garota em pedaços - Kathleen Glasgow

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Riley sussurra: — Eu sou uma pessoa horrível. Mas você já descobriu isso. Como não digo nada, ele encosta um dedo na manga da minha blusa, acima do pulso. E inclina-se para perto. — Não precisava mentir para mim sobre o gato. Estou acostumado a fazer merda. — Riley! — grita o tatuado na área dos garçons. — Conte sobre aquela vez que você vomitou nos sapatos do Adam Levine! — Ah, essa é boa. — Linus dá uma gargalhada alta, como um cavalo de desenho animado. Eu me viro e ela pisca para mim. Riley acende um cigarro e inspira fundo, com fumaça saindo das narinas enquanto ele anda de volta para a parte das louças. — Ah, vejam bem. Vomitar não é uma coisa incomum no universo do rock and roll. É meio padrão, na verdade. Não fui o primeiro e tenho certeza de que não vou ser o último a vomitar no sr. Levine. Mas eu gostaria de lembrar a vocês que não foi só nos sapatos dele, o próprio sr. Levine foi o alvo distraído da minha grosseria digestiva repentina. A história começa assim… Volto para a louça suja, ainda ouvindo Riley contar a história, acompanhando o cantarolar e a cadência da sua voz rouca de fumante, mas também estou pensando no que ele falou há pouco: “Estou acostumado a fazer merda”. Apesar de eu não querer, o que ele disse me tocou. Eu devia mandar imprimir o que ele disse em uma porra de uma camiseta, porque é o lema da minha vida também. O que significa que, por mais horrível que ele tenha sido de manhã e por mais gentil e engraçado que esteja sendo agora, ele e eu somos mais parecidos do que eu gostaria de admitir.


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