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responsáveis pelo movimento de popularização dos sistemas de manejo de conflitos ou RAD’s. Não se trata da privatização da justiça e nem um remédio miraculoso que irá desafogar o judiciário a custos reduzidos. Trata-se de uma mudança de cultura através da humanização da justiça, uma justiça mais coerente com as transformações contemporâneas. A mediação – considerada a mais popular das RAD’s – se apresenta como uma prática que valoriza e facilita a inovação provocando mudanças em procedimentos baseados na autonomia da vontade. Com o passar das décadas, a mediação praticada nos EUA, Canadá e Europa se diversificou ao reconhecer os direitos do homem como um fenômeno social que multiplicou a necessidade de opções para a transformação de conflitos com qualidade, eficácia, idoneidade e rapidez. A mediação por ter como objetivo a manutenção das relações sociais e o exercício da responsabilidade, coloca-a junto à terceira onda do movimento universal de acesso à justiça produzindo resultados qualitativamente melhores por se chegar a um acordo de vontades que, somado ao movimento de socialização do Estado, dá início a um lento processo de descentralização no qual as figuras do cidadão participante e do cidadão protegido passam a coexistir dando à mediação características predominantemente reformistas. Pode-se, portanto afirmar que a mediação é um instrumento que implementa a responsabilidade social de pessoas envolvidas em conflitos implementa e eficiência de processos quando auxiliar da justiça, oferece uma redução de custos de processo,
oxigena o sistema judiciário ao reduzir o volume de processos a serem analisados, implementa a importância e o valor social da autonomia da vontade, responsabilidade e comprometimento.
O que hoje é aceito como uma prática comum no cotidiano em uma comunidade democrática, já foi visto como um conceito radical: a possibilidade de profissionais das mais diversas áreas de atuação, devidamente treinados em técnicas de solução de controvérsias ou manejo de conflitos, auxiliarem cidadãos comuns a resolverem, informalmente, problemas comuns. Lembrando Kuhn (Teoria das Revoluções Científicas), vivemos, basicamente, uma crise de passagem, de ruptura histórica nas estruturas sociais, o que gera um vazio social em termos de valores. As mutações das instituições aumentaram, novas culturas e de novos estilos de vida surgiram em todos os setores da vida social. O significado da vida está em crise. A cultura está em crise e nós também! Vivemos, portanto, instantes de perplexidade: os modelos antigos estão sendo superados, porém os novos ainda não estão definidos. A comunicação oral e corporal amplia as fronteiras pessoais, permite a expressão, o aprendizado e a socialização. A linguagem enquanto processo interativo constrói espaços compartilhados de pessoas com uma função criadora, não enquanto filosofia, mas como uma condição do ser humano. A atividade social é que imprime um significado às palavras. Para conhecer a linguagem é preciso