Edição no. 03

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Sênior - Jornal da Terceira Idade

Medicina

Junho de 2009

Mal de Alzheimer apaga a memória Pesquisas que retirar da velhice a imagem de decadência mental

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ais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de Alzheimer, doença que apaga a mente do portador desse mal. Em todo o cérebro normal, os neurônios são como luzes numa casa iluminando os aposentos e os corredores entre os quartos. O Alzheimer age como alguém desligando todas essas lâmpadas, levando aos poucos, à completa escuridão. E não há nada que se possa fazer para frear a doença. Após o diagnóstico, os pacientes podem viver anos (em média de oito a quatorze) e morrem geralmente devido a complicações associadas ao mal, como uma pneumonia ou outra infecção. Esse quadro deve mudar nos próximo anos, segundo acreditam neurologistas do Hospital geral de Massachusetts, o centro de formação de alunos de medicina da Universi-

dade de Harvard. Ali um grupo de cientistas está testando uma vacina para combater as placas beta-amilóides no cérebro, uma das proteínas responsáveis pela morte dos neurônios do paciente e possivelmente a causa da doença. Para que a vacina pudesse ser testada em animais, os pesquisadores usaram ratos transgênicos, animais programados geneticamente para desenvolver

a doença. Os primeiros resultados da vacina foram surpreendentes: as cobaias não apenas deixaram de desenvolver a proteína vilã, como a vacina conseguiu limpar cerca de 70% das placas beta-amilóides existentes. Os dados sugerem que o mesmo pode ocorrer no cérebro humano, dizem os pesquisadores, que acreditam que estamos cada vez mais perto de encontrar um tratamento eficaz para bloquear

a ação do Alzheimer no cérebro. Será possível prever as chances que cada pessoa tem de desenvolver a doença no futuro? Para responder a essa pergunta os pesquisadores foram à caça de prováveis genes que acionariam essas alterações químicas no cérebro. Em 1992, um estudo mostrou que 65% dos pacientes de Alzheimer tinham uma variação genética comum, a presença de um gene conhecido como APOE 4 no cromossomo 19. Como essa variação não garante com precisão que a pessoa venha a desenvolver a doença, o exame somente é recomendado como uma espécie de confirmação do diagnóstico, em pacientes que já apresentam sinais da moléstia. Sabe-se também que a hereditariedade é um fator decisivo em casos mais raros da doença, quando ela inicia antes de o paciente completar 50 anos, o

Alzheimer precoce. Enquanto a ciência não consegue uma terapia genética e novos medicamentos não chegam, os pacientes tem de se contentar com as poucas drogas disponíveis no mercado. Elas não impedem a evolução da doença. Atuam nos sintomas, preservando as funções cerebrais que ainda não foram atacadas. A cada 9 pacientes que tomam a medicação, três apresentam melhora significativa da memória e da atenção, outros três tem uma melhora discreta e o último terço não tem melhora perceptível. Além desses medicamentos, o resultado de uma pesquisa com 678 freiras americanas, sugere que uma das formas de prevenção do mal é manter em alta a vida intelectual. Após analisar em arquivos antigas redações dessas religiosas, escritas quando elas haviam acabado de ingressar no convento, o pesquisador da Universidade Kennedy teve uma surpresa: as autoras das melhores redações eram também as menos afetadas pelos sintomas de Alzheimer. Também concluiu que as freiras que cultivaram emoções positivas durante a vida e se tornaram resistentes a problemas de memória e de comportamento. Resta saber se isto não prova apenas que elas tinham uma mente saudável desde jovens, enquanto as mais suscetíveis ao Alzheimer já apresentavam sinais precoces que iriam desenvolver a doença no

Certo dia você acorda e não reconhece a mulher deitada ao seu lado na cama. Recebe abraços carinhosos de estranhos que lhe chamam de pai e nem imagina de onde eles tiraram essa idéia maluca. É incapaz de lembrar passagens marcantes da sua vida - até mesmo que um dia você foi presidente dos Estados Unidos. Essa história é real: Ronald Reagan, o ex-presidente dos Estados Unidos, não se lembra de que foi presidente. Em 1994, ele admitiu publicamente que sofria de Alzheimer, doença que ataca de forma gradativa as células do cérebro, causando perda de memória, confusão mental e mudança de comportamento, até extirpar qualquer vestígio de vida intelectual. No limite, o Alzheimer compromete a habilidade do indivíduo para andar, falar e engolir alimentos. futuro, ou em um estado mental favorável é fundamental para a saúde. Uma das maiores contribuições da pesquisa sobre o Alzheimer é retirar da velhice a imagem de decadência intelectual. Ou seja: não existem velhos gagás. Apenas pessoas doentes que em breve poderão curar-s, voltando a exercer todas as suas faculades.

Junho de 2009

Personalidade

Sênior - Jornal da Terceira Idade

Vida longa sem nunca envelhecer Para José Ricardo ser velho e ser idoso são coisas diferentes

Prof. José Ricardo, que tem vários livros publicados, é autor de obras sobre a 3ª Idade

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professor José Ricardo é um homem de cultura eclética. Sabe sobre tudo e sobre tudo profundamente. Ele é um jornalista que exerceu formalmente a profissão aqui e no exterior. Durante largos anos trabalhou na BBC de Londres, a mais prestigiosa e conhecida emissora

de rádio do planeta. Com total domínio do idioma inglês, com sua pronúncia britânica impecável, trabalhou como locutor e redator daquela emissora. No seu posto de trabalho vivenciou e testemunhou praticamente todos os grandes acontecimentos da história da humanidade da segunda

metade do século vinte. Do robusto acervo literário do prof. José Ricardo, que inclui obras sobre comportamento humano, filosofia, pedagogia e literatura, destaca-se um pequeno texto conhecido, hoje, quase universalmente. Trata-se de uma grande síntese, em que

o autor estabelece de forma sublime a diferença entre ser velho e ser idoso. Esse texto vai publicado na íntegra em outro local desta página. O prof. José Ricardo que escreveu o livro “Aprenda a curtir os seus anos dourados”, aprendeu a separar o ter do ser, desfrutando as pequenas grandes coisas da vida, em detrimento dos espalhafatosos eventos que tanto envaidecem as pessoas. Ele escreveu e sabe que “Anos dourados são Anos Sonhados”... Aos 84 anos, ao lado de sua mulher (e penso que sua musa inspiradora) vive com a alegria de adolescente e o entusiasmo de homem jovem que tem a capacidade de sonhar e de realizar. * O autor é jornalista e escritor, autor dos livros Aprenda a Curtir seus Anos Dourados, Anos Dourados e Anos Sonhados e O Dia de Cada Um todos pela Editora Vozes.

Utilidade Pública

Mensagens de interesse do leitor Este é um espaço franqueado aos nossos leitores para publicação de pequenas mensagens. Para desfrutar deste espaço não há formalidade alguma. Basta mencionar o endereço e o nº do seu RG ou do seu CPF (A exigência não é nossa. É uma obrigação legal). Façam bom uso da nossa Utilidade Pública! Quer exibir o cão Sou leitora de seu jornal e gostaria de fazer uma sugestão e ao mesmo tempo um pedido. Tenho um cãozinho que é uma alegria para a minha vida. Gostaria tanto

de ver o retratinho dele Quer casar no jornal será possível Ilmos. Senhores do Jornal Sênior

publicar a carinha dele? Arminda Soberano Kreuz Quer vender Quero vender apartamento de 2 dormitórios, terraço de 25 m2 e churrasqueira, semi mobiliado pelo preço de R$ 250 mil. Telefone 47 3367-5077 Ione Tarma

Eu também pertenço à 3ª idade, tenho 67 anos de idade, moro com meu filho de 40 anos de idade, porém o mesmo tem deficiência mental, embora tenha 40 anos, tem uma mente de um rapaz de 10 a 12 anos. Sou divorciado, minha ex mulher foi embora há 36 anos, deixou o filho comigo com 4 anos de idade. Pois bem, tentei a sorte com outras mulheres, mas não deu certo, pois elas não aceitavam meu filho e ou-

tros problemas a mais. Porém acho que nunca é tarde para ser feliz. Se possível, gostaria que publicassem o seguinte: Gostaria de conhecer uma mullher de 50 a 60 anos de idade, sem filhos, viúva, solteira ou separada, que seja simples, pobre ou não. Não tenho preconceitos de raça, pode ser branca, preta, japonesa etc. Seria para futuro compromisso. Tenho 67 anos, sou divorciado pobre e simples. Escrevam-me. Jair Antossem Caixa Postal 1086 88330-972 Balneário Camboriú - SC

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