Revista Sancho Notícias Nº 27 junho 2014

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MAIS PAIS…MELHORES PAIS

Atendimento Individual e Formação grupal

S

er mãe é a experiência mais maravilhosa que uma mulher pode ter.

É também um acontecimento que ao longo dos anos se torna bem difícil. Tenho três filhos, o mais velho tem já 14 anos e frequenta o 9º ano da Escola Secundária D.Sancho I. No início deste ano letivo, surgiu a oportunidade de participar numa formação de educação parental, a partir da qual sinto que enriqueci as minhas competências em termos pessoais e também profissionais. Pensei em desistir logo no começo, porque temos sempre a noção que os nossos problemas são mais graves que os dos outros mas, com a ajuda da professora Isabel, numa das sessões de atendimento individual, decidi não o fazer e ainda bem, a ela o agradeço, pois, o modo como me falou das suas experiências, tanto como mãe, como como professora, a forma como se entregou e a disponibilidade que tem para os pais, é fantástica. Vê-se nos olhos e na maneira de falar e de estar o quanto ama aquilo que faz. Ao longo desta caminhada conheci um grupo de pais e mães fantásticos. Juntos trocamos ideias e partilhamos experiências. Com a presença da Dra. Joana Gomes, assistente social, orientadora da formação, fizemos um percurso formidável. Para além da formação que nos abriu pistas de ação, ainda partilhou connosco a sua experiência de atendimento em gabinete aos meninos. Termino e agradeço a esta escola, aos formadores, aos professores, auxiliares e pais a forma simpática e acolhedora como nos cuidaram.

A

Equipa da Parentalidade sente-se muito agradecida por ter tido a oportunidade de trabalhar com pais tão interessados e disponíveis e deseja, no próximo ano letivo, ter muito mais trabalho, quer de atendimento individual, quer de formação grupal e/ou coletiva. Queremos estar uns para os outros e, para isso, apostamos em estar com cada um. Contamos consigo, pai e mãe, queira, por favor, querer contar connosco! P’la Equipa, Isabel Girão Filgueiras

Mónica Pereira, mãe.

VOLUNTARIADO Todos Somos Especiais

“T

odos Somos Especiais” é o projeto de voluntariado, levado a cabo por alunos de EMRC da D. Sancho I, é o que mais

os tem transformado. Durante este ano letivo, nas interrupções letivas do Natal, Carnaval e Páscoa, 69 jovens, alunos e ex-alunos, entregaram-se em encontros, de 3 a 5 dias seguidos, com pessoas frágeis, chamados doentes ou deficientes mentais. Pessoas diferentes, especiais, muitas das quais nasceram (como nós!) sem nenhuma das características que, agora, as levou a precisarem de uma instituição para as cuidar. Pessoas que nos dão a oportunidade de sairmos “do nosso umbigo”, ao encontro de um mundo novo, o mundo da relação transparente, acolhedora, sem fugas! Muitos dos nossos alunos afirmam, depois deste encontro, e passo a citar “ Eu nunca mais vou olhar para o mundo da mesma maneira!” (Bruno Ribeiro 1102). “Erradicar, esconder ou amarfanhar os frágeis”, quaisquer que sejam, é demasiado grosseiro! E essa tomada de consciência deveria mover-nos, a todos, a avançar na direção do respeito e da valorização de toda e qualquer pessoa, só porque é Pessoa! É neste sentido que podem ser, para nós, inspiradoras as experiências daqueles que cuidam dos seus membros frágeis e, cheios de força nova, transbordam uma alegria contagiante, que nada tem a ver com o ambiente depressivo que tantas vezes nos rodeia! Por isso, aqui ficam testemunhos desta experiência!

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Carla Araújo, 1104: Aquilo

que mais aprendi nas minhas experiências em casas de saúde é que,

tal como sugere o nome do projeto:

“Todo Somos Especiais”! –Simplesmente, essas pessoas não Cada vez que entro numa casa de saúde sinto que saio do meu mundo para entrar num outro, totalmente diferente. Um mundo que é deles, que toda a gente sabe que existe mas, como está ali, como não é o nosso, é mais fácil mantermo-nos longe, na “nossa zona de conforto”. Contudo, é muito mais gratificante entrar e deixarmo-nos envolver. Todas aquelas pessoas têm muito para dar e há pouco quem o receba. Repeti a experiência mais do que uma vez, pois, lá sinto-me realmente feliz. ali, dou o melhor de mim, porque eles merecem! Ser voluntário significa dar gratuitamente e, apesar desse ser o meu objetivo inicial, saio de cada experiência dando muito menos do que aquilo que me é dado. Aprendi muito, cada utente ensinou-me muito. Com a minha experiência, aprendi a aceitar, a cuidar, a ter fé e, principalmente, a ter sempre um sorriso na cara. o escondem, são genuínas e transparentes!


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