A Seleção

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deixou de lado. Ela rapidamente superava a mania de tentar fazer de mim a dama que eu aparentemente tinha que ser. Estávamos no meio de uma partida de baralho quando notei uma silhueta pelo canto do olho. Era o príncipe, parado em frente à porta com um ar maravilhado. Nossos olhares se cruzaram e entendi no ato que seu rosto perguntava o que eu estava fazendo. Levantei-me com um sorriso e caminhei até ele. — Ai, meu Deus — murmurou Anne quando notou o príncipe na porta. Ela imediatamente enfiou as cartas em um cesto de costura e se levantou. Mary e Lucy fizeram o mesmo. — Senhoritas — saudou Maxon. — Majestade — Anne fez uma reverência. — É uma grande honra. — Para mim também — ele respondeu com um sorriso. As criadas se entreolharam, sentindo-se lisonjeadas. Todos permaneceram calados por uns instantes, sem saber ao certo como agir. Foi quando Mary exclamou: — Já estávamos de saída. — Sim, estávamos mesmo — acrescentou Lucy. — Íamos... hã... Ela olhou para Anne em busca de socorro. — Íamos terminar o vestido da senhorita America para sexta-feira — completou Anne. — Isso mesmo. Faltam apenas dois dias. Com um sorriso enorme estampado no rosto, as três lentamente desviaram de nós para se retirar do quarto. — Eu não tinha a intenção de atrapalhar o trabalho de vocês — Maxon disse, seguindo-as com os olhos, completamente fascinado com o comportamento delas. Assim que chegaram ao corredor, elas fizeram reverências estranhas e sem qualquer sincronia antes de seguir a passos frenéticos. — Que turma você tem — comentou Maxon entrando no quarto e correndo os olhos pelo lugar. — Elas me mantêm motivada — respondi com um sorriso no rosto. — Está claro que se afeiçoaram a você. Isso é difícil de encontrar.


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