v3n3jul-set2011

Page 30

91

Mendes - Leiomioma e leiomiossarcoma uterino tificar tumores uterinos suspeitos que irão requerer avaliação diagnóstica adicional antes do tratamento 8. Uma pesquisa com 111 pacientes (98 com LM e treze com sarcoma uterino -seis deles com LMS) mostra que não houve diferença no que diz respeito a paridade, sintomas ou achados no exame físico e que as aparências sonográficas dos leiomiomas foram similares às do leiomiossarcomas, não ocorrendo uma diferença significante entre o índice de resistência nas arteríolas dos leiomiomas (0.59 +/-0.01) e leiomiossarcomas (0.49 +/- 0.18) 19. Também já se foi evidenciado claramente um aumento significativo do pico de velocidade sistólica – PVS (média de 61.6 cm/s; variação de 40.0-124.0 cm/s) nos leiomiossarcomas (media de 21.6 cm/s) 6, 13, 20. Também foi estudada a correlação do aumento plasmático da desidrogenase lática (DHL) com os achados ultrassonográficos de degeneração tumoral para a suspeição de malignidade (alto índice mitótico do tumor) 3. Na ressonância magnética, os leiomiossarcomas têm efeitos variáveis podendo se apresentar como uma imagem pesada, massa lobulada com sinal de alta intensidade em T2 ou como uma massa nitidamente arredondada com sinal de baixa intensidade que se assemelha a um mioma, ou como uma massa com margens infiltrativas focalmente. Focos discretos de hemorragia ou necrose tumoral podem sugerir o diagnóstico de leiomiossarcoma. Os leiomiossarcomas podem envolver o endométrio ou distorcer a cavidade endometrial sem invasão endometrial. Ao contrário dos miomas, que são bem definidos, os leiomiossarcomas geralmente têm margens irregulares e mal definidas que aumentam após a administração de gadolínio 14. Considerações finais Apesar de raro, a lembrança do leiomiossarcoma deve estar sempre presente quando estamos diante de um leiomioma. A soberania da clínica e a evolução destas patologias nos orientam a solicitar alguns exames complementares, que podem contribuir para diminuirmos as chances de um diagnóstico precipitado de malignidade podendo assim obter um preparo cirúrgico prévio mais preciso. Um dos exames mais usados é a USG transvaginal. A TC e RNM podem ajudar na avaliação da extensão de grandes massas pélvicas, suspeitando-se de malignidade, mas ambas não têm sua indicação rotineira pelo seu custo-benefício. A diferenciação entre leiomiomas e leiomiossarcomas apenas através da ultrassonografia e dopplerfluxomeExperts in Ultrasound: Reviews and Perspectives

tria ainda não fecha diagnóstico para os clínicos. Realmente, só temos o diagnóstico definitivo com o laudo histológico, onde se avaliam o número de mitoses por campo, sendo importante no prognóstico e na avaliação terapêutica. Referências

1. Nowak RA. Fibroids: pathophysiology and current medical treatment. Baillieres Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol 1999;13:(2):223-238. 2. Schwartz PE, Kelly MG. Malignant transformation of myomas: myth or reality? Obstet Gynecol Clin North Am 2006;33:(1):183198, xii. 3. Seki K, Hoshihara T, Nagata I. Leiomyosarcoma of the uterus: ultrasonography and serum lactate dehydrogenase level. Gynecol Obstet Invest 1992;33:(2):114-118. 4. Walker CL. Role of hormonal and reproductive factors in the etiology and treatment of uterine leiomyoma. Recent Prog Horm Res 2002;57:277-294. 5. Bozzini N, Borsari R, Donadio N, Guedes RC, Messina ML, Bonduki C, et al. Projeto Diretrizes: Miomatose Uterina. In: Obstetrícia FBdSdGe, ed; 2002. 6. Hata K, Hata T, Makihara K, Aoki S, Takamiya O, Kitao M, et al. Sonographic findings of uterine leiomyosarcoma. Gynecol Obstet Invest 1990;30:(4):242-245. 7. Moinfar F, Azodi M, Tavassoli FA. Uterine sarcomas. Pathology 2007;39:(1):55-71. 8. Exacoustos C, Romanini ME, Amadio A, Amoroso C, Szabolcs B, Zupi E, et al. Can gray-scale and color Doppler sonography differentiate between uterine leiomyosarcoma and leiomyoma? J Clin Ultrasound 2007;35:(8):449-457. 9. Vitiello D, McCarthy S. Diagnostic imaging of myomas. Obstet Gynecol Clin North Am 2006;33:(1):85-95. 10. Dueholm M, Lundorf E, Sorensen JS, Ledertoug S, Olesen F, Laursen H. Reproducibility of evaluation of the uterus by transvaginal sonography, hysterosonographic examination, hysteroscopy and magnetic resonance imaging. Hum Reprod 2002;17:(1):195-200. 11. Hurley V. Imaging techniques for fibroid detection. Baillieres Clin Obstet Gynaecol 1998;12:(2):213-224. 12. Maizlin ZV, Vos PM, Cooperberg PL. Is it a fibroid? Are you sure? Sonography with MRI assistance. Ultrasound Q 2007;23:(1):55-62. 13. Kurjak A, Kupesic-Urek S, Miric D. The assessment of benign uterine tumor vascularization by transvaginal color Doppler. Ultrasound Med Biol 1992;18:(6-7):645-649. 14. Sohaib SA, Verma H, Attygalle AD, Ind TE. Imaging of uterine malignancies. Semin Ultrasound CT MR 2010;31:(5):377-387. 15. A.C.Camargo DdG. Manual de Condutas em Ginecologia Oncológica. In: Neto GB, ed; 2010. 16. Evans HL, Chawla SP, Simpson C, Finn KP. Smooth muscle neoplasms of the uterus other than ordinary leiomyoma. A study of 46 cases, with emphasis on diagnostic criteria and prognostic factors. Cancer 1988;62:(10):2239-2247. 17. Franchi M, Beretta P, Ghezzi F, Zanaboni F, Goddi A, Salvatore S. Diagnosis of pelvic masses with transabdominal color Doppler, CA 125 and ultrasonography. Acta Obstet Gynecol Scand 1995;74:(9):734-739. 18. Kurjak A, Kupesic S, Shalan H, Jukic S, Kosuta D, Ilijas M. Uterine sarcoma: a report of 10 cases studied by transvaginal color and pulsed Doppler sonography. Gynecol Oncol 1995;59:(3):342-346.

EURP 2011; 3(3): 87-92


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.