Livro da Raiz do Embueiro às Sementes de Baobá

História, Memória e Resiliência

Ficha Catalográfica

Ficha Técnica Textos Yashodhan Abya Yala - Yalasé da Nação Muzunguê Sangoma da casa da 7º Ordem Bàbá Kíni - Baogan e Adogan da Nação Muzunguê OmoayóOtunjá - Yakekere Yamoro da Nação Muzunguê Olupejé - Egbomi da Nação Muzunguê Opá Tenondé - Yaò Sentinela da Nação Muzunguê Forilonã - Ekedi da Nação Muzunguê Ilustrações e diagramação Vania Pierozan Fotografias Miim Concepção do Projeto Yashodhan Abya Yala

8 anos de Resiliência, Cultura e Ancestralidade Namastê Ojíre! Ago Yê Mojubá, a benção das nossas Divindades para que a nossa escrita seja de gratidão e veracidade! Asè!

Omorodê Ponto de Cultura da Infância é . um equipamento cultural rural situado dentro da Comunidade Kilombola Morada da Paz (CoMPaz) na localidade de Vendinha, em Triunfo/RS, que trabalha com a etnoludicidade e os diversos modos de brincar dos povos tradicionais, além de promover a recuperação da História, da Memória, da Arte e da Cultura Afrobrasileira.

Realizamos uma diversidade de oficinas, em parceria com a Escola CoMKola Kilombola Epè Layiè, o Instituto CoMPaz e a Apremacom (Associação dos Pais, Educamores e Colaboramores da CoMKola), como: canto, dança e percussão, contação de história e memória afrobrasileira diaspórica, cultura e manejo agroecológico kilombola, Leitura e Letramento, Gastronomia Kilombola.

O Omorodê revelou o Grupo Musical Semente de Baobá, que há 5 anos compõe e interpreta músicas que combatem o racismo e o preconceito, valorizam a cultura e as divindades do panteão afrobrasileiro, os Orishás, sendo formado por jovens nascidos dentro da CoMPaz. A Cultura em nosso Território é uma estratégia de resiliência frente a um estado de exceção que estamos vivendo, onde predomina a necropolítica que não valoriza a vida e violenta o direito de existir, desqualificando os povos tradicionais e seus territórios. O Território para nós além de um espaço de terra é um território de sentidos: fé, memória, sentido de existir e cultura.

A Cultura na CoMPaz valoriza as crianças, jovens, adultos(as) e anciões(ãs), empoderando-os(as) para lutarem por seus direitos, reconhecer a força da sua ancestralidade e as suas raízes identitárias, enquanto povo negro, kilombola, rural, feminino, espiritual.

Continuaremos com a nossa luta pelo nosso direito de continuar existindo em tempos tão desafiadores, pois como diz a nossa Yagbá Ancestral Mãe Preta, “nossos passos vêm de longe e não há nada que justifique a falta de Esperança!”

Chuva de Luz!

Inspiradores (as) da Comunidade Morada da Paz O poeta cantou que sonho que se sonha juntos é realidade.

Sim, o poeta está certo. E nós estamos aqui porque sempre aspiramos um mundo melhor. Sem saber que era muito difícil "impossível", realizamos. Nada está pronto, nada está garantido. Impermanência, fé, determinação, solidariedade, coragem e gratidão são os fios que tecem nossa Unidade CoMPaz.

O que sabemos... o que somos hoje… o que temos?

Possibilidades. Que nosso encantamento seja matéria viva de gratidão pela vida. Então saiba que o solo em que adentrarás é sagrado. E somos nós suas zeladoras e zelador CoMPaz. Asé!

Da esquerda para a direita:

Ekedi Kahamy Adetta Elemojo, Baogan Bàbá Kínní, Yialasè Yashodhan Abya Yala, Yiakekere Yamoro Omo Ayo Otunjá, Yabace Mako'Ile

DEDICATÓRIA Aos ô-madê, as crianças da Comunidade Morada da Paz, nossas sementes do presente e mulheres e homens da Nova Era. A esta Divindade Sagrada conhecida como Comunidade kilombola, Residencial, Sustentável, Ecológica e Espiritual Morada da Paz - Território de Mãe Preta, que mais do que um lugar é um jeito de Ser e Viver no mundo.

Aos companheiros das Mulheres Negras com Compreensão, Compaixão e Amor.

SUMÁRIO Apresentação .....................................................

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Nós Mulheres Negras .........................................

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Nós, Por Nós Mesmas .........................................

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A Orin, Nossas Canções Rituais .......................... 13 CoMPaz Ilé Oló . . run Asé . . ..................................... 15

Muntu Somos Seres Humanos ............................... 23 Wa Òóre . Nossa Hospitalidade à Mesa De Fraternidade ...................................... 24 Dizidedores de Mãe Preta .................................. 27 Poesias de Odara ................................................. 34 O poder, cuidado e a utilização das ervas na cosmovisão da Nação Muzunguê .................... 46 Oração do Xamã ................................................. 49 As ervas de limpeza mais utilizadas ............................... 50 As ervas de harmonização mais usadas ......................... 55 Manejo com as ervas/ Preparação dos banhos ............. 58 Nós, KILOMBO, existimos ................................... 61 Como colaborar com a CoMPaz ............................ 63

APRESENTAÇÃO A ideia desta obra surgiu quando nos conscientizamos de quem somos. Uma questão de identidade étnica; de gênero e também uma questão geográfica. A vida de Mulheres Negras que vivem em um território com profundos desafios étnicos, de gênero, de classe social, foram características que influenciaram na composição de uma história de resiliência; de lutas e conquistas, que por certo moldou com ferro e fogo, pelos desafios provocados, o que somos hoje.

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UM POUCO DA INSPIRAÇÃO Eu sou mulher, A mulher dos tempos, A mulher da vida, A mulher da força.

Eu sou a mulher amada, Eu sou a mulher que trás a sabedoria, Eu sou a mulher transformação.

Eu sou o renascimento a cada dia e a cada noite, Eu sou a lua crescente, Que faz brotar a semente na terra.

A terra é o meu corpo, E a semente a minha paixão.

Porque não há vida sem amor verdadeiro, Porque eu sou mulher.

Mestra Rhadjysha, Elô 1999 HISTÓRICO: foi alcançada por canalização numa sexta-feira de lua crescente. Pode ser utilizada por todas as mulheres com o objetivo de conexão com o Sagrado Feminino.

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NÓS, POR NÓS MESMAS “mulheres negras e indígenas estão aqui juntas, de mãos dadas cantando a canção do coração somos muito gratas pelo nosso solo sagrado, Namastê” (Olupeje)

Somos mulheres de distintas idades e histórias, entretanto, a diferença não nos afastou, foi ela que deu os matizes de muitos tons de nossa igualdade. O que revelou quão forte e o quanto somos capazes de criar, rir e chorar por amor, quanto somos capazes de propor ideias e fazer história com nossos saberes e fazeres.

Nossa história começou de um modo simples e foi na simplicidade que nos encontramos com a singularidade; assim se revelou nossa riqueza. Potência do que neste momento partilhamos com todos vocês. Nós, nós não somos uma lenda!

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Somos movidas por uma força crística ensinando e aprendendo em cada instante do nosso viver que não há nada que justifique a falta de esperança. Seguimos com diferentes olhares sobre o mundo.

Diferentes mulheres tecendo temporalidades que dialogam ora como mães, ora como filhas. Algumas vezes simplicidade, outras completude; algumas vezes andanças por muitos caminhos, outras silêncio de pés no chão batido.

Guiadas por Yemonjá e Osum, filhas de Mãe Preta, nós somos assim… um lugar de significado e sentidos em que “tudo o que se forma na natureza contrai um débito que precisa pagar dissolvendo-se, para que outras coisas possam se formar”(Anaximandro). Nosso tó. jú (nosso zelo) está no propósito: o de dissolver-mo-nos em luz, em chuvas de luz!

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Nós mulheres negras, afro-indígenas, protagonistas, autoras de nossa própria história. Nós mulheres negras de uma comunidade sustentável, ecológica e espiritual. Em cada diálogo traçado, o reconhecimento de quem somos se tornava mais forte através da aceitação de nossa identidade negra, de mulheres espirituais e também de nossa corporeidade. Ìgbésí ayé (do Yorùbá que significa a nossa vivência) revela nosso jeito de ser e viver o mundo a partir de como nos sentimos neste tempo no mundo.

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A ORIN, NOSSAS CANÇÕES RITUAIS

Somos Luzes Viemos das estrelas E a elas voltamos Como uma gota dourada Fluindo para o mar.

(Orin (rezo sagrado) ofertado por uma das pessoas que compõe a CoMPaz, em 2008)

Canto evocado no Território Sagrado, uma cantiga popular que reporta um ritmo de ninar, o ninar no colo de nossa Mãe Preta. Colo protegido permeado de asé. O colo . da mãe é sentido como o lugar seguro e neste lugar – o colo – filho seu e filha sua não tem idade para sentar, ser acalentada, ninada, embalada.

Cantamos em todos os momentos: quando estamos alegres, tristes, cansadas, felizes, cantamos pela superação. Para o despertar e para adormecer, para comer e para celebrar. Nossa corporeidade se encontra na musicalidade da vida com cirandas de rodas sagradas celebramos os instantes que comungamos juntas e deste jeito vamos parindo a unidade comum que nos aproxima como um fio em plena urdidura do conviver.

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Canto da Unidade Estamos aqui juntos de mãos dadas, Cantando a canção A canção do coração Essa é a família, É a unidade Essa é a celebração Isso é Sagrado (a orin ofertado por uma das pessoas que compõe a CoMPaz, em 2009)

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A comunidade nasce do sonho de contribuir e servir para um mundo melhor. Com o canto da Unidade, um eco de celebração evocado sempre que sentimos que superamos nossos desafios, celebramos o compromisso de sermos felizes. Cantamos para celebrar o instante em que o sentimento de alegria vigora e desse modo possa se expandir para todos os cantos, conduzidos pelas sílfides, divindades do vento.

Localizada em Vendinha no município de Triunfo no Rio Grande do Sul nasceu, oficialmente no início dos anos 2000, num momento de profundas transformações em que o chamado provocou profundas (re) estruturações no modo de viver de muitas pessoas que atenderam e que buscaram se reconciliar com o coração. O sonho de mudanças despertava de forma ardente para um desejo de participação de estilos de vida diferenciados, ou seja, mais solidário, mais partilhado, estava ali se manifestando a força de uma energia feminina.

A rebeldia, àquela época, era um traço característico e a criatividade pulsante era a nota perfeita para o início da construção de um novo sistema, onde a vida comunitária, o exercício do voluntariado e a partilha sem fronteiras compunham os acordes harmônicos para uma nova era.

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A chegada de um novo século despertava nas pessoas o desejo da mudança, da solidariedade perdida, do ato da fraternidade e em nós a ousadia crescia no enfrentamento com o risco e o medo.

Os primeiros anos da COMPAZ, em que mulheres e homens se uniram em busca de uma nova forma de viver, foram dedicados ao eco auto conhecimento numa tentativa profunda de se compreender a jornada pessoal.

Nesse período conhecemos também a realidade do entorno que nos rodeava, os animais da região, os rios, as fontes e os mitos que vivificavam o local.

Como um povo negro, majoritariamente feminino e unido por um mesmo sonho, se adotou, no modo de agir as orientações de nossas divindades (òrísàs): ÓÒRE! Té. ETI .

SÍLé!

Ayó! ÀLÀÁFIÀ!

HOSPITALIDADE! ESCUTAR . .

COM ATENÇÃO! ALEGRIA! PAZ! 18

Após esse mergulho interior, o povo da Morada, como somos mais conhecidos, dedicou-se a um movimento mais amplo: a abertura dos portões da instituição e da comunidade e a conseqüente inclusão em nosso cotidiano das pessoas que viviam nos povoados do entorno.

A aproximação foi se dando cuidadosamente por meio de diferentes atividades e espaço de inserção na cultura e no imaginário das pessoas da região, para as várias estratégias de aproximação utilizadas nos orientamos em nossa Cosmopercepção Afrobudígena e nos princípios da Carta da Terra, assim buscamos:

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- aprofundar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e uma ampla aplicação dos conhecimentos adquiridos (Carta da Terra), foi o momento em que aplicamos o projeto de Percepção Ambiental convidando as escolas da região para visitar o espaço da CoMPaz e ludicamente observar e compreender como se dava a visão sobre o mundo ambiental (fauna, flora), e as relações socioecológicas com/no contexto.

Este momento fez com que também nossa visão sobre o espaço, o território fosse se sacralizando – nossa Cosmopercepção Afrobudígena revelava que tudo na vida tem sentido entre Òrun (céu) e Ayé (terra), Omio (água), Iná (fogo), Òkúta Wéwé . . (pedras pequenas) e nosso próprio Ònà . (caminho).

O tempo tem sido nosso substrato em relação à realização de nossas atividades (preces práticas), nos organizamos coletivamente para atender as demandas internas e expandir nosso caminho tracejado por este jeito de ser e viver que ensina dialogar com a vida através de uma temporalidade muito singular. “… o tempo é nuvem de chegadas e partidas num céu de luz que se revela a quem tem fé; por ser mulher ganhei de Deus (Olódùmarè) o dom da vida e pela vida, este dom de ser mulher” (Fragmento da música o Dom da Vida citada por Yabace Mako'Ile no outono de 2012 na Casa Verde ao calor do fogão a lenha).

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- adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam a capacidade regenerativa da Terra, os Direitos Humanos e o bem-estar comunitário (Carta da Terra), bem como o conhecimento sobre agricultura orgânica, biodinâmica (pelas fases da lua), kilombola e indígena.

Efetivamos convênios com escolas técnicas, e por alguns períodos fomos campo de observação e práticas permaculturais. Manejamos com a flora nativa, contatamos e visitamos espaços de produção e manejo da região.

Conhecemos pessoas sabedoras e fazedoras; falamos, escutamos muito e, depois de tantas urdiduras, tecemos o nosso jeito negro e feminino de ser e viver.

- cuidar da comunidade de vida com compreensão, compaixão e amor (Carta da Terra).

- proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.

(Carta da Terra).

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Orientadas por esta temporalidade do sentir, intuir, ler o desenho das nuvens, observar a direção do vento e o movimento dos animais que seguimos desenhando nossas inserções e propondo eventos/atividades como: Muzunguê - o aconchego com sopa, caldo ou canjica e o contato com nossa ancestralidade.

Muzunguê vem do Kicongo (Angola). Segundo nossa yagba ancestral Mãe Preta, na África antiga as pessoas tinham que caminhar muito de uma tribo a outra e chegavam cansadas por haverem percorrido longas distâncias.

Então, a tribo que acolhia o viajante ofertava um caldo ou uma sopa salgada ou uma canjica doce e conforme era a notícia se fazia uma kizomba. Este conhecimento nos foiofertado por uma de nossas Divindades – a Preta Velha conhecidapor todos como Mãe Preta. Ela nos ensina que muzunguê é acolhimento. Somos o povo que acolhe - a nação do acolhimento - a Nação Muzunguê.

Nosso Círculo Mundial da Paz é um encontro de ações pela paz. Momento que consultamos, celebramos e propomos trilhas para contribuir por uma cultura de paz nessa terra.

Àlàáfià! Àti òrun àti ayé!

(Paz! Tanto no Céu como na Terra) Círculo Mundial da Paz;

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Siré . Àgbagbà no Terreiro de Chão Batido Lugar sagrado de culto aos ancestrais - o Siré Àgbagbà .

(Festa aos antepassados ou ancestrais), momento que dançamos, celebramos nosso ciclo de nascimento - vida morte - renascimeno (ìbí - ìyè - ìkú - àtúnwá).

Inicialmente os moradores do entorno da CoMPaz, a princípio, olhavam com olhares indiferentes a toda aquela movimentação, nenhum deles se dispunha a participar ativamente do processo. Mas, aos poucos isso foi mudando. Não eram somente as pessoas do entorno que mudavam, éramos nós também que ampliávamos uma prática e uma ação até então escondida e ignorada.

Provavelmente por sermos uma comunidade marcantemente feminina, acreditamos nos diálogos produtivos e incentivamos círculos e reuniões, mesmo que prolongadas, para que o tempo de gestação e parto da decisão final se processe. Cada opinião é levada em consideração e observamos cuidadosamente as contradições e pontos comuns entre todos/as para que cada integrante possa ter o sentimento de pertencência e responsabilidade no resultado final.

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Muitas vezes esse processo nos leva a dificuldades aparentemente intransponíveis. Nesses instantes retomamos a Causa inicial, o motivo pelo qual nos reunimos, isso facilita o processo. Nós estamos vivendo cada instante focalizando um horizonte: viver como se fôssemos morrer amanhã, deste modo, estaremos amanhã sentados nos círculos dos ancestrais. Mas o amanhã ainda não chegou ele está vindo - logo, é nossa tarefa pedagógica contarmos nossa própria história.

Somos Comunidade Morada da Paz. Guerreiras e guerreiros vivendo suas escolhas de vida em U-NI-DA-DE NUMA COMUM UNIDADE. Somos guardiãs e guardiões Somos feminino e masculino Somos luz e luz Somos meninas e meninos Somos de paz e amor Somos movimento Somos emoção Somos alegria Somos verdade e gratidão Somos Namastê Somos saravá Somos tambor e violino Somos respeito, determinação, receptividade, compreensão, humildade, solidariedade, amor e fé Somos aquilo que escolhemos ser Somos mulheres negras Somos gratidão!

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MUNTU SOMOS SERES HUMANOS É um termo multilinguístico banto cujo significado é ser humano e, na acepção filosófica, a força dotada de vontade e inteligência. Somos Muntu, essa compreensão sobre nós mesmas auxilia no fortalecimento de nossa identidade étnica e de gênero.

Somos Ubuntu – sou quem sou, porque somos todos nós dimensiona nossa amplitude como Muntu. Na dimensionalidade / amplitude como Ser Humano solidário é que vamos construindo nossos saberes. O saber enquanto conhecimento, o saber ser ético e ontológico, o saber com o outro na partilha.

“Sonhos matizam meus olhares de futuro num chão estéril, que aprendeu a ser fecundo.

Cada mulher tem uma luz maior que o mundo.”

(Dom da Vida, fragmento de música)

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WA ÒÓRE NOSSA HOSPITALIDADE MESA DE FRATERNIDADE A alegria do amor só é possível se você tiver conhecido a alegria de estar em comUNidade. Assim estamos construindo nossa hospitalidade, com zelo e cuidado pelo nosso presente.

Vivemos um tempo de resgate-reencontro com nossa identidade - enquanto mulher negra - enquanto ser humano-Muntu. Nossa humanidade precisa ser o suporte para que compreendamos o que hoje somos, somos potência de luz que atravessando um grande vale, segue semeando diante do mundo atitudes de compaixão e fraternidade.

Olhar e sentir o mundo com a singularidade que conforma nossa identidade leva a crer que ousadia, reconhecimento, amor e força crística compõem os ingredientes e o tempero da mesa de fraternidade.

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Nosso propósito com a Mesa de Fraternidade é possibilitar condições para que nossas filhas e filhos sejam seres viventes com atitude de generosidade, de compaixão, prudentes quando o conhecimento lhes for limitado. Sejam seres espirituais e honrosos de sua história e ancestralidade e compreendam a vida como infinita e que em cada existência se constituem sucessivas oportunidades de aprendizagem contínua, diversa e cumulativa.

Wa òóré, . expressão de origem yorùbá cuja tradução, não literal, indica nossa hospitalidade. Essa hospitalidade se ancora em nosso território na Mesa de Fraternidade que depois dos ipadè é um dos espaços que mais revelam o cotidiano íntimo do convívio. Na mesa de fraternidade planejamos, construímos projetos de vida, continuamos sonhando, o “prato principal” é sempre a esperança.

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Uma das Divindades que se manifestam em nosso Território Sagrado propôs certa vez a seguinte questão para que refletíssemos: - “Pelo que querem ser lembrados?! “ - “Vocês devem viver como se fossem morrer amanhã!

Então, pelo que vocês querem ser lembrados?” (canalização realizada em 2005) Nosso okan (coração) vem auxiliando a construir uma trilha na direção desta reflexão e pedimos, então, para que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face a comunidade de fraternidade e vida.

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Dizidedores Mãe Mãe Preta toma meu corpo com mansidão profunda e ela trás dos mundos ancestrais histórias que cuidam da gente.

Seus dizidedores, como ela assim fala, são ensinamentos para se aplicar na vida e meditar por longos períodos.

Mãe Preta se apresenta como uma preta velha, mas ela é um ser vindo de outras galáxias. Uma vez interpelada sobre a forma corpórea que ela adota, nos disse com delicada suavidade ser uma yggdrasil - a árvore cósmica da vida - e que ao assumir a forma de uma preta velha é colo que acolhe a agonia planetária, nos embala.

E todos fazem o juncó (postar-se de joelhos) não importando o título que carrega.

Em colo de Mãe Preta seus filhos sempre encontraram a ética necessária à construção do mundo com responsabilidade, solidariedade, fraternização, força e ternura.

“Oh! Mamãe abraça eu mamãe.

Embala eu mamãe cuida de mim…”

(Orin de nossa Mãe Preta)

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nç a Nada justifi ca a falta de espera

Nada justifica a falta de esperança.

Não existe compromisso maior que a vida.

O alvo é a meta atingida.

Não se pode garantir um coração feliz, mas se pode garantir um coração verdadeiro.

Preocupação é ausência de fé.

Não há nada mais crístico que um demônio sobre comando.

Por que o barco quando navega tem que chegar a algum lugar? Às vezes ele só quer chegar até o mar. Não procurem chegar a algum lugar, mas procure sempre navegar.

Proteger não é encobrir, proteger é amar.

Somente uma mão sã pode carregar veneno.

O ovo precisa apodrecer para o pinto nascer.

Reconta a tua história para não esquecer o que ela é hoje e não o que ela foi.

O tempo do verbo já passou, o tempo agora é de ação.

A consciência é o pilar dos tempos.

Só uma coisa é forte o suficiente: a fé.

Só tem uma fala que fica no coração. É a do exemplo.

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Antes da palavra, cuidar o pensamento.

O carma começa na intenção.

Mais do que ter fé, é ser fé.

Não é a quantidade de batatas que se faz um bom angu, mas a qualidade delas.

Em terra firme se constrói grandes construções.

O mal não tem pálpebras.

kitembo é o senhor dos caminhos, não das vontades.

Cada braço possui uma força de mexer o pirão.

A fé é capaz de superar o medo.

O medo de errar mata a possibilidade. É preciso aprender a garimpar para saber o real valor das jóias que se tem.

Toda morte é certa.

O que importa é o que você faz entre esse intervalo.

O rio sempre corre para o mar.

Não apresse o rio. Às vezes o aprendizado não acontece no retorno mas na ida.

Não se pode querer vestir calça comprida em perna curta.

Um homem com muitas crias é um homem próspero.

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Eu me chamo cá te espera.

Sagrado é como você se comporta diante da vida, mesmo quando ninguém está olhando. (Yashodhan Abya Yala)

O silêncio não tem poder de apagar as palavras.

(Yashodhan Abya Yala)

(Yashodhan Abya Yala)

Que pessoa é a pessoa se não trabalhar pelo bem do seu povo.

(Yashodhan Abya Yala

Memória tem cor, cheiro e não tem tempo. (Mãe Preta)

Seja ética e honrada para que eu me orgulhe da pessoa que você é.

(Yashodhan Abya Yala)

É minha terra.

O que serei eu se não a tornar melhor.

(Yashodhan Abya Yala)

Sou muitas!

(Yashodhan Abya Yala)

Olhar não se confina só no que vê. Olhar através do que se vê, vê o que não vê.

(Yashodhan Abya Yala)

Mãe Preta não precisa de nossa fé. O que ela quer de nós é que em cada dia sejamos pessoas melhores. (Yashodhan Abya Yala)

Sua alma / seu espírito somente pertence a você.

Sim mãe. Eu estou aqui !

(Yashodhan Abya Yala)

(Yashodhan Abya Yala)

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Esforce-se por que sorte você têm.

Anda direitinho que é para Olorum ajudar.

(Yashodhan Abya Yala)

(Yashodhan Abya Yala)

A primeira condição para transformar as realidades é ter algum conhecimento sobre ela.

O passado me ensinou que não há, nesta sociedade branca, riqueza ou privilégio que não seja, no mínimo, suspeita.

(Yashodhan Abya Yala)

Estou me trabalhando para excluir do meu vocabulário as palavras óbvio e subentendido.

(Yashodhan Abya Yala)

Somos corpalma e Almorpo tudo junto.

( Yashodhan Abya Yala)

Não somos famosos, nós somos respeitados.

(OmoayoOtunjá)

(Yashodhan Abya Yala)

Não podemos, muitas vezes, escolher o que acontece. Mas podemos escolher como lidar com o que acontece.

(Yashodhan Abya Yala)

Cada dia a mesma coisa me ensina outra.

(Yashodhan Abya Yala)

É de saravá que se vive!

(OmoayoOtunjá)

A confiança começa no pequeno, se nutre no dia-a-dia. O grande é só uma consequência.

(Yashodhan Abya Yala)

Que pessoas nós vamos carregar se a gente não sabe o que carregamos no nosso coração. (OmoayoOtunjá) 34

Conta o itan que a memória é lugar de resiliência… e foi este saber estratégico que possibilitou aos filhos e filhas de Esú sobreviverem ao descarrilamento sócio-cultural-histórico que sofreu os povos retirados de forma hedionda do continente africano - a maafa.

Ifá nos revela que Todo amanhã um dia se torna ontem e quando a força falta no braço é na inteligência que nos agarramos.

Conta minha Mãe Preta que o Tempo, uma Divindade, pariu três filhas: a Lembrança; a Esperança; a Espera. Filhas de Tempo, são companheiras que ao longo da história trouxeram alento para tantas formas de exclusão e eliminação do qual nosso povo afrobrasileiro e indígena passa.

Quando apresentamos nossas palavras marcando a pele de papel como é a POESIA DE ODARA DO BLACK, não nos vem outra coisa a dizer, ou melhor a escrever que seja diferente do nosso jeito de ser e viver. E é através da cultura, da espiritualidade, da história, da maneira de relacionar com o que nos cerca que a cultura em suas diversas linguagens se torna ferramentas para lutar para que possamos continuar existindo.

A cultura é muito mais que subjetivos. É identidade. Não certezas.

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Odara Machado do Black

SALVE ODARA! SALVE, SALVE ALEGRIA! Odara a do black, do sorriso iluminado.

O.DA.RA, de palavra forte e escrita poética.

Odara menina negra essência de mulher que sabe a que veio e o que quer!

Conheci Odara antes de ela acessar a barriga de sua mãe, foi numa canalização no antigo grupo Cosmos - ancestral da Comunidade Kilombola Morada da Paz - era ela um ser de luz pertencente a estrela de Mintaca (uma das três Marias) da constelação de Órion.

Quando ainda estrela ela se manifestou trazendo a força de superação e me ensinou com o passar do tempo que o rio sempre corre pro mar. E, desde então passei a admirar sua força de superação para nascer e chegar até o Território de Mãe Preta.

Odara, gratidão por você ter nos escolhido.

E para quem for ler as poesias das páginas deste livro, que é precioso, saiba que ele possui um valor imensurável. Pois, ele carrega a expressão de fé de uma jovem menina-mulher que traz em seu emi - espírito-coração-corpo-mente ODARA, a ALEGRIA!

Chuva de Luz! Asé

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ODARA

Lá vem Odara Toda charmosa Doce, alegre, solidária Seus passos firmes, determinados Mostram com alegria seu gingado.

Gingado negro, Que herdou de seus ancestrais.

Sim, ela é negra, Negra poderosa, Uma das pérolas negras do kilombo de Mãe Preta Felicidade é seu nome.

Seu Black Power é o seu poder Sua honra, seu orgulho...

Dele vem a sua força! É por isso que assina bem em cima da linha: Odara Machado do Black!

dOnA dE miM

Adonar-se Adonar-se simplesmente de você Adonar-se de seus pequenos conceitos Sem ver etnia, Bullyng ou preconceito.

Adonar-se de tudo De tudo mesmo Não precisa se preocupar comigo, Não precisa fazer assim.

Não sei se você percebeu, mas agora, Eu sou dona de mim.

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De onde vim, sempre ouvi falar de heróis Nelson Mandela, Tentou modificar uma história de preconceito e dor, Numa que tivesse respeito e amor.

Felicidade, amorosidade...

Isso me fez entender que ele é meu herói de verdade, E que o mundo precisa de mais tranquilidade.

Akotirene, Zumbi...

Foram os lideres do Kilombo dos Palmares, Lutaram por liberdade, Para que nós estivéssemos aqui.

Sou Odara Machado do Black, Esse é meu nome.

Continuo na luta, E honro meu sobrenome, Assim como minha história!

M

neeus h gr eró os is

A cabeça levantei, E só baixei, Quando a coroa na cabeça coloquei O meu punho pro alto toquei, A fé no coração levei E o poema no papel joguei.

M E ER D N O P ME A O T

Desde então, Eu lutei E nunca mais parei A guerra contra o machismo, o racismo e o preconceito, Eu provoquei.

Mais poemas no papel eu joguei.

De empoderamento me banhei.

E desde quando comecei, Nunca mais parei!

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Salve o negro E, salve o negro!

E, viva o negro!

E, salve o negro!

Eu cheguei, Com meu gingado, balanceado, sacudindo tudo...

Porque eu sou negra e vim acabar.

Eu lutei, Para acabar com esse tal racismo Porque na verdade, você me trata como lixo!

E você tem que me respeitar.

Negra eu sou, E vou lutar pela negritude.

Porque além de fé, Eu tenho atitude!

E também lutar pela minha cor Salve o negro e...

Salve o negro e...

Racismo!

Contigo primeiro vou acabar!

Depois com o preconceito, Eu vou lidar Com o terceiro nem quero saber...

E para os negros eu vou dizer: Salve o negro, e...

Salve o negro, e...

Pela a minha cor, eu vou lutar!

Re.sis.tên.cia

A VERDADE Que a verdade seja dita: O Brasil é racista! É verdade, tanto que tem uma lei contra o racismo.

Admita!

Não vá dizer que é mentira.

Somos eu e meu povo, E juntos lutaremos.

Atravessando barreiras de solidão e medo.

Vamos lá!

Tudo isso um dia vai acabar.

Transformaremos pesadelo e dor, Em felicidade e amor.

RESISTÊNCIA

Na minha infância, Eu luto contra ignorância, Contra o racismo e o preconceito, Para ninguém ter medo de ser do seu jeito.

Você tem talento!

R e s i s t ê n c i a, Prosseguir a caminhada, Levar essa palavra no peito, Porque é das rimas que sai o meu sustento.

Dos lábios saem palavras, Eu luto com o que penso.

Enquanto eu resistir e não baixar a cabeça, Nunca me faltará alimento.

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Pérola negra Pérola, Pérola negra Sim, negra Ela é negra É negra de paz, de amor, de luz e força Coloca vida e tira dor Onde há escuridão, coloca luz E onde há becos cinzentos, coloca cor.

Preta ou Negra Pretinha?

Pretinha?

Olha o preconceito!

Sou negra, rapaz, negra!!!

E exijo respeito, Pois vou lutar pela minha cor Porque racismo é crime Bullyng e preconceito também.

E vou lutar pelos negros, Pelos meus ancestrais que sofreram resistindo Porque sou negra, não preta!

Porque negro não é raça, Mas preta é uma cor.

E de raça só tem a humana!

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AMaNhEceU Amanheceu. E ai?

Amanheceu, E o racismo escondeu de você Toda o respeito que você tinha, Toda a humildade que você transbordava para todos os lados.

Amanheceu. E ai?

O que vais fazer?

Bom, não sei se você vai, Mas eu vou lutar!

Porque essa falta de respeito não deve continuar E eu sendo chamada de preta, não vou tolerar.

Me racha a cara só de ver um negro Chorando aos cantos, tanta escravidão Partiu o meu coração ao meio De tanto ver que não tem solução Chicote na mão Mal em seu coração Ele pretende te machucar.

Eu sou negra e posso ter sido escrava Mas pela minha cor eu vou lutar 43

MULHER NEGRA

Antigamente, a mulher negra era escrava Vivia com outros escravos numa senzala Mantinham sua boca numa mordaça, Ela não podia falar: Baixava a cabeça e ficava calada.

Nos dias de hoje, Nós mulheres temos poder.

Porque durante anos fomos silenciadas Muitas vezes amarradas E é triste dizer que fomos abusadas E não podíamos dizer nada.

Na minha geração isso mudou bastante, Porque antigamente, Era só medo constante.

Nos dias de hoje, A mulher negra fala.

Pois antigamente, só segurava a enxada.

Hoje de beleza ela entende, Num salão ela trabalha.

Agora inventaram, que só é bonita se tem pele clara.

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Black P.o.w.e.r Meu cabelo Minha cor Sou tão bela É o que eu sou Black Power é o meu poder Magia negra, é, pode crer!

Sou filha de Oxossi, Ogum e Sangô Sou linda Sou negra É o que eu sou Bom, ao final eu quero agradecer Ao cabelo que eu tenho, Meu Black P.o.w.e.r!!!

negra consciência

A negra que MU DA Negra viaja na LUA A negra que LUTA Negra ESPERANÇA Negra POTÊNCIA Negra BONITA Oh, negra LINDA Tu és negra consciência!

Negra é à força do tambor A vida dela é só amor Não tire ele, Pois pode ficar a solidão e a dor.

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CUIDADO Cuidado, estou passando Cuidado, estou lhe observando Você acha que eu não vejo, Que sou cega?

Não...

Eu sou negra.

Negra kilombola, Filha de Mãe Preta Espiritual.

Somos todos negros E os meus irmãos Ficam aflitos Porque todo o movimento que eles fazem É visto como perigo.

E eu...

Eu estou na luta Estou lutando pelo meu povo, Estou lutando contra o racismo, Eu estou honrando a minha historia!

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Avó amada Linda e perfumada, Como a rosa que desabrocha, Sob os raios de sol, Em uma manhã de primavera.

Doce, meiga, carinhosa...

Você sempre se apresentou assim para mim.

Aquele sorriso de lado, Tímido, envergonhado, Eu jamais vou esquecer.

Seu olhar saudoso, feliz, Toda a vez que me via chegar Fazia meu coração pular de alegria em meu peito.

Sempre trabalhando; Quando não estava no tanque, Estava no fogão.

Ou olhando os meus primos, Que para mim são irmãos.

Mesmo assim, Sempre que arrumava tempo para assistir suas novelas, Que em sua maioria, Tinha sempre confusão.

Essa é você, Minha amada e querida avó.

Que derrepente, Apareceu-me doente...

Tudo muito rápido, Com apenas uma melhora aparente, Fez nossos corações ficarem contentes!

E com o sopro dos ventos de Iansã, Mãe Preta com os anjos de luz e amor, Levaram-te, sem sofrimento nem dor.

Hoje, você é a estrela mais brilhante, O raio de sol mais iluminado, A flor mais cheirosa A cantiga mais suave O pássaro mais livre...

Tu és cachoeira, rio e mar A inspiração que me fez continuar Esses versos para ti declamar A você que me cuidou quando pequena, Eu dedico esse poema!

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O poder, cuidado e a utilização das ervas na cosmovisão da Nação Muzunguê

Namastê Odirè Bongar Bosiona!

Nesta cartilha está contida uma amostra dos saberes e fazeres, utilizando as ervas no território da Comunidade Kilombola Morada da Paz. Ela foi elaborada com o propósito de partilhar nossos usos, nossa reverência e a importância das ervas dentro das ritualísticas da Nação Muzunguê no espaço da Desformação.

Esse saberes vieram até nós através de ensinamentos de nossos mestres e entidades que zelam e protegem cada um e cada uma que vive no território. Algumas informações foram alcançadas pelos médiuns através de suas intuições e percepções e também pelos estudos e práticas realizados pelo Rito da Lua Nova.

O Rito da Lua Nova é uma ritualística realizada desde 2014, sempre no 4º dia da Lua Nova, fase em que o éter vital ou prana se concentra nas folhas. É um momento dedicado para estudos e práticas no cuidado com as ervas, que vai desde o estudo bibliográfico sobre a conexão das ervas com os planetas, os chackras, as pedras, os signos, os raios, os orixás e sua origem, passando pelo manejo com a plantação e colheita até a finalização com o preparo de banhos e fluídos que serão utilizados por toda a Irmandade.

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ORAÇÃO DO XAMÃ

Terra, corpo Terra, vida Não há dor O que há em ti É Harmonia Anhanderu Pachamama Anhanderu Pachamama

Cada erva possui um potencial divino que está, além das suas propriedades medicinais, cada folha atua na sua vibração energética de origem, que se conecta com a vibração energética de cada entidade e orixá, tornando-se um elemento sagrado e fundamental nas ritualísticas. No cotidiano da Comunidade são utilizadas de diferentes formas: banhos de limpeza e harmonização, fluídos de limpeza e harmonização, defumação, chás (infusão, decocção), escalda-pés, banho de assento.

ERVAS DE LIMPEZA MAIS UTILIZADAS As ervas de limpeza tem o poder de descarregar as energias e criar um campo de proteção, sempre são usadas em sinergia para equilibrar seus campos de atuação, exceto casos de orientação específica. Sempre para banhos de limpeza e fluídos de limpeza usamos números ímpares de ervas (1,3,5,7,..)

1) Arruda (Ruta graveolens)

Orisá regente: Pretos velhos e esús.

Uso espiritual: A arruda é uma das principais ervas utilizadas nos banhos de limpeza, fluídos de limpeza e defumação. Atua limpando e descarregando as energias deletérias dos corpos visíveis e invisíveis. Usada em benzeduras. Com seu aroma afugenta todo o mau olhado e cria um campo de proteção, sempre bom tê-la por perto.Propriedades: O chá não pode ser ingerido. A arruda é aplicada somente em uso externo. Muita usada como compressa para circulação sanguínea. Uma folha de arruda atrás da orelha 2) Manjericão (Ocimum basilicum)

Orisá regente: Oxossi e Yansã Uso espiritual: Usada nos banhos de limpeza e fluídos, em sinergia com outras ervas. O banho de manjericão equilibra os chakras e proporciona uma sensação de tranquilidade e leveza.

Propriedades medicinais: É uma erva antibiótica, o chá das folhas auxilia no tratamento de tosses e resfriados, melhora o sistema imunológico, pois é rica em as vitaminas A, C e K, além de manganês, cobre, cálcio, ferro e gorduras omega-3.

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3) Espada de Ogun (Sansevieria trifasciata)

Orisá regente: Ogun Uso espiritual: Essa erva representa a força de Ogun, por isso é muito usada nos banhos e fluídos da Nação Muzunguê. É importante tê-la na frente ou atrás da porta para proteção do ambiente.

Propriedades medicinais: O chá não pode ser ingerido e suas folhas possuem alta toxicidade.

4) Espada de Iansã

Orisá regente: Yansã Uso espiritual: Erva de limpeza e de proteção. Usada em banhos, fluídos e defumação. Erva que corta e encaminha aos mundos de luz toda as energia deletérias dos corpos.

Seu banho traz força, regeneração, disposição e movimento.

Propriedades: O chá não pode ser ingerido e suas folhas possuem alta toxicidade.

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5) Alecrim (Rosmarinus officinalis)

Orisá regente: Oxóssi e Ossain.

Uso espiritual: Usada nos banhos de limpeza, fluídos, defumação e chás. Ingerir um copo de água com um ramo de alecrim diariamente auxilia a equilibrar campos energéticos.

Propriedades: É conhecida como a erva da alegria. É um poderoso estimulante natural, favorece as atividades mentais e o desenvolvimento cognitivo. Possui propriedades cicatrizantes nos casos de doenças de pele e ainda é utilizado como tempero na alimentação.

6) Guiné (Petiveria allliacea)

Orisá regente: Pretos Velhos, Ogum e Oxóssi e Oya Uso espiritual: Tem o poder de criar um campo de força de proteção. Junto com outras ervas, pode ser usado nos banhos de limpeza, fluidos e defumação.

Propriedades medicinais: O infuso das folhas atua como antisséptico bucal, Usada como compressas. Já o infuso das raízes auxilia na dor de dentes e artrite.

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7) Quebra-tudo (Phyllanthus niruri)

Orisá regente: Omolu Uso espiritual: Limpeza profunda de todas as impurezas do ser. Ela é muito utilizada para banhos de limpez. Deve ser usada junto com outra erva de limpeza, não tomar banho somente com quebra-tudo. Esta erva tem uma força de limpeza muito profunda e intensa sendo assim, se usarmos com outra erva junto, esse efeito é amenizado. Lembrar sempre de fazer um banho de harmonização após o banho de limpeza.

8) Pitangueira (Eugenia uniflora)

Orisá regente: Iansã e Pomba Gira Uso espiritual: Tira toda a bruxaria, feitiçaria e alinha os corpos com a força da sensibilidade do feminino. Utilizada nas batas de folhas.

Propriedades medicinais: O chá das folhas da pitanga é utilizado como antifebril, antidiarréica, diurética e estimulante 56

9) Amoreira (Morus

n i g r a )

Orisá regente: Esú feminino (giras) Uso espiritual: O chá da folha tem o poder de trazer o espírito ao corpo. Pode ser usado em banhos pós-parto.

Usada nos banhos de limpeza e fluidos de limpeza.

Propriedades medicinais: O chá da folha auxilia no equilíbrio hormonal das mulheres. Ela é rica em cálcio. Além disso, o xarope dos frutos é utilizado para inflamação na garganta.

ERVAS DE HARMONIZAÇÃO MAIS USADAS: As ervas de harmonização auxiliam no realinhamento dos corpos e dos chackras, trazem a sensação de retornar ao eixo central do corpo e suavizam os campos vibracionais.

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1) Alfazema (Lavandula officinalis)

Orisá regente: Yemanjá, Caboclos e Jurema.

Uso espiritual: Trabalha almas atormentadas, tranquiliza e eleva os pensamentos. Usada em banhos de assento, escalda-pés e harmonização.

Propriedades medicinais: O óleo essencial da alfazema é utilizado como calmante.

2) Malva Cheirosa (Malva silvestres)

Orisá regente: Pretos-velhos, Ibeji e Sangó.

Uso espiritual: Uma das principais ervas de harmonização.

Utilizada em banhos de harmonização e fluídos de harmonização.

3) Laranjeira (Citrus sinensis) Orisá regente: Oxum e Iemanjá Uso espiritual: Utilizada em banhos de harmonização para bebês. Tomar um copo de água com uma folha e laranjeira auxilia a equilibrar o sistema nervoso.

Propriedades medicinais: Calmante, tranquilizante.

Propriedades: Limpeza de vias respiratórias, tratamento de tosses crônicas e antifebril.

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4) Cidrózinho ou cidró ou erva-cidreira (Cymbopogon citratus) Orisá regente: Oxum, Ibejis Uso espiritual: Utilizado em banhos de harmonização, fluídos de harmonização e escalda pés. É uma erva utilizada com os bebês, tranquiliza, acalma e aquece o coração.

Propriedades medicinais: Possui propriedades tranquilizantes e vermífuga, também auxilia na digestão einfecções das vias urinárias.

5) Poejo (Cunila microcephala) Orisá regente: Ibejis e Iemanjá Uso espiritual: Atua no campo emocional. Usada principalmente com as crianças.

Propriedades: Limpeza de vias respiratórias, tratamento de tosses crônicas e antifebril.

6) Camomila (Matricaria chamomilla) Orisá regente: Mãe das águas.

Uso espiritual: Utilizada em banhos de harmonização e fluídos de harmonização. Obs: Na Nação Muzunguê temos a orientação de não tomar chá de camomila.

Propriedades: Utilizado em pomadas comocicatrizante, atua em inflamações cutâneas. A camomila em compressas nos olhos atua como relaxante e anti-inflamatória.

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MANEJO COM AS ERVAS E PREPARAÇÃO DOS BANHOS Colheita: As ervas são sagradas então, ao colher pedir licença para a erva e para o povo das matas.

Ter delicadeza e cuidado no momento da colheita para não machucar suas estruturas. De preferência a colheita deve ser feita em dois horários, pela manhã antes do sol estar em maior incidência (entre 6h -8h) ou quando o sol está se pondo (18h-19h).

Maceração: A maceração é o uso das mãos para extrair o sumo das folhas e flores. Coloque as ervas colhidas em uma cumbuca e esfregue as mãos uma na outra até extrair o sumo. Deve ser feita com a erva verde. Após a maceração, colocar um pouco de água e coar o liquido, separando todas as ervas. Depois preencher com água até o final da garrafa. Para dois litros de água, pode ser usado um punhado de ervas. Após as ervas serão devidamente encaminhadas.

Tomar o banho: Na hora de tomar o banho, dar comandos para que o povo das matas, as entidades de limpeza auxiliem nesse processo de transmutação, limpeza.

Silenciar um pouco antes de passar o banho, dar comandos, fazer orações. O banho deve ser passado do pescoço para baixo. Não passar o banho na cabeça.

Primeiro passar o banho de limpeza e após o de harmonização.

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Encaminhamento das ervas: As ervas que foram coadas tem que voltar para a natureza. Sugerimos que coloquem em alguma árvore bonita, no jardim, na terra de alguma planta.

Sempre agradecer quando encaminhar as ervas.

Banho de assento: O banho de assento é uma técnica milenar, usado para limpeza profunda do útero e dos órgãos femininos. É indicado para problemas de baixo ventre, cistite, hemorroidas, problemas ginecológicos e purificação do sangue. É um momento de terapia, portanto procure um lugar reservado e tranquilo. Para preparar seu banho de assento separe uma bacia exclusivamente para esse momento. Na bacia coloque água quente junto com chá de erva-doce coado. Preencha toda a bacia de forma que ao sentar cubra toda a região do ventre. Sente-se na bacia por 5-10minutos e se conecte consigo.

Chás: Existem duas formas de preparo do chá.

A infusão e a decocção.

Infusão: É usado para o preparo de chás com folhas secas ou recém colhidas.

Coloque a folha em uma xícara com água bem quente, deixe infuso por 3 minutos.

A cor do chá deve ser quase transparente e na temperatura que consigas segurar a xícara com as mãos.

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Decocção: É usado para o preparo de raízes, cascas ou folhas grossas. Coloque as folhas com água em uma panela e deixe ferver por 5 minutos. Após o preparo, coe as folhas e beba o chá na temperatura que consigas segurar a xícara com as mãos.

Escalda-pés: Usado para esquentar o corpo internamente e ativar os órgãos. Auxilia na melhora do estado físico e emocional. Para fazer escalda-pés é necessário uma bacia com água fervendo, aos poucos, vá colocando os pés na bacia até ser suportável deixá-los de molho por alguns minutos. Retire os pés da água antes de amornar, após seque e mantenha o corpo quente. Faça antes de dormir.

Nós, KILOMBO, existimos.

Está aqui, em todo lugar.

(Ya) A palavra quilombo é uma forma adaptada para a língua portuguesa da palavra Kilombo (K). Kilombo se trata de uma organização sociopolítica militar que era presente na área geográca cultural Congo-Angola, com a missão de lembrar, dito de outra forma, salvaguardar as memórias de seu povo e de sua comunidade.

O Kilombo afrobanto foi de certa forma reconstruído em território brasileiro como uma oposição ao sistema escravagista com características especícas que foram sendo incorporadas com outras culturas como a indígena e a europeia; de modo a garantir a sua manutenção.

Nós em Território de Mãe Preta somos Kilombolas e não quilombolas, como um modo de recuperar o sentido dado ao termo na língua banto, como fortaleza, união, unidade e salvaguarda da memória. Reminiscentes em oposição a remanescentes. A estratégia de uso e ocupação da terra adotada pelo Kilombo-CoMPaz foi e é uma estratégia de manter a prosperidade de todos em comunidade.

A terra é de todos, sua manutenção é realizada por todos a partir das dimensões que envolvem as preces práticas, que vão desde a limpeza dos banheiros até a alocação de recursos. Por recursos, se entende tudo que contribui para o bom convívio de todos com todos junto com a natureza.

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Entendemos que a defesa do território implica na comunhão sobre a importância que o território exerce em nós. O Kilombo é o terreiro - útero/núcleo - de resistência e acolhida. A partir dessa compreensão que reinventa a familiaridade espiritual, o Kilombo é o espaço de recriação de África. Metafórica no que concerne pela busca de elementos de signicância que possam reescrever na diáspora uma África mítica. Simbólica na medida que evoca formas de demonstrar processos de empoderamento e de espaços de referência para a população feminina-jovemnegra-rural, de uma forma social negra de ser.

Nós existimos. Mulheres. Homens. Pessoas.

Cone. Respeite. Apoie.

Pois em mundos tão desaadores, pior que a maldade das pessoas más, é a indiferença das pessoas boas que poderiam/podem ter atitudes para contribuir para um mundo de respeito, compaixão e humanidade,mas nada fazem.

Você é a pessoa que está tendo acesso a este pedacinho de nós, levante-se! Comece a fazer a sua parte. Mãe Preta nos ensina que é a consciência o pilar dos tempos" - e, Pelo quê que você quer ser lembrado e lembrada?!

Há caminhos.

Vire a página e já há logo ali uma possibilidade.

Chuva de Luz !

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Como colaborar com a CoMPaz A formação de uma rede de colaboradores nanceiros para um espaço como a Comunidade Kilombola Morada da Paz –Território de Mãe Preta é antes de tudo a construção de uma corrente de pessoas que acreditam em um sonho. Em um mundo de forte apelo ao materialismo, ao individualismo, ao racionalismo, espaços e grupos como a Morada da Paz representam a manutenção de um elo, muito antigo, com o coração da Terra, com a alma integral da humanidade. A Morada é um espaço, terreno concreto, formado por pessoas que se dedicam por inteiro a zelar esta pureza, esta integralidade em suas ações cotidianas, muitas frentes de atividades lá estão presentes. O sonho vivo de conexão com a força está tanto na forma de viver da Comunidade, no cuidado com as crianças e animais, no cultivar a terra, no alimento e na nutrição e, principalmente na vivência de saberes ancestrais expressos nos ritos, nos espaços físicos e nas muitas expressões da subjetividade do grupo, o cuidado com o sagrado em cada ato, em cada lugar.

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Portanto, o apoio a Morada não é só o apoio aos seus membros em particular, mas fundamentalmente a um espaço onde a Terra, a natureza e os seres espirituais, podem respirar e se expressar livremente. A Morada, sendo um lugar da região metropolitana de Porto Alegre, cercada por um entorno de forte industrialização de um lado e de comunidades “carentes” de outro já se tornou um ponto de expressão e um clamor que é universal: que a Terra continue viva na abundância e beleza de todas as formas de expressão de seus seres, visíveis e invisíveis. Que o ser humano retorne seu lugar de lho do Cosmos, em criatividade e benevolência.

Apoiar nanceiramente a Morada é ajudar essas pessoas, que se entregaram totalmente a esta causa, para que possam continuar cuidando de um espaço nessa existência que é para todos nós!

Joseh Severiano (Fundação Terra Mirim/BA)

Informações de como cooperar: moradadapaz@gmail.com whats (51) 98616-6842 COMUNIDADE MORADA DA PAZ BANCO SICREDI (748) AGÊNCIA 0119 CON TA 96737-8 PIX 06.242.174/0001-47 (CNPJ)

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Canto

Salve as Folhas

Orin da Nação Jeje interpretado por Maria Bethânia

Sem folha não tem sonho Sem folha não tem vida Sem folha não tem nada Quem é você e o que faz por aqui Eu guardo a luz das estrelas A alma de cada folha Sou Aroni Kosi Ewe Kosi Orisa Ewe ô Ewe Orisà

Gratidão, gratidão, gratidão!

Com amor, Mulheres do Território de Mãe Preta CoMPaz.

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Este livro foi composto por várias mãos, por vários sentimentos e uma certeza a de que o sonho carece de ser acalentado em cada instante e os desafios é que nos tornam fortes. NAMASTÊ OJIRÈ!

Para conhecer nossos projetos acesse o blog da Comunidade Morada da Paz - CoMPaz www.moradadapaz.wordpress.com instagram.com/baobaseeds instagram.com/omorodecultura YouTube: CoMPazdocumenta Sempre existe um jeito de contribuir e colaborar!

PONTO DE CULTURA

Localidade Vendinha . Triunfo / Montenegro . RS . Brasil

C RETA OMPAZ

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OUPANA DE M CH Ã EP

IVO AJIBO LET NÃ

Escola CoMkola Kilombola

REDE DE ENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO

Obra realizada com apoio da Sedac RS, através do Edital 09/20 Produções Culturais e Artísticas, recursos da Lei Federal Aldir Blanc 14.017/20

COMPAZ