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medicina familiar
José João Marques
Urologista no Centro Hospitalar do Algarve/Hospital de Portimão
DR
Formas de atuação no trauma geniturinário lesão e o estado hemodinâmico são os fatores preponderantes na avaliação do doente. Embo‑ ra a hematúria seja o principal sinal de trauma GU, o grau de sangue na urina não se correlaciona com a gravidade das lesões. A lesão pode ser aberta ou fechada e englo‑ bar rins, ureteres, bexiga, uretra e genitais externos. Cerca de 10% das contusões abdomi‑ nais envolvem o aparelho urinário, sendo o rim o órgão mais frequentemente atingido, o que acontece em 1 a 5% dos casos (quase sempre em resultado de traumas fechados). A tomo‑ grafia computorizada (TC) com contraste é o exame de eleição para avaliação dos doentes estáveis. O trauma da uretra é o segundo mais co‑ mum, está associado a uma lesão fechada em 90% dos casos e é muito mais frequente
A
maioria dos casos de trauma genituri‑ nário (GU) ocorre em indivíduos do sexo masculino, com idade entre os 15 e os 45 anos. O mecanismo do trauma, a localização da
nos homens. Divide-se em traumatismos da uretra anterior (peniana e bulbar) e da uretra posterior (membranosa e prostática). A lesão fechada da uretra anterior associa-se, habitu‑ almente, a contusões diretas do períneo, denominadas de quedas «à cavaleiro»; o trauma da uretra posterior ocorre quase exclusiva‑ mente associado a fraturas pélvicas. A pre‑ sença de sangue no meato uretral e a incapa‑ cidade para urinar são os sinais clássicos de problemas nesta área e a uretrografia retró‑ grada é o exame de eleição para avaliar a situ‑ ação. Num contexto de urgência, a colocação de cistocateter sob controlo ecográfico é uma excelente opção terapêutica na maioria das lesões uretrais, sendo o tratamento definitivo estabelecido de acordo com a localização e o grau da lesão.
Suspeita de trauma renal Estável Hematúria microscópica
Estável Hematúria macroscópica
Instável Hematúria microscópica ou macroscópica
Exame de imagem, se existirem lesões associadas ou trauma com desaceleração rápida
Tomografia computorizada (TC) abdomino-pélvica
Exploração cirúrgica Urografia intravenosa (UIV)
Lesão renal de grau I-II
Observação
Lesão renal de grau IV-V Exploração cirúrgica seletiva
Lesão renal de grau III
Angiografia e embolização seletiva Laparotomia necessária
Exploração cirúrgica seletiva
UROLOGIA ACTUAL
Lesão renal de grau I-II
Observação
UIV normal Hematoma retroperitoneal estável
Hematoma retroperitoneal pulsátil ou em expansão
Observação
Exploração cirúrgica
Laparotomia desnecessária Observação
UIV alterada ou inconclusiva
Angiografia e embolização seletiva