Expressão Sergipana - Edição 0

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Sistema de Comunicação

Uma visão popular de Sergipe, do Brasil e do mundo Sergipe

Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018 • edição 0 • expressãosergipana.com.br • distribuição gratuita

RefoRmA dA PRevidêNCiA Pode levAR muNiCíPioS à fAlêNCiA Maurício Pokemon / ASA

Renda das aposentadorias é indispensável para o mercado de consumo dos municípios sergipanos | SERGIPE 8 e 9

opinião

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CULTURA

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Nasce um jornal popular

Artes de São Cristóvão

Nas terras do Cacique Serigy, surge a Expressão Sergipana

Festival impulsiona movimentos culturais do estado

Márcio Garcez


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OPINIÃO

Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018 Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

Editorial

A expressão nas terras do Cacique Serigy A formação do povo sergipano foi violenta e traumática. Aqueles que aqui viviam foram mortos, violentados e escravizados pelos colonizadores. A economia se desenvolveu para saciar ambições distantes das fronteiras nacionais, não para nos engrandecer. A própria independência de Sergipe e o reconhecimento dos laços que unem os sergipanos foram alvos

do líder indígena marca o nome do nosso estado. Seus feitos podem ter sido escondidos, mas não apagados. Nosso jornal nasceu do sonho de resgatar nossa história, nossa terra, nossos valores, nossas festas, nossas comidas, nossa cultura, nossas paixões, nossas lutas, nossas vitórias, nossa identidade de povo sergipano. Nasceu da entrega de movimentos sociais e sindicais que decidiram se empenhar para construir um instrumento que mostre a realidade que outros da continuidade da luta das lutadoras e dos lutadores sergipanos. Por esse motivo, decidimos lançar nosso primeiro jornal impresso neste 19 de janeiro. Essa é a data que homenageia João Mulungu, escravo sergipano que se rebelou contra as correntes, fundou quilombos e foi um dos grandes líderes da luta contra a escravidão. É em exemplos como o de João Mulungu que buscamos inspiração. Compreender a realidade sergipa-

O jornal nasceu do sonho de resgatar nossa identidade de povo sergipano

O poder ainda permanece nas mãos daqueles que herdaram a tradição sangrenta dos que colonizaram nossa terra de ataques durante toda a nossa história, que se sentem até hoje. O poder ainda permanece nas mãos daqueles que herdaram a tradição sangrenta dos que colonizaram nossa terra. Engana-se, entretanto, quem acreditar que somos um povo vencido. Reparem melhor nas batalhas da invasão de Sergipe. O Cacique Serigy venceu as forças desiguais dos colonizadores durante anos e anos e lutou até o fim pela preservação do seu povo, pela justiça e pela terra. As chamadas terras do Cacique Serigy se converteram nas terras de Sergipe. O nome

na não é possível através de uma só pessoa ou um só grupo. Por isso, convidamos você para que juntos tracemos os contornos onde revelaremos a nós mesmos: os traços da Expressão Sergipana.

Charge do Mês

não mostram. Sabemos que essa tarefa é impossível se estiver desvinculada

O nome do líder indígena marca o nome do nosso estado. Seus feitos podem ter sido escondidos, mas não apagados

Escreva para nós: contato@expressaosergipana.com.br O jornal Expressão Sergipana faz parte do Sistema Brasil de Fato de Comunicação. Semanalmente circulam edições regionais do jornal Brasil de Fato em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos

REDE SOCIAL: facebook.com/expressaosergipana e instagram.com/ expressaosergipana CORREIO: contato@expressaosergipana.com.br PARA ANUNCIAR: anuncie@expressaosergipana.com.br TELEFONES: (79) 99918-5240

CONSELHO EDITORIAL SERGIPE: Bruna Vieira, Camilo Feitosa, Dalva Angélica, Erick Feitosa, Fábio Andrey, Gislene Reis, Herick Argôlo, Kevin Ismerin, Larissa Alves, Luiz Fernando da Silva, Rose Rodrigues, Philipe Caetano e Vanessa Passos. Jornalista responsável: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032). Editor: Erick Feitosa. Colaboradores: Bruna Daniely, Cristiane Sampaio, Edjane Oliveira, Emilly Dulce, Gilson Júnior, Gustavo Tenório, Halina Cavalcanti, Herick Argôlo, Lorenzo Henriques, Lucas Oliva, Luiz Fernando da Silva, Osvaldo Ferreira Neto, Rafaela Alves, Rawy Sena, Saulo Matos, Sofia Barbosa, Thay Rocha e Thiago Menezes. Revisão: Camila Dantas de Almeida. Distribuição: Danillo Menezes. Diagramação: Vanessa Passos. Tiragem: 15 mil exemplares.


Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

GERAL

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Declaração do Mês

Mandou

BEM

Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados

“É dever de todo artista mostrar indignação diante do que está acontecendo no país”.

Otto, durante encontro organizado por artistas e intelectuais, no Rio de Janeiro (RJ), que se manifestaram a favor da democracia e do direito de Lula ser candidato à Presidência da República neste ano.

Marchinha “Bolsomico”

M

archinha de carnaval critica o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), pré-candidato presidencial. A composição da banda Orquestra Royal, intitulada “Bolsomico”, é um trocadilho com o fato dos fãs do parlamentar o chamarem de “Bolsomito”, ironizando a defesa da tortura e outras ideias do gênero. A letra diz: “É melhor Jair, já ir embora, sair correndo para a aula de história”.

FALA POVO! Além do Site e das Redes Sociais, a Expressão Sergipana lançou seu jornal impresso com distribuição gratuita. O que você espera dessa nova ferramenta?

Mandou

MAL

Divulgação

Gasolina não para de subir

A

Petrobrás continua realizando sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis. Em Boquim, o litro da gasolina comum pode ser encontrado por até R$ 4,37. Em recente manifestação, os motoristas afirmaram que é o mais caro do interior de Sergipe. Já em Aracaju, a gasolina chega a custar até R$ 4,29. A insatisfação é generalizada.

“Diante do mundo tecnológico, que dificilmente vivemos sem, é necessário adequar o conteúdo informativo para ambas as plataformas e, assim, conseguir atingir todos os públicos. A Expressão Sergipana traz pra nós, leitores, todas essas possibilidades e de forma gratuita! Obrigada por nos proporcionar essa sinergia que nos auxilia na integração de informações tanto digital quanto impressa”.

Tânia Rodrigues é Técnica em Nutrição e mora em Laranjeiras

“O jornal impresso e gratuito da Expressão Sergipana pode alcançar uma parcela da população que não tem acesso às mídias digitais e de baixa renda. População essa que contribui significativamente com o desenvolvimento da sociedade e é carente de verdadeiras informações referentes aos acontecimentos ao seu redor”.

Marcos Vinícius é Educador Cultural e mora em Aracaju


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GERAL

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Comitês em defesa de Lula se esEspaço Sindical palham por Sergipe Ricardo Stuckert

Mais de 25 Comitês Populares em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato à Presidência da República foram lançados no último sábado (13) em vários municípios de Sergipe. A ação marcou o início da jornada de mobilizações contra a inelegibilidade de Lula, que pode ser decretada pelo Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4), no processo relacionado ao “Tríplex do Guarujá”, e prosseguirão até que as últimas instâncias decidam. Em Aracaju, a Frente Brasil Popular organizará dois grandes atos. Uma vigília na praça Fausto Cardoso, em frente ao prédio do Tribunal de Justiça de Sergipe, marcada para o dia 23 de janeiro, véspera do julgamento. E no dia 24/01, um ato com concentração às 15h, na Praça General Valadão. Outros municípios e regiões também estão organizando suas manifestações.

Ibope: 90% dos entrevistados não votariam em aliados de Temer

Beto Barata/PR

Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira (14), 90% dos eleitores ouvidos pelo Ibope disseram que não votariam em candidatos que defendam o governo de Michel Temer (MDB). Temer é o presidente pior avaliado em toda a história do país, e a análise mostra que ele transfere para seus aliados a sua péssima imagem. Somente 5% dos eleitores votariam em candidato que apoia Temer. A pesquisa foi feita com usuários de internet das classes A, B e C, entre 9 e 17 de dezembro, nas 10 maiores capitais brasileiras.

Guia do Carnaval para cair na folia

Danilo França/PM

Ascom Sindijus

Sindijus denuncia abusos no judiciário e cobra aumento salarial em contraproposta para os servidores do Judiciário até o momento, o Sindicato dos Trabalhadores do Poder S Judiciário do Estado de Sergipe (Sindijus/SE) resolveu intensificar sua campanha salarial nos próximos dias. Como mote “A Casa da Justiça tem Telhado de Vidro”, o sindicato faz duras críticas às remunerações exorbitantes recebidas por juízes e desembargadores, desrespeitando o teto constitucional, ao passo que sequer repõe a inflação no salário de seus servidores efetivos, que já acumulam perdas de 8,36%. Segundo Gilvan Santos, dirigente do Sindijus, “é momento da categoria mostrar que não aceita o desrespeito da atual gestão do tribunal”, afirmou.

Ascom/UGT

Trabalhadores do comércio e serviços mobilizam em campanha salarial A Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe (Fecomse) e sindicatos da categoria buscam viabilizar o processo de negociação da Campanha Salarial em 2018. Eles reivindicam reajuste e aumento salarial, além de melhorias nas condições de trabalho. As discussões ainda não avançaram para o fechamento da convenção coletiva. Segundo o presidente da Fecomse, Ronildo Almeida, “é uma situação preocupante, e esperamos que o patronato não esteja aguardando a aplicabilidade da nova lei trabalhista para o processo de negociação”.

Bancários realizam ato em defesa de Caixa 100% Pública

a última segunda-feira (15), o Sindicato dos Bancários N de Sergipe (Seeb-SE) realizou ato em Aracaju para denunciar o desmonte do banco público. A atividade visou Ah, o Carnaval! A festança está começando por todo o Brasil. E não seria diferente em Sergipe. Com tantas opções para cair na folia de rua, resolvemos dar uma mãozinha para você. Organizamos as principais informações dos bloquinhos. Tem para tudo que é gosto. Separe a fantasia, o glitter e vem para folia com a gente! Confira o Guia Completo dos Bloquinhos de Carnaval em nosso site: expressaosergipana.com.br/guiacarnaval2018

saudar os 157 anos da Caixa Econômica Federal, fundada em 12 de janeiro de 1861. A presidenta do Seeb-SE, Ivânia Pereira, destacou a importância da instituição como empresa promotora do desenvolvimento econômico e social, beneficiando em especial a população mais simples do País. “Precisamos estar juntos para defendermos a Caixa contra a intenção do governo Temer de reduzir o papel social desse banco”, afirmou.


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OPINIÃO

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Artigo

Lula poderá ser candidato mesmo condenado Por Herick Argôlo

Lula será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nos próximos dias. A acusação de que adquiriu um tríplex de forma ilícita não foi comprovada. Mas, antes mesmo de ler o processo, o presidente do TRF-4 disse que a sentença que condenou Lula seria “irretocável”. Além disso, o andamento do processo atingiu velocidade nunca vista. É que Lula poderia ser diplomado presidente se o julgamento ocorresse após as eleições. Assim, é fácil prever que Lula será condenado pelo TRF-4 mesmo sem ter cometido crime. Com a sentença condenatória, Lula ficaria inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Ocorre que, mesmo condenado injustamente, Lula pode disputar as eleições de 2018. Após os recursos ao próprio TRF-4, cabem recursos ao STJ e ao STF. Na maioria dos casos, o STJ concede liminares suspendendo a inelegibilidade para que o candidato possa concorrer. Essa medida busca evitar o dano irreparável de impedir uma candidatura que, mais tarde, se verifique legítima. Sendo concedida a liminar pelo STJ, Lula será candidato.

E o que acontece se, contra todas as estatísticas, Lula não obtiver resultado favorável nesses recursos? Ainda assim poderá registrar sua candidatura ao cargo de Presidente

Se as decisões judiciais seguirem o caminho legal, Lula será candidato da República. Nesse caso, o registro seria impugnado e seria aberto prazo para defesa. Se o TSE cumprisse rigorosamente todos os prazos processuais, o que normalmente não acontece, julgaria a controvérsia apenas em meados de setembro. Até lá, Lula seguiria candidato, inclusive com direito ao horário eleitoral iniciado em 16/8. Na pior das hipóteses, há a opção de substituir a sua candidatura até o dia 17/9.

Com o TSE mantendo o indeferimento do registro, cabe recurso ao STF, com pedido de liminar para que suspenda essa decisão. E de acordo com a Lei das Eleições, enquanto o registro estiver sub judice (sob julgamento), o candidato pode disputar as eleições. Portanto, se as decisões judiciais seguirem o caminho legal, Lula será candidato. Sem dúvidas, eleição sem Lula é fraude. Além disso, os números de intenção de voto advogam em favor de Lula. Mas não podemos esquecer que vivemos em um período de golpe. Interpretações da lei inexplicavelmente inovadoras tendem a surgir. A única garantia que o nome de Lula estará nas urnas é o povo nas ruas defendendo seu direito de ser candidato.

* Herick Argôlo é Defensor Público, membro da Frente Brasil Popular e da Consulta Popular/SE

Artigo

As águas do Rio São Francisco e os clamores do “O Rio São Francisco está sentindo / Que o progresso está atropelando Ô meu povo escute esse chamado / Não podemos jamais ficar calados Nosso rio, de nossa luta, precisando!” Tratar das questões ambientais e do Rio São Francisco é falar do modelo de desenvolvimento do sistema capitalista que se nutre da exploração dos trabalhadores e da natureza, bem como da atual conjuntura de golpe no país, que vem exigindo do povo lutas diárias para defender a vida, os direitos sociais, as empresas estatais, os territórios e os recursos naturais. Em toda região semiárida é crescente na po-

Mais de 79% das águas do São Francisco são usadas para irrigação, efetivamente pelos grandes projetos do agronegócio

pulação a preocupação com a questão da água que se liga efetivamente ao São Francisco. Recentemente, sua vazão foi reduzida a 550 m³/s para evitar que os reservatórios chegassem ao volume morto. Os ribeirinhos temem o desaparecimento de um dos rios mais importante do país. Bem disse o Papa Francisco na sua recente encíclica: “É preciso cuidar do meio ambiente, da natureza como a casa comum, pois está ameaçada”. Por isso, trazer à tona os impactos causados pela construção das barragens hidrelétricas é fundamental. Além do papel das empresas do agronegócio que avançam sobre os territórios com seus grandes projetos. Eles ameaçam, oprimem, expulsam o povo pescador, indígena, quilombola, camponês e se apropriam das terras e das águas. Mais de 79% das águas do São Francisco são usadas para irrigação, efetivamente pelos grandes projetos do agronegócio de fruticultura e cana de açúcar. Diante do complexo cenário, precisamos afirmar que os recursos naturais devem estar sob o controle popular em seus territó-

Por Rafaela Alves

rios. Só assim teremos forças para um verdadeiro e amplo programa de revitalização e preservação dos biomas e rios brasileiros. O ano de 2018 será, sem dúvidas, bastante decisivo para os rumos do país. A luta por direitos sociais, soberania nacional e pelo São Francisco está colocada. Precisaremos construir o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) e o Congresso do Povo com muitos trabalhadores do campo e da cidade. Seguindo com a clareza de que muitas batalhas precisaremos vencer, acumulando força para assegurar uma vitória eleitoral da classe trabalhadora em 2018. É fato que os processos de mudança e transformações na sociedade só nascem da incansável luta do povo que se banha nas águas da esperança, da solidariedade, da ousadia e da resistência.

Rafaela Alves é sergipana e da direção nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)


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BRASIL

Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

Movimentos e entidades sindicais lançam campanha “cadê a prova?” em defesa de Lula TRIPLEX. Campanha destaca inocência de ex-presidente e reforça defesa pelo direito à candidatura do petista em 2018

Cristiane Sampaio

De Brasília/DF

sociais e entidades sindicais lançaram, nessa segunda-feira (9), a campanha “Cadê a prova?”, numa tentativa de massificar o moMovimentos vimento em defesa da inocência do ex-presidente Lula. O petista será julgado no próximo dia 24, no Tribunal Regional Federal (TRF) 4, em

Porto Alegre, por conta do processo conhecido como o “caso do triplex”.

Antonio Cruz/Agência Brasil

Condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, Lula será julgado pela 8ª Turma do TRF-4 no próximo dia 24, em Porto Alegre

De acordo com o vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, o nome escolhido para a campanha é uma provocação em referência à ausência de provas substanciais que justifiquem a acusação contra o ex-presidente. “Fala-se muito de condenação, mas nenhum juiz nem a Rede Globo, ninguém mostrou qual é a prova. Queremos fazer um diálogo com cada cidadão brasileiro. Não só aqueles que defendem o presidente Lula, mas todo e qualquer cidadão [pra saber] se ele acha justo alguém ser condenado sem qualquer tipo de provas”, afirma Padilha. A campanha terá como estratégia a distribuição de banners e cartazes pelo país, além da divulgação de vídeos e outros materiais nas redes sociais. Entre os argumentos apresentados pelos organizadores, está o de que a Justiça estaria agindo politicamente no caso porque as cerca de 80 testemunhas que foram ouvidas inocentaram o ex-presidente. Além disso, em manifestações recentes, o presidente do TRF4, Carlos Eduardo Thompson Flores, elogiou publicamente, antes de ler o processo, a sentença de condenação de Lula dada pelo juiz Sérgio Moro. O petista será julgado pela 8ª Turma do Tribunal. “É como se fosse um juiz que fosse apitar o jogo e já entrasse com a camisa de um dos times”, critica Padilha. A dirigente nacional da CUT, Central Única dos Trabalhadores, Maria Faria Godoi considera que a conscientização da população sobre a inocência de Lula é algo que vai além da defesa do petista.

É como se fosse um juiz que fosse apitar o jogo e já entrasse com a camisa de um dos times”, critica Padilha “Lula transcende a questão da pessoa Lula e da questão de um ex-presidente. Ele significa pra nós toda uma conquista de um processo de democracia neste país, de inclusão social, de cidadania que vinha sendo construído”, argumenta. Eleições 2018 Para os organizadores da campanha, as acusações contra Lula objetivam a exclusão dele das eleições presidenciais deste ano. O petista é constantemente apontado em pesquisas de opinião como o candidato de preferência da população. Para a Confederação de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), uma das articuladoras da campanha, a defesa do ex-presidente diz respeito a um processo de resistência democrática. “E não se trata simplesmente de defender o Lula presidente, porque nós vamos ter, provavelmente, outras candidaturas no campo progressista, mas defendemos o direito de ele ser candidato por uma questão de democracia. Essa é a principal trincheira da atividade de luta que nós vamos ter neste momento”, pontua o dirigente nacional da CTB Ronaldo Leite.


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MUNDO

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Brasil, México e Venezuela: eleições vão redesenhar mapa político da América Latina INTERNACIONAL. Neste ano, sete países vão escolher novos presidentes; cenário é indefinido quanto à retomada da esquerda na região ara a América Latina, P 2018 será um ano crucial para a política regional e internacional. Seis países irão passar por eleições presidenciais importantes, como é o caso de Brasil, México, Colômbia e Venezuela. Além disso, Cuba terá, pela primeira vez desde o triunfo revolucionário, a escolha, pela Assembleia Nacional, de um presidente da nova geração que não participou diretamente da Revolução de 1959.

Para Igor Fuser, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), as eleições na região se situam em um contexto de embate entre a supremacia estadunidense e a autonomia dos povos latino-americanos. “De um lado, [temos] o esforço dos Estados Unidos de restabelecer a supremacia de seus interesses na América Latina e reforçar o poder das classes dominantes por meio de políticas neoliberais. E, do outro lado, a resistência dos povos da América Latina na busca por maior autonomia, por melhores condições de vida, por maior igualdade social e desenvolvimento econômico”, ressalta. Nesse sentido, a região acompanha com atenção o processo eleitoral no Brasil. A votação é considerada, por especialistas, como uma das mais imprevisíveis desde a redemocratização do país. A jornalista peruana Veronica Goyzueta, que tra-

Emilly Dulce

balha como correspondente internacional, define a imprevisibilidade como ponto comum em todas as eleições latino-americanas. Ela destaca os cenários eleitorais no Brasil e no México como fundamentais para a definição do contexto regional. “Caso Lula seja candidato no Brasil e caso [Andrés Manuel] López Obrador consiga ganhar no México, a gente vai ter uma virada de dois governos que são super importantes”. De acordo com ela, os cenários fragmentados ainda não revelam a possível tendência de renovação da esquerda ou de avanço do conservadorismo no continente. O jornalista pós-graduado em Políticas e Relações Internacionais José Reinaldo Carvalho aponta que as forças no México estão divididas, o que pode dificultar a vitória de López Obrador, fundador e atual líder do partido de esquerda Movimento de Regeneração Nacional (Morena). “O que está em jogo no México é a velha luta para que as forças democráticas, populares, patrióticas, antineoliberais, consigam derrotar o governo neoliberal do [Enrique] Peña Nieto”, diz. Além do México, Carvalho ressalta a importância das eleições na Colômbia como forma de “redesenhar o mapa político latino-americano”. Ele lembra que será a primeira eleição presidencial após a assinatura do acordo de

paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que pôs fim a meio século de guerra civil no país. “Antes da questão direita/esquerda e antes da questão neoliberalismo/ não neoliberalismo, o problema principal é se as eleições vão garantir a continuidade do processo de paz que, infelizmente, já está muito ameaçado mesmo antes das eleições”, ressalta. Na Colômbia, a última pesquisa de intenção de votos registra liderança do candidato Sergio Fajardo, ex-prefeito de Medellín, que se apresenta como um independente “nem de esquerda, nem de direita, nem de centro”. O jornalista José Arbex Jr. destaca também a questão venezuelana como dramática, “não apenas pela conjuntura atual de crise, mas por tudo o que o bolivarianismo do [ex-presidente] Hugo Chávez representou na história recente da América Latina”. “O que está em disputa na Venezuela não é a simples condição do país e o controle do petróleo nacional. Está em disputa a perspectiva histórica aberta pelo bolivarianismo. Nesse sentido, a eventual derrota na Venezuela representará, simbolicamente, um golpe muito profundo nas esquerdas do hemisfério”, analisa. Cuba também vai determinar, em março, quem sucederá o presidente Raúl Castro. A eleição no país se

O processo eleitoral no Brasil é um dos mais imprevisíveis desde a redemocratização do país dá em um processo indireto, com a indicação do mandatário pelo Congresso eleito pelo povo. Outros dois países ainda vão passar por eleições presidenciais neste ano: Costa Rica, em fevereiro, e Paraguai, em abril. AVN

Eleições municipais na Venezuela, em 2017


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SERGIPE

Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

Municípios de Sergipe podem ir à falência com Reforma da Previdência RISCO. Em 72% dos municípios sergipanos, os pagamentos dos benefícios previdenciários são maiores que o Fundo de Participação dos Municípios Antonio Cruz / Agência Brasil

Edjane Oliveira Aproveitando o clima de carnaval, o governo Michel

Temer pretende votar a Reforma da Previdência no dia 19 de fevereiro. Mesmo sem a certeza dos 308 votos necessários para a aprovação, o governo e seus articuladores têm apostado alto para chegar ao mínimo necessário. A última cartada foi uma chantagem contra os governadores. Temer ameaçou liberar verbas somente para os estados onde os governadores consigam votos favoráveis à Reforma da Previdência. Segundo o economista Luís Moura, do DIEESE/SE, a aprovação dessa reforma, ao prejudicar os trabalhadores em sua futura aposentadoria, vai atingir em cheio a

Em Lagarto/SE, segundo os dados do Dataprev de 2016, foram R$ 229.185.158,00 em benefícios previdenciários que movimentaram a economia do município.

economia dos municípios. Para ele, os prefeitos deveriam se atentar para isso. “Não é uma coisa pouco significativa”, avalia. Em 54 dos 75 municípios sergipanos, o volume de pagamento de benefícios previdenciários efetuados pelo INSS supera o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Ou seja, cerca de dois em cada três municípios sergipanos dependem mais da Previdência Social que do FPM. Além disso, em 74,7% dos municípios sergipanos os benefícios ultrapassam a arrecadação previdenciária. “Isso mostra que a renda dos municípios é extremamente dependente dessas aposentadorias”, ressaltou o econo-

A aprovação dessa reforma, ao prejudicar os trabalhadores em sua futura aposentadoria, vai atingir em cheio a economia dos municípios

mista Luís Moura. Em Lagarto/SE, por exemplo, os benefícios superam mais de três vezes o que é arrecadado. Dados do Dataprev mostram que o município arrecadou R$ 40.958.192 no ano de 2016, enquanto

Da forma como está, os camponeses não terão condições de arcar com as contribuições mensais de cada membro da família, diz advogada foram pagos R$ 229.185.158 em benefícios. Desse total, R$ 129.928.425 foram para a população que vive na zona rural. Já o valor do FPM para Lagarto nesse período foi de R$ 35.600.778. Previdência Rural Luís Moura lembra ain-

Precisamos ampliar a pressão contra os deputados que estão inclinados em votar a favor da Reforma da Previdência, afirma Dudu da que, das 900 mil pessoas ocupadas em algum tipo de atividade formal e informal em Sergipe, 400 mil estão na agricultura familiar. No entanto, elas não têm uma contribuição direta para a Previdência. “Na maioria dos casos, os trabalhadores rurais se aposentam por idade e esse salário mínimo que recebem de aposentadoria gera um mercado de consumo extremamente importante para os municípios. O comércio local depende muito dessas aposentadorias”, ressaltou o economista. Mesmo com as recentes mudanças na proposta de Temer, os trabalhadores rurais continuam sendo bastante afetados. A advogada e militante do Movimento dos Pequenos Agriculto-

res (MPA), Bruna Vieira Barbosa, explica que a reforma cria a obrigatoriedade da contribuição mensal individual por cada membro da família durante quinze anos. “Da forma como está, os camponeses não terão condições de arcar com as contribuições mensais de cada membro da família”. A medida atingiria também os pes-

O comércio local depende muito dessas aposentadorias, ressaltou o economista


Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

Só essa pressão vinda das ruas, com a população cobrando um posicionamento de seus parlamentares, será capaz de impedir de vez a aprovação dessa proposta”, afirmou o parlamentar cadores artesanais, quilombolas e indígenas, que são enquadrados como segurados especiais. Para Bruna, essa obrigatoriedade de contribuição mensal é uma verdadeira negação do direito à aposentadoria para os camponeses. “Hoje no sertão de Sergipe, depois de seis anos de seca, as famílias conseguiram plantar alguma coisa de feijão e milho. Mas imagine a obrigatoriedade de pagar mensalmente, sendo que as produções no campo são sazonais, não são mensais”, completa. Desesperança

Aos 53 anos, Maria Aparecida da Silva, camponesa do município de Porto da Folha, teria apenas mais dois anos de trabalho pela frente para se aposentar pelas regras atuais. Desde os sete anos trabalhando na roça, hoje dividindo a vida entre a agricultura e atividades domésticas, ela teria que comprovar o período de contribuição se a Reforma da Previdência for aprovada. “A coisa está feia para o lado dos agricultores, dos mais pobres no geral. Se trabalhar até os 55 anos, na vida que a gente leva, já era puxa-

do, mais difícil vai ser agora, porque vamos ter que contribuir todo mês com o INSS. E como a gente vai buscar isso para pagar, se a gente vive do que planta? Tendo essa reforma – tenho fé em Deus que não vai ser aprovada – do jeito que está a gente perde a esperança. É pra gente morrer e não se aposentar”, lamenta Maria Aparecida. Mobilização A luta dos trabalhadores em vários locais do país foi responsável por barrar a votação da Reforma da Previdência, que seria apreciada antes do recesso parlamentar. Dentre elas, os atos e as greves gerais organizados pela Frente Brasil Popular, além da greve de fome iniciada pelo MPA na Câmara dos Deputados e que se espalhou no Brasil. Em Sergipe, os militantes Samuel Carlos, Elielma Barros, José Valter Vitor e Eliana Sales ficaram por quatro dias em greve de fome na Assembleia Legislativa, até que a votação da reforma foi retirada de pauta. Para o deputado João Da-

niel, foi uma vitória popular a não votação dessa reforma ainda no final do ano passado, que mostrou que só a mobilização tem condições de barrar esse retrocesso. “Só essa pressão vinda das ruas, com a população cobrando um posicionamento de seus parlamentares, será capaz de impedir de vez a aprovação dessa proposta”, afirmou o parlamentar, que repudiou a postura do go-

Temer ameaçou liberar verbas somente para os estados onde os governadores consigam votos favoráveis à Reforma da Previdência

SERGIPE

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verno federal em chantagear os estados, através dos governadores, para que reverta votos contrários de sua bancada. Os movimentos sindical e social já estão se articulando para mais uma greve, como informou o Professor Dudu, presidente da CUT/SE e membro da Frente Brasil Popular. “Eu acredito muito no poder de pressão das greves gerais, e por isso, no dia 19 de fevereiro, faremos mais uma com muita força para que a reforma da previdência não seja votada”. De acordo com Dudu, “precisamos ampliar a pressão contra os deputados que estão inclinados em votar a favor da Reforma da Previdência. O momento conspira ao nosso lado por conta da aproximação das eleições. Quanto mais pressão popular, mais chances teremos de barrar a reforma definitivamente”.

Thay Rocha/Expressão Sergipana

A Greve Geral de 28 de abril de 2017, organizada pela Frente Brasil Popular e Centrais Sindicais, foi a maior manifestação da história de Sergipe. Os movimentos sociais e sindicais prometem intensificar as mobilizações contra a Reforma da Previdência nos próximos dias.


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CIDADES

Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

Famílias conquistam casa própria através da luta popular MOVIMENTO SOCIAL. Mulheres do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU) relatam a importância da organização na luta por moradia e cidadania Bruna Daniely Luiz Fernando

Dona Valdete Souza e sua família na sua casa nova, no conjunto Residencial Senador José Eduardo Dutra, no bairro Porto D’antas, em Aracaju

T

er endereço, caixa de correio, um lugar para voltar no fim do dia cansativo de trabalho, para alguns é rotina, mas para muitos trabalhadores a realidade é bem diferente. O alto preço do aluguel, o baixo salário, o desemprego, a má distribuição de renda estão longe do ideal posto na Constituição Federal que prevê o direito de moradia digna e salário justo para todos. De acordo com dados da Fundação João Pinheiro de 2015, o déficit habitacional de Sergipe corresponde a 12,1% do total de domicílios do Estado. Está acima da média do Nordeste de 10,9% e do Brasil de 9,3%. Assim como os outros estados, 82,38% desses domicílios estão em áreas urbanas. A maior parte da composição do déficit em Sergipe (49,5%) corresponde às habitações de famílias que sofrem com o ônus excessivo do aluguel. Em 33,3% ocorre a coabitação de mais de um núcleo familiar. São classificados como domicílios precários 13,2% e 4,0% são alugados em situação de adensamento excessivo. Diante dessa realidade,

surgiu o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), cujo propósito é a luta por moradia. Desde a sua primeira ocupação, a “Ana Patrícia”, no Clube da Telergipe, no Robalo/Aracaju, em 2007, o movimento cresceu e obteve muitas conquistas. O conjunto Residencial Senador José Eduardo Dutra, no Porto D’antas/Aracaju, por exemplo, representa uma grande conquista do Motu. Das 580 casas entregues em 2016, 100 foram destinadas para famílias da ocupação 1º de Maio, que era situada no Siqueira Campos. Dona Valdete Souza, recebeu uma das casas e lembra como era a rotina na ocupação. “Após o despejo do hotel Brisa Mar, na Atalaia, ocupamos o Galpão no Siqueira. Eram 200 famílias dividindo o mesmo teto, cada uma fez suas divisórias com lona e madeira. Começava às 6h a fila pra usar os dois únicos banheiros. Meu maior medo era que houvesse uma explosão por conta dos botijões de gás”, conta. Apesar das dificuldades, ela sente saudade do galpão. “Moramos lá por quatro

anos. Nossa união era forte, mesmo sendo tão duro, nossas festas eram divertidas”. Ela sabe que a luta não acaba após a conquista e com a moradia surgem outras prioridades. “Agora a luta é por ponto de ônibus, escola, creche e posto no conjunto. Não esquecemos dos que ainda estão batalhando para conseguir sua casa e nos somamos à luta deles também”, afirma. Além da moradia, o Motu também proporciona empoderamento para as mulheres. Através dele, Dona Valdete participou da Marcha Mundial das Mulheres. Nela, passou a compreender a importância da sua luta e como é detentora de direitos. “Na marcha, vi de perto que não podemos baixar a cabeça, devemos estar unidas e lutar juntas”. Hoje, o Motu conta com muitas coordenadoras. Dejanilde Santos, integrante do movimento, relata que “havia muita resistência à nossa liderança, mas construímos confiança e estimulamos as mulheres a se somarem à luta, mesmo que os companheiros queiram proibir, a gente faz trabalho de base e explica a necessidade.

Minha maior emoção foi quando recebi a conta de energia com meu nome escrito: Valdete de Souza e o valor R$ 13,00, declara Valdete Agora somos ouvidas”. Engajar-se num movimento social é para ela aprender e crescer todos os dias. “Antes do movimento tinha uma revolta, mas não sabia me expressar ou como poderia melhorar a sociedade. Agora sei que só há mudança com organização e resistência. Ninguém me dá nada se eu não lutar coletivamente”, diz Dejanilde. No mesmo tom, a coordenadora do movimento, Dalva Angélica fala que “aprendeu a ter paciência, dialogar com as pessoas e que a organização popular é a maneira mais legítima para que o povo conquiste os seus direitos”. O sentimento de pertença ao Motu é uma das ex-

pressões recorrentes entre seus militantes. “Tenho amor e respeito pela bandeira e muita honra em erguê-la. Sei o significado na minha vida e disse a minha filha ‘essa camisa muito nos orgulha, através da luta popular conquistamos nossa casa, sem o Motu como estaríamos?”, questiona Valdete. Com a voz trêmula e os olhos marejados, Dona Valdete diz que chorou ao receber a chave de sua casa e que sua maior emoção foi quando recebeu a conta de energia com seu nome escrito: Valdete de Souza e o valor R$ 13,00. “Ali tive a certeza: tenho uma casa”, concluiu.


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ENTREVISTA

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“Nossa luta é por cidadania e dignidade da pessoa humana”, diz Dom João

Erick Feitosa e Rose Rodrigues

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m entrevista exclusiva à Expressão Sergipana, o Arcebispo Dom João José da Costa falou do seu 1º ano à frente da Arquidiocese de Aracaju, avaliou o papado do Papa Francisco e opinou sobre a grave realidade político-social do Brasil. Além disso, Dom João passou uma mensagem ao povo sergipano e brasileiro para esse início de ano. Você também pode conferir a entrevista na íntegra no nosso site.

Expressão Sergipana: Dia 18 de janeiro de 2018 completou 1 ano que o senhor assumiu a titularidade da Arquidiocese de Aracaju. Qual é a sua avaliação deste primeiro ano de atuação?

Dom João: O primeiro ano de qualquer gestão, episcopal ou não, é sempre um tempo de ajustes, de aprimoramentos do que já se tinha. Tempo de conhecer melhor as realidades arquidiocesanas e, especificamente, paroquiais. Afinal, como arcebispo coadjutor, eu já vinha tomando pé da situação, mas, com a titularidade, a responsabilidade aumenta. O meu antecessor, Dom Lessa, fez um bom trabalho, mas há situações que requerem melhoramentos e aprimoramentos naturais, sobretudo, em face de novas necessidades. Um dos passos importantes que demos em 2017 foi a divisão da Arquidiocese em Foranias, para melhor cuidarmos das questões pastorais.

Os países ricos continuam explorando os países pobres

No próximo dia 13 de março, o Papa Francisco completará 5 anos de papado. Qual é a sua avaliação do papado do argentino Francisco nos últimos anos?

O Papa Francisco tem sido uma bênção para a Igreja Católica e para o mundo, embora ele enfrente algumas resistências dentro da cúpula da Igreja e de setores ultraconservadores, notadamente no meio econômico-financeiro mundial, ditado por um capitalismo selvagem que continua a favorecer a exploração do homem pelo homem. Não se trata de ser contra o capitalismo, mas, sim, de combater a sua selvageria, que cresce com a globalização da economia. Os países ricos continuam explorando os países pobres, sugando as suas matérias primas, impondo regras que somente favorecem a um lado, ou seja, o mais forte, o mais rico. O capital não é o mal, mas pode ser um mal, quando permite o aumento das desigualdades sociais. Eu avalio o papado de Francisco como extremamente positivo. Ele é um pastor por excelência, que quer ver o Evangelho de Cristo disseminado, não apenas em palavras, mas, sobremodo, em gestos concretos, através dos quais possam ser dados testemunhos de que Jesus veio verdadeiramente para que todos tenham vida em abundância. Devemos orar muito pelo Sumo Pontífice. Em 2017, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou fortemente os projetos de Reforma Trabalhista e da Terceirização, afirmando ser um “grave retrocesso social”. No ano de 2018, o que está na pauta é Reforma da Previdência. Qual a sua avaliação dessas reformas que o

Foto: Arquidiocese de Aracaju

país vem passando?

A CNBB criticou os excessos das reformas que o atual governo federal trouxe à legislação trabalhista. Reformas são sempre necessárias. O que deve ser rejeitado e combatido é o excesso, quando são retirados direitos e conquistas que beneficiam os trabalhadores, que são, sem falsa retórica, a parte frágil da relação entre o capital e o trabalho. A reforma da previdência, em parte, deve ser necessária. Vamos admitir que sim. Mas, estaremos falando de qual reforma? Da que faz ajustes, impedindo que alguns ganhem altos valores em proventos e pensões, ou da que impõe perdas aos que ganham menos? A CNBB deve continuar se pronunciando contra tudo que possa aviltar o povo brasileiro. Aviltar o povo, não é uma atitude cristã. Depõe contra o ensinamento do Filho de Deus. Como presidente da Cáritas Brasileira, quais são os principais desafios da enti-

dade diante da grave realidade político-social vivida pelo país?

Precisamos dar ênfase a projetos que possam atender as necessidades de irmãos e irmãs que sofrem muitas vezes sem ter o básico para levar uma vida digna. A nossa luta deve voltar-se para a afirmação da cidadania e da dignidade da pessoa humana, que são sustentáculos da vida democrática. A Igreja Católica, através da CARITAS, deve envolver-se muito mais com as questões sociais, dentro dos princípios que norteiam a Doutrina Social da Igreja, que faz parte do próprio Magistério da Igreja de Jesus Cristo e que, por seu turno, está alicerçado na Palavra de Deus. Qual mensagem o senhor gostaria de passar para o povo sergipano e brasileiro nesse início de ano?

Minha mensagem final ao povo brasileiro e ao povo sergipano é esta: Amai-vos uns aos outros, como o Cristo nos amou e nos ensinou a amar. Não esmoreçam por mais di-

Nós não podemos esmorecer nem desistir fíceis que as realidades da vida possam parecer. Jesus jamais esmoreceu. Os cristãos primitivos jamais esmoreceram. Do sangue dos mártires brotaram novos cristãos. Nós não podemos esmorecer nem desistir. Os tempos passam. As duras realidades de hoje um dia passarão. As tempestades serão dissipadas. Mas, a Palavra de Deus não passará jamais. Continuemos lutando com a força que nos vem do Santo Espírito. Que Deus conceda a todos um ano em que a coragem para a luta não falte; em que a busca da felicidade não seja interrompida; em que o amor floresça em cada coração; em que a Igreja Católica permaneça em constante estado de missão: Igreja viva, em saída, por Cristo, com Cristo e em Cristo.


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VARIEDADES

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Sabores Sergipanos BOLO DE MACAXEIRA Reprodução

Amiga da Saúde Boa noite! Ouvi falar de um exame dos pés para diabéticos. Eu faço controle no posto de saúde e nunca fiz esse exame. Será que eu preciso fazer? Maria das Dores, 62 anos, aposentada

Ingredientes • • • • • •

2,5 kg de macaxeira 4 ½ copos de leite de gado ou de coco 2 copos de açúcar 1 colher de manteiga 2 gemas de ovos Sal a gosto

Modo de Preparo 1. Descasque a macaxeira, rale e em seguida esprema; 2. Depois de espremida, adicione o açúcar, a gema de ovos, a manteiga e acrescente o leite aos poucos, misturando bem os ingredientes; 3. Por fim, unte a forma e coloque a massa preparada. Após, leve ao forno.

CURIOSIDADES A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma cultura tuberosa de origem sul-americana, cultivada em quase todo o Estado e tradicionalmente associada à agricultura familiar. Sergipe é um dos grandes produtores nacionais de mandioca. Destacam-se os municípios de Lagarto, Salgado e São Domingos. A mandioca e suas variedades (aipim ou macaxeira) são alimentos ricos em carboidratos (açúcares) e consumidos de forma cozida, frita, como farinha, purê, bolinhos, pudins, sopas, suflês, pães, bolos, beijus, bolachinhas (biscoitos) de goma (polvilho) e de tapioca, mingau, pé-de moleque, malcasado e saroio. Categoria: Lanche Dificuldade do Prato: Médio Tempo de Preparo: 2h Rendimento: 15 porções Fonte: Guia Gastronômico dos Territórios Sergipanos

Precisa sim, D. Maria. O exame dos pés é um teste de sensibilidade que toda pessoa que tem diabetes deve fazer, pelo menos uma vez ao ano. Os altos índices de glicose no sangue associados a outros elementos como triglicerídeos alto, pressão alta, obesidade etc., prejudica os nervos e as veias, causando o que chamamos de neuropatia periférica. Com isso, a pessoa tem redução ou perda de sensibilidade nos pés, podendo evoluir com alterações de mobilidade e

úlceras que caracterizam o famoso “pé diabético”. Para prevenir o pé diabético, além do controle rigoroso da glicose, é importante avaliar os pés diariamente, secar bem entre os dedos, usar creme hidratante antes de dormir (exceto entre os dedos), usar sapatos fechados e confortáveis etc. O exame dos pés realizado por um profissional é um exame simples, no qual será testada a sensibilidade, além de avaliar outras características que possam ser sinais de risco.

Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde | Coren MG 159621-Enf.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br

Nossos direitos Abusos contra o consumidor: O que fazer? Quem nunca passou pelo inconveniente de ficar mais de uma hora tentando cancelar uma linha telefônica ou uma cobrança indevida na fatura do cartão de crédito? No Brasil, os abusos cometidos contra o consumidor são uma dura realidade. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, as queixas contra bancos e empresas de telefonia representam boa parte das ações judiciais em trâmite em todo o país. O fato é que muitos ainda não sabem como agir quando se deparam com alguma prática abusiva proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. Exemplos não faltam: cobranças

indevidas na fatura do cartão de crédito; demora no atendimento para cancelamento de linha telefônica; negativação indevida do nome no SPC/SERASA etc. Nesses casos, o consumidor pode reclamar na empresa e exigir que seja enviada para sua casa uma cópia das ligações gravadas. Se o problema não for resolvido, poderá: procurar o PROCON; denunciar na ANATEL (questões de telefonia) ou ainda registrar uma reclamação no site www.consumidor.gov.br Se mesmo assim o problema não for resolvido, é possível procurar o Judiciário nos Juizados Especiais Cíveis, pessoalmente ou com a representação por advogado.

Thiago Menezes Santana é advogado e membro da Assessoria Jurídica Popular Luiz


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VARIEDADES 13

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

"Ambiente" retratado pelos sites Catedral e revistas da (?): Concurso de celebri- Enraipostal vecida; em que dades paulistano furiosa Marta Rocha foi a primeira eleita oficialmente

Território palestino ocupado por Israel Bê-á-(?): (2014) o abecedário

Salvador Que Allende, acontece presidente por acaso chileno

A Capital da Salsa, na Colômbia Machuca Anistia Internacional (sigla)

Fruta que padarias substituem por chuchu

Problema que atrasa o trabalhador nas metrópoles

Touro: Algumas decisões que estavam sendo adiadas por você, chegarão no limite e precisarão ser tomadas. Mas sua sensibilidade fará você passar por este momento da melhor forma. Pode ser uma boa hora para uma viagem!

Título do dirigente de Abu Dhabi

(?) Neill, ator irlandês Rasurada

Carro luxuoso que leva a noiva à igreja

Moradia de socialites Amalucado

de fazer a mesma coisa que você tem feito. No trabalho, invista no que você realmente gosta de fazer, mas não esqueça que seus gastos precisam de organização.

Câncer: Se as coisas já não estavam fáceis, podem ser que elas

Quarta letra do alfabeto grego

Usado (abrev.)

Leão: Questões de sua intimidade ainda precisam ser resolvidas. Estar em contato com sua espiritualidade pode ser bastante importante. Mantenha uma postura mais reservada para se proteger nos próximos dias.

Moeda do Japão

Tecla de computadores

TV italiana Michel (?), cantor sertanejo

Ceder para instituição de caridade Figura da letra "Q", Calendário no baralho (?): previu o fim de um ciclo em 2012

continuem pesadas nos próximos dias. Então é importante que você saiba separar momentos para si, de autocuidado e de descanso.

Sufixo de "barbado" Secreção da infecção

Vermelho, Amarelo e (?): rios chineses

Desigualdade; diferença

Virgem: Uma boa medida para saber se está fazendo a escolha certa será o seu próprio coração. Invista nos seus amores nesses próximos dias e procure ficar mais perto das pessoas que são importantes para você.

Fora de moda (ing.)

Libra: Depois de algum tempo de preparação chegou o momento certo de você colocar em prática seus projetos, principalmente os que têm a ver com seu trabalho, sua formação. Novas responsabilidades devem surgir.

Opaco; embaçado Acontecimentos incontestáveis

3/non — out — rat — sam. 4/emir. 11/modernidade.

BANCO

Gêmeos: Pode ser um bom momento para planejar novas formas

Ratazana, em inglês Tema de brindes entre amigos

"(?) Vice", filme com Colin Farrell (?) Patinhas, milionário das HQs

Horóscopo Áries: Seu coração estará no comando esses dias e você terá dificuldade de fazer algo que ele não deseje. Alguma relação próxima deve tomar bastante seu tempo e deve exigir alguma decisão que envolve mudanças.

O tempo passado Usain Bolt, atleta

Vilão do filme "Superman II"

(?) King, empresário do boxe

Período marcado pelo domínio da razão e da técnica (Hist.)

Principal avanço social do governo de Abraham Lincoln, assassinado Enganar em 1865

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Escorpião: Aproveite para colocar todos os projetos que surgiram

Solução D D

Sagitário: Tudo que estiver no seu íntimo demandará mais M C

S S B R E J A O OD E R N I D ON S A L A N S I M I M A Z U O U S P A R I I E N R T E A M A I A F

D E L T A A C I D E N T A L

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atenção. Sua espiritualidade deve lhe ajudar a encarar as situações de maneira mais intensa. Porém, não abra mão de sua dedicação ao trabalho.

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M I E R I A O D A A R T R I A S B T I I S C C O A D M A

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no último período no papel. Possibilidades novas devem surgir, mas você precisa de organização para dar conta e de saber o que realmente quer.

Capricórnio: Diferente do último período, agora você deve perceber com mais clareza para onde seus sentidos lhe levam e ao que você deve se dedicar. Aproveite seus afetos, pessoas queridas e seu amor-próprio.

Aquário: É um bom momento para tirar uma folga! Seu trabalho está numa boa fase. Festas e diversões são sempre importantes, mas veja as possibilidades de desacelerar um pouco. Quem sabe um descanso numa praia? Peixes: Todo o desgaste que você viveu no último período vai lhe ajudar a reavaliar que caminho está seguindo. Isso deve incluir além de seus projetos profissionais, também suas relações, seus grupos e amores.


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CULTURA

Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

Festival consolida retomada cultural em São Cristóvão

Senta, que lá vem História...

VALORIZAÇÃO. Após doze anos, a realização do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) projetou Sergipe para o cenário cultural nacional Márcio Garcez

Luiz Fernando

C

riado em 1972, o Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) foi idealizado por alunos e professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento, que pretendia dar espaço à expressão cultural de uma geração, marcou época. E justamente num período em que fazer arte no Brasil poderia representar um perigo, já que vivíamos o auge da censura durante a ditadura militar. Em 2005, após 32 edições, o Festival foi realizado pela última vez até então. A política cultural do município foi sendo gradativamente abandonada juntamente com a organização do Festival. Doze longos anos se passaram até que, em 2017, num processo de retomada da valorização da história e da cultura em São Cristóvão, o Festival foi revivido no dia 1º de dezembro. Em sua 34º edição, o FASC consolidou um movimento que recolocou a cultura no centro do desenvolvimento da cidade. “Foi bonito ver o brilho nos olhos das pessoas de nossa cidade. O retorno foi importante porque trouxe uma es-

perança para o povo são-cristovense. Depois de tantos altos e baixos que temos passado, o FASC possibilitou um novo olhar para a nossa cidade”, comemorou a artesã e bonequeira Ana Alice. Durante três dias, o Festival brindou o público com atrações locais e nacionais de diferentes áreas do cenário artístico-cultural. Música, teatro, artes plásticas, literatura, folclore, fotografia. Expressões que se encontraram e se multiplicaram, deixando como legado o fortalecimento da cultura do povo sergipano. Estava de volta um dos mais importantes movimentos culturais de Sergipe. Filho da terra, Julico Andrade, cantor da banda The Baggios, falou para a Expressão Sergipana sobre a experiência de se apresentar durante o festival. “Fiquei muito honrado em poder voltar a minha cidade depois de tanto tempo. Tivemos um público com muita expectativa e ânimo para ver a nossa apresentação. Foi um dos shows mais emocionantes de minha vida, vai ficar na memória para sempre”, contou. Ressurgido pela iniciativa da Prefeitura de São Cristóvão juntamente com a UFS, o

João Mulungu: um lutador do povo sergipano Foi um dos shows mais emocionantes de minha vida, vai ficar na memória para sempre, diz Julico Andrade FASC projetou Sergipe e São Cristóvão para o cenário cultural nacional. O resgate era desejo da comunidade são-cristovense, de intelectuais, artistas e agentes culturais, de mestres da cultura popular e de setores da UFS. Para o Prefeito Marcos Santana (MDB), “o Festival de Arte de São Cristóvão representa, acima de tudo, uma trincheira de resistência cultural, em defesa da arte que é produzida pelo povo. Se depender de nós, da nossa gestão à frente da Prefeitura de São Cristóvão, o FASC será cada vez mais valorizado, cada vez mais aberto à participação das mais diferentes manifestações artísticas existentes em Sergipe e no Brasil”.

Por Osvaldo Ferreira Neto

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aranjeirense da Cotinguiba, João Mulungu nasceu em 1851, numa senzala do Engenho Flor da Roda. Negro forte, de traço nagô, era escravo de João Pinheiro Fraga. Jovem, presenciou sua mãe morrer por chicotadas. Em 1868, conseguiu fugir do seu proprietário, que tentou sem êxito prender o valente Mulungu. Então começou a organizar levantes com outros negros revolucionários, colaborando com a libertação de milhares de escravos dos engenhos sergipanos em Capela, Divina Pastora, Maruim, Rosário do Catete, Santo Amaro, Carmopólis, Siriri, Riachuelo e Laranjeiras. Com isso, acabou provocando a ira de muitos senhores e barões do açúcar. A cabeça do líder negro dos quilombos foi exigida ao presidente da província. E em 03 de janeiro de 1876, João Ferreira de Araújo Pinho decretava sua prisão. Entretanto, foram várias tentativas frustradas de captura. Mulungu era apoiado por uma rede de solidariedade. Sempre fugia por entre as matas. Até que em 19 de janeiro de 1876, o negro Severino delatou onde João se encontrava. Preso pelo tenente João Batista da Rocha, foi levado para Divina Pastora. Logo após, para a Cadeia Pública em Aracaju (Localizada na Praça General Valadão, atual Palácio Serigy). Mais tarde condenado à morte. É preciso reafirmar a importância da memória dos homens e mulheres que deram a vida por liberdade, justiça social e igualdade em nosso amado Sergipe. E João Mulungu foi um desses lutadores.


Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

ESPORTE

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Guia do Campeonato Sergipano Série A1 2018 Erick Feitosa e Gilson Júnior Bola rolando no futebol sergipano. São 10 clubes na disputa pelo título e por vagas nas competições nacionais. Apresentamos o Guia do Campeonato Sergipano com as principais informações do torneio e de cada clube. Além disso, temos a “Previsão Expressão Sergipana”. Sem fugir da raia, apontamos o nosso prognóstico para a competição.

elenco e o pouco tempo de pré-temporada pode ser decisivo num campeonato de tiro curto. Além disso, já perdeu a primeira partida por W.O. O time tem peças com importantes passagens pelo futebol sergipano.

pectiva é de muita luta para o Colorado nesta temporada para se manter na elite.

O CAMPEONATO 1ª FASE Os 10 clubes se enfrentarão somente em jogos de ida. Os 6 melhores avançarão para o Hexagonal. O Campeão da 1ª Fase terá vaga garantida no Série D de 2019. E os 2 últimos colocados estarão diretamente rebaixados para a Segundona. HEXAGONAL Os 6 clubes jogarão entre si, somente em jogos de ida. Após 5 rodadas, os 2 primeiros colocados se classificarão para a grande Final. FINAL O título será definido em 2 jogos. Jogará por 2 resultados iguais e terá o mando de campo do segundo jogo o time que tiver maior pontuação durante todo o campeonato. O Campeão garante vaga na Série “D”, Copa do Brasil e Copa do Nordeste de 2019. Já o Vice, a segunda vaga da Copa do Brasil. Por já estar classificado para o Campeonato Brasileiro, caso o Confiança seja o Campeão Sergipano e/ou Campeão da 1ª Fase, a vaga da Série “D” de 2019 fica automaticamente com o respectivo Vice.

OS CLUBES

AMADENSE A grande surpresa do Sergipão 2017, o Amadense tem dificuldades nesta temporada. Foi o último clube a apresentar seu

BOCA JÚNIOR Montando elencos competitivos nos últimos anos, mesclando juventude e experiência, o Boca vai repetir a fórmula que vem funcionando. Para esse ano, manteve peças-chave da temporada passada e trouxe reforços pontuais. Além disso, a diretoria está animada com os apoios financeiros que vem recebendo.

CONFIANÇA Defensor do título sergipano, o Confiança entra como grande favorito. Manteve a boa base do ano passado e trouxe reforços de peso para posições carentes. Com isso, o Dragão preparou um elenco recheado e de qualidade para a maratona de competições que enfrentará neste ano.

DORENSE Decisiva nos últimos anos, a sua ”La Bombonera” vai ficando cada vez mais conhecida pelos adversários e o fator casa terá menos peso. Com investimento abaixo da média, a pers-

FREI PAULISTANO Depois da boa estreia em 2017, o Frei Paulistano montou um elenco para dar trabalho aos grandes. Com um time barato, mas com jogadores experientes e que conhecem o futebol sergipano, o Touro usa uma fórmula que tem tudo para funcionar e promete chegar forte.

ITABAIANA Depois de dois vices seguidos, o Tricolor da Serra continua sonhando com o título sergipano. Mesmo com dificuldades e trabalhando com o orçamento reduzido, o Tremendão formou um elenco com qualidade para as competições que irá disputar em 2018. Como sempre, entra forte.

OS ESTÁDIOS

OLÍMPICO Voltando à elite do futebol sergipano depois de 5 anos, o Olímpico pretende fazer bonito. Completando 60 anos de história, montou um elenco unindo jovens talentos aos experientes e bons jogadores, mantendo a base da equipe que foi promovida ano passado.

- Ariston Azevedo, em Nossa Senhora das Dores (2.000 pessoas) - Barretão, em Lagarto (8.000 pessoas) - Batistão, em Aracaju (15.586 pessoas) - Brejeirão, em Tobias Barreto (3.000 pessoas) - Francão, em Estância (8.000 pessoas) - Lelezão, em Nossa Senhora do Socorro (3.500 pessoas) - Mendonção, em Itabaiana (10.000 pessoas)

SERGIPE O Gipão vive um momento de reconstrução. Depois de decepcionar a torcida em 2017 e passar por turbulências administrativas, começa a se estabilizar para a temporada que chega. A aposta será nas joias da base e em contratações estratégicas para o seu plantel. Comendo pelas beiradas dentre os três grandes, o Vermelhinho sempre pode surpreender.

- Titão, em Frei Paulo (4.000 pessoas) - Souzão, Itabaianinha (4.000 pessoas)

PREVISÃO EXPRESSÃO SERGIPANA: **Briga para não cair: Amadense, Dorense e Socorrense ***Pode surpreender: Olímpico e Boca Júnior ****Briga pela Série D: Frei Paulistano e Lagarto

LAGARTO Após dois anos seguidos flertando com o rebaixamento, a diretoria do Lagarto pretende elevar o patamar. Agora sob nova direção e com a companhia do novo gestor, o atacante Diego Costa. O Lagarto pode chegar longe nesse campeonato.

SOCORRENSE Após passar apenas um ano na segunda divisão, o Socorrense voltou para a primeirona do sergipano. A missão do Siri é superar as dificuldades e permanecer na elite. O elenco mescla jovens que conquistaram o título da Série A2 com reforços mais tarimbados.

***** Briga pelo título: Confiança, Itabaiana e Sergipe

GUIA COMPLETO Confira o Guia Completo do Sergipão 2018 em nosso site: expressaosergipana.com. br/guiasergipao2018


Aracaju, 19 de janeiro a 19 de fevereiro de 2018

ESPORTES

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“Brasil abaixo de zero” Divulgação/CBDG

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bobsled brasileiro carimbou seu passaporte para os Jogos Olímpicos de Inverno em 2018. As vagas foram confirmadas nesta segunda-feira (15). O trenó 4-man masculino se classificou com sua melhor posição na história. Além disso, o 2-man masculino conquistou o direito de participar pela primeira vez dos Jogos. “Foi uma temporada maravilhosa até a nossa classificação. Vamos chegar aos Jogos na melhor forma, o que é muito importante. Queremos fazer um grande resultado em PyeongChang”, afirmou Edson Bindilatti, piloto do 4-man e do 2-man. A história nos faz lembrar do clássico filme ‘Jamaica Abaixo de Zero’, que narra a aventura de atletas jamaicanos nos Jogos de Inverno. A cerimônia de abertura está marcada para o próximo dia 9 de fevereiro.

na geral

Open de Jiu-jitsu apresenta nova federação Divulgação

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o dia 4 de fevereiro acontecerá no Sesc da Orla de Atalaia o “Open Sergipe Jiu-jitsu Solidário”. O campeonato é organizado pelos líderes das equipes do estado. Na oportunidade, será empossada a diretoria de uma nova federação da modalidade. Com a ação, os Mestres pretendem avançar na organização do esporte a nível estadual e nacional, vinculando a nova entidade à Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ).

Marco Vieira/PMA

Gol de placa Associação Sergipana de Hip Hop Aliados Pelo Verso e a Liga de Futebol Amador de Várzea Manguezal estão organizando a 2ª Copa Coqueiral de Futebol Amador. Com 14 equipes e mais de 280 atletas, a competição proporciona uma oportunidade de lazer na comunidade através do esporte. Os jogos acontecem aos domingos nas arenas Manguezal, Coqueiral, Caranguejo e Conjunto.

Prefeitura lança 35ª Corrida Cidade de Aracaju

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prefeito Edvaldo Nogueira lançou a 35ª Corrida Cidade de Aracaju. Evento tradicional das festividades do aniversário da capital sergipana, que acontece em 17 de março. A expectativa é atrair mais de 3 mil atletas. “A corrida, mais do que um evento esportivo, evoca um momento importante da nossa história, que é a mudança da capital, de São Cristóvão, cidade onde se inicia o principal percurso da prova, para Aracaju”, destacou o prefeito.

Gol contra O futebol sergipano foi destaque nacional. Mas não foi nada legal. O W.O. do Amadense contra o Boca Junior expôs as fragilidades do nosso futebol. O clube errou o boleto de pagamento da taxa de licenciamento anual da CBF e não conseguiu inscrever os jogadores a tempo de disputar a primeira rodada do estadual.

Paciência, vai engrenar

O que esperar da temporada 2018? Lucas Oliva

Saulo Matos

Gipão rumo ao 35º título Gustavo Tenório

lucasoliva@expressaosergipana.com.br

saulomatos@expressaosergipana.com.br

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No aspecto dos resultados, a temporada 2018 da Desportiva Confiança começa frustrante: dois empates em casa contra o Olímpico de Itabaianinha e o Santa Cruz do Recife. Para piorar o humor do torcedor proletário, a Copa São Decacampeão Paulo Júnior constatou o péssimo trabalho feito nas categorias de base em 2017. Contudo, há de se renovar as esperanças no Dragão do Bairro Industrial. Na Base, o professor Edmilson Santos comanda a retomada de dias melhores; no profissional, o time de Ailton Silva demostrou espaço para evolução. Raí e Vitor Pio deixaram ótima impressão. Klenisson, Zaquel e Osvaldir precisam melhorar.

Após ser eliminado da pré-Copa do Nordeste pelo Náutico, o Tremendão ainda tem muita coisa pela frente. Passados os dois primeiros jogos do ano, ficou a impressão que a equipe está no caminho certo. Foram dois empates sem gols, mostrando É Galo doido! uma boa solidez e compactação da equipe. Porém, ainda carrega o grande problema das temporadas passadas: a incapacidade de converter as chances criadas em gols. Resolvendo, as perspectivas são as melhores, principalmente no Sergipano. Com a força da torcida e do Etelvino, o time tem tudo para sair da fila e soltar o grito de “É Campeão!”

Confesso: os dois jogos amistosos do Gipão, contra Coruripe e Dorense, deixaram-me com certo ar de descrença quanto ao ano de 2018. Mesmo assim, vesti a minha camisa da sorte e segui rumo a Frei Paulo. Aliás, não apenas eu, La Bestia Negra mas uma massa de torcedores rubros invadiram o Titão. E como é bonito ver o vermelho nas arquibancadas! Com o apito inicial, percebi que o time era outro. Uma defesa sólida e o ataque veloz deixaram uma boa impressão. Senti a falta de um centroavante, um meia de armação e um lateral-direito, é verdade. Mas o 3x0 me fez acreditar numa bela campanha. Começamos na liderança.