30d - 30dias após a emergência; P - 50% do pendoamento; ML - maturação leitosa; MF maturação fisiológica.

Na Tabela 8 são apresentados os valores médios de evapotranspiração da cultura (ETm), radiação solar global (Rs) transformada em milímetros de água evaporada, e a razão


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ETm/Rs (coeficiente Kc3), para os diferentes subperíodos e no ciclo total da cultura, para as três épocas de semeadura. A razão ETm/Rs apresenta valores médios durante o ciclo do milho de 0,45, 0,51 e 0,49, para as épocas de semeadura de setembro, outubro e novembro, respectivamente. Estes resultados significam que, aproximadamente, 50 % da radiação solar global é utilizada no processo de evapotranspiração durante o ciclo completo da cultura do milho (da semeadura até a maturação fisiológica), na média das três épocas de semeadura. O comportamento da razão ETm/Rs obtido nas três épocas de semeadura é semelhante. Os menores valores ocorrem durante os subperíodos da semeadura à emergência e da emergência até 30 dias após, que são subperíodos que se caracterizam por apresentarem maior evaporação do solo e baixos valores de transpiração, devido à ausência de área foliar no início do ciclo e baixos valores de IAF durante o início do período vegetativo. A exemplo dos resultados obtidos para as razões ETm/Eo e ETm/ETo, os maiores valores da razão ETm/Rs são verificados durante os subperíodos dos 30 dias após a emergência até 50% do pendoamento e de 50% do pendoamento até a maturação leitosa, por possuírem maior área foliar, com intensa atividade fotossintética e fisiológica e, normalmente, coincidirem com períodos de alta demanda evaporativa da atmosfera. Durante o subperíodo de 50% do pendoamento até a maturação leitosa, o coeficiente atinge o valor de 0,68 para a época de semeadura de outubro, significando uma alta utilização de energia no processo de evapotranspiração, durante a floração e início de enchimento de grãos, caracterizado como o período mais crítico da cultura em relação à disponibilidade hídrica. Os resultados mostram que a quantidade de energia utilizada na evapotranspiração é baixa no início do ciclo de desenvolvimento da cultura do milho, sendo que aproximadaqmente 25% da energia total é utilizada no processo de evaporação, durante o subperíodo da semeadura até a emergência. Após a emergência das plantas, ocorre um aumento gradativo da razão ETm/Rs, até o subperíodo que engloba a floração e o início do enchimento de grãos, com uma média de cerca de 0,63 nas três épocas de semeadura, representando alta utilização de energia. No final do ciclo, durante o subperíodo da maturação leitosa até a maturação fisiológica, o percentual da energia solar utilizada na evapotranspiração diminui para menos de 50%. Os resultados apresentados são representativos e consistentes, levando-se em conta que são médias oriundas de um período agrícola longo, podendo ter grande utilidade para o planejamento de lavouras irrigadas, para o estabelecimento de épocas de semeadura e como subsídio à elaboração e aperfeiçoamento de zoneamentos agroclimáticos e planejamentos agrícolas. São dados obtidos nas condições de solo e clima do Rio Grande do Sul, envolvendo um amplo período de semeadura, sendo, desta forma, recomendados para a estimativa das necessidades hídricas da cultura do milho para diferentes locais e anos agrícolas. Tabela 8. Evapotranspiração máxima (ETm), radiação solar global (Rs), e a razão ETm/Rs (coeficiente Kc3) em diferentes subperíodos e no ciclo total do milho. Valores médios diários (mm) para três épocas de semeadura. Estação Experimental de Taquari/RS, período 1976/77-1988/89. Época de semeadura


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Setembro ETm Rs Kc3 1,7 7,1 0,24 2,7 8,2 0,33 4,9 9,1 0,54 5,7 9,5 0,60 4,0 9,1 0,44 4,0 8,9 0,45

Subperíodo* S-E E-30d 30d-P P-ML ML-MF S-MF

Outubro ETm Rs Kc3 2,1 8,4 0,25 3,1 9,1 0,34 5,3 9,1 0,58 6,6 9,7 0,68 4,3 8,6 0,50 4,6 9,0 0,51

Novembro ETm Rs Kc3 2,8 9,6 0,29 4,3 9,8 0,44 5,6 9,7 0,58 5,1 8,5 0,60 3,6 7,8 0,46 4,4 9,0 0,49

Fonte: MATZENAUER, et al., 1998b * S - semeadura; E - emergência; 30d - 30dias após a emergência; P - 50% do pendoamento; ML - maturação leitosa; MF maturação fisiológica.

4.3. Exemplo de utilização do coeficiente de cultura Para a estimativa das necessidades hídricas da cultura do milho em diferentes situações (locais, épocas de semeadura e anos) deve-se utilizar os coeficientes de cultura apresentados nas Tabelas 6, 7 e 8, da seguinte forma: ETm = Eo x Kc1 ETm = ETo x Kc2 ETm = Rs x Kc3 Exemplo: estimativa do consumo de água para um período de sete dias de uma lavoura semeada em setembro, que se encontra no período de início de enchimento de grãos, o qual coincide conforme a Tabela 6 com o subperíodo P-ML. Considerando-se que a evaporação do tanque classe A no período correspondente tenha sido de 52,0 mm e, utilizando-se o valor do coeficiente de cultura Kc1, que é de 0,81, calcula-se o consumo de água da seguinte forma: ETm = Eo x Kc1 Sendo:

Eo = 52,0 mm

Tem-se que:

Kc1 = 0,81

ETm = 52,0 x 0,81

ETm = 42,1 mm

Se for utilizado o valor de Kc2 (Tabela 7), considerando ETo = 44,0mm, o cálculo é:


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ETm = ETo x Kc2 ETo = 44,0mm

Kc2 = 0,97

Logo: ETm = 44,0 x 0,97 ETm = 42,7 mm Os valores acima estimados de 42,1mm ou 42,7mm, são, portanto, um deles, o valor da necessidade hídrica da cultura no período de sete dias exemplificado, correspondendo no exemplo 1 a 42,1 litros por m2 ou 421 m3 por hectare e no exemplo 2, a 42,7 litros por m2 ou 427 m3 por hectare.

4.4. Disponibilidades hídricas para a cultura do milho em diferentes locais e épocas de semeadura Neste capítulo, são apresentados resultados de balanços hídricos calculados durante o período de 1975/76 a 2000/2001, para dez localidades do Estado, conforme relacionado na Tabela 9. A localização geográfica é mostrada na Figura 8. Utilizou-se a metodologia de THORNTHWAITE & MATHER (1955) para o cálculo do balanço hídrico decendial, com um valor médio para a capacidade de água disponível no solo (CAD) de 75 mm.. O período para cada local é variável (Tabela 9), pois depende da disponibilidade de dados meteorológicos para o cálculo da evapotranspiração de referência pelo método de Penman. A evapotranspiração máxima da cultura (ETm), para cada situação, foi estimada utilizando-se coeficientes de cultura (Kc) determinados regionalmente (MATZENAUER et al., 1998b), segundo a relação: Kc = ETm/ETo sendo, ETo a evapotranspiração de referência calculada pelo método de PENMAN (1956). As determinações de evapotranspiração máxima do milho (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica, foram feitas para quatro ou cinco épocas de semeadura, dependendo da localidade (agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, iniciadas no dia primeiro de cada mês) nos seguintes períodos de desenvolvimento da cultura: da emergência a 30 dias após (Em – 30Em); 30Em ao início do pendoamento (30Em - IP); IP a 30 dias após (IP - 30IP ); 30IP à maturação fisiológica (30IP - MF ) e no ciclo completo (Em - MF ). Tabela 9. Relação das localidades onde foram calculados os balanços hídricos para a cultura do milho.


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Localidade

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Cruz Alta Júlio de Castilhos Passo Fundo Santa Rosa São Borja São Gabriel Taquari Rio Grande Encruzilhada do Sul Veranópolis

Região Climática Planalto Missões Vale do Uruguai Depressão Central Litoral Sul Serra do Sudeste Serra do Nordeste

Período calculado 75/76-97/98 75/76-95/96 75/76-98/99 75/76-98/99 75/76-99/00 75/76-99/00 75/76-00/01 75/76-98/99 75/76-98/99 75/76-98/99

Coordenadas Geográficas Altitude Latitude Longitude 473 28º38’21’’ 53º36’42’’ 514 29°13’26’’ 53º40’45’’ 709 28°15’41’’ 52°24’45’’ 273 27º51’50’’ 54º29’03’’ 99 28º39’44’’ 56º00’44’’ 109 30º20’27’’ 54º19’01’’ 76 29º48’15’’ 51º49’30’’ 15 32º01’02’’ 52º09’32’’ 420 30º25’35’’ 52º31’20’’ 705 28º56’14’’ 51º33’11’’

Figura 8. Localidades onde foram calculados os balanços hídricos para a cultura do milho

Nas Tabelas com numeração de 10 a 19 são apresentados os resultados de evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em milímetros, para as localidades de Cruz Alta, Júlio de Castilhos, Passo Fundo, Santa Rosa, São Borja, São Gabriel, Taquari, Rio Grande, Encruzilhada do Sul e


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Veranópolis, respectivamente, em quatro subperíodos de desenvolvimento da cultura do milho e no ciclo completo, para quatro épocas de semeadura nos locais de maior altitude e (ou) de menor temperatura, onde a época de semeadura de agosto não é indicada e para cinco épocas de semeadura nos locais mais quentes, onde a época de semeadura de agosto é indicada segundo o zoneamento agroclimático para a cultura do milho (MALUF et al., 2000). Os valores médios de evapotranspiração máxima (ETm) total no ciclo da cultura do milho variam de 412mm na época de semeadura de dezembro para a localidade de Rio Grande (Tabela 17), a 648mm na época de semeadura de setembro para Júlio de Castilhos (Tabela 11). Os maiores valores de ETm são verificados em Júlio de Castilhos, Passo Fundo, Veranópolis, Cruz Alta e São Gabriel, sendo os menores valores observados em Taquari, Rio Grande, Encruzilhada do Sul, Santa Rosa e São Borja. Nas épocas de semeadura de agosto, setembro e outubro, ocorrem os maiores valores de consumo de água total no ciclo, sendo que nas épocas de novembro e dezembro observa-se uma diminuição da ETm total. O menor consumo de água durante as épocas de novembro e dezembro, pode ser explicado pelo fato de não haver coincidência entre os subperíodos de maior demanda hídrica e maior índice de área foliar (IAF), com os períodos de maior demanda atmosférica. A evapotranspiração diária de cada espécie sem limitação de água no solo, depende do estádio de desenvolvimento das plantas e da demanda evaporativa da atmosfera, e seu valor absoluto varia, portanto, em função das condições climáticas de cada região e em função do ano e época de semeadura na mesma região. Como em anos de estiagem ocorre maior número de dias claros, é normal que as condições meteorológicas favoreçam maior demanda evaporativa da atmosfera e, portanto, maior consumo de água pelas culturas. Para a localidade de Júlio de Castilhos, por exemplo, os valores de evapotranspiração da cultura foram superiores a 800mm durante o ciclo completo, para as épocas de semeadura de setembro e outubro, durante o ano agrícola 1985/86, ano que se caracterizou pela ocorrência de forte estiagem, com perdas significativas nas lavouras do Estado. Em vários locais, os menores valores de ETm total foram verificados durante os anos agrícolas 1994/95 e 1997/98, que coincidiram com períodos de maior disponibilidade hídrica e menor demanda evaporativa da atmosfera. Os subperíodos de desenvolvimento do milho em que ocorrem os maiores valores de ETm são de 30 dias após a emergência até o início do pendoamento (30Em-IP) e do início do pendoamento até 30 dias após (IP-30IP), com valores médios que variam de 96 mm a 242mm e de 114 mm a 196 mm, respectivamente. Durante o período inicial de desenvolvimento das plantas (subperíodo Em-30Em), os valores de evapotranspiração da cultura são menores, variando na média, de 48 mm a 115 mm, para os diferentes locais e épocas de semeadura. Com o aumento da área foliar durante os subperíodos 30Em-IP e IP30IP são observados valores elevados de evapotranspiração da cultura, atingindo, como referido anteriormente, os maiores valores de consumo de água. No final do ciclo, durante o subperíodo 30IP-MF, ocorre uma redução no consumo de água. Verifica-se, portanto, que os subperíodos que englobam o final do período vegetativo, a floração e o início de enchimento de grãos (30Em-IP e IP-30IP) são os que apresentam maior consumo de água. É durante estes subperíodos que a planta atinge maior índice de área foliar e ocorre maior atividade fisiológica da cultura. Quando estes subperíodos coincidem


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com condições atmosféricas de elevada demanda evaporativa, verifica-se os valores máximos de consumo de água. Os valores totais de evapotranspiração real (ETr) durante o ciclo da cultura, na média do período estudado, variam de 302 mm para a época de semeadura de dezembro em Rio Grande (Tabela 17), a 501 mm para a época de semeadura de setembro em Passo Fundo (Tabela 12). Os maiores valores de ETr são verificados nas localidades de Passo Fundo, Veranópolis e Júlio de Castilhos, sendo os menores valores observados para as localidades de Rio Grande, Encruzilhada do Sul, São Gabriel e Taquari. A evapotranspiração real de uma cultura depende das condições de disponibilidade hídrica no solo, do estádio de desenvolvimento da cultura e das condições meteorológicas que determinam a demanda evaporativa da atmosfera. Em anos com maior disponibilidade hídrica, como ocorrido, por exemplo, durante o ano agrícola 1992/93 para a localidade de Passo Fundo, os valores de ETr se aproximaram mais dos valores de ETm da cultura, ocasionando baixos valores de deficiência hídrica. BUNCE (1989) comenta a ocorrência de déficit hídrico na planta como um fenômeno quase diário, sendo observado mesmo em condições de alta disponibilidade hídrica no solo. Ou seja, em condições de alta demanda evaporativa da atmosfera, mesmo que o solo esteja em capacidade de campo, ocorre déficit hídrico na planta, pelo fato da taxa de absorção de água não acompanhar a taxa de transpiração. Durante o dia a planta perde mais água do que consegue absorver, aumentando o déficit até aproximadamente o meio da tarde. Após, com a diminuição da demanda evaporativa, a planta começa a absorver maior quantidade de água do que a perdida por transpiração, iniciando o processo de recuperação do déficit, ocorrendo um equilíbrio dos potenciais da água na planta durante a noite. Se não houver reposição de água no solo, chegará o momento em que o processo se tornará irreversível. A duração deste período depende da demanda evaporativa da atmosfera, da capacidade de armazenamento de água no solo, das características da cultura e do estádio de desenvolvimento da planta. Pelos resultados apresentados, verifica-se que é comum a ocorrência de deficiências hídricas para a cultura do milho no Estado, nos vários locais e épocas de semeadura estudados. A deficiência total média no ciclo varia de 61 mm na época de semeadura de agosto em Taquari (Tabela 16), a 192 mm na época de outubro em São Gabriel (Tabela 15). As maiores deficiências hídricas ocorrem em São Gabriel, Júlio de Castilhos, Cruz Alta e Rio Grande, sendo os menores valores verificados em Taquari, Passo Fundo e Veranópolis. Observa-se que nos locais mais quentes (Taquari, Santa Rosa e São Borja), as menores deficiências hídricas ocorrem nas semeaduras de agosto e dezembro. Com base nesta resposta, recomenda-se nestes locais as semeaduras precoce (agosto) ou tardia (dezembro), sendo as mais indicadas para a redução de riscos associados à produção de grãos. As maiores deficiências hídricas ocorrem durante os subperíodos do final do crescimento vegetativo (30Em-IP), e durante a floração e enchimento de grãos, compreendido entre o início do pendoamento até cerca de 30 dias após (IP-30IP). Durante o subperíodo crítico, as deficiências médias variam de 24 mm para a semeadura de dezembro em Cruz Alta (Tabela 10), a 99 mm para a semeadura de outubro, em São Gabriel (Tabela 15), verificando-se, portanto, grandes diferenças entre locais e épocas de semeadura. Os menores valores de deficiência hídrica foram observados durante o subperíodo da emergência a 30 dias após. Este subperíodo caracteriza-se pelo baixo índice de área foliar,


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sendo este o principal fator responsável pelo menor consumo de água, ocorrendo desta forma, menor deficiência hídrica. Agosto e dezembro são as épocas de semeadura em que foram verificadas as menores deficiências hídricas durante o período crítico da cultura (IP30IP). Os maiores valores no mesmo período são observados nas épocas de setembro e outubro. Pelos resultados obtidos, evidencia-se maior risco por deficiência hídrica para as épocas de semeadura de setembro e outubro, e menor risco para as épocas de agosto e dezembro. Em períodos de forte estiagem como ocorreu durante o ano agrícola 1985/86, foram observados valores de deficiência hídrica total no ciclo, superiores a 500 mm. Os resultados demonstram que a deficiência hídrica é um dos principais fatores limitantes à obtenção de elevados rendimentos de grãos na cultura do milho e de safras agrícolas estáveis no Estado do Rio Grande do Sul. Tabela 10. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Cruz Alta, RS, período 1975/76-1997/98. ETm Ano 75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

Época Em- 30Em 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10

30Em 54 67 77 85 80 93 105 112 82 96 94 115 84 91 91 120 50 92 82 108 67 71 92 99 61 90 103 106 76 85 117 108 63 87 102 131 65 100 136 110 62 89 117 113 73 76

-IP 184 164 130 128 247 216 170 143 243 203 175 157 221 197 181 194 230 173 163 171 189 187 149 133 226 208 161 174 233 219 164 142 239 215 197 170 283 257 167 142 248 231 172 157 215 207

IP30IP 157 138 142 111 196 166 158 145 184 190 177 169 189 215 219 124 160 196 192 140 174 162 149 144 194 195 198 138 208 177 158 148 200 222 192 127 203 175 159 108 213 183 176 129 179 172

ETr 30IPMF 92 106 85 68 117 131 111 94 140 132 128 120 171 145 95 91 144 139 108 93 118 114 110 109 156 130 105 108 118 132 114 96 166 124 96 89 133 122 83 73 133 129 98 98 127 128

EmMF 487 475 434 392 640 606 544 494 649 621 574 561 665 648 586 529 584 600 545 512 548 534 500 485 637 623 567 526 635 613 553 494 668 648 587 517 684 654 545 433 656 632 563 497 594 583

Em- 30Em 30Em -IP 54 169 61 161 77 113 82 127 78 222 93 197 99 164 112 138 71 220 93 174 90 94 81 89 78 167 81 164 91 101 93 67 50 205 89 164 80 132 99 79 66 189 71 176 91 145 98 133 61 200 82 201 103 127 96 88 76 203 85 138 85 115 96 142 63 206 87 128 86 77 83 85 59 89 73 35 39 20 23 134 62 231 89 191 102 124 99 139 67 199 76 130

IP30IP 130 114 141 102 168 151 151 110 126 67 81 99 101 49 53 124 136 101 66 62 159 155 145 140 154 75 75 106 84 128 158 121 81 61 76 121 12 60 144 86 117 121 153 120 72 81

D 30IPMF 92 106 81 63 116 122 91 77 67 78 87 21 31 77 95 68 83 47 46 80 116 114 109 76 39 79 90 57 118 125 102 78 30 66 94 85 82 103 61 66 124 113 96 75 77 101

EmMF 445 442 412 374 585 563 505 437 484 412 352 290 378 372 340 352 473 401 323 320 530 516 489 447 455 437 396 348 480 476 460 438 380 341 333 373 241 270 263 308 534 514 476 433 415 387

Em- 30Em 30Em -IP 0 15 6 3 0 17 3 1 2 25 0 19 6 5 0 5 10 23 3 29 3 81 34 68 6 53 10 33 1 81 27 127 0 26 3 9 2 32 9 91 0 0 0 11 1 5 0 0 0 26 9 7 0 33 9 85 0 30 0 81 32 49 12 0 0 34 0 88 17 120 48 85 7 194 28 222 97 147 88 8 0 17 0 40 15 49 14 18 6 16 0 78

IP30IP 27 23 1 8 28 15 7 35 58 123 96 70 88 166 166 0 24 95 126 78 15 8 4 4 40 120 123 32 124 49 0 27 119 161 116 6 191 115 16 22 96 62 23 9 107 92

30IPMF 0 0 5 5 1 8 20 17 72 54 42 99 140 68 0 23 62 92 63 13 2 0 1 33 117 51 14 51 0 6 12 18 136 58 2 4 52 19 22 7 9 17 1 23 49 27

EmMF 42 33 23 18 56 42 39 57 164 208 222 271 287 276 247 177 111 198 223 192 17 19 11 38 183 186 171 177 154 136 93 57 289 307 254 143 443 384 282 125 122 118 87 64 179 196


51 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

100 113 58 95 104 112 64 99 102 106 60 74 95 98 52 83 82 107 52 64 99 80 43 94 116 107 46 56 84 81 46 46 90 69

170 144 237 208 169 130 252 218 161 140 204 194 149 115 205 170 162 119 195 182 121 123 256 238 164 97 177 157 121 104 158 176 105 85

159 137 196 179 144 121 180 154 155 114 183 156 130 113 167 185 136 103 147 132 136 91 201 153 110 102 124 142 118 86 134 114 97 93

105 103 113 106 93 78 121 123 88 85 101 95 87 86 123 84 77 86 100 108 70 79 102 82 78 64 105 81 65 69 85 71 72 77

534 497 604 588 510 441 617 594 506 445 548 519 461 412 547 522 457 415 494 486 426 373 602 567 468 370 452 436 388 340 423 407 364 324

Épocas 01/09 01/10 01/11 01/12

62 82 99 104

222 201 158 138

179 170 155 122

123 114 93 88

586 567 506 452

88/89

89/90

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

82 68 58 84 86 100 64 94 94 95 60 74 89 89 52 81 82 82 51 64 74 80 43 80 65 69 46 55 77 74 45 46 86 67

66 126 208 140 108 114 200 137 129 135 197 174 127 113 195 167 110 97 171 115 107 93 136 65 68 97 133 134 101 103 158 150 95 80

141 65 97 122 128 103 87 139 151 94 134 129 127 81 147 90 99 103 77 119 69 75 46 92 110 99 115 111 117 83 104 104 87 80

57 62 93 96 82 78 110 113 72 85 101 89 64 84 68 84 77 86 85 46 57 54 73 81 76 60 80 80 64 62 81 67 64 74

345 321 455 442 404 395 460 483 446 409 493 466 407 366 462 422 367 368 384 343 307 301 298 319 319 325 374 380 359 322 388 367 331 301

18 45 0 11 18 12 0 5 8 11 0 0 6 9 0 2 1 26 1 0 25 0 0 14 51 39 1 1 7 7 1 0 4 2

104 18 29 68 61 16 52 81 32 5 6 20 22 2 10 3 52 22 25 67 14 30 120 173 96 0 44 23 21 1 0 26 10 5

18 72 99 57 16 18 94 16 5 20 49 27 3 33 20 95 37 0 70 13 68 16 155 61 0 4 9 31 1 3 30 10 10 13

48 41 21 10 11 0 11 9 16 0 0 6 23 2 55 0 0 0 15 62 14 25 29 1 2 5 26 0 1 8 4 4 8 3

189 176 149 146 105 45 157 111 61 36 55 54 54 45 85 100 90 48 110 141 119 72 304 249 149 47 79 55 29 18 35 40 32 23

83 89 78 70

435 417 382 362

2 5 16 20

37 54 51 29

72 67 42 24

40 25 15 19

151 151 124 92

Valores médios 60 78 84 84

185 147 106 109

107 103 114 99

*Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF. Fonte: MATZENAUER et al. (2000)

Tabela 11. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Júlio de Castilhos, RS, período 1975/76-1995/96. ETm Ano 75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

Época Em- 30Em 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

30Em 71 99 103 112 84 101 111 107 87 95 97 117 75 85 93 124 56 87 89 109

-IP 258 219 172 161 263 222 162 143 242 210 178 162 216 197 187 201 223 183 165 198

IP30IP 205 178 180 147 194 160 159 157 190 187 182 162 192 224 226 120 171 208 222 160

ETr 30IPMF 120 137 113 92 120 136 120 99 143 135 123 104 173 149 92 98 161 164 125 99

EmMF 654 633 568 512 661 619 552 506 662 627 580 545 656 655 598 543 611 642 601 566

Em- 30Em 30Em -IP 67 218 84 215 103 152 108 157 79 209 101 143 99 112 96 127 79 205 95 166 96 110 95 129 71 153 81 144 90 97 89 40 56 202 82 173 88 110 92 52

IP30IP 161 142 169 129 72 118 128 101 84 110 122 101 97 50 27 105 133 76 36 73

D 30IPMF 118 136 100 84 113 114 88 92 120 104 87 47 22 51 86 36 52 29 59 99

EmMF 564 577 523 478 474 475 427 416 489 476 415 373 343 326 301 269 443 359 293 316

Em- 30Em 30Em -IP 4 40 15 4 0 20 4 4 5 54 0 79 12 50 11 16 8 37 0 44 1 68 22 34 4 63 5 53 2 90 35 161 0 21 6 11 1 55 17 145

IP30IP 43 36 11 18 122 42 31 56 106 77 60 61 95 174 199 15 38 132 186 87

30IPMF 2 1 13 8 7 22 32 7 23 31 36 57 151 98 6 62 109 135 66 1

EmMF 90 56 44 34 188 144 125 90 173 151 164 173 313 330 297 274 169 282 308 250


52 80/81

01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

72 78 99 105 65 103 110 110 68 86 107 115 72 91 119 119 70 82 114 131 73 112 151 142 70 100 110 119 83 89 112 123 66 108 111 117 70 105 108 125 67 92 100 127 52 87 109 92 65 85 97 102 62 86 89 119 74 76 104 98 67 92 99 95

218 199 159 134 252 217 165 176 230 216 174 167 252 229 180 136 247 229 197 152 316 292 215 191 253 225 181 171 239 233 186 168 267 220 176 156 258 229 189 169 236 208 192 186 225 209 139 140 222 200 155 146 208 188 178 168 216 202 148 119 235 204 145 110

173 167 149 145 191 201 200 165 204 198 187 134 216 183 151 151 206 228 174 137 253 236 214 165 218 189 191 161 203 188 185 156 200 196 173 153 207 186 187 142 203 224 209 169 182 163 159 128 185 165 164 128 185 210 190 117 171 143 131 101 171 140 122 118

120 115 110 123 166 137 125 126 139 134 102 99 119 131 116 106 158 103 102 97 175 162 127 82 147 150 122 124 141 145 119 132 132 129 117 89 143 152 110 99 163 151 130 114 126 110 98 89 120 126 99 77 158 117 87 74 106 108 77 92 98 98 90 74

583 559 517 507 674 658 600 577 641 634 570 515 659 634 566 512 681 642 587 517 817 802 707 580 688 664 604 575 666 655 602 579 665 653 577 515 678 672 594 535 669 675 631 596 585 569 505 449 592 576 515 453 613 601 544 478 567 529 460 410 571 534 456 397

Época 01/09

70 92 106 115

242 216 173 160

196 189 179 144

140 133 110 100

648 630 568 519

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

68 78 99 100 65 89 109 85 67 86 97 114 72 91 107 115 70 82 102 102 56 77 47 43 70 100 99 106 76 89 101 83 66 94 92 97 70 95 97 112 67 92 98 113 52 78 98 92 64 85 84 101 58 82 89 107 74 76 96 88 67 82 71 68

218 188 129 133 188 201 116 110 220 189 163 132 198 145 150 136 227 162 108 112 96 69 41 76 240 177 117 150 227 158 77 142 230 152 102 135 232 166 152 161 223 188 160 102 156 161 139 128 182 141 132 141 199 186 157 121 182 151 89 114 153 80 78 110

152 126 143 130 128 44 104 124 153 126 117 134 152 170 151 114 110 100 104 92 42 41 75 121 121 122 143 129 95 92 160 92 75 121 152 118 124 154 172 102 183 128 99 67 144 132 135 127 121 133 138 110 182 134 118 111 99 74 124 101 60 97 119 111

92 110 104 42 54 119 104 28 106 113 102 90 113 128 99 72 64 74 76 97 40 66 93 82 119 111 106 86 85 127 82 43 120 115 104 89 117 136 80 99 87 78 56 84 103 110 98 89 120 112 80 65 103 112 86 73 79 106 77 78 64 98 87 66

529 502 475 406 435 452 434 347 546 514 480 471 536 534 507 437 472 418 390 404 235 252 255 323 549 511 465 472 483 466 421 360 491 483 450 440 542 551 501 475 560 486 413 366 455 481 471 436 487 471 434 417 542 514 450 412 434 407 386 380 343 357 356 355

5 0 0 5 1 15 1 25 1 0 10 0 1 0 11 4 0 0 13 28 17 35 104 99 0 0 11 13 7 0 10 40 0 14 19 19 0 10 11 12 0 0 2 14 0 10 11 0 1 0 14 1 4 4 0 11 0 0 8 10 0 10 29 27

0 11 30 1 63 16 50 65 10 27 11 35 53 84 30 0 20 67 89 40 219 223 174 115 13 48 64 21 12 74 108 26 38 69 75 21 27 63 37 8 13 20 32 83 69 48 0 13 39 59 23 6 9 2 22 47 34 52 58 5 83 124 67 0

21 41 7 15 63 157 96 41 51 72 70 0 64 13 0 36 95 127 70 45 211 195 140 44 97 68 48 32 107 96 26 64 125 75 21 34 84 32 15 40 19 97 110 102 39 31 24 2 64 32 26 18 3 76 72 6 72 69 7 0 110 43 3 8

29 5 7 81 113 18 21 98 32 21 0 9 6 3 17 34 94 29 26 0 135 97 34 0 29 39 16 37 56 18 36 89 12 13 12 0 27 16 30 0 76 73 74 30 23 0 0 0 0 14 19 12 55 5 1 1 27 2 0 14 35 0 3 8

54 58 43 102 239 206 166 229 94 120 90 44 124 100 58 74 210 224 197 114 582 550 452 257 138 154 140 103 183 188 180 218 175 170 128 74 137 121 93 60 108 190 217 229 130 89 35 14 105 105 81 36 71 87 95 65 134 123 73 29 227 177 101 42

90 102 88 73

474 458 421 398

3 6 13 19

44 56 55 40

78 80 58 34

50 31 21 26

175 173 147 119

Valores médios 01/10 01/11 01/12

67 87 93 96

198 160 119 120

119 109 121 109

*Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF. Fonte: MATZENAUER et al. (2000)


53

Tabela 12. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Passo Fundo, RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano

Época Em-

75/76

01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

30Em 30Em -IP 67 229 83 195 92 150 98 154 84 253 98 221 105 171 112 132 81 229 87 202 91 180 119 156 84 232 92 205 98 184 122 209 59 214 87 156 77 146 97 169 70 211 77 196 95 157 104 138 63 230 89 204 101 151 100 177 59 202 83 177 88 156 103 143 69 222 84 197 103 155 102 132 61 210 88 185 88 177 117 159 64 275 99 246 129 174 116 163 66 245 93 204 102 153 101 137 72 222 79 206 101 162 107 142 67 253 102 205 107 150 99 126 66 240 96 211 102 153 100 140 60 203 74 189 91 169 112 161 42 174 64 137 100 146 97 134

IP30IP 171 168 172 149 204 159 146 145 184 185 174 153 194 223 235 122 142 184 190 134 172 164 155 131 176 184 201 142 178 176 160 121 185 167 147 140 186 202 180 121 206 193 183 148 180 159 154 133 171 176 159 140 180 163 140 124 185 146 154 113 176 201 182 142 162 174 153 119

ETr 30IPMF 119 126 114 86 108 125 111 92 138 133 117 117 175 157 94 93 140 138 104 101 127 118 100 113 157 135 107 116 125 118 93 93 113 120 108 97 155 116 91 88 146 142 113 84 123 118 101 106 133 120 108 113 108 105 95 90 108 125 87 84 146 125 109 99 161 129 91 82

EmMF 586 572 528 487 649 603 533 481 632 607 562 545 685 677 611 546 555 565 517 501 580 555 507 486 626 612 560 535 564 554 497 460 589 568 513 471 612 591 536 485 691 680 599 511 614 574 510 477 598 581 530 502 608 575 492 439 599 578 496 437 585 589 551 514 539 504 490 432

Em- 30Em 30Em -IP 67 213 77 192 92 124 90 145 83 243 98 217 105 167 112 129 73 226 87 179 91 125 102 129 80 223 92 169 97 109 102 63 58 214 87 156 77 142 97 148 70 197 77 186 92 147 100 138 63 224 89 202 101 147 99 82 59 195 83 121 72 131 101 111 69 195 84 157 91 144 102 129 61 125 82 97 63 123 110 114 55 128 73 116 72 79 74 94 66 205 89 166 88 124 98 125 72 193 79 165 88 140 104 133 66 234 96 184 100 149 99 122 66 217 92 176 96 149 100 132 60 190 74 168 84 106 82 114 42 162 60 137 100 146 97 121

IP30IP 135 134 155 111 197 152 141 135 153 128 121 91 127 60 45 116 142 165 148 132 170 153 150 120 168 139 74 84 102 143 100 121 149 143 144 95 102 97 99 107 64 81 88 73 118 121 134 94 131 142 150 58 142 161 137 124 140 137 146 108 123 53 115 58 162 148 127 115

D 30IPMF 116 111 95 84 108 123 110 87 105 100 66 97 50 70 93 81 133 122 104 84 119 118 94 50 88 68 76 43 110 81 93 84 99 116 85 73 80 89 86 78 68 34 59 76 115 101 83 75 105 99 53 52 108 104 95 90 100 121 86 81 56 106 53 41 136 127 89 82

EmMF 531 514 466 430 631 590 523 463 557 494 403 419 480 391 344 362 547 530 471 461 556 534 483 408 543 498 398 308 466 428 396 417 512 500 464 399 368 365 371 409 315 304 298 317 504 477 429 392 501 485 431 347 550 545 481 435 523 526 477 421 429 401 358 295 502 472 462 415

Em- 30Em 30Em -IP 0 17 6 3 0 25 8 8 1 10 0 4 0 5 0 3 7 3 0 23 0 55 17 27 4 8 0 36 1 75 20 146 0 0 0 0 0 4 1 21 0 14 0 10 4 10 4 1 0 6 0 1 0 4 1 95 0 7 0 55 15 25 3 32 0 27 0 40 13 11 0 3 0 84 7 88 25 53 7 45 9 147 26 130 58 95 42 69 0 40 5 38 14 29 3 12 0 29 0 41 12 22 4 9 1 19 7 22 7 1 0 4 0 23 4 35 6 3 1 8 0 13 0 20 7 62 30 47 0 12 4 0 0 0 0 14

IP30IP 37 34 17 39 6 7 5 10 32 58 53 62 67 163 190 6 0 19 42 2 2 11 5 11 8 45 127 58 76 33 60 0 36 24 3 45 84 106 81 14 141 112 94 75 63 38 20 39 40 33 9 83 38 1 4 0 45 10 8 5 53 148 67 84 0 26 25 4

30IPMF 3 15 19 2 0 3 2 5 34 33 51 20 125 87 1 12 7 16 0 17 7 0 6 62 69 67 32 74 15 37 0 9 14 4 23 24 74 27 6 10 78 108 55 8 8 17 18 31 28 21 55 62 0 1 0 0 8 4 1 3 90 18 56 58 25 2 2 0

EmMF 57 58 61 57 17 14 12 18 76 114 159 126 204 286 267 184 7 35 46 41 23 21 25 78 83 113 163 228 98 125 100 44 77 68 50 72 242 228 165 76 375 376 302 194 111 98 81 85 97 95 98 158 58 31 12 4 76 53 18 17 156 186 192 219 37 32 27 18


54 92/93

01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

67 82 99 105 57 96 85 116 66 67 107 91 48 94 105 113 67 83 105 109 59 64 101 95 53 80 108 106

219 200 160 137 226 180 176 139 203 207 138 128 243 210 170 126 235 199 164 155 189 207 145 123 241 210 159 134

190 173 154 119 183 202 159 114 177 140 143 104 185 174 141 139 166 196 175 123 181 161 141 126 166 173 150 139

120 114 92 84 139 98 85 98 109 114 80 106 126 117 107 102 147 121 93 129 120 98 97 82 128 113 106 98

596 569 505 445 605 576 505 467 555 528 468 429 602 595 523 480 615 599 537 516 549 530 484 426 588 576 523 477

Época 01/09

65 85 99 106

225 198 160 146

179 177 164 131

132 122 100 98

601 582 523 481

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

67 82 98 98 57 96 85 110 66 67 104 91 48 86 94 85 66 83 80 109 59 64 91 95 53 78 85 96

215 195 143 137 226 180 148 90 191 191 138 120 204 122 87 126 187 140 150 155 189 170 135 123 208 165 124 134

165 151 154 112 168 124 79 106 162 140 133 90 50 96 141 125 124 155 163 114 138 161 141 121 121 118 150 122

120 114 89 84 80 69 83 90 106 106 72 69 97 117 105 84 136 121 88 45 120 97 94 82 88 113 93 66

567 542 484 431 531 469 395 396 525 504 447 370 399 421 427 420 513 499 481 423 506 492 461 421 470 474 452 418

0 0 1 7 0 0 0 7 0 0 3 0 0 8 11 28 2 0 25 0 0 0 11 0 0 3 23 10

4 5 18 0 0 0 28 49 12 17 0 8 39 88 83 0 48 60 13 0 0 37 10 0 34 45 36 0

26 22 0 6 15 78 80 7 16 0 11 14 135 78 0 14 42 41 12 9 43 0 0 5 45 55 0 18

0 0 3 0 60 29 2 8 3 8 9 37 29 0 2 18 11 0 5 85 0 1 3 0 41 0 13 31

30 27 22 13 75 107 110 71 31 25 23 59 203 174 96 60 103 101 55 94 43 38 24 5 120 103 72 59

102 101 85 74

501 477 432 400

1 3 10 8

25 33 28 25

44 48 38 25

30 21 15 24

100 105 91 82

Valores médios 01/10 01/11 01/12

64 82 89 98

200 165 132 122

135 129 126 106

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF. Fonte: MATZENAUER et al. (2000)

Tabela 13. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para cinco épocas de semeadura. Santa Rosa, RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano

Época Em-

75/76

01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

30Em 30Em -IP 55 204 74 204 98 165 109 167 109 102 58 237 92 191 90 148 98 181 120 116 56 219 85 182 92 151 101 190 126 150 57 175 59 177 86 127 83 159 106 116 83 226 89 193 88 169 112 164 108 118 73 235 81 220

IP30IP 189 190 189 168 152 159 169 202 187 171 154 183 212 231 141 154 135 176 193 176 164 181 183 185 158 175 189

ETr 30IPMF 150 135 128 113 105 138 150 142 131 134 153 174 178 91 108 117 153 147 124 113 148 145 142 119 138 155 154

EmMF 597 603 579 556 469 593 603 583 596 540 583 624 632 613 526 502 524 536 559 512 621 607 582 581 522 638 644

Em- 30Em 30Em -IP 54 179 73 179 88 160 108 157 109 97 53 160 74 150 87 138 94 114 97 79 51 188 80 156 88 124 92 80 84 28 56 173 58 175 86 121 83 155 105 99 81 219 89 192 88 145 100 128 98 97 52 169 79 166

IP30IP 161 174 168 158 142 142 153 116 116 93 123 108 67 18 80 140 126 172 139 91 163 151 127 144 138 159 167

D 30IPMF 148 122 120 107 99 125 92 107 82 100 82 44 15 88 68 117 142 121 70 112 120 100 120 106 103 123 78

EmMF 542 548 536 530 447 480 469 448 406 369 444 388 294 278 260 486 501 500 447 407 583 532 480 478 436 503 490

Em- 30Em 30Em -IP 0 24 1 25 9 5 0 10 0 5 5 77 18 41 4 11 3 68 23 37 5 32 5 25 3 27 9 110 43 122 1 2 0 2 0 5 0 4 1 17 1 8 1 0 0 25 13 36 10 21 21 66 2 52

IP30IP 28 16 22 9 11 17 16 86 71 78 30 75 145 213 62 14 10 4 54 86 0 31 56 41 20 17 22

30IPMF 3 13 7 7 7 13 58 35 49 34 71 130 163 3 40 0 11 26 54 2 28 45 78 14 35 32 75

EmMF 55 56 43 25 22 112 133 135 192 172 139 235 337 335 267 16 23 35 113 105 37 76 159 103 86 136 152


55

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11

107 113 114 78 73 111 98 120 56 64 78 92 94 59 61 82 86 104 47 57 85 104 104 55 59 76 85 93 67 82 87 100 109 68 69 100 112 110 62 74 94 99 99 55 61 80 95 109 57 53 79 87 90 43 61 72 85 85 50 43 70 63 102 61 70 62 98 100 47 44 93 105 104 58 59 71 95

170 173 145 243 208 147 180 113 179 150 138 142 137 191 165 131 157 155 166 177 157 157 139 180 164 128 142 85 210 178 151 164 160 195 203 168 166 151 207 187 150 150 156 178 162 143 165 157 164 162 132 135 97 155 151 129 129 85 134 134 94 152 159 175 126 146 151 125 155 187 158 158 118 152 153 144 125

194 217 153 143 177 201 185 150 133 164 159 145 130 139 153 175 166 104 171 170 176 147 117 125 144 161 135 122 160 175 182 171 132 187 184 128 161 131 166 174 169 165 133 148 170 130 169 135 138 145 150 149 98 138 147 146 136 121 110 113 124 174 108 124 182 112 132 90 176 186 112 128 74 162 152 94 154

167 124 129 153 152 140 111 121 126 118 109 105 81 118 138 172 82 75 135 132 112 95 69 127 110 101 95 109 130 139 131 106 97 144 141 123 105 84 126 119 125 107 78 135 151 140 109 82 111 123 115 70 71 120 105 104 80 69 98 150 136 86 63 139 113 99 72 69 137 121 98 62 65 97 110 117 69

637 627 541 618 610 599 574 503 494 495 484 484 442 507 516 559 491 437 519 537 530 503 428 486 477 467 457 409 568 575 550 541 498 594 597 519 544 476 562 554 536 521 466 516 545 493 537 484 470 483 475 441 355 456 463 450 431 360 393 440 425 475 432 499 491 420 454 384 514 538 461 452 362 469 474 426 442

96 110 107 76 73 110 96 118 50 63 78 71 90 55 60 82 85 102 47 53 72 46 75 54 58 76 78 84 66 75 85 90 86 64 68 90 94 108 62 74 87 97 99 55 61 80 94 82 41 52 70 57 81 43 60 71 78 74 43 43 70 63 97 48 69 62 88 95 39 44 87 72 72 57 57 71 94

157 148 43 233 202 131 155 112 177 149 93 108 136 185 165 122 137 138 144 115 42 84 109 179 150 112 105 82 189 171 122 113 112 194 185 127 129 135 196 163 121 149 147 178 162 138 106 105 149 118 71 127 53 155 148 115 93 85 134 133 94 122 128 173 126 116 119 113 149 151 74 72 118 143 146 131 118

148 68 142 139 129 151 172 135 119 102 105 142 104 133 131 130 127 96 41 62 81 107 75 111 126 103 130 121 127 120 106 108 77 143 112 82 147 90 130 138 166 157 102 143 162 53 99 62 54 72 141 88 97 135 114 92 136 95 109 111 88 118 103 117 115 86 119 81 87 47 53 128 65 132 132 87 143

50 123 114 124 143 135 103 108 83 92 109 83 81 98 112 99 77 71 47 59 87 54 66 94 71 100 94 89 94 46 82 69 71 109 114 116 85 58 104 120 123 88 57 124 57 82 46 67 81 102 71 70 80 77 70 104 62 67 97 98 87 83 60 92 95 97 67 67 52 81 98 56 61 97 106 111 66

451 449 406 572 547 527 526 473 429 406 385 404 411 471 468 433 427 406 279 289 282 291 326 438 405 391 407 376 476 412 395 380 346 510 479 415 455 391 492 495 497 491 405 500 443 353 344 316 325 344 353 342 311 410 392 382 369 321 384 385 339 386 388 429 405 360 392 357 328 322 312 327 317 429 441 400 421

12 3 6 2 0 0 3 1 5 0 0 22 4 3 0 0 1 2 0 5 12 57 29 0 0 0 6 9 1 7 1 11 24 4 0 10 17 2 0 0 6 2 0 0 0 0 0 27 15 0 8 30 9 0 0 0 7 11 7 0 0 0 5 13 0 0 10 4 7 0 6 33 32 1 2 0 1

12 25 103 10 5 16 25 0 2 0 45 34 0 5 1 9 20 16 22 62 116 73 29 0 14 16 37 3 22 7 29 51 47 1 18 41 37 16 12 24 28 1 10 0 0 5 59 52 14 45 71 8 44 0 2 0 36 0 0 1 0 30 31 2 0 31 32 13 5 36 84 86 0 9 7 12 7

46 149 14 3 48 49 13 15 15 62 54 3 26 6 21 46 39 8 131 108 95 41 42 15 18 57 5 0 33 55 77 63 55 43 72 46 15 41 36 36 3 9 31 6 8 79 70 73 83 73 9 61 1 3 33 14 0 26 1 3 36 56 6 7 67 26 13 9 90 139 59 0 9 29 20 7 11

114 0 14 28 9 5 7 13 42 25 0 22 0 19 27 28 5 4 87 74 25 41 3 32 39 2 1 19 36 93 48 38 26 36 27 6 21 27 23 0 3 18 21 11 94 58 63 15 30 22 45 0 0 43 35 54 17 2 1 52 49 3 3 48 19 3 6 1 85 40 0 6 4 0 4 6 2

183 177 138 44 62 71 48 28 65 88 99 81 31 33 49 82 64 31 240 248 248 213 102 47 70 76 50 32 91 161 156 162 152 84 117 104 89 85 70 60 39 30 61 17 102 141 192 167 142 140 133 99 47 46 70 68 60 39 9 55 85 88 44 69 86 60 61 27 187 215 149 125 46 39 33 26 21


56 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12

84 46 50 50 92 82 40 61 77 75 89

143 130 120 137 125 110 178 153 114 133 125

87 117 154 89 122 108 124 126 106 135 107

81 118 110 95 87 56 95 118 103 85 74

395 411 434 371 424 357 436 458 400 429 395

Época 01/08

58 66 84 95 103

186 172 143 155 134

150 164 155 163 125

129 133 127 97 89

524 534 509 510 451

97/98

98/99

82 46 50 50 85 81 40 61 77 61 85

140 130 120 122 117 106 177 144 76 115 103

81 117 126 84 110 98 89 83 74 94 94

53 103 106 88 81 56 79 92 71 79 56

356 395 402 343 393 341 385 379 298 349 338

2 0 0 0 7 2 0 0 0 14 4

4 0 0 16 7 4 1 9 38 19 22

5 0 28 5 12 10 34 43 32 41 12

27 15 4 7 6 0 16 26 32 6 18

38 16 32 29 32 16 51 79 102 80 57

99 93 95 80 75

447 432 399 404 372

4 2 3 11 11

14 16 28 35 27

28 44 46 43 28

30 40 34 17 14

76 102 111 106 79

Valores médios 01/09 01/10 01/11 01/12

54 64 80 84 92

173 155 115 120 107

122 120 108 120 98

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 14. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para cinco épocas de semeadura. São Borja, RS, período 1975/76-1999/00. ETm Ano 75/76

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

Época Em- 30Em 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11

30Em 60 81 106 111 115 61 76 106 123 136 73 70 101 105 147 67 69 106 105 124 62 69 79 92 105 51 59 95 101 111 63 63 86 81 114 54 71 87 105 117 52 64 77 101

-IP 220 216 168 175 105 230 225 186 206 136 199 194 158 221 142 213 218 158 186 139 183 164 138 160 106 184 194 152 169 115 202 156 121 172 110 201 172 158 177 90 189 168 153 176

IP30IP 195 191 197 181 159 198 215 230 218 186 175 200 246 232 166 180 168 205 221 184 140 159 179 168 139 161 177 190 175 135 106 161 192 179 136 155 189 198 148 142 146 176 196 175

ETr 30IPMF 155 142 137 102 99 165 170 166 144 160 169 193 178 107 114 142 175 169 127 111 140 136 128 105 111 147 143 134 103 106 139 148 137 97 100 150 139 112 106 102 140 154 135 88

EmMF 630 630 608 569 477 653 686 688 690 618 616 657 682 665 568 603 629 639 638 557 525 529 523 524 461 543 573 571 548 467 510 528 535 529 461 560 571 555 536 451 528 562 562 541

Em- 30Em 30Em -IP 59 163 73 181 94 143 106 157 108 105 55 115 71 163 97 175 122 142 119 86 51 169 70 187 100 136 101 61 71 44 67 200 68 208 104 151 105 164 115 51 61 173 67 164 78 125 85 141 103 104 42 156 56 152 89 147 101 122 89 42 60 193 63 151 86 110 80 129 101 110 47 165 63 169 88 98 73 108 90 91 50 189 65 157 77 117 94 73

IP30IP 152 150 156 173 138 167 163 120 116 66 170 115 43 41 94 163 147 154 87 109 140 145 143 155 128 121 177 138 67 101 104 145 121 139 112 109 75 102 142 132 111 103 54 52

D 30IPMF 134 106 135 97 91 133 117 108 51 69 75 23 40 106 91 142 102 70 84 109 125 115 121 87 49 141 76 63 85 94 120 97 118 92 88 43 85 110 100 71 83 30 36 68

EmMF 508 510 528 533 442 470 514 500 431 340 465 395 319 309 300 572 525 479 440 384 499 491 467 468 384 460 461 437 375 326 477 456 435 440 411 364 392 398 423 384 433 355 284 287

Em- 30Em 30Em -IP 0 57 8 35 12 25 4 17 6 0 5 75 5 60 8 12 2 63 17 51 21 31 1 6 0 22 5 161 75 98 0 14 0 11 2 8 0 21 8 87 0 11 3 0 0 13 6 19 3 3 10 29 2 42 5 4 0 47 22 73 3 10 0 3 0 11 2 44 13 0 7 38 8 4 0 60 32 69 27 0 2 0 0 11 0 36 8 103

IP30IP 44 41 42 9 20 31 51 110 102 121 5 84 204 191 71 17 19 52 134 74 0 14 36 13 11 39 0 52 109 34 1 15 71 40 24 47 116 95 5 11 35 75 142 123

30IPMF 23 37 2 6 7 32 53 58 93 91 93 171 138 0 23 0 73 99 44 2 16 21 8 18 60 6 67 73 18 12 19 51 19 5 13 107 54 1 6 31 56 123 100 19

EmMF 124 122 81 36 33 143 170 188 260 279 149 262 364 357 266 31 103 160 199 171 27 38 57 56 77 84 111 134 174 141 33 69 101 91 50 199 182 156 112 69 93 209 278 253


57 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12

116 72 66 89 95 96 59 75 77 94 101 69 67 102 107 108 62 72 96 92 108 58 70 79 90 110 63 65 84 90 85 73 85 101 104 99 72 65 91 84 120 62 76 82 110 112 74 67 81 108 111 75 67 80 107 108 61 63 68 94 97 50 75 91 100 110 46 62 83 109 109

119 204 183 144 146 162 196 158 142 153 78 200 202 161 162 92 205 190 140 162 104 189 159 136 166 107 184 172 136 130 93 224 207 157 151 105 175 168 126 180 122 193 163 165 169 147 182 174 163 167 152 182 170 163 163 148 172 149 141 147 140 199 188 152 165 165 179 177 164 166 147

110 141 158 164 172 135 143 169 171 144 136 177 177 181 155 145 164 168 181 169 133 146 163 185 182 164 150 152 145 153 128 175 173 171 169 159 154 157 200 173 113 158 193 132 157 113 174 182 128 164 115 173 182 126 160 102 133 159 110 153 113 173 166 130 176 136 171 189 122 155 132

100 135 127 131 109 84 126 119 109 99 115 139 138 118 105 98 123 132 129 89 93 128 148 139 113 103 117 111 116 91 86 140 126 129 108 94 134 166 135 99 99 155 140 119 92 93 132 143 125 92 107 129 141 123 81 105 124 131 119 91 69 129 144 134 110 70 147 133 117 107 88

445 552 534 528 522 477 523 523 498 490 430 585 585 562 530 443 554 562 546 513 438 521 540 539 551 483 513 499 482 463 392 612 591 557 531 457 536 556 552 536 453 567 572 498 528 465 562 565 498 530 485 558 559 492 511 464 491 502 438 485 419 550 572 508 551 481 543 561 486 536 476

Época 01/08

63 69 89 100

197 181 151 168

160 175 173 173

139 143 132 103

559 569 545 544

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

99/00

81 71 65 89 87 92 57 69 74 80 96 66 67 88 83 108 62 71 91 92 95 54 71 79 90 83 51 65 79 85 86 64 82 94 87 100 46 55 89 83 94 57 76 82 89 105 52 67 65 59 84 70 64 80 98 108 54 60 68 86 97 50 74 89 92 80 46 62 78 75 103

24 204 178 125 120 159 169 133 92 108 77 170 154 105 159 93 193 173 133 137 86 189 158 135 97 67 166 113 116 130 67 191 153 96 141 105 149 161 127 118 71 187 161 117 134 136 160 89 56 109 152 168 165 136 153 130 160 149 117 146 127 181 146 112 106 76 165 154 87 144 75

102 136 141 123 166 114 82 85 99 125 102 99 77 166 143 91 146 152 152 124 96 144 156 100 78 71 85 151 146 117 128 103 100 143 165 86 145 155 122 97 111 139 129 82 120 94 44 37 100 164 103 133 141 110 127 94 130 130 110 127 101 84 119 66 68 117 106 107 81 62 74

63 106 95 126 101 75 86 90 100 80 84 90 138 112 76 67 117 108 114 69 93 111 50 64 67 92 117 105 94 90 86 105 126 128 56 87 120 71 77 88 79 104 100 99 67 80 55 127 125 85 79 125 129 101 77 68 105 122 99 82 68 120 69 50 99 70 117 83 48 58 62

270 517 479 463 474 440 394 377 365 393 359 425 436 471 461 359 518 504 490 422 370 498 435 378 332 313 419 434 435 422 367 463 461 461 449 378 460 442 415 386 355 487 465 379 410 416 311 320 346 416 418 496 499 427 455 401 448 461 393 441 393 435 409 318 366 342 434 406 295 339 313

35 0 0 0 9 4 2 6 3 15 5 3 0 14 24 0 1 0 6 0 11 3 0 0 0 27 11 0 6 5 0 9 3 7 16 0 26 10 2 0 25 5 0 0 21 7 22 0 16 49 27 4 3 0 9 1 8 4 0 8 0 0 0 2 9 30 0 0 4 34 6

95 0 5 18 25 2 27 26 50 45 0 31 48 57 2 0 12 17 7 25 18 0 0 1 70 40 17 58 20 0 25 33 55 60 11 0 28 7 0 62 51 6 3 48 36 11 22 84 108 58 0 13 4 27 10 17 12 0 24 1 14 18 41 40 59 89 14 23 77 22 72

8 5 18 42 6 22 60 84 72 20 33 79 100 14 13 54 17 15 30 45 37 2 6 86 104 93 64 1 0 35 0 72 74 27 4 73 9 2 79 75 2 19 65 50 37 19 130 145 28 0 12 40 41 16 32 8 3 29 1 26 12 89 46 64 108 20 64 82 41 94 58

38 29 32 5 8 9 42 30 8 19 31 49 0 6 29 31 6 23 14 20 0 16 97 75 46 1 0 6 21 0 1 36 0 1 52 7 15 95 58 11 20 50 40 20 24 12 77 16 0 7 28 4 12 22 4 37 19 9 21 9 1 9 75 84 10 0 30 50 69 48 26

176 34 55 65 48 37 131 146 133 99 69 162 148 91 68 85 36 55 57 90 66 21 103 162 220 161 92 65 47 40 26 149 131 96 83 80 78 114 139 149 99 80 108 119 118 50 250 244 152 114 67 62 60 65 56 63 42 41 45 44 27 116 163 190 185 139 108 155 191 197 163

107 94 93 81

460 445 412 412

6 2 4 11

22 24 32 42

37 49 59 58

32 49 39 22

97 124 133 133

Valores médios 01/09 01/10 01/11

57 67 85 89

173 157 120 126

123 126 114 115


58 01/12

111

123

138

100

473

96

90

103

79

368

15

32

36

21

104

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 15. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. São Gabriel, RS, período 1975/76-1999/00 ETm Ano 75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

89/90

90/91

91/92

Época Em- 30Em 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

30Em 88 147 112 124 80 92 93 104 84 91 99 113 75 90 87 142 56 90 95 126 77 85 103 115 68 103 124 118 67 82 104 108 66 86 99 112 64 89 116 130 85 111 141 149 67 99 111 113 79 87 118 128 73 102 92 126 59 86 97 117 67 67 104 94

-IP 210 190 190 113 185 140 157 100 191 150 171 101 173 131 213 139 180 145 191 135 187 157 174 103 214 188 179 143 168 157 163 92 169 149 169 90 200 177 196 141 238 214 225 126 209 167 172 122 182 177 193 102 200 140 190 116 170 146 177 111 149 156 142 102

IP30IP 202 188 182 158 157 175 162 135 176 191 169 161 169 236 229 169 170 213 210 152 169 193 169 143 212 200 211 137 183 182 158 116 181 190 146 133 195 219 213 158 232 250 198 157 185 195 187 157 214 216 180 159 170 211 190 136 177 197 175 142 162 157 155 114

ETr 30IPMF 152 104 107 92 127 122 100 112 143 130 124 111 191 175 108 108 177 161 103 102 149 129 103 115 162 163 108 122 141 120 77 100 130 110 98 109 178 165 120 117 191 152 117 100 144 143 120 117 152 136 120 135 158 145 84 89 156 135 111 110 133 120 88 87

EmMF 653 629 591 486 549 529 512 452 595 562 563 486 609 633 637 558 583 608 599 515 581 564 550 476 656 654 622 520 558 542 502 415 547 535 512 444 637 649 645 545 745 727 681 533 605 604 590 509 626 616 611 524 600 597 556 466 561 564 560 481 512 500 489 398

Em- 30Em 30Em -IP 79 169 106 166 110 115 95 113 78 173 92 125 89 151 104 82 84 157 91 126 94 96 88 80 72 160 88 131 87 87 78 18 56 176 89 122 89 60 68 34 63 151 85 126 96 120 103 94 85 126 79 78 84 64 74 77 65 156 82 107 89 136 106 83 53 130 83 49 55 117 98 81 64 163 88 104 89 89 91 28 79 95 76 23 31 38 40 101 67 198 99 138 97 133 105 104 73 161 82 159 110 106 93 102 72 163 95 125 86 122 110 113 59 163 85 129 94 114 97 62 64 104 57 110 97 137 93 81

IP30IP 126 72 168 106 140 155 141 113 114 80 92 67 154 88 20 36 110 45 70 74 133 109 144 128 109 53 117 128 109 130 111 113 40 111 136 125 75 77 60 57 25 34 165 114 150 131 142 96 150 109 157 121 116 117 175 135 147 117 58 34 119 153 107 103

D 30IPMF 89 104 58 87 117 111 69 57 74 77 41 62 36 18 56 59 16 62 55 95 84 113 84 58 113 91 85 52 96 85 77 93 99 106 84 57 65 51 46 69 59 138 61 64 102 115 65 76 87 131 66 58 90 137 83 87 67 53 52 62 116 91 85 69

EmMF 463 448 452 400 507 482 451 356 429 374 322 298 422 326 249 191 358 318 273 271 430 433 444 384 433 301 350 330 426 403 413 394 323 348 392 360 367 320 284 245 258 271 295 319 517 482 437 381 470 481 439 373 440 474 466 444 435 384 318 255 403 412 427 346

Em- 30Em 30Em -IP 9 41 41 24 2 74 29 0 2 13 0 15 4 5 0 19 0 15 0 24 5 75 25 20 3 13 2 0 0 126 64 121 0 5 1 22 6 131 58 102 14 36 0 31 7 54 12 9 0 31 24 109 40 115 45 67 2 11 1 50 16 27 2 9 13 39 4 100 44 52 14 9 0 37 1 72 27 107 39 112 5 143 35 191 111 187 109 25 0 12 0 29 13 40 8 18 6 20 5 18 8 87 35 0 1 37 7 15 7 67 16 3 0 7 1 18 3 63 21 49 3 45 10 46 7 4 1 21

IP30IP 77 116 14 52 17 21 20 22 21 112 77 94 15 148 209 133 60 168 140 78 36 84 26 14 84 148 94 9 74 52 47 4 141 79 10 8 119 143 153 101 207 216 33 44 35 64 45 61 64 107 23 38 54 94 15 1 30 80 118 107 43 4 48 11

30IPMF 63 0 49 5 10 11 31 55 11 53 84 49 156 157 52 49 161 100 49 6 65 16 19 57 16 72 24 70 45 35 0 6 31 4 14 52 112 114 74 47 132 14 55 36 42 28 55 42 65 5 54 77 68 8 1 2 89 82 59 48 17 29 3 19

EmMF 190 181 139 86 42 47 60 96 47 189 241 188 187 307 387 367 225 291 326 244 151 131 105 92 131 353 272 191 133 138 90 21 224 187 120 84 269 329 361 299 487 456 386 214 88 121 153 129 156 135 172 151 160 124 91 22 126 180 242 226 109 89 63 51


59 92/93

01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

72 91 102 91 57 76 74 108 64 64 90 117 65 92 114 108 63 80 108 118 58 58 89 76 63 67 70 103 62 80 109 119

191 155 139 92 141 111 163 103 135 135 178 99 190 171 163 83 180 164 178 113 127 134 116 80 124 103 156 104 175 165 180 99

167 157 152 138 144 182 152 110 169 200 163 131 204 183 145 139 176 198 169 124 154 130 129 114 138 173 166 137 186 201 151 123

117 116 99 89 144 118 94 99 145 124 88 98 123 111 104 105 153 130 99 99 101 100 86 84 135 127 102 102 148 116 92 92

548 518 492 410 486 487 484 421 513 522 518 445 582 556 526 435 573 572 553 453 440 421 419 355 461 470 493 446 571 562 532 433

Época 01/09

69 88 102 115

179 155 174 109

179 193 173 139

148 131 102 104

575 568 552 467

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

99/00

72 86 70 80 50 71 74 105 62 64 85 93 64 89 97 66 60 76 62 35 56 58 83 76 63 65 69 89 61 75 68 66

126 73 111 92 132 110 146 75 130 111 94 84 148 105 63 83 131 62 30 36 127 113 107 72 111 99 98 68 146 78 67 67

48 113 138 108 142 161 102 110 94 77 118 94 47 46 143 102 48 20 76 124 110 111 116 101 122 92 108 126 91 59 105 110

117 113 83 82 112 80 90 90 77 105 66 90 70 111 58 48 32 61 97 73 96 90 75 82 62 87 96 102 39 89 86 78

363 384 403 362 435 423 412 380 363 357 363 362 330 350 360 299 271 219 265 268 389 372 382 330 357 343 370 385 337 300 326 321

1 5 32 11 7 4 0 3 2 0 4 24 0 4 17 41 3 4 46 83 2 0 6 1 0 2 1 14 2 6 41 53

66 82 28 0 9 1 17 28 5 24 85 15 41 65 100 0 49 102 147 77 0 21 8 8 14 4 58 35 29 87 113 32

119 44 14 31 2 21 50 0 75 123 45 36 157 137 3 38 129 178 94 0 44 19 13 14 16 81 58 11 95 142 46 14

0 3 15 6 32 37 5 9 68 19 22 8 53 0 46 57 121 69 2 26 5 9 10 2 73 40 7 0 109 27 6 14

185 134 89 48 50 64 72 41 150 165 155 84 252 206 166 136 302 353 288 185 51 50 38 24 104 127 124 61 234 261 207 113

80 92 72 73

397 375 371 336

3 7 19 30

30 48 74 33

71 99 58 38

64 39 31 31

169 192 181 131

Valores médios 01/10 01/11 01/12

67 82 84 85

146 107 100 76

105 94 115 101

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 16. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para cinco épocas de semeadura. Taquari, RS, período 1975/76-2000/01. ETm Ano

Época Em-

75/76

01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11

76/77

77/78

78/79

79/80

30Em 30Em -IP 40 167 57 183 91 137 94 165 108 106 50 188 74 166 81 130 86 149 98 88 46 182 71 167 78 130 85 143 94 91 42 177 67 151 77 118 78 168 111 121 48 152 51 155 76 121 74 139

IP30IP 172 162 185 173 153 148 152 167 141 124 154 149 160 153 144 133 151 187 191 135 138 127 155 156

ETr 30IPMF 137 140 131 102 80 124 116 107 93 88 110 117 117 104 97 123 150 147 92 92 105 125 119 87

EmMF 516 542 544 534 447 509 507 485 469 397 492 504 484 484 426 475 518 529 529 460 443 458 471 455

Em- 30Em 30Em -IP 39 145 54 139 77 128 94 147 102 100 47 185 74 160 81 123 86 139 96 88 46 167 68 152 77 114 83 121 85 91 42 171 66 150 77 118 78 90 78 24 45 138 49 152 74 112 74 126

IP30IP 105 142 150 149 77 140 146 155 141 123 120 106 124 142 101 133 133 94 20 51 138 127 139 117

D 30IPMF 116 98 123 49 79 117 107 107 92 81 92 110 112 71 74 106 54 18 62 82 99 108 103 69

EmMF 405 433 478 439 358 489 487 466 458 388 425 436 427 417 351 452 403 307 250 235 420 436 428 386

Em- 30Em 30Em -IP 0 22 3 43 14 9 0 17 6 6 4 3 1 6 0 6 1 9 3 0 0 15 3 15 0 16 1 22 10 0 0 7 1 0 0 0 0 77 34 98 2 13 2 4 1 0 0 13

IP30IP 66 21 35 24 77 7 5 12 0 0 34 44 36 11 43 0 17 94 171 84 0 0 17 39

30IPMF 22 42 8 54 0 7 9 0 0 7 18 8 5 33 22 18 96 129 29 11 7 16 16 18

EmMF 110 108 66 95 89 20 21 19 10 10 66 70 57 67 75 24 114 223 277 226 22 22 34 70


60 80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08

92 42 59 61 71 95 47 51 84 96 89 55 63 75 88 94 53 63 88 106 110 54 68 87 107 114 64 71 93 110 104 56 53 73 82 84 37 60 71 84 91 48 51 88 92 99 53 62 92 100 109 49 51 74 91 102 59 55 79 82 90 50 57 73 88 90 50 47 76 79 107 45 57 63 90 96 51

95 150 133 108 142 92 166 177 145 135 111 183 148 133 143 98 184 174 159 167 97 200 181 161 172 117 193 190 165 156 105 165 159 124 127 93 162 143 126 137 81 159 173 138 150 86 177 183 150 165 98 156 150 138 154 109 161 156 123 135 91 159 155 134 137 101 138 146 118 159 112 147 131 135 145 84 152

131 118 116 151 147 123 150 155 151 159 112 124 158 160 163 123 163 184 188 155 151 157 178 191 189 171 178 183 174 173 137 122 132 143 142 126 126 152 154 141 131 158 156 167 154 142 167 176 185 161 138 141 162 172 175 145 137 137 149 148 119 140 155 156 162 137 136 137 175 183 129 130 162 163 138 117 139

76 103 125 112 91 100 122 121 123 93 102 125 128 124 87 96 149 134 117 116 118 141 153 144 129 116 132 134 132 97 82 115 104 107 98 97 117 110 106 96 100 124 128 116 98 96 139 131 122 96 88 124 137 134 104 104 107 123 113 86 78 128 116 123 93 81 112 149 140 88 109 126 117 105 78 82 119

393 413 433 432 452 410 485 505 503 483 414 487 497 492 481 411 548 555 552 544 475 553 580 583 597 518 567 577 564 536 428 457 449 447 449 400 442 465 457 458 403 489 509 509 493 422 537 552 548 522 433 470 499 517 524 460 463 471 464 450 378 477 482 485 479 408 436 478 508 510 456 448 467 466 452 379 462

86 41 59 61 70 79 46 50 81 94 84 53 62 75 87 94 51 60 88 84 83 51 68 86 95 107 60 65 73 60 58 54 53 73 72 84 37 57 71 83 91 47 51 80 91 98 53 62 85 92 80 49 50 74 86 84 56 54 76 78 84 50 56 73 85 90 50 47 70 79 94 44 53 63 86 94 50

83 147 129 106 102 85 133 155 128 109 38 173 146 119 138 89 176 170 108 85 96 193 164 121 127 75 165 104 57 60 80 165 146 103 127 87 158 144 118 128 80 156 159 134 136 86 173 165 125 86 95 154 147 120 101 66 150 140 109 122 69 158 142 119 134 100 138 135 115 120 77 136 119 105 131 84 146

89 113 116 105 130 118 133 126 99 57 98 121 141 141 98 95 127 94 76 154 131 138 135 114 106 66 56 50 53 108 86 109 119 143 132 114 123 115 129 133 89 141 141 132 141 107 136 106 73 119 111 115 121 94 81 59 109 124 137 114 115 127 132 139 144 90 119 132 124 127 128 101 129 127 137 117 97

70 95 86 100 88 64 85 49 33 72 76 114 107 76 87 91 61 60 117 92 66 104 75 90 46 102 50 78 97 75 80 105 104 106 92 84 96 109 104 71 70 112 110 112 68 74 63 61 104 96 88 99 54 74 58 71 106 97 85 83 72 117 116 119 72 75 108 91 99 85 103 106 93 105 78 75 46

328 396 390 372 390 346 397 380 341 332 296 461 456 411 410 369 415 384 389 415 376 486 442 411 374 350 331 297 280 303 304 433 422 425 423 369 414 425 422 415 330 456 461 458 436 365 425 394 387 393 374 417 372 362 326 280 411 415 407 397 340 452 446 450 435 355 415 405 408 411 402 387 394 400 432 370 339

6 0 0 0 0 15 1 0 3 2 6 2 1 0 2 0 2 3 0 21 27 3 0 0 11 7 5 5 21 50 46 2 0 0 9 0 0 3 0 1 0 0 0 8 0 1 0 0 7 8 28 0 1 0 6 18 3 0 3 3 6 0 0 0 3 0 1 0 6 0 13 0 4 0 4 2 1

11 3 5 2 40 8 32 22 18 25 73 9 2 13 5 9 7 3 52 82 0 7 18 41 45 41 28 85 108 96 25 0 12 20 0 6 5 0 9 9 0 2 14 4 13 0 4 18 25 79 4 2 2 18 53 43 11 16 14 12 23 1 13 16 2 1 0 10 3 39 36 12 13 29 14 0 7

42 5 1 51 17 5 17 29 52 101 13 4 18 19 65 28 36 90 112 1 20 19 43 77 83 104 121 133 121 65 52 14 13 0 10 12 3 37 25 8 42 17 15 35 13 36 30 70 112 42 27 26 42 77 94 85 28 13 12 34 4 14 22 17 17 47 16 5 51 57 0 29 33 37 2 0 42

5 9 38 12 3 36 36 72 90 22 26 11 22 48 0 4 87 74 0 25 52 38 78 55 82 13 81 56 35 23 2 10 0 2 6 12 22 1 3 24 29 12 18 4 30 22 77 70 18 0 0 25 81 59 46 33 0 25 28 4 6 11 0 4 20 6 5 58 41 3 6 20 25 0 0 7 73

64 16 43 66 60 64 86 123 162 149 118 25 42 81 72 42 132 169 164 129 99 67 139 172 221 165 235 280 285 234 125 25 25 23 24 29 29 41 36 43 72 32 47 50 56 59 111 158 161 129 58 53 125 155 198 179 42 54 57 53 39 26 35 37 42 54 22 73 101 99 55 61 75 66 20 9 122


61 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12 01/08 01/09 01/10 01/11 01/12

50 78 86 90 44 50 70 89 96 46 51 57 89 81 36 52 86 95 101 40 63 73 90 92 54 51 74 87 89

158 129 137 64 145 150 135 144 104 139 128 133 122 82 149 179 144 152 99 172 156 137 139 84 149 153 131 134 77

153 154 111 117 147 143 159 161 119 123 154 138 126 112 179 152 169 153 126 144 152 155 135 119 136 145 149 127 122

102 84 89 88 111 132 123 91 104 115 105 98 93 89 114 135 117 95 91 113 115 103 85 81 115 111 97 94 91

463 445 423 359 446 474 487 484 423 423 438 426 430 363 479 517 516 495 417 469 486 468 450 376 454 459 450 442 379

Época 01/08

48 58 78 89 97

164 159 135 147 96

145 153 164 154 131

121 125 118 95 93

478 496 494 485 417

96/97

97/98

98/99

99/00

00/01

50 76 78 79 44 49 70 83 73 46 51 57 83 79 36 51 80 92 74 40 63 68 87 76 54 51 72 80 89

129 92 98 64 143 144 106 82 104 138 128 121 111 72 134 155 134 87 99 156 132 128 95 81 142 140 115 134 76

65 85 111 108 119 108 67 161 117 123 121 117 112 100 122 105 74 144 125 130 149 99 112 77 124 132 149 126 121

93 84 80 68 76 57 123 89 81 94 100 88 84 86 83 64 115 95 87 106 76 98 54 78 106 111 97 94 89

336 338 367 319 382 359 365 415 375 401 400 383 390 337 375 375 404 418 385 432 420 392 347 313 425 434 432 434 375

0 2 7 11 0 0 0 6 23 0 0 0 6 2 0 1 6 3 28 0 1 5 3 16 0 0 2 7 0

29 37 38 0 1 6 29 62 0 1 0 12 11 9 15 24 10 66 0 16 24 9 44 3 7 13 16 0 1

89 69 0 8 28 35 92 0 2 0 33 21 14 12 58 47 94 8 1 14 3 57 23 42 11 13 0 1 1

9 0 9 20 35 75 0 1 23 21 6 10 9 2 32 71 2 0 4 7 39 5 31 3 10 0 0 1 2

127 107 55 40 64 116 121 69 49 22 38 43 40 25 104 143 112 76 32 37 66 76 102 63 29 26 18 8 4

95 87 96 77 79

417 408 398 393 346

1 1 3 6 12

9 15 20 34 15

25 33 51 35 30

26 38 22 18 14

61 88 96 92 71

Valores médios 01/09 01/10 01/11 01/12

47 57 75 83 85

155 144 115 113 80

120 120 113 120 101

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 17. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Rio Grande, RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano 75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

Época Em- 30Em 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10

30Em 72 87 100 109 77 83 84 90 62 78 93 111 56 63 68 115 54 87 92 99 68 78 92 90 44 63

-IP 228 210 167 137 197 167 136 123 219 204 170 142 162 159 173 158 234 187 149 160 221 180 136 141 171 165

IP30IP 200 177 155 129 166 145 137 107 185 184 159 142 166 201 180 149 165 175 179 130 143 160 160 113 154 154

ETr 30IPMF 117 117 100 76 104 106 81 85 121 108 108 84 154 125 113 84 134 133 101 81 130 107 85 83 122 106

EmMF 617 590 521 452 544 501 438 404 586 574 530 479 538 547 534 505 587 582 520 469 561 525 472 427 492 488

Em- 30Em 30Em -IP 72 209 86 133 87 80 71 117 69 153 78 148 82 135 89 121 31 196 78 135 88 64 69 107 54 157 64 133 68 113 94 45 54 159 83 148 84 140 95 104 64 188 76 131 80 59 59 117 43 129 52 138

IP30IP 57 92 108 61 138 143 133 86 58 38 103 133 114 77 29 107 143 129 100 74 59 67 117 108 88 56

D 30IPMF 108 72 38 74 102 105 72 66 47 103 107 74 34 53 104 83 97 81 58 81 87 80 83 53 38 29

EmMF 446 383 313 323 462 474 422 362 332 354 362 383 359 327 314 329 453 441 382 354 398 354 339 337 298 275

Em- 30Em 30Em -IP 0 19 0 77 13 86 38 20 7 42 4 19 3 1 0 3 0 23 0 68 5 106 43 35 2 5 0 26 0 60 20 113 1 76 5 39 8 9 4 55 4 33 2 49 12 77 30 24 1 41 10 27

IP30IP 142 85 47 69 28 2 4 21 127 146 56 9 50 125 151 42 11 46 79 56 84 93 43 5 66 98

30IPMF 15 45 63 2 3 1 10 19 74 5 2 9 121 72 8 0 38 52 43 0 43 26 1 31 84 77

EmMF 175 206 209 129 79 26 18 43 224 219 169 97 177 222 219 175 125 142 139 115 164 170 133 90 191 213


62 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

83 88 48 66 77 82 44 56 67 93 43 68 70 75 41 59 78 77 53 69 79 83 45 76 85 96 50 64 67 91 55 59 73 92 63 80 90 90 50 70 76 93 44 62 85 91 49 73 81 89 43 49 81 83 54 51 70 55 51 68 67 73

133 133 176 156 125 132 143 132 140 131 167 139 113 113 157 162 117 124 189 165 125 114 195 177 146 122 163 142 137 130 160 146 139 143 208 186 137 132 177 160 140 128 170 170 138 132 187 172 135 110 157 156 124 103 146 132 84 85 165 132 110 111

151 121 143 138 147 109 145 172 148 126 120 121 126 117 155 124 139 121 135 121 125 119 168 156 137 123 139 152 145 86 139 166 160 122 168 145 148 120 153 156 145 103 163 149 147 102 151 138 122 108 134 144 118 95 107 101 97 69 123 127 124 107

91 93 104 112 83 78 122 109 97 75 102 106 90 78 96 110 93 77 95 106 91 84 105 102 94 75 115 99 65 70 127 118 94 92 108 109 91 92 116 102 78 94 108 109 78 95 96 94 83 78 106 81 72 84 75 67 53 65 94 96 83 61

458 435 471 472 431 400 454 469 452 425 432 433 398 383 449 455 427 398 473 461 421 399 513 511 462 417 467 458 414 377 481 489 465 449 546 521 466 434 496 489 439 418 484 490 447 419 482 476 421 386 441 430 395 365 382 351 304 275 433 423 383 351

Época 01/09

53 69 80 89

181 164 135 127

151 150 143 114

111 105 87 81

497 488 445 412

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

80 72 46 63 67 79 44 55 56 61 42 61 45 35 39 59 71 77 45 66 75 79 45 73 83 81 48 53 48 34 52 56 67 59 62 71 75 89 47 65 74 84 44 58 77 84 49 71 60 71 43 46 62 67 51 51 56 55 49 51 49 69

87 28 145 119 96 124 114 81 61 95 111 51 34 110 156 135 112 74 138 127 99 96 172 134 94 73 118 65 31 86 130 110 58 29 123 121 131 116 167 138 101 79 162 157 124 91 157 82 84 98 96 110 77 78 138 103 84 85 102 91 101 111

16 50 76 104 138 103 35 62 89 59 27 53 122 94 126 104 64 71 97 76 105 49 89 89 58 30 16 31 83 85 59 32 18 65 121 119 105 87 98 74 62 93 121 131 84 101 66 111 110 74 89 58 72 87 80 101 97 69 77 116 123 80

48 8 101 107 80 64 81 75 42 67 61 96 74 71 59 32 38 64 66 90 43 26 60 49 21 10 39 69 65 67 17 12 52 81 91 91 73 41 71 75 74 94 98 60 78 67 75 72 57 63 51 57 69 40 75 69 53 62 94 95 66 54

231 158 368 393 381 370 274 273 248 282 241 261 275 310 380 330 285 286 346 359 322 250 366 345 256 194 221 218 227 272 258 210 195 234 397 402 384 333 383 352 311 350 425 406 363 343 347 337 312 306 278 271 280 271 343 324 290 272 323 352 339 313

3 16 3 4 10 3 0 2 11 33 1 8 25 40 2 0 8 0 8 2 5 3 1 3 4 16 3 11 19 57 3 3 5 34 1 9 15 0 3 6 1 8 0 3 8 6 0 1 21 18 0 2 18 16 3 0 14 0 2 18 18 4

45 104 30 37 29 8 28 51 79 36 56 88 78 3 1 25 6 49 53 39 26 17 22 42 52 50 46 79 107 43 30 36 81 114 85 65 6 16 9 22 39 50 6 14 15 41 30 90 51 12 62 46 47 26 8 28 0 0 62 41 9 0

134 71 67 34 10 6 111 111 58 67 93 68 5 22 30 21 74 49 38 46 20 70 79 67 79 94 123 121 62 1 79 134 142 57 47 26 44 33 54 82 84 9 42 18 63 0 84 26 12 34 46 86 45 9 27 0 0 0 46 11 1 27

44 85 3 5 3 14 41 34 55 8 41 9 16 7 37 78 38 12 29 16 48 59 45 53 73 65 75 31 0 4 111 106 42 11 17 19 19 51 45 28 4 0 11 50 0 27 21 22 26 16 55 24 3 44 0 0 0 3 0 1 17 7

227 277 103 80 51 31 180 198 204 143 191 172 124 73 69 124 126 111 129 102 99 149 148 166 208 225 248 242 188 105 223 279 271 216 149 119 83 99 111 137 127 66 59 84 85 75 135 140 109 80 163 159 115 94 38 28 14 3 110 71 44 37

71 71 63 60

350 338 311 302

2 4 10 18

35 46 46 37

67 66 55 34

41 34 23 22

145 150 135 111

Valores médios 01/10 01/11 01/12

50 64 70 72

146 118 89 90

83 85 88 80

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 18. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de


63

semeadura. Encruzilhada, RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano 75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

91/92

95/96

96/97

Época Em- 30Em 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11

30Em 56 65 79 88 60 64 68 78 59 70 79 81 58 69 75 99 49 79 75 89 55 62 71 90 45 79 83 85 56 72 78 83 52 66 85 98 51 65 78 97 51 74 92 99 45 72 84 87 61 73 88 89 52 89 91 96 66 83 92 100 53 69 78 87 57 87 108 97 60 61 88

-IP 185 163 135 116 163 140 119 100 194 166 122 123 177 155 149 165 203 156 134 132 166 155 136 115 201 164 129 131 192 159 126 141 173 169 148 129 177 161 146 128 197 186 149 138 186 173 133 129 208 178 134 144 220 182 145 147 216 193 152 127 179 158 132 131 232 220 147 126 190 177 146

IP30IP 154 143 129 110 131 118 111 94 130 137 139 121 151 181 185 123 137 155 148 115 143 142 129 116 141 153 149 104 143 155 159 88 177 154 144 130 151 169 145 104 172 163 155 122 167 138 145 136 134 146 160 131 170 162 164 135 172 152 141 90 145 160 149 113 184 149 141 123 149 167 152

ETr 30IPMF 91 100 85 66 90 84 70 63 106 95 92 80 140 130 94 82 112 108 88 85 108 92 88 88 123 97 78 80 115 102 67 74 108 121 100 90 122 91 78 72 125 118 94 60 104 113 103 87 120 123 100 93 113 127 104 74 112 103 69 67 118 100 87 87 110 110 95 95 124 105 89

EmMF 486 472 428 381 444 406 368 336 490 468 432 405 525 536 503 469 501 498 446 421 472 451 424 409 510 493 439 400 505 487 430 385 509 509 476 448 500 486 447 401 544 542 490 419 503 496 464 440 522 519 481 456 555 560 504 452 566 531 454 384 496 487 445 419 582 566 491 441 524 509 475

Em- 30Em 30Em -IP 52 172 64 129 77 81 70 97 59 151 64 133 67 113 78 96 53 178 68 135 78 87 68 108 55 176 69 152 75 104 84 54 48 189 78 147 72 97 76 107 55 159 61 152 71 131 88 113 43 43 68 144 81 100 73 78 56 187 72 124 74 114 81 138 51 153 66 138 78 105 89 124 50 161 63 131 75 81 75 120 46 74 53 43 33 90 75 98 46 177 73 152 75 119 86 124 61 197 73 147 84 97 81 128 47 190 82 120 80 56 57 115 62 184 76 183 91 125 97 87 51 154 64 153 77 127 87 112 56 143 83 75 69 104 76 126 57 151 61 147 76 108

IP30IP 67 72 86 62 122 112 106 87 88 64 109 101 134 73 40 99 118 90 104 75 144 136 127 87 104 65 72 81 101 142 139 88 80 88 136 119 74 68 120 104 72 105 88 89 124 114 137 108 102 104 131 39 48 64 109 35 154 100 71 90 143 111 116 110 54 149 141 96 98 103 110

D 30IPMF 66 61 39 64 90 83 67 62 53 95 79 62 46 51 77 71 80 72 55 82 104 92 44 28 39 68 66 55 114 94 67 63 103 117 99 51 80 90 78 72 58 70 70 57 103 109 89 68 84 85 29 38 88 77 27 74 77 67 69 67 45 99 86 71 110 105 78 79 86 66 81

EmMF 357 326 283 293 422 392 353 323 372 362 353 339 411 345 296 308 435 387 328 340 462 441 373 316 229 345 319 287 458 432 394 370 387 409 418 383 365 352 354 371 250 271 281 319 450 448 420 386 444 409 341 286 373 343 272 281 477 426 356 341 393 427 406 380 363 412 391 377 392 376 376

Em- 30Em 30Em -IP 4 13 1 34 2 54 18 19 2 11 0 7 1 5 1 3 7 16 2 31 0 36 13 16 3 0 0 2 0 44 14 111 1 14 1 9 3 37 12 25 0 6 0 3 1 5 1 1 2 59 11 20 2 29 12 53 0 5 0 34 3 12 3 3 1 21 0 31 7 43 9 5 0 15 1 29 2 65 22 8 3 123 22 143 58 59 24 40 0 9 0 21 9 15 1 4 0 10 0 32 4 38 8 16 4 29 7 62 12 90 38 33 3 33 7 10 0 27 4 40 2 25 5 5 0 5 1 19 0 88 4 146 39 43 21 0 3 39 0 30 11 38

IP30IP 88 72 43 49 10 7 5 7 42 73 30 21 17 108 145 24 20 65 44 41 0 7 3 29 37 89 77 24 42 13 20 0 97 66 7 12 77 101 26 0 100 57 67 33 43 24 7 28 32 41 28 91 122 98 55 100 17 52 70 0 3 50 33 3 129 0 0 27 51 64 42

30IPMF 26 40 46 2 0 1 3 1 53 0 13 18 93 79 18 10 32 35 34 3 4 1 15 61 84 28 12 24 0 8 0 11 5 4 1 39 42 1 0 0 66 48 24 3 1 4 13 19 35 38 70 55 26 51 77 0 34 36 0 0 45 0 1 15 0 5 17 17 38 39 8

EmMF 130 146 145 87 23 15 14 13 117 107 79 67 113 189 207 159 67 110 118 81 10 11 23 92 181 148 120 113 47 55 35 17 123 100 58 64 134 133 93 30 292 271 209 99 53 49 45 53 77 111 140 170 181 218 234 171 88 105 97 44 75 59 39 38 218 155 99 65 132 133 99


64 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

97 58 57 95 67 54 82 90 85

135 177 187 102 107 220 174 128 138

119 139 121 123 104 149 142 153 127

111 100 78 78 81 107 120 97 79

461 475 443 398 359 530 518 468 429

Época 01/09

55 72 84 89

193 171 136 130

152 150 146 115

112 106 88 81

512 499 453 416

97/98

98/99

88 58 57 90 61 53 57 82 85

114 177 150 84 101 114 125 118 134

106 96 111 113 88 112 112 130 108

33 96 75 69 81 96 114 79 56

342 427 393 356 332 375 408 409 383

8 0 0 5 6 1 25 8 0

20 0 38 17 5 106 48 11 3

13 43 9 10 16 37 31 23 20

78 5 3 9 0 11 6 17 23

119 48 50 42 27 155 110 60 46

81 84 67 62

392 385 354 338

2 4 8 11

31 37 34 21

50 51 37 27

30 21 19 19

113 114 98 78

Valores médios 01/10 01/11 01/12

53 68 75 79

157 134 102 109

102 99 109 89

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 19. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo do milho, para quatro épocas de semeadura. Veranópolis, RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano 75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

Época Em- 30Em 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11

30Em 56 74 85 93 85 87 88 100 70 77 78 95 81 79 80 106 48 71 68 85 64 64 80 85 55 78 94 88 58 73 77 88 59 78 88 86 59 73 76 99 60 115 134 137 76 108 113

-IP 208 237 182 180 222 249 183 167 202 218 184 165 198 226 223 222 178 189 174 186 180 209 161 144 209 234 192 211 180 208 179 175 207 220 159 169 186 210 199 162 302 328 265 255 278 284 198

IP30IP 158 146 155 111 175 137 151 122 148 152 140 138 161 198 181 110 130 154 156 110 142 134 125 111 161 192 176 127 154 149 145 108 145 127 152 122 150 172 128 125 225 248 220 145 192 167 159

ETr 30IPMF 153 106 85 88 145 104 93 78 157 102 105 94 210 112 82 72 166 106 83 84 135 83 84 84 191 98 96 99 162 93 81 84 142 112 92 80 172 108 95 63 251 128 110 93 167 105 120

EmMF 576 564 508 471 626 578 515 467 578 549 507 492 650 614 566 509 521 520 481 464 522 490 449 425 616 602 557 525 555 523 482 455 554 536 491 456 567 562 498 448 837 819 728 629 714 664 589

Em- 30Em 30Em -IP 56 199 70 213 85 167 90 179 84 221 87 240 89 182 101 154 61 181 77 198 75 160 91 151 77 198 79 206 80 143 102 131 48 177 71 187 68 173 84 184 62 171 63 204 78 159 85 140 55 185 78 173 90 129 87 150 58 172 73 171 61 172 88 165 58 191 76 195 80 155 85 162 59 172 72 207 75 180 94 140 53 108 92 137 49 134 98 118 76 218 94 254 102 190

IP30IP 132 143 154 96 162 129 132 99 135 127 124 87 140 74 94 81 128 153 153 109 142 127 119 97 98 58 104 96 116 137 122 107 123 123 143 107 149 110 94 111 112 66 78 90 172 142 140

D 30IPMF 152 101 74 78 140 102 84 76 135 75 67 46 91 75 70 45 166 106 83 69 132 81 77 45 84 98 82 53 143 68 81 82 140 109 88 79 131 104 88 62 97 66 72 61 154 100 57

EmMF 540 527 480 444 607 558 487 430 512 477 426 375 506 434 387 359 518 517 477 446 506 475 433 367 422 407 405 386 490 449 435 442 512 503 466 433 511 493 437 407 370 361 333 367 621 590 489

Em- 30Em 30Em -IP 0 9 5 24 0 16 3 1 1 1 0 9 0 1 0 13 10 22 0 20 3 24 5 14 3 0 0 19 0 80 4 92 0 1 0 3 0 1 0 2 3 10 0 6 2 2 0 4 0 23 0 61 4 63 1 61 0 8 0 37 16 7 0 10 1 16 1 25 8 4 0 6 0 14 1 3 1 19 5 23 6 193 22 191 85 130 38 138 0 60 15 31 11 7

IP30IP 26 3 1 14 13 8 19 23 13 25 16 52 20 124 87 29 2 0 3 1 0 8 6 14 64 133 73 31 38 12 23 1 22 4 8 15 0 63 34 15 113 181 143 55 20 25 19

30IPMF 1 4 11 10 4 2 9 1 23 27 39 47 119 37 13 27 0 0 0 16 4 1 6 39 107 0 14 46 19 25 0 2 2 2 5 1 42 3 6 0 155 62 38 31 13 5 62

EmMF 35 37 28 28 19 20 29 36 67 73 81 118 142 179 180 152 3 3 4 19 16 15 16 57 194 194 154 139 65 74 47 13 41 32 25 22 56 70 61 42 466 456 396 261 93 76 100


65 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12 01/09 01/10 01/11 01/12

103 78 91 104 111 53 94 95 98 59 89 92 103 57 77 91 106 45 70 65 73 51 64 70 77 61 91 92 110 60 58 95 87 52 107 102 102 71 79 97 116 56 56 89 85 54 78 93 103

183 239 263 215 203 232 236 191 165 221 250 183 176 212 245 221 227 166 166 150 147 166 194 155 153 224 248 234 169 176 233 172 165 261 260 186 164 209 256 230 197 172 221 175 158 214 243 199 183

157 180 174 171 163 161 146 136 118 179 141 162 119 167 186 186 142 116 126 120 100 137 126 129 87 176 189 120 138 162 146 140 117 177 149 146 134 182 194 160 120 153 140 126 104 164 168 155 133

87 186 129 123 110 159 107 90 81 153 109 90 83 198 133 108 108 135 89 75 57 132 88 67 62 186 78 102 83 147 90 87 99 153 100 101 95 200 102 90 96 142 86 79 83 173 103 100 73

530 683 657 613 587 606 583 512 462 612 589 527 480 634 641 606 583 462 452 410 377 486 472 421 379 647 606 548 500 546 527 494 468 643 616 536 495 662 632 577 529 523 503 468 429 605 592 548 492

Época 01/09

61 80 89 97

210 235 192 180

162 161 152 123

167 103 93 85

601 579 526 484

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

102 72 90 99 105 53 87 81 84 58 88 88 93 57 76 89 92 45 69 64 73 51 64 68 72 60 83 92 108 60 58 93 87 52 80 51 86 71 79 92 87 56 56 89 85 54 77 90 77

168 207 216 182 156 212 172 137 161 218 210 139 171 203 216 127 126 159 160 133 140 159 171 145 152 209 235 165 128 173 220 172 160 122 116 133 158 190 195 156 196 172 209 159 145 177 168 125 179

73 143 125 121 76 89 105 130 90 132 105 156 111 141 94 97 65 108 106 120 98 114 125 126 83 161 87 88 126 142 140 131 97 74 115 142 105 121 134 159 107 137 128 121 93 90 106 145 58

87 140 96 71 73 120 103 72 81 120 105 88 83 105 52 61 48 121 89 75 57 132 86 64 60 108 76 101 70 145 90 80 91 128 99 88 86 153 102 86 50 133 84 72 76 120 92 37 63

430 562 527 473 410 474 467 420 416 528 508 471 458 506 438 374 331 432 425 392 368 455 446 403 367 539 481 445 432 519 507 476 435 377 411 414 435 534 509 494 440 498 477 442 399 442 443 397 377

0 6 0 6 6 0 8 14 15 0 0 4 9 0 0 1 14 0 1 1 0 0 0 2 5 1 8 0 3 0 0 2 0 0 27 51 16 0 0 5 30 0 0 0 0 0 1 3 27

15 33 46 33 46 21 65 54 5 3 40 44 4 9 30 94 101 8 6 17 8 7 23 10 1 15 14 69 41 4 13 0 5 138 144 53 6 19 62 74 1 0 12 15 12 37 75 74 4

84 37 48 50 87 72 42 6 28 46 35 6 8 26 92 89 77 9 20 0 1 24 1 3 4 15 102 32 12 20 7 9 19 103 33 4 29 62 60 1 13 16 13 5 11 74 63 10 75

0 46 34 52 37 39 4 19 0 33 3 2 0 93 82 47 61 14 0 0 0 0 2 3 2 77 2 1 12 2 0 8 8 25 1 14 9 47 0 3 46 9 2 6 7 52 10 63 10

99 122 129 141 176 132 119 92 48 82 79 55 21 128 204 231 252 30 27 18 9 31 26 18 12 108 126 102 68 26 19 18 33 267 205 122 60 129 122 84 89 25 26 26 30 163 149 150 115

129 90 76 68

499 476 436 406

1 4 9 7

27 40 37 25

35 46 27 29

39 13 18 17

102 103 91 79

Valores médios 01/10 01/11 01/12

60 77 80 90

183 195 155 155

128 115 125 94

* Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

Tabela 20. Resumo das Tabelas 10 a 19. Valores médios de evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D) (mm) para a cultura do milho em diferentes locais e épocas de semeadura. ETm Época Em-

30Em 30Em -IP

IP30IP

ETr 30IPMF

EmMF

Em- 30Em 30Em -IP

IP30IP

D 30IPMF

EmMF

Em- 30Em 30Em -IP

IP30IP

30IPMF

EmMF

72 67 42 24

40 25 15 19

151 151 124 92

Valores médios do período 1975/76-1997/98 - Cruz Alta, RS 01/09 01/10 01/11 01/12

62 82 99 104

222 201 158 138

179 170 155 122

123 114 93 88

586 567 506 452

60 78 84 84

185 147 106 109

107 103 114 99

83 89 78 70

435 417 382 362

2 5 16 20

37 54 51 29

Valores médios do período1975/76-1995/96 - Júlio de Castilhos, RS


66 01/09 01/10 01/11 01/12

70 92 106 115

242 216 173 160

01/09 01/10 01/11 01/12

65 85 99 106

225 198 160 146

01/08 01/09 01/10 01/11 01/12

58 66 84 95 103

186 172 143 155 134

01/08 01/09 01/10 01/11 01/12

63 69 89 100 111

197 181 151 168 123

01/09 01/10 01/11 01/12

69 88 102 115

179 155 174 109

01/08 01/09 01/10 01/11 01/12

48 58 78 89 97

164 159 135 147 96

01/09 01/10 01/11 01/12

53 69 80 89

181 164 135 127

01/09 01/10 01/11 01/12

55 72 84 89

193 171 136 130

01/09 01/10 01/11 01/12

61 80 89 97

210 235 192 180

196 189 179 144

140 133 110 100

648 630 568 519

67 87 93 96

198 160 119 120

119 109 121 109

90 102 88 73

474 458 421 398

3 6 13 19

44 56 55 40

78 80 58 34

50 31 21 26

175 173 147 119

25 33 28 25

44 48 38 25

30 21 15 24

100 105 91 82

14 16 28 35 27

28 44 46 43 28

30 40 34 17 14

76 102 111 106 79

22 24 32 42 32

37 49 59 58 36

32 49 39 22 21

97 124 133 133 104

30 48 74 33

71 99 58 38

64 39 31 31

169 192 181 131

9 15 20 34 15

25 33 51 35 30

26 38 22 18 14

61 88 96 92 71

35 46 46 37

67 66 55 34

41 34 23 22

145 150 135 111

31 37 34 21

50 51 37 27

30 21 19 19

113 114 98 78

27 40 37 25

35 46 27 29

39 13 18 17

102 103 91 79

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Passo Fundo, RS 179 177 164 131

132 122 100 98

601 582 523 481

64 82 89 98

200 165 132 122

135 129 126 106

102 101 85 74

501 477 432 400

1 3 10 8

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Santa Rosa, RS 150 164 155 163 125

129 133 127 97 89

524 534 509 510 451

54 64 80 84 92

173 155 115 120 107

122 120 108 120 98

99 93 95 80 75

447 432 399 404 372

4 2 3 11 11

Valores médios do período 1975/76-1999/00 - São Borja, RS 160 175 173 173 138

139 143 132 103 100

559 569 545 544 473

57 67 85 89 96

173 157 120 126 90

123 126 114 115 103

107 94 93 81 79

460 445 412 412 368

6 2 4 11 15

Valores médios do período 1975/76-1999/00 - São Gabriel, RS 179 193 173 139

148 131 102 104

575 568 552 467

67 82 84 85

146 107 100 76

105 94 115 101

80 92 72 73

397 375 371 336

3 7 19 30

Valores médios do período 1975/76-2000/01 - Taquari, RS 145 153 164 154 131

121 125 118 95 93

478 496 494 485 417

47 57 75 83 85

155 144 115 113 80

120 120 113 120 101

95 87 96 77 79

417 408 398 393 346

1 1 3 6 12

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Rio grande, RS 151 150 143 114

111 105 87 81

497 488 445 412

50 64 70 72

146 118 89 90

83 85 88 80

71 71 63 60

350 338 311 302

2 4 10 18

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Encruzilhada do Sul, RS 152 150 146 115

112 106 88 81

512 499 453 416

53 68 75 79

157 134 102 109

102 99 109 89

81 84 67 62

392 385 354 338

2 4 8 11

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Veranópolis, RS 162 161 152 123

167 103 93 85

601 579 526 484

60 77 80 90

183 195 155 155

128 115 125 94

129 90 76 68

499 476 436 406

1 4 9 7

Em – emergência; 30Em – 30 dias após Em; IP – início do pendoamento; 30IP – 30 dias após IP; MF – maturação fisiológica; ciclo – Em-MF.

4.5. Consumo relativo de água durante o período crítico do milho A quantidade de água consumida pela planta em condições naturais de disponibilidade hídrica (evapotranspiração real) relacionada ao consumo de água sem restrição hídrica (evapotranspiração máxima) fornece o consumo relativo de água, representado pelo índice ETr/ETm. Portanto, é a quantidade de água que a planta consome, em relação à quantidade máxima de água que a planta consumiria, sem nenhuma deficiência de água. É um índice de extrema utilidade e tem sido utilizado mais recentemente em trabalhos de zoneamento agroclimático, para a definição de áreas de risco para a produção de grãos. MATZENAUER (1994) determinou o consumo relativo de água para a cultura do milho para vários locais e anos, encontrando alta associação com o rendimento de grãos. O


67

autor concluiu que o consumo relativo de água é a variável mais eficiente para indicar as variações de rendimento de grãos de milho entre épocas de semeadura, anos e locais no Estado do Rio Grande do Sul. Os modelos agrometeorológicos relacionando o rendimento de grãos com o índice ETr/ETm durante o período crítico da cultura (do início do pendoamento a 30 dias após – IP-30IP), podem ser utilizados para a estimativa do rendimento de grãos de milho, tendo a vantagem ainda, de estimar com uma antecedência de aproximadamente 30 dias da maturação fisiológica da cultura, portanto bem antes da colheita. Os resultados obtidos no trabalho mostram que com um valor médio de consumo relativo de água de 0,70 no período crítico da cultura (em média 30% de deficiência de água), o rendimento médio de grãos é reduzido em aproximadamente 20%, e quando o consumo relativo de água é em média igual a 0,50 (50% de deficiência hídrica), a redução no rendimento de grãos é de cerca de 50%. Baseado nestes resultados, pode-se definir três índices de risco para a produção de milho no Rio Grande do Sul, que podem ser associados às áreas de produção. ÁREAS DE BAIXO RISCO - áreas onde o consumo relativo de água – índice ETr/ETm – é maior que 0,70; ÁREAS DE RISCO MÉDIO - áreas onde o consumo relativo de água é igual ou menor que 0,70 e igual ou maior que 0,50; e ÁREAS DE ALTO RISCO - áreas onde o consumo relativo de água é menor que 0,50. Nas Tabelas 21 a 25 são apresentados os valores do consumo relativo de água no período crítico do milho, para as dez localidades apresentadas no capítulo anterior, nos mesmos períodos e épocas de semeadura. Considerando-se os valores médios dos períodos, o consumo relativo de água variou de 0,53 na época de semeadura de outubro, em São Gabriel, a 0,84 na semeadura de dezembro em Veranópolis. São Gabriel e Rio Grande são os locais que apresentam os menores valores de consumo relativo de água, portanto com maior risco para a cultura. Em anos em que ocorreu forte estiagem, como verificado por exemplo no ano agrícola 1985/86, o consumo relativo de água, em algumas situações, foi menor que 0,20. Estes índices estão associados, normalmente, a reduções de mais de 90% do rendimento de grãos, segundo resultados obtidos por MATZENAUER (1994). As épocas de semeadura de setembro e outubro apresentam, em geral, os menores valores de consumo relativo de água, estando associadas, portanto, a semeaduras de maior risco. Tabela 21. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Cruz Alta e Júlio de Castilhos, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86

set 0,83 0,86 0,68 0,54 0,85 0,91 0,79 0,40 0,40 0,06

Cruz Alta Época de semeadura out nov 0,83 0,99 0,91 0,95 0,35 0,46 0,23 0,24 0,52 0,34 0,95 0,97 0,39 0,38 0,72 1,00 0,27 0,40 0,34 0,90

Ano Dez 0,92 0,76 0,58 1,00 0,44 0,97 0,77 0,82 0,95 0,79

75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86

set 0,79 0,37 0,44 0,50 0,78 0,88 0,67 0,75 0,70 0,54 0,17

Júlio de Castilhos Época de semeadura out nov 0,80 0,94 0,74 0,80 0,59 0,67 0,22 0,12 0,37 0,16 0,75 0,96 0,22 0,52 0,64 0,63 0,93 1,00 0,44 0,60 0,17 0,35

dez 0,88 0,64 0,62 0,87 0,46 0,90 0,75 1,00 0,76 0,67 0,73


68 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 Média

0,55 0,40 0,50 0,48 0,73 0,88 0,53 0,23 0,93 0,78 0,62

0,66 0,47 0,68 0,90 0,83 0,48 0,90 0,60 0,78 0,91 0,64

0,87 0,89 0,89 0,97 0,98 0,73 0,50 1,00 0,99 0,90 0,77

0,93 0,48 0,85 0,82 0,71 1,00 0,82 0,97 0,96 0,86 0,82

86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 Média

0,55 0,47 0,38 0,60 0,90 0,79 0,65 0,98 0,58 0,35 0,61

0,64 0,49 0,62 0,83 0,57 0,81 0,81 0,64 0,52 0,69 0,59

0,75 0,86 0,88 0,92 0,47 0,85 0,84 0,62 0,95 0,98 0,71

0,80 0,59 0,78 0,72 0,40 0,99 0,86 0,95 1,00 0,94 0,78

IP-30IP – início do pendoamento até 30 dias após IP

Tabela 22. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Passo Fundo e Santa Rosa, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

set 0,79 0,97 0,83 0,65 1,00 0,99 0,96 0,57 0,81 0,55 0,31 0,65 0,77 0,79 0,76 0,70 1,00 0,87 0,92 0,91 0,27 0,75 0,76 0,73 0,76

Passo Fundo Época de semeadura out nov 0,80 0,90 0,95 0,97 0,69 0,69 0,27 0,19 0,90 0,78 0,93 0,97 0,76 0,37 0,81 0,63 0,85 0,98 0,48 0,55 0,42 0,48 0,76 0,87 0,81 0,94 0,99 0,97 0,93 0,95 0,26 0,63 0,85 0,83 0,87 1,00 0,61 0,50 1,00 0,93 0,55 1,00 0,79 0,93 1,00 1,00 0,68 1,00 0,75 0,79

Ano dez 0,74 0,93 0,59 0,96 0,98 0,92 0,59 1,00 0,68 0,89 0,50 0,71 0,41 1,00 0,96 0,41 0,97 0,95 0,94 0,86 0,90 0,93 0,96 0,87 0,82

75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

ago 0,85 0,89 0,80 0,91 0,99 0,91 0,97 0,89 0,96 0,24 0,89 0,79 0,77 0,78 0,96 0,39 0,98 0,99 0,95 0,49 0,82 1,00 0,72 0,82

Santa Rosa Época de semeadura set out nov 0,92 0,89 0,94 0,91 0,57 0,62 0,59 0,32 0,08 0,93 0,98 0,72 0,83 0,69 0,78 0,88 0,76 0,31 0,73 0,75 0,93 0,62 0,66 0,98 0,86 0,74 0,77 0,37 0,46 0,73 0,87 0,64 0,97 0,69 0,58 0,63 0,61 0,64 0,91 0,79 0,98 0,95 0,95 0,41 0,58 0,50 0,94 0,59 0,78 0,63 1,00 0,97 0,71 0,68 0,63 0,77 0,90 0,25 0,47 1,00 0,87 0,93 0,93 0,82 0,94 0,90 0,66 0,70 0,70 0,74 0,70 0,77

Dez 0,93 0,54 0,57 0,52 0,88 0,93 0,90 0,80 0,92 0,64 0,99 0,59 0,69 0,77 0,46 1,00 0,74 0,95 0,95 0,87 0,94 0,91 0,88 0,80

IP-30IP – início do pendoamento até 30 dias após IP

Tabela 23. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para São Gabriel e São Borja, RS. Ano 75/76 76/77

São Gabriel Época de semeadura set out nov dez 0,42 0,43 0,93 0,68 0,81 0,88 0,87 0,60

Ano 75/76 76/77

ago 0,78 -

São Borja Época de semeadura set out nov 0,79 0,79 0,95 -

Dez 0,87 -


69 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 Média

0,56 0,63 0,38 0,56 0,45 0,53 0,31 0,40 0,14 0,61 0,72 0,60 0,85 0,88 0,47 0,99 0,35 0,17 0,18 0,71 0,76 0,36 0,54

0,41 0,37 0,21 0,56 0,26 0,71 0,59 0,35 0,14 0,69 0,50 0,55 0,59 0,97 0,72 0,88 0,51 0,53 0,18 0,93 0,39 0,28 0,53

0,54 0,09 0,34 0,85 0,56 0,70 0,93 0,28 0,83 0,76 0,87 0,92 0,33 0,68 0,91 0,67 0,73 0,98 0,45 0,90 0,65 0,69 0,69

0,30 0,51 0,51 0,81 0,70 1,00 0,78 0,30 0,48 0,55 0,50 0,97 0,39 0,92 0,83 0,91 0,80 0,47 0,96 0,88 0,92 0,89 0,69

77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 Média

0,84 0,97 0,90 1,00 0,75 0,98 0,70 0,76 0,97 0,58 0,56 0,89 0,99 0,57 0,59 0,94 0,88 0,26 0,77 0,98 0,49 0,62 0,77

0,76 0,58 0,88 0,91 1,00 0,90 0,40 0,58 0,89 0,50 0,43 0,90 0,95 1,00 0,58 0,99 0,66 0,20 0,77 0,82 0,72 0,57 0,73

0,52 0,17 0,75 0,80 0,73 0,63 0,52 0,28 0,75 0,58 0,92 0,84 0,54 1,00 0,84 0,61 0,62 0,78 0,88 0,99 0,51 0,67 0,68

0,53 0,18 0,39 0,92 0,38 0,78 0,96 0,30 0,96 0,87 0,92 0,73 0,43 0,77 0,98 0,56 0,76 1,00 0,80 0,83 0,39 0,40 0,69

0,36 0,57 0,59 0,92 0,75 0,82 0,93 0,93 0,84 0,75 0,63 0,72 0,43 1,00 0,54 0,99 0,83 0,90 0,92 0,89 0,86 0,56 0,77

IP-30IP – início do pendoamento até 30 dias após IP

Tabela 24. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do Milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Rio Grande e Taquari, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00

set 0,29 0,83 0,31 0,69 0,87 0,41 0,57 0,53 0,24 0,22 0,82 0,72 0,53 0,12 0,42 0,72 0,64 0,74 0,44 0,66 0,75 0,63 -

Média

0,55

Rio Grande Época de semeadura out nov 0,52 0,70 0,98 0,97 0,21 0,65 0,38 0,16 0,74 0,56 0,42 0,73 0,36 0,11 0,76 0,94 0,36 0,60 0,44 0,97 0,84 0,46 0,63 0,84 0,57 0,42 0,20 0,57 0,19 0,11 0,82 0,71 0,47 0,43 0,88 0,57 0,81 0,90 0,40 0,62 1,00 1,00 0,91 1,00 0,59

0,64

Ano dez 0,47 0,81 0,94 0,72 0,57 0,96 0,41 0,95 0,47 0,81 0,59 0,41 0,24 0,98 0,53 0,72 0,91 0,99 0,69 0,91 1,00 0,75 0,72

75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 Média

ago 0,61 0,95 0,78 1,00 1,00 0,96 0,89 0,97 0,78 0,88 0,32 0,89 0,98 0,89 0,81 0,82 0,80 0,91 0,88 0,78 0,70 0,81 1,00 0,68 0,90 0,92 0,84

Taquari Época de semeadura set out nov 0,88 0,81 0,86 0,96 0,93 1,00 0,71 0,77 0,93 0,88 0,50 0,10 1,00 0,90 0,75 1,00 0,69 0,88 0,81 0,66 0,36 0,89 0,88 0,60 0,51 0,41 0,99 0,76 0,60 0,56 0,27 0,31 0,62 0,90 1,00 0,93 0,76 0,84 0,95 0,90 0,79 0,92 0,60 0,40 0,74 0,75 0,55 0,46 0,90 0,92 0,77 0,85 0,89 0,89 0,96 0,71 0,69 0,79 0,78 0,99 0,42 0,55 1,00 0,76 0,42 1,00 0,79 0,85 0,89 0,69 0,44 0,95 0,98 0,64 0,83 0,91 1,00 0,99 0,79 0,70 0,79

Dez 0,50 1,00 0,70 0,38 0,68 0,96 0,88 0,77 0,87 0,39 0,63 0,91 0,68 0,75 0,80 0,41 0,96 0,66 1,00 1,00 0,93 0,98 0,89 1,00 0,65 0,99 0,78


70 IP-30IP – início do pendoamento até 30 dias após IP

Tabela 25. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico do milho (IP-30IP), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Encruzilhada do Sul e Veranópolis, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

set 0,43 0,93 0,68 0,89 0,86 1,00 0,74 0,71 0,45 0,49 0,42 0,74 0,76 0,28 0,90 0,99 0,30 0,66 0,69 0,75 0,68

Encruzilhada do Sul Época de semeadura out nov 0,50 0,66 0,95 0,95 0,47 0,79 0,40 0,22 0,58 0,70 0,96 0,98 0,42 0,48 0,91 0,87 0,57 0,95 0,40 0,83 0,64 0,57 0,82 0,95 0,71 0,82 0,39 0,67 0,66 0,50 0,69 0,78 1,00 1,00 0,61 0,73 0,92 0,92 0,78 0,85 0,67 0,76

Ano dez 0,56 0,93 0,83 0,80 0,65 0,75 0,78 1,00 0,91 1,00 0,73 0,79 0,30 0,26 1,00 0,97 0,78 0,89 0,85 0,85 0,78

75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

set 0,84 0,93 0,91 0,87 0,98 1,00 0,61 0,76 0,85 0,99 0,50 0,89 0,79 0,55 0,74 0,84 0,93 0,83 0,92 0,87 0,42 0,66 0,90 0,55 0,80

Veranópolis Época de semeadura out nov 0,98 0,99 0,94 0,87 0,84 0,89 0,37 0,52 0,99 0,98 0,95 0,95 0,30 0,59 0,92 0,84 0,97 0,94 0,64 0,73 0,27 0,35 0,85 0,88 0,72 0,71 0,72 0,96 0,74 0,96 0,51 0,52 0,84 1,00 0,99 0,97 0,46 0,73 0,95 0,94 0,78 0,97 0,69 0,99 0,91 0,96 0,63 0,93 0,75 0,84

dez 0,87 0,81 0,63 0,74 0,99 0,88 0,76 0,99 0,88 0,89 0,62 0,46 0,47 0,76 0,93 0,46 0,99 0,95 0,91 0,83 0,79 0,89 0,90 0,44 0,78

IP-30IP – início do pendoamento até 30 dias após IP

5. Cultura da Soja Atualmente, a soja é a cultura que detém a maior área de cultivo no Rio Grande do Sul. Sua produção tem, em média, sido crescente e caracterizada pelo bom nível tecnológico utilizado na lavoura, pelo emprego de materiais genéticos de bom potencial produtivo e pela crescente profissionalização dos produtores rurais. Salienta-se que a soja participa da economia de pequenos, médios e grandes estabelecimentos rurais do estado, estando presente em 33,14% deles (142.487 unidades produtivas). O Rio Grande do Sul é o terceiro estado maior produtor de soja, com uma participação de 18,8% da produção nacional. A cultura da soja no ano agrícola 2000/2001, ocupou uma área de 2,965 milhões de hectares no Estado, com uma produção de 6,935 milhões de toneladas, e um rendimento médio de 2.339 kg.ha-1. As microrregiões geográficas com maior produção na safra 2000/2001 são: Cruz Alta, com 1.013.390 t, Santo Ângelo, com 721.230 t, Ijuí, com 701.676 t, Passo Fundo, com 670.215 t e Carazinho, com 582.860 t. (BISOTTO E FARIAS, 2001).


71

5.1. Evapotranspiração máxima e relações com a evaporação do tanque classe A, com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman e com a radiação solar global Os dados apresentados para a cultura da soja são resultados médios de cinco anos de experimentação para a época de semeadura da segunda quinzena de novembro (BERLATO et al., 1986). Na Tabela 26 , são apresentados os valores médios de evapotranspiração máxima da soja (ETm), bem como das relações da ETm com a evaporação do tanque classe A (Kc 1), com a evapotranspiração calculada pelo método de Penman (Kc2) e com a radiação solar global (Kc3), nos diferentes períodos de desenvolvimento da cultura. Durante o período de estabelecimento da cultura (S – V2) a evapotranspiração é menor, com um valor médio diário de 2,7mm. Com o crescimento e desenvolvimento das plantas, aumenta a evapotranspiração, ocorrendo um maior consumo (7,5mm.dia-1) do início da floração ao início de enchimento de grãos (subperíodo R1 – R5). No final do ciclo, durante o subperíodo R5 – R7, o consumo de água diminui apresentando um valor médio de 5,7mm.dia-1. Entre as culturas mesófitas que foram pesquisadas no Rio Grande do Sul (milho, soja, trigo, girassol, sorgo, feijão), a soja é a que apresenta os maiores valores de ETm total no ciclo (827,2mm) e média diária, com 6,1mm.dia-1. Um fator que contribui para isso, é o elevado índice de área foliar (IAF) verificado para a cultura, chegando em algumas ocasiões a atingir valores superiores a 7. Os coeficientes de cultura Kc1, Kc2 e Kc3 apresentam um comportamento semelhante à ETm. São menores no início do ciclo, atingindo valores máximos durante o subperíodo R1 – R5. Comparando-se com os coeficientes obtidos para a cultura do milho, verifica-se que os valores para a soja são bem maiores, devido a maior evapotranspiração desta cultura. Os valores mais altos de ETm, bem como dos coeficientes, coincidem com o período em que a soja atinge o máximo IAF e máxima altura de planta. Tabela 26. Evapotranspiração máxima (ETm) e coeficientes de estimativa (Kc1, Kc2 e Kc3), em diferentes subperíodos da soja. Valores médios de 5 anos. Estação experimental de Taquari, RS. Subperíodo * S – V2 V2 – R1 R1 – R5 R5 – R7 S – R7

Duração média (dias) 17 42 40 38 137

ETm (mm) Total Média diária 46,0 2,7 264,6 6,3 300,0 7,5 216,6 5,7 827,2 6,1

Kc1

Kc2

Kc3

0,44 0,90 1,21 1,09 1,00

0,56 1,21 1,50 1,41 1,30

0,33 0,69 0,90 0,83 0,73

Fonte: Adaptado de BERLATO et al., 1986 * S – semeadura; V2 – 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 – início da floração; R5 – início do enchimento de grãos; R7 – maturação fisiológica; ciclo completo – S – R7.

5.2. Disponibilidades hídricas para a cultura da soja em diferentes locais e épocas de semeadura


72

São apresentados resultados de balanços hídricos do período 1975/76 a 2000/2001, para dez localidades do Estado (Tabela 27). A posição geográfica dos locais é apresentada na Figura 8. Utilizou-se a metodologia de THORNTHWAITE & MATHER (1955) para cálculo do balanço hídrico decendial, com um valor médio para a capacidade de água disponível (CAD) de 100 mm. O período para cada local é variável (Tabela 22), em função da disponibilidade de dados meteorológicos para o cálculo da evapotranspiração de referência pelo método de Penman. A evapotranspiração máxima da cultura (ETm), foi calculada utilizando-se coeficientes de cultura (Kc) para cada época de semeadura, adaptados de BERLATO et al. (1986), segundo a relação: Kc = ETm/ETo sendo, ETo a evapotranspiração de referência calculada pelo método de PENMAN (1956). As determinações de evapotranspiração máxima da soja (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica, foram feitas para três épocas de semeadura (outubro, novembro e dezembro, iniciadas no dia primeiro de cada mês) nos seguintes períodos de desenvolvimento da cultura: da semeadura até a 1ª folha trifoliolada desenvolvida (S – V2); de V2 até o início da floração (V2 – R1); de R1 até o início de enchimento de grãos (R1 R5); de R5 até a maturação fisiológica (R5 – R7 ) e no ciclo completo da cultura (S – R7). Tabela 27. Relação das localidades onde foram calculados os balanços hídricos para a cultura da soja Nº

Localidade

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Cruz Alta Júlio de Castilhos Passo Fundo Santa Rosa São Borja São Gabriel Taquari Rio Grande Encruzilhada do Sul Veranópolis

Região Climática Planalto Missões Vale do Uruguai Depressão Central Litoral Sul Serra do Sudeste Serra do Nordeste

Período calculado 75/76-96/97 75/76-95/96 75/76-96/97 75/76-98/99 75/76-97/98 75/76-99/00 75/76-00/01 75/76-98/99 75/76-98/99 75/76-98/99

Coordenadas Geográficas Altitude Latitude Longitude 473 28º38’21’’ 53º36’42’’ 514 29°13’26’’ 53º40’45’’ 709 28°15’41’’ 52°24’45’’ 273 27º51’50’’ 54º29’03’’ 99 28º39’44’’ 56º00’44’’ 109 30º20’27’’ 54º19’01’’ 76 29º48’15’’ 51º49’30’’ 15 32º01’02’’ 52º09’32’’ 420 30º25’35’’ 52º31’20’’ 705 28º56’14’’ 51º33’11’’

Nas Tabelas 28 a 37, são apresentados os resultados de evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em milímetros, para as localidades de Cruz Alta, Júlio de Castilhos, Passo Fundo, Santa Rosa, São Borja, São Gabriel, Taquari, Rio Grande, Encruzilhada do Sul e Veranópolis, respectivamente, em quatro subperíodos de desenvolvimento da cultura da soja e no ciclo completo, para três épocas de semeadura. Os maiores valores de evapotranspiração (ETm) total no ciclo completo, foram verificados durante os anos agrícolas de 1978/79, 1981/82, 1985/86 e 1990/91. São anos em que ocorreram estiagens no Rio Grande do Sul, e, segundo FARIAS et al. (1993), perdas nas


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safras de soja que variaram de 38 % a 58 %. Como em anos de estiagem ocorre um maior número de dias claros, é normal que as condições meteorológicas favoreçam uma maior demanda evaporativa da atmosfera e, portanto, maior consumo de água pelas culturas. Se não houver disponibilidade hídrica adequada para a cultura, ocorre déficit hídrico. Para a localidade de Júlio de Castilhos, por exemplo, os valores de evapotranspiração da cultura foram superiores a 1000mm durante o ciclo completo, para as épocas de semeadura de outubro e novembro, durante o ano agrícola 1985/86, ano que se caracterizou pela ocorrência de forte estiagem, com perdas significativas nas lavouras do Estado. Os valores médios de evapotranspiração total no ciclo completo da cultura variam de 654 mm na época de semeadura de dezembro para Encruzilhada do Sul (Tabela 36), a 930 mm na época de semeadura de outubro para Júlio de Castilhos (Tabela 29). Comparando-se com os valores obtidos para a cultura do milho (variação de 412mm a 648mm, Tabela 20), verifica-se que a cultura da soja apresenta maior consumo de água, chegando, em alguns casos a ser mais de 50% superior ao consumo de água do milho, no ciclo completo. Este maior consumo de água da soja, é atribuído, em parte, ao maior índice de área foliar da cultura e ao fato de haver uma cobertura do solo mais rápida, em função do maior crescimento inicial. Além disso, em média, a soja tem um ciclo de desenvolvimento mais longo que o milho. Os maiores valores de ETm são verificados em Júlio de Castilhos e São Gabriel, sendo os menores valores observados em Encruzilhada do Sul e Taquari. Na época de semeadura de outubro, ocorrem os maiores valores de consumo de água total no ciclo, havendo uma redução gradativa até a época de dezembro. O maior consumo de água durante a época de outubro ocorre devido à coincidência dos períodos de maior área foliar da cultura com os períodos de maior demanda atmosférica. O subperíodo de desenvolvimento da soja em que foram verificados os maiores valores de ETm foi do início da floração ao início do enchimento de grãos (R1-R5), com valores médios que variam de 249mm a 359mm (Tabela 38). Durante o estabelecimento da cultura e início de desenvolvimento das plantas (subperíodo S-V2), os valores de evapotranspiração da cultura são menores, variando em média, de 36 mm a 99 mm, para os diferentes locais e épocas de semeadura. Com o aumento da área foliar durante o subperíodoV2-R1, são observados valores elevados de evapotranspiração da cultura, atingindo, como referido anteriormente, valores máximos durante a floração e início de enchimento de grãos. No final do ciclo, durante o subperíodo R5-R7, ocorre uma diminuição do consumo de água, devido à redução da atividade fisiológia das plantas e senescência das folhas próximo à maturação fisiológica, com a conseqüente redução da área foliar. Os valores totais de evapotranspiração real (ETr) durante o ciclo completo da cultura, na média do período estudado, considerando os diversos locais, variam de 420mm para a época de semeadura de dezembro em Rio Grande (Tabela 35), a 620 mm para a época de semeadura de outubro em Passo Fundo (Tabela 30). Os maiores valores de ETr são verificados em Passo Fundo e Veranópolis, sendo os menores valores observados em Rio Grande e São Gabriel. A evapotranspiração real de uma cultura depende das condições de disponibilidade hídrica no solo, do estádio de desenvolvimento da cultura e, também, das condições meteorológicas que determinam a demanda evaporativa da atmosfera. Em anos com maior disponibilidade hídrica, como ocorrido, por exemplo, durante o ano agrícola


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1992/93 para a localidade de Passo Fundo, os valores de ETr se aproximaram mais dos valores de ETm da cultura, acarretando baixos valores de deficiência hídrica. Em dias quentes e secos, mesmo que o solo esteja em capacidade de campo, pode ocorrer déficit hídrico, pelo fato da planta não conseguir repor água na mesma quantidade em que está perdendo. Com a diminuição da demanda evaporativa no final da tarde, a planta começa a absorver maior quantidade de água, iniciando a recuperação do déficit, ocorrendo um equilíbrio dos potenciais durante a noite. Caso não haja reposição de água no solo, chegará o momento em que o processo se tornará irreversível. A duração deste período depende da demanda hídrica da atmosfera, da capacidade de armazenamento de água no solo, das características da cultura e do estádio de desenvolvimento da planta. Os resultados apresentados mostram que ocorre deficiência hídrica em praticamente todos os anos para a cultura da soja no estado. A deficiência hídrica média total no ciclo varia de 181mm na época de 01/12 em Passo Fundo, a 424mm na época de 01/10 em São Gabriel. São Gabriel, Rio Grande e Júlio de Castilhos apresentam as maiores deficiências hídricas, enquanto Passo Fundo e Veranópolis apresentam valores menores. CUNHA et al. (1998) determinaram a perda potencial de rendimento em soja por deficiência hídrica, para algumas localidades do Rio Grande do Sul, entre elas Passo Fundo e Cruz Alta. Observaram, que a perda potencial de rendimento foi menor para Passo Fundo, indicando menor deficiência hídrica. Observaram ainda, que a medida que a época de semeadura foi retardada, diminuiu a perda de rendimento potencial, devido a diminuição da deficiência de água, principalmente no período crítico. As maiores deficiências hídricas ocorrem durante o subperíodo compreendido entre o início da floração e início de enchimento de grãos, caracterizado como o subperíodo de desenvolvimento com maior consumo de água pela cultura. Durante este subperíodo, as deficiências médias variam de 74 mm para a semeadura de dezembro em Cruz Alta, a 195 mm para a semeadura de outubro, em São Gabriel, ocorrendo grandes diferenças entre locais e épocas de semeadura. Os menores valores de deficiência hídrica foram observados durante o subperíodo da semeadura à emissão da primeira folha trifoliolada. Este subperíodo caracteriza-se pelo baixo índice de área foliar, sendo este o principal fator responsável pelo baixo consumo de água, ocorrendo desta forma, baixos valores de deficiência hídrica. Dezembro é a época de semeadura de menor deficiência hídrica, durante o período crítico, em todos os locais, enquanto que em outubro ocorrem as maiores deficiências. Pelos resultados obtidos, evidencia-se maior risco por deficiência hídrica para a época de semeadura de outubro, e menor risco para a época de dezembro. Em períodos de forte estiagem como ocorreu durante o ano agrícola 1985/86, por exemplo, foram observados valores de deficiência hídrica total no ciclo, superiores a 800 mm em alguns locais. Os resultados demonstram que a deficiência hídrica caracteriza-se como um dos principais fatores limitantes à produção de soja no Estado do Rio Grande do Sul, causando com freqüência, reduções nas safras desta cultura.

Tabela 28. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Cruz Alta, RS, período 1975/76-1996/97.


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ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

ETr

S– V2 40 45 50 39 53 58 42 51 56 42 44 60 33 49 43 39 43 54 40 45 61 42 41 58 44 45 60 39 67 66 42 61 63 36 44 58 41 51 59 43 55 62 31 46 54 29 43 46 31 35 43 38 53 68 19 34 33

V2 – R1 249 239 165 310 262 172 288 246 206 267 243 241 253 219 214 240 217 173 295 249 216 318 281 185 283 271 246 386 278 187 325 271 195 275 240 185 307 259 191 306 239 164 263 238 163 250 221 201 257 202 135 305 260 155 224 171 145

R1 – R5 290 260 273 306 278 287 348 317 306 385 394 297 337 336 296 289 267 257 347 341 275 304 276 282 398 359 268 316 295 230 329 305 270 316 303 264 319 268 227 299 282 244 283 219 216 320 256 167 221 235 206 294 219 202 223 214 154

R5 – R7 233 175 152 247 210 188 258 253 240 262 180 170 257 204 176 217 215 208 239 201 211 243 209 190 232 190 176 206 150 144 236 192 196 230 204 207 195 175 156 215 169 162 182 163 147 146 149 176 183 133 139 174 167 129 135 122 141

S– R7 812 720 640 902 803 706 936 866 808 956 861 767 880 809 729 785 742 692 921 836 763 908 806 716 957 866 750 947 790 628 932 829 724 857 792 714 862 753 632 863 745 632 760 666 580 745 669 591 692 606 524 811 698 555 601 540 472

37 48 55

284 242 186

312 286 249

215 182 174

849 758 664

S– V2 38 44 50 39 49 58 39 47 51 41 44 58 33 49 43 39 43 54 38 45 61 42 41 52 44 41 53 38 46 23 42 58 60 35 44 47 40 48 52 40 55 56 31 46 53 29 43 46 31 35 37 36 51 40 19 34 33

V2 – R1 236 194 151 269 230 169 274 186 96 224 171 99 222 185 128 229 205 162 263 215 118 213 151 160 201 152 109 107 55 85 273 170 168 219 133 119 233 162 157 203 189 149 216 204 143 241 195 107 173 138 130 136 111 111 180 158 128

R1 – R5 207 248 235 233 234 236 100 100 121 83 77 163 179 109 72 240 248 250 120 100 166 189 275 234 87 100 165 82 178 145 217 272 233 122 180 176 171 185 173 213 241 195 217 189 142 181 148 164 155 118 100 108 171 192 154 179 152

D R5 – R7 201 143 140 174 110 102 112 105 65 128 167 101 62 94 132 216 201 137 142 139 64 219 142 125 136 168 151 127 95 133 206 132 115 145 64 83 138 142 148 170 133 158 112 99 138 142 149 165 54 77 92 167 148 110 128 113 114

S– R7 682 630 576 715 623 566 525 438 333 476 458 421 496 437 374 724 697 602 563 499 409 663 608 570 468 462 479 354 375 387 738 632 577 521 421 425 582 538 530 626 618 559 576 538 476 594 536 482 414 369 359 447 480 454 481 484 427

S– V2 2 1 0 0 4 0 3 3 5 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 7 0 4 6 0 21 43 0 3 2 1 0 11 1 2 7 3 0 6 0 0 1 0 0 0 0 0 6 2 2 28 0 0 0

V2 – R1 13 45 14 41 33 3 14 60 110 43 72 142 32 34 87 11 12 11 32 34 98 105 129 25 82 119 137 278 222 102 52 101 26 57 107 66 74 97 34 103 50 15 47 34 20 9 26 94 83 64 6 170 149 44 44 12 16

R1 – R5 83 12 38 73 44 52 249 217 185 302 318 134 158 227 224 49 19 7 226 241 109 115 2 48 311 260 102 234 117 85 112 33 37 194 123 88 148 83 54 87 41 49 67 30 74 138 108 3 66 117 106 186 48 11 69 35 3

R5 – R7 33 32 12 73 99 86 146 148 174 134 13 69 194 110 44 1 14 71 98 62 147 24 67 65 96 22 25 80 54 11 30 60 81 85 141 125 56 33 8 45 36 4 70 64 9 3 0 12 129 56 47 7 19 19 7 9 26

S– R7 131 90 64 187 180 141 412 428 475 480 403 346 384 372 354 61 45 90 358 337 354 245 198 145 489 404 271 592 415 241 194 197 147 337 371 289 280 215 102 237 127 73 184 128 104 151 134 109 279 237 164 364 218 101 120 56 45

146 127 120

560 518 474

1 2 6

68 74 55

151 109 74

69 55 54

289 240 190

Valores médios Época 01/10 01/11 01/12

37 45 49

216 169 131

161 176 174

* S - semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5 - início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S - R7. Fonte: MATZENAUER et al. (1998c)

Tabela 29. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para três épocas


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de semeadura. Júlio de Castilhos, RS, período 1975/76-1995/96. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

ETr

S– V2 49 55 61 46 59 59 47 55 61 38 45 58 39 45 48 38 51 53 47 48 63 45 46 61 42 46 61 43 49 60 47 73 79 46 53 66 44 46 69 50 58 60 46 53 69 46 41 60 43 47 59 37 53 56 34 44 52 26 30 38 40 51 56

V2 – R1 303 281 189 331 259 167 290 247 204 267 252 251 257 231 232 274 229 178 323 249 226 295 268 216 331 300 191 310 281 252 432 347 260 321 276 203 312 270 206 337 266 213 322 275 201 284 272 249 297 233 178 280 237 174 261 233 234 216 180 137 285 219 146

R1 – R5 337 296 308 296 278 296 349 329 306 396 410 299 358 385 353 298 277 263 357 362 301 353 330 266 325 272 279 401 333 234 428 397 332 347 334 315 355 352 304 348 320 286 354 347 321 397 380 339 290 277 233 299 279 284 361 361 246 219 239 211 263 224 201

R5 – R7 264 204 179 255 224 206 261 238 217 266 184 188 307 235 186 222 218 237 259 247 257 236 192 206 241 225 209 199 210 209 293 230 193 276 248 258 266 243 267 244 219 188 280 210 187 291 248 222 201 191 178 242 172 130 217 167 176 186 152 168 173 170 152

S– R7 952 836 736 928 820 728 947 869 787 968 890 796 961 896 820 832 776 730 985 906 846 928 837 750 938 842 740 952 873 755 1200 1047 864 990 911 842 976 911 846 979 863 748 1003 885 777 1018 941 870 831 748 648 858 741 644 873 805 708 648 601 554 761 663 554

42 50 59

301 257 205

339 323 285

247 211 201

930 841 750

S– V2 42 54 61 45 56 56 47 53 54 38 45 53 36 45 48 38 51 53 43 48 63 45 46 61 42 46 58 43 43 55 44 46 50 46 51 63 43 46 63 47 56 54 44 52 63 46 41 58 40 45 59 37 49 56 34 44 52 26 30 38 37 48 38

V2 – R1 275 235 168 246 153 151 255 171 139 216 171 97 242 183 111 267 204 159 241 211 98 246 214 170 235 226 187 235 200 146 114 87 62 279 173 163 256 165 141 257 144 167 236 227 179 270 255 157 187 212 148 207 166 163 254 231 148 183 147 118 153 137 114

R1 – R5 223 255 227 171 191 195 131 162 157 65 43 103 150 71 60 199 200 215 92 140 237 197 169 202 206 243 254 128 125 128 71 78 113 193 213 180 139 199 213 180 221 190 219 226 189 172 129 138 196 221 233 186 197 198 227 186 187 121 180 194 111 158 201

D R5 – R7 212 152 166 143 116 121 138 109 70 87 116 70 53 109 166 182 127 57 203 159 60 162 191 189 225 144 121 112 128 147 94 157 174 146 109 149 178 90 51 158 148 164 152 126 178 123 100 110 201 185 167 149 114 111 160 159 151 160 147 145 173 157 127

S– R7 751 696 621 606 516 524 571 496 421 406 375 323 481 409 386 687 582 484 580 558 458 649 621 622 707 658 619 517 496 476 324 367 398 664 545 555 616 499 467 641 568 575 652 631 609 611 525 463 624 662 607 579 527 529 675 620 539 490 504 495 474 501 481

S– V2 7 1 0 0 3 3 0 1 7 1 0 5 3 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 3 0 6 4 3 27 29 0 2 3 1 0 6 3 2 6 2 1 5 0 0 2 3 2 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 2 2 17

V2 – R1 29 46 21 85 106 16 36 76 64 52 81 154 15 48 120 7 25 19 81 38 128 49 54 46 96 74 4 75 81 107 318 260 198 42 103 40 56 105 65 81 122 46 86 48 22 14 17 92 110 21 30 73 71 11 7 2 86 33 33 19 133 82 32

R1 – R5 113 41 81 125 87 101 218 167 149 331 366 195 209 314 293 98 77 48 264 222 64 156 161 65 119 29 26 273 208 106 357 320 219 154 121 135 216 154 91 168 98 96 135 121 132 225 251 202 95 56 0 114 82 85 134 175 59 98 59 17 152 65 0

R5 – R7 52 52 13 112 108 85 123 128 147 179 68 119 253 126 21 40 92 180 56 88 197 74 1 17 16 82 88 87 82 62 199 73 20 130 139 109 87 153 216 86 72 24 128 84 9 168 148 112 0 6 11 93 58 19 57 8 25 27 5 23 0 13 25

S– R7 201 140 115 322 304 204 376 373 367 562 515 473 480 487 434 145 193 246 405 348 388 279 216 127 231 185 121 436 377 279 877 680 466 326 365 287 360 412 379 337 295 173 351 254 168 407 416 407 208 86 41 279 215 115 198 185 170 158 97 59 287 162 74

153 135 128

586 541 507

1 3 4

70 71 63

179 151 103

94 75 72

344 300 242

Valores médios Época 01/10 01/11 01/12

41 47 55

231 186 142

161 172 182

* S - semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5 - início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S - R7.–––


77 Fonte: MATZENAUER et al. (1998c)

Tabela 30. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D). Valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para três épocas de semeadura. Passo Fundo, RS, período 1975/76-1996/97. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

S– V2 40 57 50 44 55 62 39 49 58 44 49 59 36 46 38 41 50 55 39 51 57 43 35 51 41 38 52 43 25 56 44 65 64 43 56 54 34 48 56 46 55 54 40 53 60 33 38 52 45 47 49 36 52 55 38 47 51 23 30 46 34 52 57 32

V2 – R1 270 229 181 315 274 164 275 244 200 287 256 251 236 189 202 262 223 175 295 228 205 247 229 189 289 253 176 252 251 223 370 275 210 301 231 167 288 229 192 323 238 173 306 241 153 254 237 223 278 219 197 281 246 183 264 240 221 224 197 133 308 248 186 300

R1 – R5 306 284 290 306 255 280 346 318 306 396 419 313 306 334 291 299 283 261 328 347 284 304 286 238 289 260 263 358 333 250 341 336 292 287 267 250 319 301 258 286 254 226 281 269 250 352 331 275 303 277 222 310 268 254 355 292 202 228 231 207 313 273 247 329

ETr R5 – R7 246 208 172 239 212 183 260 235 220 280 181 177 253 197 187 224 196 205 210 215 233 176 173 186 185 204 186 182 178 173 216 206 183 183 198 214 183 211 221 159 177 176 187 168 158 195 203 193 190 172 152 216 175 145 176 175 198 184 146 169 213 213 201 213

S– R7 862 777 693 904 796 689 920 847 784 1007 905 801 832 767 718 825 753 697 873 841 779 770 723 664 804 755 677 836 787 703 971 882 749 815 752 685 824 789 726 815 724 630 815 732 621 833 808 743 815 715 619 843 742 638 833 753 672 658 604 554 868 785 691 874

S– V2 40 56 50 44 55 62 37 49 51 44 49 58 36 46 38 41 46 55 39 51 57 43 35 46 41 38 52 42 24 55 39 56 51 42 50 52 34 48 55 46 54 53 40 53 60 33 38 52 41 46 49 36 52 55 38 47 51 23 30 46 34 50 48 32

V2 – R1 251 184 164 298 258 160 274 203 149 260 189 113 235 188 178 239 223 161 268 227 152 198 155 170 216 211 172 138 169 144 146 134 132 235 171 152 217 197 179 248 227 171 226 224 149 217 181 100 243 219 164 266 218 168 264 216 141 203 194 133 208 145 136 203

R1 – R5 237 242 189 259 244 262 201 150 124 100 62 150 252 215 209 250 238 211 207 138 107 189 161 170 206 213 211 134 152 174 139 104 85 182 199 191 219 237 176 265 239 213 222 238 221 114 149 158 252 232 215 266 265 243 210 140 153 228 216 168 126 219 232 210

D R5 – R7 162 119 135 228 194 154 108 108 167 117 164 110 176 179 151 182 135 86 76 98 66 96 173 171 154 104 107 127 121 121 41 97 111 126 86 108 151 86 70 155 175 159 169 154 151 137 83 62 186 166 152 211 167 145 123 164 160 159 107 106 209 170 147 187

S– R7 690 600 538 829 752 639 619 511 491 521 464 431 699 627 575 713 642 513 590 514 381 525 525 557 616 566 542 440 466 494 366 391 379 586 506 504 620 568 480 714 695 597 657 670 581 500 450 372 722 663 579 779 703 611 635 565 505 613 546 453 576 584 563 633

S– V2 0 1 0 0 0 0 1 0 6 0 0 1 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 1 0 1 5 9 13 1 6 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 8 0

V2 – R1 19 44 17 17 16 4 1 41 51 27 68 138 1 1 24 23 1 14 27 1 53 49 73 18 74 42 4 115 82 79 224 141 78 66 60 15 71 32 13 75 11 2 81 17 4 38 56 124 35 0 33 14 28 15 0 25 80 20 3 0 101 103 50 97

R1 – R5 70 42 101 47 10 17 146 168 182 296 356 163 55 120 83 48 45 50 121 209 177 115 125 68 83 47 52 224 181 76 202 231 207 105 68 60 100 64 81 21 15 13 59 31 29 238 182 117 50 46 7 44 3 11 144 152 49 0 16 39 187 54 15 118

R5 – R7 83 89 37 11 18 29 152 127 53 162 18 68 77 18 36 41 61 119 134 117 168 81 0 15 32 100 79 55 58 52 174 109 72 57 111 105 33 126 151 5 2 17 18 14 8 58 120 131 4 6 0 6 8 0 53 11 37 25 39 63 4 43 55 26

S– R7 172 177 155 75 44 50 300 336 293 486 442 369 133 139 142 112 110 184 283 327 398 245 199 106 188 189 136 395 321 209 605 491 370 229 245 181 204 221 245 101 29 33 158 62 41 333 358 371 93 52 40 64 39 26 198 188 166 45 58 102 292 201 128 241


78 01/11 01/12

47 47

236 215

327 240

190 251

800 753

Época 01/10

39 47 54

283 237 192

316 298 259

208 193 190

845 774 695

46 46

180 194

244 209

94 63

565 513

1 1

56 21

83 31

95 187

235 240

149 134 123

620 571 514

1 1 2

53 41 38

112 102 74

59 59 67

225 203 181

Valores médios 01/11 01/12

38 46 52

230 196 154

203 195 185

* S - semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5 - início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S - R7. Fonte: MATZENAUER et al. (1998c)

Tabela 31. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. Santa Rosa , RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

S– V2 67 103 61 57 92 60 54 105 59 56 70 60 61 101 54 66 108 55 49 100 63 40 83 49 43 75 56 58 84 62 47 82 55 55 94 46 55 90 46 47 88 59 48 76 41 51 84 45 32 35 29 40 86

V2 – R1 328 232 216 304 260 261 320 310 326 262 269 255 307 255 257 320 274 302 319 262 254 274 201 194 273 239 230 303 223 203 267 183 181 284 249 238 282 207 217 301 272 250 239 221 220 251 182 181 164 220 220 274 175

R1 – R5 326 317 308 385 366 351 465 340 277 383 357 339 373 339 320 424 366 332 380 330 313 299 295 286 337 269 244 303 273 259 266 273 254 363 300 301 334 325 299 386 346 348 312 224 201 267 259 220 321 210 194 265 250

ETr R5 – R7 199 188 180 241 243 230 171 188 182 224 208 212 223 250 260 225 235 215 198 212 192 189 180 166 155 167 153 168 167 145 177 194 179 198 212 198 194 177 164 223 215 196 127 131 118 147 120 129 164 155 128 144 153

S– R7 920 840 766 987 961 902 1010 943 844 925 905 865 964 945 892 1035 984 905 946 904 822 803 759 695 810 751 682 831 747 669 758 733 669 899 854 783 865 799 726 958 921 854 726 651 580 717 646 575 681 620 572 724 664

S– V2 66 101 58 52 81 55 54 78 43 56 70 60 61 93 50 66 107 47 49 89 63 40 57 26 43 74 51 46 64 32 42 76 43 55 90 40 55 89 46 47 87 48 43 67 41 51 72 32 32 35 29 40 73

V2 – R1 274 181 197 234 118 126 158 73 69 259 205 178 223 143 153 242 134 99 231 217 246 123 159 194 197 176 153 104 110 117 167 141 164 197 104 138 252 198 216 234 85 121 187 149 118 153 147 181 152 136 167 171 159

R1 – R5 257 219 225 134 130 157 33 117 127 216 138 151 192 197 204 100 195 251 285 297 254 299 235 177 193 188 229 138 96 156 218 238 242 128 163 110 278 247 188 128 109 111 181 175 200 259 197 159 197 210 181 221 184

D R5 – R7 128 158 131 119 112 52 138 70 80 105 163 127 131 97 69 200 119 82 184 185 184 110 134 166 142 141 121 94 162 134 165 150 137 81 98 93 113 92 88 79 137 102 127 130 118 92 116 120 156 125 106 115 141

S– R7 725 659 611 538 440 389 382 339 319 637 576 517 607 530 477 608 555 480 749 789 748 573 585 563 575 579 553 382 431 438 593 606 586 461 456 381 697 626 537 489 420 382 538 521 476 556 533 492 537 506 483 548 558

S– V2 1 2 3 5 12 6 0 27 16 0 0 0 0 8 5 0 1 8 0 11 0 0 26 23 0 1 5 12 20 30 4 6 12 0 3 6 0 1 0 0 1 12 6 9 0 0 12 13 0 0 0 0 13

V2 – R1 54 51 19 70 142 135 162 237 257 3 65 76 84 112 104 78 140 204 88 44 8 151 42 0 76 63 77 199 114 86 100 42 17 87 145 100 30 9 2 67 187 129 51 72 103 98 35 0 12 84 54 103 16

R1 – R5 69 98 83 252 236 195 432 223 150 167 219 187 181 142 116 324 171 80 96 32 59 0 60 109 145 81 15 165 177 104 49 35 12 235 136 191 56 78 111 258 236 237 131 48 1 7 62 61 124 0 14 44 65

R5 – R7 71 30 49 122 131 178 33 118 103 119 45 85 92 153 191 25 116 133 14 27 7 79 46 0 14 26 32 74 5 11 12 44 42 116 114 106 81 84 76 144 78 93 0 1 0 55 4 9 8 30 21 29 11

S– R7 195 181 154 449 521 513 628 604 525 288 328 348 357 415 415 427 429 425 197 115 74 230 174 132 235 171 129 450 316 231 165 127 83 438 398 402 167 173 189 469 502 471 188 131 104 161 112 83 144 113 89 176 106


79 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

46 60 99 47 54 71 31 43 76 32 41 63 39

179 299 209 203 226 199 220 224 188 181 213 210 208

216 281 236 162 322 228 211 251 216 226 298 237 230

152 122 98 140 128 178 166 164 159 149 159 169 153

593 762 641 552 730 677 628 683 638 587 712 679 629

Época 01/10

51 85 50

274 229 227

334 289 268

179 182 173

838 785 718

95/96

96/97

97/98

98/99

44 54 57 30 54 71 31 43 71 32 40 60 39

169 108 133 178 220 159 192 194 153 155 164 140 133

163 227 217 144 254 208 180 209 197 199 136 157 169

124 102 81 114 116 113 95 147 151 149 100 91 101

499 490 487 465 645 551 497 593 573 535 440 449 442

3 6 42 17 0 0 0 0 5 0 2 3 0

10 191 76 25 6 40 29 30 35 26 50 69 74

53 54 19 19 68 20 31 41 18 27 163 80 61

28 20 17 25 12 66 71 18 7 0 59 78 52

94 271 154 86 86 126 131 90 66 52 273 231 188

125 126 113

562 535 494

2 9 7

81 83 70

139 102 87

54 56 60

277 250 224

Valores médios 01/11 01/12

50 76 43

193 146 157

195 187 181

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela 32. Evapotranspiração máxima (ETm), Evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. São Borja, RS, período 1975/76-1997/98. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

S– V2 63 92 60 61 104 57 53 101 65 60 79 57 45 81 51 60 103 54 33 94 55 48 97 64 49 93 59 50 86 59 46 90 44 62 91 55 56 91 42 46 84 57 46 69

V2 – R1 304 213 197 326 269 275 326 309 295 271 279 278 254 205 201 304 251 252 288 259 253 330 233 214 308 269 265 288 217 223 275 208 192 301 238 217 271 235 243 289 259 242 218 167

R1 – R5 310 295 263 402 361 348 437 324 284 405 351 309 291 264 246 358 302 277 374 301 277 319 304 284 366 268 245 326 324 293 309 271 287 328 296 288 359 291 257 370 331 317 256 235

ETr R5 – R7 156 151 161 240 258 247 169 175 167 204 172 170 165 170 160 187 191 179 172 176 161 193 183 168 165 179 150 199 190 168 182 205 188 189 169 154 164 161 157 200 183 174 140 132

S– R7 833 752 681 1029 992 927 984 910 811 940 881 814 755 721 657 908 847 762 867 829 746 890 818 730 887 809 719 862 817 743 812 775 712 881 795 715 851 778 699 905 857 789 660 603

S– V2 63 92 51 59 94 57 53 77 43 60 79 57 45 79 46 60 103 46 33 93 50 48 63 32 46 80 46 50 80 50 44 76 41 60 75 55 56 91 42 46 81 46 41 69

V2 – R1 232 195 197 263 160 147 157 55 75 248 163 121 203 160 181 277 105 81 204 163 192 127 153 205 157 72 59 192 159 211 158 153 173 198 219 216 256 166 153 218 77 129 218 145

R1 – R5 263 252 223 127 80 100 46 152 173 114 133 171 220 224 178 95 137 143 167 204 172 236 212 164 77 156 184 246 215 166 173 156 153 267 194 149 160 132 155 103 143 117 198 204

D R5 – R7 140 143 145 54 73 55 156 104 79 125 154 143 110 62 57 126 120 116 154 133 147 113 81 96 123 100 107 112 112 126 97 111 130 89 95 106 113 159 151 111 111 101 140 127

S– R7 698 681 616 503 406 359 411 389 370 547 528 491 578 525 463 558 465 385 558 593 561 524 510 497 403 409 396 601 566 554 472 497 496 614 582 526 584 548 501 479 413 392 597 545

S– V2 0 0 9 2 10 0 0 24 22 0 0 0 0 2 4 0 0 8 0 1 6 0 34 31 3 13 12 0 5 9 2 14 4 1 17 0 0 0 0 0 3 11 4 0

V2 – R1 72 19 1 63 110 128 169 254 219 24 116 157 51 45 20 27 146 171 84 96 61 204 80 10 151 197 207 95 59 11 118 54 20 103 19 1 16 69 90 70 182 113 0 22

R1 – R5 47 43 40 274 281 248 391 172 111 290 218 139 71 40 68 262 164 135 206 97 106 82 92 120 289 111 61 79 109 127 136 115 134 62 102 139 200 159 101 267 187 200 59 31

R5 – R7 16 9 15 186 186 192 13 71 88 80 18 27 54 109 103 61 71 63 19 43 13 80 102 72 41 79 43 87 79 42 85 95 58 100 75 49 51 2 6 89 72 73 0 5

S– R7 134 71 65 526 586 568 573 521 440 393 353 322 176 196 194 351 382 377 309 236 185 366 308 233 484 401 322 262 251 189 340 278 215 267 213 188 266 230 198 426 444 397 63 58


80 92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

38 59 86 45 45 74 57 42 93 54 69 116 46 56 83 46 52 96 48

170 260 191 193 260 263 246 306 204 192 220 207 183 279 244 249 289 207 184

216 287 294 252 325 228 215 282 242 208 258 206 215 346 242 217 255 224 228

122 170 145 161 151 149 119 137 142 147 154 154 135 147 203 207 163 161 145

546 775 716 651 780 713 637 767 681 600 701 683 578 828 773 719 759 688 605

38 50 79 45 45 74 45 42 84 47 39 38 46 56 81 44 52 91 48

128 192 191 193 204 103 120 176 151 155 143 165 164 222 205 190 255 172 158

216 279 190 146 139 195 179 184 140 160 194 206 198 215 162 191 214 203 208

116 88 134 140 133 111 107 88 130 118 142 112 95 128 110 98 145 158 138

497 609 593 525 521 483 450 490 505 480 518 521 503 621 559 523 665 624 551

0 9 8 0 0 0 12 0 9 7 29 78 0 0 2 2 0 5 0

42 68 0 0 56 160 126 130 53 37 178 42 39 57 39 59 35 35 26

0 8 104 106 186 33 36 98 102 47 65 0 27 131 80 27 41 20 20

6 82 11 20 18 38 12 49 12 29 11 43 40 19 93 109 18 3 7

49 166 123 126 259 231 187 277 175 120 283 162 106 207 214 196 93 64 54

Valores médios Época 01/10 01/11 01/12

52 91 53

284 235 227

331 283 263

174 174 164

842 783 707

50 80 46

205 149 155

177 176 169

118 116 113

550 521 483

2 11 7

84 85 73

154 108 95

55 58 51

296 262 225

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela 33. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. São Gabriel , RS, período 1975/76-1999/00. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

S– V2 68 114 70 57 86 55 58 97 46 54 95 68 56 86 73 62 92 57 66 177 56 45 94 57 48 94 59 62 102 70 82 122 81 65 108 70 57 115 58

V2 – R1 361 260 242 280 216 222 288 256 241 319 338 323 324 308 293 298 259 242 343 326 305 311 244 214 313 218 210 349 312 302 410 328 295 342 244 245 351 263 247

R1 – R5 358 338 295 330 307 281 362 316 335 481 366 324 420 341 292 360 302 289 420 308 294 328 245 238 311 293 265 426 353 324 425 345 317 352 355 317 386 328 344

ETr R5 – R7 191 165 168 183 204 192 220 198 171 195 188 178 192 185 182 190 203 198 198 133 204 143 173 167 182 195 190 221 207 186 204 168 134 221 209 187 217 241 209

S– R7 979 876 775 850 813 750 927 866 793 1049 987 894 991 920 840 910 856 787 1027 945 858 826 756 676 854 800 724 1058 974 882 1120 963 827 980 916 819 1010 947 857

S– V2 68 96 40 54 84 54 52 77 43 54 85 44 56 72 42 58 87 49 51 84 38 44 82 52 44 54 41 54 65 55 45 40 21 63 94 57 57 100 47

V2 – R1 178 145 199 221 202 190 191 107 146 200 60 50 144 53 61 196 132 159 139 50 105 177 141 172 118 163 186 150 92 66 66 97 119 204 170 171 234 156 187

R1 – R5 228 152 137 241 175 142 112 107 52 29 43 103 76 96 134 206 193 168 144 254 217 178 200 199 250 217 161 76 66 90 177 147 121 204 111 130 193 149 99

D R5 – R7 78 157 153 51 87 115 56 110 157 76 86 44 90 166 152 85 45 23 147 65 51 143 151 126 106 69 73 56 100 116 73 84 96 54 106 112 60 68 82

S– R7 552 550 529 566 548 501 411 401 397 359 274 241 365 387 389 545 457 400 482 454 411 542 574 548 519 503 461 335 322 327 361 368 357 525 482 470 543 473 415

S– V2 0 18 30 4 1 1 6 20 3 0 10 25 0 15 30 5 5 8 15 26 18 0 11 5 4 41 18 8 37 15 37 83 59 2 14 13 0 15 11

V2 – R1 183 115 43 59 14 33 97 148 95 119 278 273 180 255 232 102 127 83 203 240 200 134 103 41 195 55 24 199 220 236 344 230 176 138 74 74 117 107 60

R1 – R5 131 185 159 89 132 138 250 209 283 452 323 222 344 245 158 154 109 121 276 71 77 150 45 39 61 76 105 351 287 234 248 198 196 148 244 187 193 179 245

R5 – R7 113 8 15 132 118 78 164 88 15 119 102 134 101 19 30 104 158 175 51 155 152 0 22 42 75 126 117 165 107 70 131 84 38 166 103 75 157 173 126

S– R7 427 326 247 284 265 249 516 465 396 690 713 653 626 533 451 365 398 387 545 492 447 284 181 127 335 298 263 723 652 555 759 595 470 455 434 349 467 474 442


81 89/90

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

60 98 57 49 90 57 56 83 50 62 90 51 45 80 56 46 93 66 59 112 36 64 86 66 39 84 33 28 81 52 55 95 61

302 276 272 305 274 257 274 236 226 284 203 194 268 251 235 314 246 224 303 221 211 318 262 251 237 183 177 256 236 234 322 253 234

404 307 259 370 300 297 318 253 237 292 287 271 322 250 244 336 287 254 324 273 285 351 290 263 259 229 225 343 299 281 331 275 245

152 155 154 197 199 171 162 159 138 177 163 157 170 175 154 167 174 173 190 182 164 183 184 165 154 153 147 186 176 151 174 167 155

918 835 742 921 863 782 810 731 651 816 743 673 806 757 689 863 801 717 877 789 697 916 822 746 689 649 582 813 793 719 882 789 695

Época 01/10

56 99 59

311 259 246

359 302 282

186 182 171

912 841 757

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

99/00

59 88 56 49 85 54 49 83 50 52 52 51 44 80 56 46 79 41 59 68 28 47 43 14 39 73 33 28 76 49 58 78 37

217 139 196 237 94 108 244 170 153 174 196 182 255 147 136 148 147 153 133 132 169 67 43 41 184 161 156 183 96 116 121 76 89

208 252 186 71 73 62 186 179 150 210 170 150 164 209 184 164 121 156 225 192 140 97 188 245 232 202 202 138 185 213 125 141 176

129 117 142 73 86 84 119 84 94 113 121 94 140 107 118 101 117 96 78 74 109 168 103 67 134 149 138 141 170 128 111 110 89

614 595 579 429 337 307 598 515 446 549 539 478 603 543 494 458 463 446 496 467 446 379 377 367 589 585 529 490 528 506 415 405 391

1 10 1 0 5 4 7 0 0 10 38 0 1 0 0 0 14 24 0 44 8 16 43 52 0 11 0 0 5 3 2 17 24

85 137 76 69 180 149 29 66 74 110 7 12 13 104 99 166 99 72 170 88 42 251 219 210 53 21 21 73 139 118 201 176 146

195 55 73 299 227 235 132 74 87 83 117 120 159 41 60 172 166 98 98 81 146 255 102 19 27 27 23 205 114 68 206 134 69

23 38 12 124 113 87 43 76 43 64 42 64 31 68 36 67 58 77 112 108 55 15 81 98 20 4 9 45 6 23 63 57 66

304 240 163 492 526 475 212 216 205 267 204 196 203 214 195 405 338 271 381 322 251 537 445 379 100 63 53 322 265 212 472 384 305

99 105 102

488 465 435

5 20 15

137 134 108

195 143 132

87 80 68

424 377 323

Valores médios 01/11 01/12

51 76 44

174 124 138

164 159 151

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela34. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. Taquari , RS, período 1975/76-2000/01. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

S– V2 60 84 67 52 83 52 55 80 41 45 85 51 49 68 49 44 63 50 55 84 44 38 82 52

V2 – R1 306 237 224 269 195 195 247 208 206 268 267 270 235 218 207 223 215 212 257 215 234 273 225 213

R1 – R5 336 330 285 290 276 255 311 291 285 391 303 266 311 273 246 310 271 251 317 269 241 321 264 253

ETr R5 – R7 180 144 144 167 157 136 189 176 169 166 161 149 157 140 139 168 179 169 171 184 171 157 168 155

S– R7 881 795 721 778 712 638 803 756 700 870 815 736 752 699 641 746 728 682 801 751 690 789 739 672

S– V2 57 84 56 51 83 46 54 69 41 45 72 44 49 68 40 43 63 40 55 83 38 38 82 50

V2 – R1 234 206 186 228 181 193 211 178 188 200 77 61 208 170 170 178 118 151 180 106 88 212 166 155

R1 – R5 208 104 117 267 251 235 203 168 121 32 63 116 192 136 139 202 228 201 100 128 132 125 156 183

D R5 – R7 60 132 120 143 123 109 88 113 112 104 119 92 101 105 77 121 64 46 96 80 88 154 160 137

S– R7 560 526 479 689 637 583 557 528 462 381 331 313 551 479 425 545 473 438 431 398 345 529 563 526

S– V2 2 0 11 1 0 6 1 11 0 0 13 8 0 0 9 1 0 9 0 1 6 0 0 1

V2 – R1 71 31 38 41 15 2 36 31 18 68 189 209 27 48 37 45 97 61 78 108 146 61 59 57

R1 – R5 128 226 169 23 26 20 108 123 163 359 240 149 119 137 107 108 42 50 217 141 109 196 108 70

R5 – R7 120 12 24 24 35 27 101 63 57 63 41 57 56 35 62 47 115 124 75 104 83 4 9 17

S– R7 321 269 242 89 75 55 246 228 238 490 484 423 202 220 216 201 254 244 370 353 345 260 176 146


82 83/84

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

52 93 67 53 92 58 61 93 44 48 76 46 43 85 38 54 80 54 58 96 53 44 82 52 47 71 43 50 85 54 46 71 50 42 87 47 49 86 41 49 68 52 41 84 37 63 73 51 49 77 44 49 78 43

329 222 211 306 268 264 288 239 243 237 178 195 246 194 191 274 221 198 299 224 224 278 240 240 233 217 210 276 199 201 247 263 261 272 202 193 252 174 158 254 229 230 244 189 180 264 235 228 252 200 195 244 192 182

313 328 305 390 360 348 363 297 277 277 286 254 295 266 269 315 285 285 335 302 272 353 312 287 309 253 240 299 299 257 388 287 266 289 252 224 243 233 238 329 272 250 256 228 235 324 275 254 286 254 231 271 252 251

211 209 196 233 208 182 170 142 113 180 169 150 175 180 166 175 166 144 170 153 139 189 184 171 155 145 131 169 152 160 167 194 182 148 147 146 163 155 143 168 187 174 165 161 141 176 161 147 158 149 142 170 160 143

905 852 779 983 927 852 881 770 677 742 710 645 759 725 664 817 752 680 863 776 688 864 817 750 745 686 624 792 735 672 847 815 760 751 688 611 707 648 580 799 757 705 707 661 592 826 744 679 745 680 612 733 682 619

Época 01/10

50 81 49

264 218 214

316 281 262

173 167 154

803 747 680

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

99/00

00/01

52 75 40 48 88 55 40 43 40 44 73 46 43 86 38 52 79 50 57 79 41 44 76 41 45 71 43 46 83 54 44 71 44 40 86 44 47 60 41 48 68 41 41 69 37 63 69 43 45 76 40 47 75 43

146 124 177 201 128 134 120 142 117 213 169 167 213 184 194 204 169 182 185 130 157 182 90 117 227 145 142 221 194 193 202 122 137 202 159 163 151 138 146 152 153 189 200 166 160 178 118 148 211 122 136 210 189 177

237 243 196 126 95 99 119 94 143 206 196 185 210 155 141 238 205 153 143 164 175 107 103 96 215 210 179 253 178 129 174 223 228 186 218 197 201 210 182 233 223 212 230 200 210 180 228 201 136 123 136 237 218 213

105 101 127 72 148 160 115 125 108 109 116 97 71 73 57 97 119 144 147 131 123 67 76 53 118 101 112 106 107 102 161 166 159 132 99 105 118 90 102 135 128 92 143 154 123 140 98 108 93 119 100 135 135 143

539 544 539 447 459 448 394 405 408 572 554 495 538 497 429 591 571 530 532 505 496 400 345 306 604 527 476 626 563 478 581 581 567 560 562 509 516 497 471 567 572 535 614 589 529 561 512 500 485 439 412 630 617 576

0 18 27 5 4 3 21 50 4 4 4 0 0 1 0 2 1 3 1 17 12 0 6 11 2 0 0 4 2 0 1 0 6 2 0 3 2 26 0 1 0 10 0 15 0 0 4 8 4 2 4 1 4 0

184 98 34 105 139 130 168 97 126 24 9 28 32 10 4 69 52 16 114 94 67 96 149 123 7 72 68 54 5 8 45 141 125 70 43 30 102 36 12 102 77 41 44 22 21 85 117 80 42 78 59 34 3 5

76 85 109 265 265 249 244 203 134 71 90 70 85 111 128 78 80 131 192 138 97 246 209 191 94 42 61 46 120 128 214 64 39 103 34 27 42 23 56 96 49 37 26 28 24 144 47 52 150 131 95 33 34 38

106 108 69 161 60 22 55 16 5 71 52 53 103 108 110 77 47 0 23 22 17 122 108 119 38 44 18 62 44 58 6 28 23 17 48 41 45 65 40 33 58 82 22 7 18 35 64 38 65 30 42 34 25 0

366 309 240 536 468 404 487 365 269 170 156 150 221 229 242 227 181 151 331 271 192 464 472 444 141 159 148 166 171 194 265 234 192 191 125 102 191 151 109 232 185 170 93 72 63 264 232 179 260 241 200 103 65 43

113 115 107

538 511 472

2 7 6

69 70 59

133 108 96

60 52 46

265 236 208

Valores médios 01/11 01/12

48 74 44

195 148 155

183 174 166

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela 35. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. Rio Grande , RS, período 1975/76-1998/99. ETm Ano

Época

75/76

01/10 01/11

S– V2 50 57

V2 – R1 324 293

R1 – R5 370 307

ETr R5 – R7 250 214

S– R7 994 872

S– V2 50 57

V2 – R1 261 120

R1 – R5 128 165

D R5 – R7 67 84

S– R7 505 426

S– V2 0 0

V2 – R1 63 173

R1 – R5 242 143

R5 – R7 184 130

S– R7 490 445


83 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

68 47 50 54 45 56 65 35 39 56 44 56 53 40 59 48 31 37 48 30 34 43 31 39 43 30 38 55 34 46 49 35 50 57 35 40 46 46 47 60 32 43 53 27 41 55 40 44 54 27 40 45 30 32 37 35 35 41

214 283 236 175 302 277 226 225 243 248 306 244 216 298 220 198 250 219 168 213 207 210 239 181 148 239 219 151 263 211 147 283 247 190 226 203 186 289 248 178 254 227 192 266 242 181 261 213 163 232 206 179 213 162 123 229 185 155

293 293 274 240 385 324 290 399 372 307 349 354 318 313 321 263 280 284 260 317 308 278 243 264 256 266 260 268 261 259 260 320 280 259 301 299 230 309 287 268 317 294 233 301 293 255 281 258 234 283 254 195 196 192 156 248 250 246

173 213 181 201 244 229 205 265 250 218 276 219 183 228 191 197 228 188 183 237 213 174 222 199 184 231 200 181 224 200 196 221 203 184 203 145 163 231 205 209 206 182 212 224 183 204 200 189 181 170 173 202 138 120 138 210 178 138

748 836 741 671 976 886 785 924 903 829 975 873 769 880 791 706 790 728 659 797 762 705 734 683 632 766 717 656 782 716 652 860 780 690 765 687 624 875 788 714 809 747 690 818 758 695 782 704 632 712 673 621 576 505 454 721 648 580

Época 01/10

36 44 51

260 224 183

302 287 255

221 193 186

819 748 676

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

53 41 48 54 45 52 58 35 39 50 41 55 53 37 55 47 31 37 46 30 29 37 31 33 24 30 38 52 32 46 49 34 50 48 34 29 31 46 38 60 32 42 50 27 41 53 38 43 34 27 33 45 30 32 33 30 28 37

131 200 224 171 219 140 84 199 179 111 219 217 151 210 122 116 169 141 145 139 99 102 118 80 88 212 179 131 169 160 128 212 171 118 122 81 65 155 180 155 231 155 110 205 195 159 172 129 140 157 132 108 165 132 123 119 149 141

85 238 198 180 50 127 227 94 47 95 172 152 116 99 125 178 158 193 203 71 117 86 77 174 174 162 89 105 134 144 142 95 74 62 37 89 142 169 147 134 113 103 146 210 136 125 153 161 155 74 105 144 184 192 155 216 229 185

149 126 77 100 200 177 103 88 149 156 100 114 171 136 142 72 155 129 108 76 83 131 153 135 161 55 88 109 100 61 30 47 25 11 115 140 136 99 72 67 120 142 148 85 132 102 104 108 133 117 101 52 137 119 133 161 98 104

418 606 547 505 514 495 473 416 413 412 533 539 491 483 445 412 513 500 502 316 328 356 380 422 447 459 393 397 435 411 350 388 320 240 309 338 373 469 436 415 496 442 454 527 503 439 468 442 462 376 371 350 516 474 444 526 504 466

15 6 2 0 0 4 7 0 0 6 3 1 0 3 4 1 0 0 2 0 4 6 0 6 18 0 0 3 2 0 0 1 0 9 1 11 15 0 10 0 0 1 3 0 0 2 2 0 20 0 6 0 0 0 4 4 7 4

83 84 12 5 83 137 142 26 63 138 86 27 65 88 98 82 81 78 23 75 108 109 121 100 60 27 40 21 94 51 19 71 76 71 104 123 121 134 68 23 23 72 82 60 47 22 89 84 23 75 74 70 48 30 0 110 36 15

208 54 76 60 335 198 62 305 326 212 177 202 202 214 196 86 122 92 57 245 191 192 165 90 82 103 171 163 127 115 118 225 206 197 265 210 88 140 140 134 204 191 87 92 156 130 127 97 79 208 150 51 12 0 1 32 21 62

25 86 105 102 44 52 101 177 101 62 176 104 11 92 49 125 74 58 75 161 131 43 68 64 24 177 112 72 124 139 165 175 178 173 88 5 27 132 134 142 86 40 64 139 51 102 96 80 48 53 72 150 0 1 5 49 80 33

330 230 194 167 461 390 312 507 490 417 442 334 278 397 347 294 276 228 157 481 434 350 354 261 185 307 324 259 347 304 302 472 460 450 456 349 251 406 351 299 314 304 236 291 255 256 314 262 170 337 302 271 60 31 10 195 144 114

112 109 109

462 438 420

1 3 6

77 75 59

170 149 114

109 84 78

357 311 255

Valores médios 01/11 01/12

35 41 46

183 149 124

132 138 142

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela 36. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. Encruzilhada do Sul, RS, período 1975/76-1998/99. ETm

ETr

D


84 Ano

Época

75/76

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

76/77

77/78

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

91/92

95/96

96/97

97/98

98/99

S– V2 39 46 48 36 40 44 35 49 49 37 47 45 31 43 51 41 49 49 50 37 47 35 38 55 38 40 50 35 52 59 37 48 57 36 52 50 48 51 56 43 53 61 37 47 49 123 160 111 41 50 49 28 44 58 46 52 47

V2 – R1 251 236 172 228 195 142 262 200 171 259 217 190 232 210 174 275 209 190 247 223 192 265 260 184 246 226 207 298 251 200 268 234 167 287 214 181 305 254 198 304 256 184 252 215 199 408 335 249 266 235 205 282 207 154 297 230 172

R1 – R5 293 250 249 244 231 208 288 279 253 309 295 261 297 269 246 301 302 240 308 302 226 307 287 293 331 304 231 331 315 273 290 277 284 298 329 296 326 321 315 324 292 239 315 299 247 234 125 278 329 314 251 262 242 190 281 295 293

R5 – R7 214 179 157 181 157 160 214 203 189 226 196 193 208 199 200 208 178 184 202 152 172 254 221 210 199 181 177 240 195 164 244 230 216 257 223 220 271 218 177 211 147 154 213 200 196 97 90 231 219 208 254 164 170 195 254 218 194

S– R7 798 712 626 688 623 554 799 732 662 831 755 690 768 721 671 826 738 664 807 713 638 860 807 741 814 750 665 904 812 697 839 788 724 879 818 747 949 845 747 882 748 639 817 760 691 862 710 870 855 807 759 736 663 596 878 796 707

39 53 54

268 232 186

302 280 257

221 188 192

786 715 654

S– V2 38 46 45 36 38 44 34 49 45 35 47 45 31 41 51 37 48 49 50 37 43 35 38 54 37 39 49 34 32 28 37 46 55 36 52 49 44 50 45 40 52 60 34 46 49 67 75 68 41 47 49 28 44 50 42 47 46

V2 – R1 222 128 114 208 176 136 223 152 98 235 177 121 221 204 165 183 175 98 215 167 168 179 156 148 195 141 118 88 116 122 230 172 157 239 168 154 237 114 97 271 224 127 216 207 139 245 210 217 192 151 158 260 163 138 168 163 148

R1 – R5 108 138 89 185 197 189 80 156 168 165 131 108 226 226 220 101 105 143 176 192 177 148 228 225 96 161 200 120 127 142 210 219 182 158 164 117 82 145 107 134 99 146 141 204 247 217 299 224 153 169 174 194 219 176 135 185 210

R5 – R7 68 73 147 143 143 137 150 115 109 96 97 164 172 122 55 121 102 67 148 144 145 214 130 85 168 173 170 119 96 102 153 111 134 83 24 38 96 48 125 108 139 142 213 173 156 205 127 122 143 94 19 154 140 165 182 80 70

S– R7 437 386 394 572 554 506 487 472 420 531 452 437 649 594 490 442 432 356 589 540 534 575 552 513 496 514 537 362 371 395 630 547 527 516 408 357 459 357 375 553 513 475 603 630 591 734 711 632 529 461 400 636 565 529 526 475 474

S– V2 1 0 3 0 2 0 1 0 4 2 0 0 0 1 0 4 1 0 0 0 4 0 0 1 1 1 0 1 20 32 0 2 2 0 0 1 0 1 12 3 0 1 3 1 0 37 9 43 0 3 0 0 0 8 4 5 1

V2 – R1 29 108 58 20 19 6 39 47 73 24 40 70 11 5 9 92 34 92 33 56 24 86 104 36 51 84 90 210 134 78 37 62 10 48 45 27 104 140 100 34 32 57 36 7 60 210 219 32 74 84 47 22 45 16 130 68 24

R1 – R5 185 112 160 59 35 19 208 123 85 144 164 153 71 43 26 201 196 97 133 109 49 160 59 68 235 143 31 211 189 131 80 58 103 140 165 179 177 176 208 190 194 93 174 95 0 94 29 54 176 145 77 68 23 14 146 111 83

R5 – R7 146 106 10 38 14 23 64 89 80 130 99 30 36 77 145 87 76 117 53 8 27 40 92 124 30 8 7 121 98 62 92 119 82 174 199 182 31 171 52 102 8 12 0 27 41 4 103 109 76 114 235 10 31 29 73 138 125

S– R7 361 326 231 117 69 48 312 260 242 300 303 253 119 127 180 384 306 307 219 173 104 285 254 228 317 236 128 542 441 303 209 241 197 363 409 390 311 487 372 329 234 164 213 130 101 345 360 238 326 346 359 100 98 67 352 321 232

144 112 113

516 477 447

3 2 6

68 70 48

150 114 86

69 83 79

275 256 207

Valores médios Época 01/10 01/11 01/12

39 46 49

212 167 138

149 177 171

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela 37. Evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D), valores totais em mm, em diferentes subperíodos* e no ciclo completo da soja, para quatro épocas de semeadura. Veranópolis, RS, período 1975/76-1998/99. ETm

ETr

D


85

01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12 01/10 01/11 01/12

S– V2 26 49 44 46 53 60 33 43 48 44 46 54 28 38 36 39 42 42 40 50 58 48 34 50 39 44 44 44 36 51 58 72 75 58 69 67 45 61 66 48 54 54 43 54 63 39 44 55 41 38 38 32 43 44 39 47 51 27 35 39 41 60 56 34 39 53 34 43 58 42 53 54

V2 – R1 244 212 158 305 265 175 233 193 157 269 241 240 198 168 163 211 183 140 303 238 201 241 227 191 289 231 171 247 223 213 433 334 286 378 279 198 346 266 222 321 245 204 313 264 177 294 261 238 219 173 166 234 202 161 274 233 229 230 191 151 316 233 161 275 247 223 263 226 177 300 250 211

R1 – R5 270 251 260 317 277 292 277 257 246 379 400 313 257 276 248 237 216 203 327 365 315 307 312 254 273 274 290 339 322 252 452 475 391 341 319 314 369 352 332 326 300 266 317 295 297 377 376 350 255 255 229 267 252 246 356 304 192 228 238 223 281 250 244 349 334 250 299 266 232 340 327 291

R5 – R7 223 181 155 250 224 198 208 200 192 278 205 200 216 173 169 174 162 168 278 222 231 203 185 214 248 226 211 217 199 189 346 266 248 269 260 252 281 290 289 226 214 198 258 221 209 300 270 254 196 183 165 212 167 139 166 179 199 193 180 198 209 201 196 220 180 199 200 200 204 251 234 219

S– R7 763 694 618 918 819 726 751 693 644 971 893 807 700 654 616 661 603 553 948 874 805 799 757 710 848 774 716 846 781 705 1289 1147 1001 1046 926 831 1041 968 908 921 813 722 930 834 746 1010 951 897 710 650 598 745 664 591 835 763 672 678 645 611 847 745 657 878 800 724 796 735 671 934 864 774

Época 01/10

40

281

314

234

869

Ano

Época

75/76

76/77

77/78

78/79

79/80

80/81

81/82

82/83

83/84

84/85

85/86

86/87

87/88

88/89

89/90

90/91

91/92

92/93

93/94

94/95

95/96

96/97

97/98

98/99

S– V2 26 49 44 46 53 60 32 40 47 44 46 53 28 38 36 39 40 42 40 46 56 48 34 50 39 44 44 43 35 51 56 50 59 57 61 67 44 57 66 48 51 46 43 54 60 39 44 51 39 38 38 32 42 44 39 46 51 27 35 39 41 53 36 34 39 53 34 43 57 42 53 53

V2 – R1 237 180 147 296 233 173 215 176 141 267 204 131 198 164 161 201 183 138 234 162 132 202 191 175 220 201 159 231 216 166 120 152 112 297 237 185 261 201 180 217 141 146 292 196 137 278 212 118 188 168 135 195 175 149 262 211 150 196 185 150 136 140 136 250 182 143 256 206 155 224 163 122

R1 – R5 201 237 224 263 243 219 202 192 158 151 98 138 242 265 235 227 198 189 107 113 166 209 179 190 220 250 256 200 177 179 131 98 122 254 230 200 170 195 195 149 210 206 166 195 235 140 130 137 212 213 217 219 233 202 195 128 141 203 221 198 144 172 237 133 231 240 229 234 219 89 170 174

R5 – R7 197 143 133 193 143 125 123 94 116 129 135 76 205 161 147 160 150 108 133 145 77 118 182 204 216 161 135 140 178 164 112 96 101 171 91 93 164 84 78 195 134 143 207 171 172 109 68 64 194 174 160 185 142 111 113 171 158 160 146 142 204 174 144 212 152 98 192 175 161 163 67 70

S– R7 662 609 549 798 672 578 572 503 462 591 484 398 673 627 579 627 571 476 514 466 432 578 586 619 695 656 593 615 606 560 419 396 394 779 619 545 639 537 519 609 536 540 707 616 604 566 453 370 632 593 551 631 592 506 608 555 501 586 587 529 526 539 552 628 604 534 711 657 591 519 453 419

S– V2 0 1 0 0 0 0 1 3 2 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 4 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 22 16 1 8 1 1 3 0 0 3 8 0 0 3 0 0 3 2 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 7 20 0 0 0 0 0 1 0 0 1

V2 – R1 7 32 11 9 32 2 18 17 15 3 37 109 0 4 2 10 0 2 69 75 68 39 36 16 69 29 12 16 7 47 313 182 174 80 41 13 85 65 41 104 104 59 21 68 39 16 49 70 31 5 31 39 28 12 12 22 79 34 6 1 181 93 25 25 66 80 8 20 22 76 87 89

R1 – R5 68 14 36 54 34 73 75 65 89 228 302 175 15 12 13 10 18 9 219 252 149 97 133 64 53 24 34 138 145 73 321 377 269 88 89 114 199 157 137 177 90 60 151 100 62 237 246 203 43 42 12 48 19 45 161 176 51 25 18 25 137 58 8 217 102 10 70 33 13 251 157 117

R5 – R7 26 39 22 57 81 73 85 106 76 149 70 123 11 12 22 14 12 30 146 78 154 85 3 11 31 65 77 76 21 25 234 170 147 97 169 159 117 206 211 31 80 54 51 49 37 191 202 180 2 9 5 27 24 28 53 8 41 33 33 56 4 28 52 8 28 100 8 25 44 89 167 149

S– R7 102 85 69 121 147 148 179 190 182 380 409 409 26 28 38 34 32 41 434 408 373 221 172 91 153 118 122 231 174 144 870 751 607 267 307 286 402 431 389 311 277 182 223 218 141 444 497 457 78 56 47 114 72 85 226 207 171 92 58 82 322 186 104 249 196 190 85 77 80 415 411 355

166

620

0

53

128

68

249

Valores médios 40

228

186


86 01/11 01/12

48 53

233 192

304 272

209 204

794 721

45 50

187 148

192 195

139 124

563 517

2 2

46 42

111 77

70 78

230 200

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

Tabela 38. Resumo das Tabelas 28 a 37. Valores médios de evapotranspiração máxima (ETm), evapotranspiração real (ETr) e deficiência hídrica (D) (mm) para a cultura da soja em diferentes locais e épocas de semeadura. ETm Época S-V2

V2R1

01/10 01/11 01/12

37 48 55

284 242 186

01/10 01/11 01/12

42 50 59

301 257 205

01/10 01/11 01/12

39 47 54

283 237 192

01/10 01/11 01/12

51 85 50

274 229 227

R1R5

ETr R5R7

S-R7

S-V2

V2R1

R1R5

D R5R7

S-R7

S-V2

V2R1

R1R5

R5R7

S-R7

68 74 55

151 109 74

69 55 54

289 240 190

70 71 63

179 151 103

94 75 72

344 300 242

53 41 38

112 102 74

59 59 67

225 203 181

81 83 70

139 102 87

54 56 60

277 250 224

Valores médios do período 1975/76-1996/97 - Cruz Alta, RS 312 286 249

215 182 174

849 758 664

37 45 49

216 169 131

161 176 174

146 127 120

560 518 474

1 2 6

Valores médios do período 1975/76-1995/96 - Júlio de Castilhos, RS 339 323 285

247 211 201

930 841 750

41 47 55

231 186 142

161 172 182

153 135 128

586 541 507

1 3 4

Valores médios do período 1975/76-1996/97 - Passo Fundo, RS 316 298 259

208 193 190

845 774 695

38 46 52

230 196 154

203 195 185

149 134 123

620 571 514

1 1 2

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Santa Rosa, RS 334 289 268

179 182 173

838 785 718

50 76 43

193 146 157

195 187 181

125 126 113

562 535 494

2 9 7

Valores médios do período 1975/76-1997/98 - São Borja, RS 01/10 01/11 01/12

52 91 53

284 235 227

331 283 263

174 174 164

842 783 707

50 80 46

205 149 155

177 176 169

118 116 113

550 521 483

2 11 7

84 85 73

154 108 95

55 58 51

296 262 225

Valores médios do período 1975/76-1999/00 - São Gabriel, RS 01/10 01/11 01/12

56 99 59

311 259 246

01/10 01/11 01/12

50 81 49

264 218 214

01/10 01/11 01/12

36 44 51

260 224 183

01/10 01/11 01/12

39 53 54

268 232 186

01/10 01/11 01/12

40 48 53

281 233 192

359 302 282

186 182 171

912 841 757

51 76 44

174 124 138

164 159 151

99 105 102

488 465 435

5 20 15

137 134 108

195 143 132

87 80 68

424 377 323

69 70 59

133 108 96

60 52 46

265 236 208

77 75 59

170 149 114

109 84 78

357 311 255

68 70 48

150 114 86

69 83 79

275 256 207

53 46 42

128 111 77

68 70 78

249 230 200

Valores médios do período 1975/76-2000/01 - Taquari, RS 316 281 262

173 167 154

803 747 680

48 74 44

195 148 155

183 174 166

113 115 107

538 511 472

2 7 6

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Rio Grande, RS 302 287 255

221 193 186

819 748 676

35 41 46

183 149 124

132 138 142

112 109 109

462 438 420

1 3 6

Valores Médios do período 1975/76-1998/99 - Encruzilhada do Sul, RS 302 280 257

221 188 192

786 715 654

39 46 49

212 167 138

149 177 171

144 112 113

516 477 447

3 2 6

Valores médios do período 1975/76-1998/99 - Veranópolis, RS 314 304 272

234 209 204

869 794 721

40 45 50

228 187 148

186 192 195

166 139 124

620 563 517

0 2 2

* S- semeadura; V2 - 1ª folha trifoliolada desenvolvida; R1 - início da floração; R5- início de enchimento de grãos; R7 - maturação fisiológica; ciclo completo S-R7

5.3. Consumo relativo de água durante o período crítico da soja


87

Nas Tabelas 39 a 43 são apresentados os valores do consumo relativo de água no período crítico da soja (do início da floração até o início do enchimento de grãos – R1-R5), para as dez localidades estudadas, nos mesmos períodos e épocas de semeadura apresentados no capítulo anterior. As localidades com maior deficiência hídrica (menor consumo relativo de água) são Rio Grande, São Gabriel, Júlio de Castilhos e Encruzilhada do Sul, com índices variando entre 0,46 a 0,68 nas diferentes épocas de semeadura. Para a cultura da soja foram definidos três índices, para classificação de regiões em termos de risco por deficiência hídrica para a produção de grãos: BAIXO RISCO – regiões com consumo relativo de água no período crítico maior que 0,60; RISCO MÉDIO – regiões com consumo relativo de água no período crítico igual ou menor que 0,60 a igual ou maior que 0,40; ALTO RISCO – regiões com consumo relativo de água menor que 0,40 no período crítico. Os valores de consumo relativo de água para a cultura da soja são menores que para a cultura do milho. Isto acontece devido ao maior consumo de água da soja, conforme se verifica no capítulo 5.1. No entanto, os danos causados pelas estiagens na cultura da soja, em geral, não são tão severos quanto os que afetam a cultura do milho, já que o milho possui um período crítico mais curto, e com maior sensibilidade ao déficit hídrico comparado com a soja. Por isso, normalmente, dependendo logicamente do período em que ocorrem, as estiagens afetam mais as safras de milho no estado, com maiores quebras de rendimento. Considerando-se os valores médios do consumo relativo de água, observa-se uma variação de 0,46 na semeadura de outubro em Rio Grande, a 0,74 na semeadura de dezembro em Veranópolis. A época de semeadura de maior risco é a de outubro, seguindo-se novembro, sendo a época de dezembro a de menor risco para a cultura da soja por deficiência hídrica. Tabela 39. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Cruz Alta e Júlio de Castilhos, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94

Cruz Alta Época de semeadura out nov dez 0,71 0,95 0,86 0,76 0,84 0,82 0,29 0,32 0,39 0,22 0,19 0,55 0,53 0,32 0,24 0,83 0,93 0,97 0,35 0,29 0,60 0,62 0,99 0,83 0,22 0,28 0,62 0,26 0,60 0,63 0,66 0,89 0,86 0,39 0,59 0,67 0,54 0,69 0,76 0,71 0,86 0,80 0,76 0,86 0,66 0,57 0,58 0,98

Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94

Júlio de Castilhos Época de semeadura out nov dez 0,66 0,86 0,74 0,58 0,69 0,66 0,38 0,49 0,51 0,17 0,11 0,35 0,42 0,19 0,17 0,67 0,72 0,82 0,26 0,39 0,79 0,56 0,51 0,76 0,63 0,89 0,91 0,32 0,37 0,55 0,17 0,20 0,34 0,56 0,64 0,57 0,39 0,56 0,70 0,52 0,69 0,66 0,62 0,65 0,59 0,43 0,34 0,41 0,67 0,80 1,00 0,62 0,71 0,70 0,63 0,52 0,76


88 94/95 95/96 96/97 Média

0,70 0,37 0,69 0,54

0,50 0,78 0,84 0,65

0,49 0,95 0,98 0,72

94/95 95/96 96/97 Média

0,55 0,42 0,49

0,75 0,71 0,56

0,92 1,00 0,66

R1 – R5 – início da floração até início de enchimento de grãos

Tabela 40. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Passo Fundo e Santa Rosa, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

Passo Fundo Época de semeadura out nov dez 0,77 0,85 0,65 0,85 0,96 0,94 0,58 0,47 0,40 0,25 0,15 0,48 0,82 0,64 0,72 0,84 0,84 0,81 0,63 0,40 0,38 0,62 0,56 0,71 0,71 0,82 0,80 0,37 0,46 0,69 0,41 0,31 0,29 0,63 0,74 0,76 0,69 0,79 0,68 0,93 0,94 0,94 0,79 0,89 0,88 0,33 0,45 0,58 0,83 0,84 0,97 0,86 0,99 0,96 0,59 0,48 0,76 1,00 0,93 0,81 0,40 0,80 0,94 0,64 0,75 0,87 0,66 0,68 0,73

Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

Santa Rosa Época de semeadura out nov dez 0,79 0,69 0,73 0,35 0,36 0,45 0,07 0,35 0,46 0,56 0,39 0,45 0,51 0,58 0,64 0,24 0,53 0,76 0,75 0,90 0,81 1,00 0,80 0,62 0,57 0,70 0,94 0,46 0,35 0,60 0,82 0,87 0,95 0,35 0,55 0,37 0,83 0,76 0,63 0,33 0,32 0,32 0,58 0,78 0,99 0,97 0,76 0,72 0,61 1,00 0,93 0,84 0,74 0,75 0,81 0,92 0,88 0,79 0,91 0,85 0,83 0,91 0,88 0,46 0,66 0,73 0,61 0,67 0,70

R1 – R5 – início da floração até início de enchimento de grãos

Tabela 41. Consumo relativo de água (índice ETr/ETm) no período crítico da soja (R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para São Borja e São Gabriel, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85

São Borja Época de semeadura out nov dez 0,85 0,85 0,85 0,32 0,22 0,29 0,10 0,47 0,61 0,28 0,38 0,55 0,76 0,85 0,73 0,27 0,46 0,51 0,45 0,68 0,62 0,74 0,70 0,58 0,21 0,58 0,75

Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85

São Gabriel Época de semeadura out nov dez 0,64 0,45 0,46 0,73 0,57 0,51 0,31 0,34 0,15 0,06 0,12 0,32 0,18 0,28 0,46 0,57 0,64 0,58 0,34 0,82 0,74 0,54 0,82 0,84 0,80 0,74 0,61 0,18 0,19 0,28


89 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 Média

0,76 0,56 0,81 0,44 0,28 0,77 0,97 0,43 0,65 0,75 0,62 0,84 0,56

0,67 0,58 0,66 0,45 0,43 0,87 0,65 0,86 0,58 1,00 0,67 0,91 0,64

0,57 0,53 0,52 0,61 0,37 1,00 0,58 0,83 0,77 0,92 0,88 0,91 0,67

85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 Média

0,42 0,58 0,50 0,52 0,19 0,58 0,72 0,51 0,49 0,70 0,28 0,90 0,40 0,38 0,48

0,43 0,31 0,45 0,82 0,24 0,71 0,59 0,83 0,42 0,70 0,65 0,88 0,62 0,51 0,55

0,38 0,41 0,29 0,72 0,21 0,63 0,56 0,75 0,61 0,49 0,93 0,90 0,76 0,72 0,55

R1 – R5 – início da floração até início de enchimento de grãos

Tabela 42. Consumo relativo de água (ETr/ETm) no período crítico da soja(R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura, para Taquari e Rio Grande, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 Média

Taquari Época de semeadura out nov dez 0,62 0,32 0,41 0,92 0,91 0,92 0,65 0,58 0,43 0,08 0,21 0,44 0,62 0,50 0,56 0,65 0,84 0,80 0,31 0,48 0,55 0,39 0,59 0,72 0,76 0,74 0,64 0,32 0,26 0,28 0,33 0,32 0,52 0,74 0,68 0,73 0,71 0,58 0,52 0,75 0,72 0,54 0,43 0,54 0,64 0,30 0,33 0,33 0,70 0,83 0,75 0,85 0,60 0,50 0,45 0,78 0,86 0,64 0,87 0,88 0,83 0,90 0,77 0,71 0,82 0,85 0,90 0,88 0,90 0,56 0,83 0,79 0,48 0,48 0,59 0,88 0,87 0,85 0,60 0,63 0,65

Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 Média

R1 – R5 – início da floração até início de enchimento de grãos

Rio Grande Época de semeadura out nov dez 0,34 0,54 0,29 0,81 0,72 0,75 0,13 0,39 0,78 0,24 0,13 0,31 0,49 0,43 0,37 0,32 0,39 0,67 0,57 0,68 0,78 0,23 0,38 0,31 0,32 0,66 0,68 0,61 0,34 0,39 0,51 0,56 0,55 0,30 0,26 0,24 0,12 0,30 0,62 0,55 0,51 0,50 0,36 0,35 0,63 0,70 0,47 0,49 0,55 0,62 0,66 0,26 0,41 0,74 0,94 1,00 0,99 0,87 0,92 0,75 0,46 0,50 0,58


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Tabela 43. Consumo relativo de água (ETr/ETm) no período crítico da soja(R1-R5), em diferentes anos e épocas de semeadura para Encruzilhada do Sul e Veranópolis, RS. Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

Encruzilhada do Sul Época de semeadura out nov dez 0,37 0,55 0,36 0,76 0,85 0,91 0,28 0,56 0,66 0,53 0,44 0,41 0,76 0,84 0,89 0,33 0,35 0,59 0,57 0,64 0,78 0,48 0,80 0,77 0,29 0,53 0,87 0,36 0,40 0,52 0,72 0,79 0,64 0,53 0,50 0,40 0,25 0,45 0,34 0,41 0,34 0,61 0,45 0,68 1,00 0,93 0,92 0,81 0,46 0,54 0,69 0,74 0,91 0,93 0,48 0,63 0,72 0,51 0,62 0,68

Ano 75/76 76/77 77/78 78/79 79/80 80/81 81/82 82/83 83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 Média

Veranópolis Época de semeadura out nov dez 0,75 0,95 0,86 0,83 0,88 0,75 0,73 0,75 0,64 0,40 0,24 0,44 0,94 0,96 0,95 0,96 0,92 0,93 0,33 0,31 0,53 0,68 0,57 0,75 0,81 0,91 0,88 0,59 0,55 0,71 0,29 0,21 0,31 0,74 0,72 0,64 0,46 0,55 0,59 0,46 0,70 0,77 0,52 0,66 0,79 0,37 0,34 0,39 0,83 0,83 0,95 0,82 0,93 0,82 0,55 0,42 0,74 0,89 0,93 0,89 0,51 0,69 0,97 0,38 0,69 0,96 0,77 0,88 0,94 0,26 0,52 0,60 0,62 0,67 0,74

R1 – R5 – início da floração até início de enchimento de grãos

6. Considerações sobre o consumo relativo de água para as culturas de milho e soja Na Tabela 44 é apresentado um resumo da análise do consumo relativo de água para as culturas de milho e soja, nos 10 locais. Verifica-se que para a cultura do milho, 39,7% dos casos analisados (anos x épocas = 980) apresentam consumo relativo de água classificado como de alto ou médio risco (índice ETr/ETm  0,70 durante o período crítico). São Gabriel apresenta 61,5% dos casos com índice menor ou igual a 0,70, evidenciando uma região de alto risco para a produção de milho, seguido de Rio Grande com cerca de 57 % dos casos e Júlio de Castilhos com 51%. Isto significa que existe uma baixa probabilidade de ocorrer anos com boa disponibilidade hídrica para o milho nestes locais, sendo de 38,5%, 43% e 49%, respectivamente. Os locais de menor risco são Veranópolis, Taquari e Passo Fundo, com índices menores que 0,70 ocorrendo em 25%, 29% e 30% dos casos, respectivamente. Ou seja, existe uma probabilidade maior (de 75%, 71% e 70% dos anos, respectivamente) de ocorrer boa disponibilidade hídrica para a cultura do milho nos locais citados. Para o conjunto dos locais analisados, pode-se deduzir que, em praticamente quatro anos a cada dez, deve ocorrer redução de rendimento de grãos de milho, com intensidade variável, dependendo do local, do ano e da época de semeadura.


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Para a cultura da soja, 46,3 % dos casos analisados (anos x épocas = 654) apresentam consumo relativo de água classificado como sendo de alto ou médio risco (índice ETr/ETm  0,60 durante o período crítico). Rio Grande apresenta 63,3% dos casos com índice menor ou igual a 0,60, caracterizando-se como uma região de alto risco para a produção de soja, seguido de São Gabriel com 61% dos casos, Encruzilhada do Sul com 52,6% e Júlio de Castilhos com 51%. Todos os locais citados apresentam, portanto, probabilidade menor de 50% de ocorrer disponibilidade hídrica satisfatória para a soja. Dentre os locais analisados, os de menor risco são Passo Fundo e Veranópolis. Os índices apresentados podem ser utilizados para a estimativa do potencial de rendimento de grãos em cada região e para a previsão de safras agrícolas, utilizando-se os modelos agrometeorológicos ajustados por BERLATO (1987) para a cultura da soja, e por MATZENAUER et al. (1995b) para a cultura do milho. Além disso, pode ser uma ferramenta importante para o aperfeiçoamento dos zoneamentos agroclimáticos para as culturas de milho e soja no Estado do Rio Grande do Sul, possibilitando, ainda, a definição e escolha da época de semeadura de menor risco para a produção de grãos em cada região. Tabela 44. Número total de casos avaliados (anos x épocas) e índice ETr/ETm crítico (número e percentual) para as culturas de milho e soja durante o período crítico, em dez locais do Rio Grande do Sul. Cultura Milho Local

n° de anos

Cruz Alta Júlio de Castilhos Passo Fundo Santa Rosa São Borja São Gabriel Taquari Rio Grande Encruzilhada do Sul Veranópolis Total

20 21 24 23 23 24 26 22 20 24

Soja

n° de n° ETr/ETm épocas Total  0,70

4 4 4 5 5 4 5 4 4 4

80 84 96 115 115 96 130 88 80 96 980

31 43 29 39 44 59 38 50 32 24 389

%

38,8 51,2 30,2 33,9 38,3 61,5 29,2 56,8 40,0 25,0 39,7

n° de anos

19 21 22 22 21 24 26 20 19 24

n° de n° ETr/ETm épocas Total  0,60

3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

57 63 66 66 63 72 78 60 57 72 654

24 32 20 25 28 44 35 38 30 27 303

%

42,1 50,8 30,3 38,0 44,4 61,1 44,9 63,3 52,6 37,5 46,3

Obs.: Índice ETr/ETm crítico – para milho  0,70; para soja  0,60. Período crítico – para milho: do início do pendoamento a 30 dias após (IP-30IP); para soja: do início da floração ao início do enchimento de grãos (R1-R5).

7. Considerações finais e recomendações Os dados apresentados evidenciam com clareza o problema da deficiência hídrica para as culturas de milho e soja no Estado do Rio Grande do Sul. Fica caracterizada a ocorrência de períodos de disponibilidade hídrica limitante para essas culturas, sendo em média em cerca de 40% das situações para a cultura do milho e de 46% para a soja, considerando os locais analisados. É possível concluir que o estado continuará perdendo quantidades significativas de grãos causadas por estiagens que se repetirão, perdas essas irrecuperáveis, e com reflexos negativos na economia do estado, alicerçada fortemente na agricultura e no


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complexo agroindustrial. A pesquisa e a extensão vem estudando e debatendo este tema há vários anos, independentemente da ocorrência do fenômeno, e alertando as autoridades para a necessidade de elaboração de uma política de desenvolvimento que comtemple um programa abrangente de irrigação, principalmente para as regiões que apresentam maior potencial de rendimento, mas que apesar disso, necessitam com freqüência de suplementação hídrica para proporcionar maior rendimento e maior estabilidade das safras. A estabilidade das safras constitue-se em fator de grande importância, no momento em que os agricultores e o setor industrial podem planejar de forma mais adequada e racional a sua produção ao longo do tempo. Deve-se considerar que somente nos últimos dez anos o estado perdeu cerca de 20 milhões de toneladas de grãos devido às estiagens. Estes cálculos são baseados em estimativas de rendimentos que são obtidos a partir da média de todas as regiões produtoras do estado, onde muitas delas apresentam rendimentos ainda muito baixos. Caso os cálculos fossem baseados em rendimentos de regiões com maior produtividade, que é o que poderia acontecer com maior oferta de água, certamente a estimativa das perdas seria bem maior daquela que consta nas estatísticas oficiais. Para citar como exemplo, no último ano agrícola (2000/2001), que apresentou maior oferta hídrica, pois foi um ano em que várias regiões apresentaram precipitação pluvial acima da normal climatológica, vários municípios obtiveram um rendimento médio de grãos de milho acima de 5.000 kg.ha -1, como é o caso de Sananduva, com 6.000 kg.ha-1, Cruz Alta com 5.700 kg.ha-1 e Muitos Capões com 5.500 kg.ha-1. Existe, portanto um grande potencial para aumento do rendimento. Algumas lavouras podem, certamente, dobrar seu rendimento com apenas uma ou duas irrigações durante o período crítico. Diversos trabalhos de pesquisa mostram que a suplementação hídrica durante o período crítico, tanto do milho como da soja, evitam a quebra de safra e a frustração do produtor. Não adianta, muitas vezes o produtor investir em tecnologia, adquirindo uma semente de qualidade, corrigindo a fertilidade do solo, controlando ervas daninhas, pragas e doenças, se no momento crítico não houver um sistema, mesmo que simples, que permita disponibilizar água suficiente para proporcionar um bom crescimento e desenvolvimento das plantas. O Rio Grande do Sul é um Estado historicamente importador de milho, com algumas exceções, como ocorrido na última safra (2000/2001), onde a produção foi recorde, com mais de 6 milhões de toneladas. A produção foi elevada justamente devido a melhor oferta de água, disponibilizada por precipitações pluviais bem acima da normal climatológica. Estes resultados demonstram portanto, que é possível aumentar o rendimento médio dessa cultura para cerca de 5.000 kg.ha-1 ou mais, possibilitando uma produção superior a 8 milhões de toneladas, sem aumentar a área cultivada. Para a cultura da soja também existe um grande potencial para aumento da produção e maior estabilidade da safras, minimizando as oscilações que ocorrem a cada ano. Para isso, é necessário, no entanto, um investimento forte e bem planejado em um programa que proporcione condições técnicas e econômicas para o desenvolvimento da irrigação no Estado do Rio Grande do Sul, e que possibilite um melhor aproveitamento das tecnologias disponíveis ao produtor rural com a melhoria das suas condições de vida. Com base nos resultados apresentados, e para os locais analisados, pode-se fazer


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algumas considerações e (ou) recomendações, visando reduzir os riscos por deficiência hídrica para as culturas de milho e soja e aumentar a estabilidade no rendimento das lavouras: - A precipitação pluvial, na maioria dos anos, não é suficiente para atender à demanda hídrica das culturas de milho e soja, principalmente durante os períodos críticos; - Para a cultura do milho, pode-se esperar redução no rendimento de grãos, em quatro a cada dez safras; para a cultura da soja, espera-se redução no rendimento em nove a cada vinte safras; - Nos locais mais quentes, como Santa Rosa e São Borja, as épocas de semeadura de menor risco para a cultura do milho são agosto e dezembro; nas demais localidades, a época de menor risco é a de dezembro; - Para a cultura da soja, a época de semeadura de dezembro apresenta menor risco, havendo maior probabilidade de redução de rendimento na época de outubro; - Para suplementação hídrica, deve-se sempre dar preferência aos períodos críticos das culturas – do início do pendoamento a cerca de 30 dias após para a cultura do milho, e do início da floração até o início do enchimento de grãos para a cultura da soja; - Nas semeaduras de milho do cedo, deve-se dar preferência a cultivares de ciclo superprecoce ou precoce, pois pelo fato de possuirem ciclo mais curto, podem “escapar” dos períodos de maior demanda atmosférica e menor disponibilidade de água; - Para semeaduras da soja no tarde, principalmente durante a segunda quinzena de dezembro, deve-se dar preferência a cultivares de ciclo semitardio e tardio, para proporcionar um melhor crescimento das plantas; - As semeaduras do tarde, tanto para milho como para soja, devem ser realizadas quando as condições de umidade do solo forem adequadas ou houver condições de irrigação imediata após a semeadura; - Deve-se escalonar a época de semeadura para diminuir a possibilidade de ocorrer coincidência do período crítico das culturas com as épocas de menor disponibilidade hídrica e maior demanda evaporativa da atmosfera; - Deve-se utilizar cultivares de ciclos diferentes; - Para a cultura do milho, fazer adubação nitrogenada em cobertura somente se o solo apresentar umidade adequada;


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