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Guyma Baddini

Corpo em Forma/Saúde

As vítimas das picadas de insetos

Amas em ação A Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba esteve em ação com o jantar dançante promovido pela diretoria. Bom público compareceu ao salão Cadoff.

Regina e Celso Humayta, ex - presidente e fundadores

Fotos: Joel Vieira

Gilberto e Kelly Diniz

Simone Maia e Jeane Collaco

A12

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José e Márcia Lima

Certas pessoas têm a capacidade de atrair determinados insetos. Em tom de brincadeira dizem que são portadoras de “sangue mais doce”. Todavia, o que realmente atrai os insetos não é a quantidade de açúcar, mas o odor exalado pela transpiração. Se fosse realmente o teor de glicose, os diabéticos seriam as principais vítimas. Entre os fatores que podem ser decisivos na escolha do indivíduo é mencionada a maior produção de suor, quantidade elevada de ácido lático e bactérias, colesterol alto, medicamentos para pressão e o forte cheiro do suor masculino. Com efeito, os bebês e crianças em geral têm maior sudorese em virtude do metabolismo acelerado. Por isso, suas perninhas e bochechas estão sempre repletas de picadas. O mesmo acontece com os esportistas, cujo teor de ácido lático no suor é maior, despertando uma atração fatal nos insetos. Tal inexplicável desejo também ocorre nos portadores de colesterol alto no sangue ou que ingerem medicamentos para diminuir a pressão. Finalmente, o odor exalado pelo suor dos homens é mais intenso, constituindo um chamativo para as fêmeas dos insetos, que precisam de sangue para o amadurecimento dos ovos. Os termos “picada” e “ferroada” são muitas vezes usados pelos leigos como sinônimos, porém são modalidades distintas de agressão. Assim, a picada consiste na perfuração da pele da vítima com o uso de um aparelho picador, seguida da inoculação de saliva através do aparelho mandibular, como ocorre com os mosquitos. Todavia, a ferroada decorre da perfuração da pele com o aparelho do ferrão, seguida da injeção de veneno, como acontece com as abelhas, vespas e formigas. Os mosquitos utilizam a picada para extrair o sangue das vítimas, enquanto a ferroada tem um caráter defensivo, afastando os animais que possam ameaçar seus ninhos. Também serve para a alimentação através da imobilização das presas pelo veneno. Os insetos “sugadores” provocam manifestações locais, como a coceira, vermelhidão, dor e pequenos inchaços (calombo), ou sintomas gerais, como as alergias. Enquanto os insetos injetores de venenos ou toxinas causam manifestações locais alérgicas ou não e reações sistêmicas graves, na dependência da quantidade de peçonha injetada, como a urticária, edema de

glote, contração dos brônquios, queda da pressão arterial, perda de consciência e distúrbios do coração. Para evitar as picadas inconvenientes dos insetos usam-se diversos tipos de repelentes naturais, como a citronela, ou químicos. No entanto, um deles tem ganhado a preferência de ecologistas e pescadores – o complexo B. Os defensores do método dizem que as vitaminas do complexo B (B1, B6 e B12) afastam os mosquitos pelo odor exalado pelos poros e recomendam uma a duas cápsulas por dia. Porém, a ingestão deve começar uma semana antes da ida aos locais infestados e continuar durante a permanência. Por outro lado, os cientistas afirmam que o método não deve se único, pois a eficiência do complexo B varia conforme o metabolismo das pessoas. É sabido que as vitaminas do complexo B estimulam as glândulas sebáceas da pele, aumentando sua oleosidade e predispondo ou agravando os quadros de acne (espinha). Ainda são ótimos estimulantes do apetite, contribuindo para a epidemia de sobrepeso e obesidade. Infelizmente, ainda não existe uma vacina para proteger o homem contra a picada de todas as espécies de mosquitos, desde o gênero Culex, que infernizam o sono da população, até os que transmitem diversas enfermidades, como a dengue, doença de chagas, doença do sono etc. Em relação à dengue os estudos sobre a vacina estão bem adiantados, pois já foram experimentadas em camundongos com sucesso. Os pesquisadores esperam que as primeiras vacinas sejam distribuídas em dois anos. Entre nós, o Instituto Butantã lidera as pesquisas. O grande problema é criar um imunizante que seja eficaz contra os quatro tipos de vírus, sendo que três circulam no Brasil. As pessoas que sofreram com os sintomas da dengue (febre quebra-ossos) estão vacinadas apenas contra um dos tipos de vírus. Por isso, podem adquirir novas infecções pelos demais tipos. Um agravante é o quadro de dengue hemorrágico que aparece nos indivíduos com re-infecção da doença. De qualquer forma, ninguém merece a picada desses insetos, que vieram ao mundo somente para atazanar a vida das pessoas. Mário Cândido de Oliveira Gomes, médico

JORNAL IPANEMA - 2 de outubro de 2010


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