Admiravel mundo novo

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recordar. — John franziu a testa. Houve um longo silêncio. Fazia muito calor. Tinham comido muitas tortillas e milho doce. Linda disse-lhe: “Vem te deitar, Nenê”. Deitaram-se juntos na cama grande. “Canta.” E Linda cantou... Cantou: “No meu estreptococo alado, Voa a Banbury-T” e “Adeus, bebezinho, em breve serás decantado” Sua voz tornou-se cada vez mais indistinta... Houve um ruído forte e ele acordou sobressaltado. Um homem estava em pé ao lado da cama, enorme, pavoroso. Dizia qualquer coisa a Linda, que ria. Ela puxara o cobertor até o queixo, mas o homem tornou a descobri-la. Os cabelos dele pareciam duas cordas pretas, e em torno do braço tinha uma bonita pulseira de prata, com pedras azuis. John gostou da pulseira, mas, ainda assim, teve medo; escondeu o rosto contra o corpo de Linda. Esta pousou a mão sobre ele, que se sentiu mais seguro. Empregando aquelas outras palavras que ele não compreendia muito bem, ela disse ao homem: “Não com John aqui”. O homem olhou para ele, depois novamente para Linda e disse algumas palavras em voz suave. Linda tornou a dizer: “Não”. Mas o homem inclinou-se para ele sobre a cama, e sua cara era enorme, terrível; as cordas negras dos cabelos tocavam nas cobertas. “Não”, repetiu Linda, e ele sentiu que sua mão o segurava com mais força. “Não, não!” Então o homem o agarrou por um braço e ele sentiu dor. Gritou. O homem estendeu a outra mão e levantou-o. Linda continuava a segurá-lo e dizia sempre: “Não, não”. O homem disse umas poucas palavras em


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