A Arte do Terror - Volume 4

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A Arte do Terror – Volume 4

Pecados Eduardo Sussumo Smozono Belo Horizonte, 11 de setembro de 2011. Caríssimo Benício. Que a graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco. Caro Benício, como bem sabe; prometi a sua mãe, Dona Quitéria, que eu olharia por você, ainda que distante. E assim tenho feito, sempre que possível quando o Frei Estevão vem à capital, ele traz as novas a seu respeito, sei que é um noviço notável e brilhante na arte da oratória, é esperado que se torne um grande sacerdote. Assim, certamente compartilho os sentimentos de felicidade e orgulho com a nossa amada Dona Quitéria, que está ao lado de Nosso Senhor. No entanto Benício, agora que se aproxima o seu vigésimo aniversário natalício, se faz necessário trazer algumas questões até então desconhecidas para você. Por isso quero que, antes de mais nada, abra o seu coração e sua mente. E lembre-se dos laços fraternais que nos unem pela Ordem Diocesana. Há muitos anos, quando eu era apenas um jovem padre recém ordenado, fui enviado para o interior das Gerais, onde assumi como pároco de uma pequena comunidade, próxima ao São Francisco. Foi quando sofri o acidente que me deixou dias em coma e retornei sem memória do ocorrido. Depois de um certo tempo, no meio da noite, batem na porta da casa paroquial, ao atender, um senhor aparentando uns sessenta anos, todo molhado pela tempestade vem ao meu encontro, em busca de socorro, afirmava que sua filha estava possuída por um espírito ou coisa assim. Eu o repreendi imediatamente, mas tamanha foi a sua insistência que acabei sendo convencido a acompanhá-lo.

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