Revista ABRATI - nº 65 ano 16 / junho 2011

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Viação Cometa dá lições de excelência em manutenção Montadoras já estão prontas para atender o Proconve P7 JUNHO/2011 ANO 16 Nº 65

Geração 7

Marcopolo lança o Low Driver 1600 e o DD 1800 Empresas aperfeiçoam suas práticas ambientais


Paradiso 1800 DD

5HVSHLWH D VLQDOL]DomR GH WUkQVLWR


Paradiso 1600 LD

Bem-vindo a bordo do lançamento duplamente surpreendente: Paradiso 1800 DD e Paradiso 1600 LD. Os novos modelos de ônibus rodoviários complementam a família da Geração 7, que já contava com o Paradiso 1200, Paradiso 1050, Viaggio 1050 e Viaggio 900. Os novos veículos estabelecem novos padrões de segurança e conforto para o mercado brasileiro e internacional.

APROXIMANDO

PESSOAS

w w w.mar c opol o.c om.br


S umário

12 A Marcopolo lança os ônibus 1800 DD e 1600 LSE e completa sua linha Geração 7.

54 A preocupação com o treinamento do pessoal e com a cuidadosa manutenção dos ônibus responde por boa parte da famosa qualidade dos serviços da Viação Cometa. A Irizar comemora 120 anos empenhada em vigoroso processo de expansão internacional.

32 Faz 100 anos que a Scania produziu o Nordmark, o primeiro ônibus sueco, em 1911.


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As operadoras brasileiras de transporte rodoviário de passageiros preocupam-se cada vez mais em garantir a sustentabilidade de todas as suas operações.

LEIA MAIS: Cartas............................................ 6 Carta do Presidente ...................... 7 Bagageiro ..................................... 8 Eleita a nova Diretoria ................ 10 Clésio Andrade homenageado .. 26 Meio ambiente ........................... 28 Ônibus a etanol.......................... 50 Opinião....................................... 58

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22 No Brasil, montadoras e encarroçadoras já oferecem em seus veículos os mais avançados dispositivos e equipamentos voltados à segurança das operações.

A Mercedes-Benz apresenta a tecnologia que usará nos seus veículos pesados a partir de 1º de janeiro de 2012 para atender à nova legislação sobre emissões.

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A Michelin apresenta o pneu X Multiway para ônibus e caminhões, e lança um sistema de reserva prévia da primeira recapagem.


C artas

PLANALTO 1

RODOMOÇAS

Gostaria de parabenizar toda a equipe da Revista ABRATI pela maravilhosa matéria sobre os G7 da empresa gaúcha Planalto. Gostei bastante, também, da matéria sobre a Induscar/ Caio, empresa cujo foco atual é o mercado urbano. João Henrique Zöehler Lemos www.buspf.blogspot.com

Muito boa a ideia da Util de trazer de volta, pelo menos em alguns horários ou roteiros, as simpáticas rodomoças. Acho que elas criam um clima bem mais agradável e menos monótono durante as viagens mais longas, além de elevarem o padrão dos serviços. Boa também a iniciativa de oferecer aos passageiros algumas informações sobre os lugares ao longo da rota. Plínio José da Conceição SETE LAGOAS – MG

PLANALTO 2 Há muito pouco tempo nós, passageiros, não podíamos imaginar que as viagens de ônibus iam ficar ainda mais agradáveis. Há duas semanas embarquei na rodoviária de Porto Alegre num ônibus com wireless da Planalto. Antes, conheci a sala VIP da empresa. Infelizmente eu não estava com o meu laptop, mas vi passageiros tendo acesso à internet sem nenhuma dificuldade. Ivo Borges Aranha URUGUAIANA - RS

COMIL Gostaria de parabenizá-los pela excelente revista que é a ABRATI, cumprindo seu papel no meio de comunicação do transporte rodoviário de passageiros. Aproveito para enviar meus cumprimentos à Comil Carrocerias para Ônibus pelas suas 35.000 carrocerias. Elias Mazzola BENTO GONÇALVES – RS

ENDEREÇO 1 Gostaria de parabenizá-los pelas excelentes matérias sobre ônibus. Gostaria de ver matérias referentes às empresas Unesul e Eucatur, empresas das quais sou admirador. Gostaria de me corresponder com busólogos. Júlio Roberto Cardoso Gonçalves Rua Florianópolis, 152 Bairro Mato Alto CEP 94195-240 – GRAVATAÍ – RS

ENDEREÇO 2 Escrevo para agradecer por ter recebido mais uma Revista ABRATI. Aproveito para pedir que publiquem meu nome e endereço para efeito de correspondência com busólogos. Cristóvão Santos da Rocha Av. Getúlio Vargas, 165 – Centro CEP 57100-000 – RIO LARGO - AL

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QUALIDADE Como passageiro que viaja de ônibus pelo menos duas vezes por ano, acompanho com muita atenção os esforços das empresas interestaduais para continuar elevando o padrão de qualidade dos serviços. Dá para perceber a preocupação com o treinamento dos funcionários. Em muitos casos, é visível o orgulho do pessoal em atender bem e, no caso dos motoristas, em dirigir ônibus tão modernos como os atuais. Se eu pudesse sugerir alguma coisa para melhorar ainda mais os serviços, eu diria que a qualidade da comunicação com os passageiros na hora do embarque e dentro do ônibus ainda pode ser melhorada. Cristiano Valter dos Anjos GOIÂNIA - GO

Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros Presidente Renan Chieppe Vice-Presidente Luiz Wagner Chieppe Diretor Administrativo-Financeiro Paulo Alencar Porto Lima Diretores Carlos Alberto de O. Medeiros, Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu, Francisco Tude de Melo Neto, Jacob Barata Filho, Leônidas Elias Júnior, Letícia Sampaio Kitagawa, Mário Luft, Paulo Humberto Naves Gonçalves, Pedro Antonio Teixeira, Sandoval Caramori,Telmo Joaquim Nunes e Washington Peixoto Coura. Superintendente José Luiz Santolin Assessoria Técnica Ataíde de Almeida Assessoria de Comunicação Social Ciro Marcos Rosa SAUS Quadra 1 - Bloco J - Edifício CNT Torre A – 8º andar - Entrada 10/20 CEP: 70.070–944 Brasília - Distrito Federal Telefone: (061) 3322-2004 Fax: (061) 3322-2058/3322-2022 E-mail: abrati@abrati.org.br Internet: http://www.abrati.org.br A Revista ABRATI é uma publicação da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros Editor Responsável Ciro Marcos Rosa Produção, edição e editoração eletrônica Plá Comunicação – Brasília Editor Executivo Nélio Lima – MTb 7903 Impressão Gráfica e Editora Athalaia – Brasília Foto da capa Divulgação Esta revista pode ser acessada via internet: http://www.abrati.org.br


C arta

do Presidente

ma das coisas que ainda causam surpresa – e problemas – às empresas de ônibus que operam linhas internacionais, interestaduais e intermunicipais é a questão dos atuais limites legais de peso por eixo, conjunto de eixos e peso total. Eles não foram modificados desde a época em que o comprimento máximo para ônibus (e caminhões) não articulados era 12m. Há algum tempo, a dimensão já é 14m – ou seja, 6t no eixo dianteiro, 10t no eixo traseiro, 13,5t nos eixos traseiros duplos, sendo um de quatro e outro de dois pneus, e 16t e 19,5t no total para os veículos de dois e de três eixos, respectivamente; os double deckers de quatro eixos têm como limites de peso 12t na dianteira, 13,5t na traseira e 25,5t no total. Ao longo dos anos, as carroçarias de ônibus brasileiras – cujo padrão é de Primeiro Mundo – vêm incorporando uma série de melhorias que se traduzem em maior conforto para os passageiros, sendo o ar-condicionado apenas um dos exemplos. Os chassis de ônibus (e de caminhões) nacionais agregam o que existe de mais moderno em tecnologia e, a partir de 1º de janeiro de 2012, estarão dotados de motores da geração Euro 5 ou Proconve 7, aptos a atender o nível de emissões exigido a partir daquela data. Só que tudo isso pesa e não é pouco: para que se tenha uma noção, estima-se que somente o novo motor, o catalizador, filtros e o tanque para o Arla-32 (Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo) aumentem em até 300kg o peso dos veículos. Outros tantos quilos serão acrescentados com a obrigatoriedade de se reforçar as carroçarias visando maior segurança no caso de capotamento (roll over), conforme preconizado na Resolução Contran nº 316, de 08/05/2009. E por aí vai. Obviamente, ninguém pode ser contra maior comodidade e segurança para os passageiros, nem contra motores que poluem menos. Exceto o conforto – exigência do mercado – os demais itens foram impostos – corretamente, diga-se – pelo próprio Governo. Daí a surpresa mencionada acima de o mesmo Governo, pelo que consta, ter sido refratário até, agora, à revisão dos limites legais de peso – os quais foram fixados por ele mesmo por meio da Resolução Contran nº 210, de 13/11/2006. A surpresa aumenta quando se verifica que ônibus (e caminhões) da Argentina, Paraguai e Uruguai, que juntos com o nosso País formam o Mercosul, antes mesmo de se falar em motores Euro 5 e normas para reforçar a segurança das carroçarias, estão liberados para rodar no Brasil com limites de peso superiores aos fixados para os veículos nacionais. É exatamente isto o que estabelece o Decreto nº 7.282, de 01/09/2010: por exemplo, eixos traseiros simples com quatro pneus têm como limite 10,5t (em vez das 10t) e duplos com quatro mais dois pneus têm como limite 14t (em vez das 13,5t). Concluindo, registra-se aqui a expectativa da ABRATI de que o Governo reexamine a questão e aumente o limite legal dos pesos para que seja possível atender às normas baixadas por ele que obrigam motores com novas tecnologias para se adequar aos níveis de emissão e reforço das carroçarias para aumentar a segurança. A ABRATI espera que os órgãos governamentais revejam essa posição, não fazendo distinção dentro do território nacional em prejuízo das empresas brasileiras.

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Júlio Fernandes

A questão dos limites legais de peso

Renan Chieppe, Presidente da ABRATI.

Registra-se aqui a expectativa da ABRATI de que o Governo reexamine a sua posição e aumente o limite legal dos pesos para que seja possível atender às normas baixadas por ele que obrigam motores com novas tecnologias para se adequar aos níveis de emissão e reforço das carroçarias para aumentar a segurança.

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BAGAGE I RO SEMINÁRIO

MARCA

PETROBRAS GARANTE ABASTECIMENTO DE DIESEL S50 A PARTIR DE JANEIRO DE 2012

CAIO INDUSCAR DIVULGA NOMES DOS GANHADORES DO CONCURSO DE FOTOS A Caio Induscar promoveu um concurso entre admiradores de ônibus da marca. Os concorrentes enviaram fotos de ônibus Caio, antigas ou novas, para serem selecionadas por colaboradores do Departamento de Comunicação e Marketing e Design da empresa, segundo critérios de relevância histórica,

originalidade e beleza. Houve três ganhadores: Shalon Ferreira de Melo, de São Paulo-SP, Fabiano Afonso Zimmer, de Porto Alegre-RS e Gustavo César de Ávila e Silva, de IpatingaMG. Como prêmio, eles ganharam uma viagem a Botucatu-SP, onde visitaram as instalações da fábrica da Caio Induscar e receberam brindes.

Operadoras de linhas rodoviárias poderão adiar compras de ônibus.

ATENDIMENTO

A Petrobras está investindo US$ 73,6 bilhões para assegurar o abastecimento do mercado interno com o diesel S50 a partir de 2012. Foi o que informou o consultor de negócios da empresa, Sérgio Fontes, em apresentação feita no seminário “Diesel e Emissões em Debate”, promovido no dia 30 de maio, em São Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea. Segundo ele, já existem 11 polos de venda do S50 espalhados pelo Brasil. Fontes estimou que 87% da demanda pelo produto no próximo ano serão plenamente abastecidos. Outro participante do seminário, Achille Liambos Jr., diretor da divisão de Arla 32 da Yara Brasil, que produz o aditivo Arla

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32, afirmou que não haverá problema quanto à disponibilidade do produto em todo o Brasil. O Arla 32, assim como o diesel S50, são considerados fundamentais para que os veículos pesados produzidos a partir de 1º de janeiro de 2012 possam atender às exigências da norma Proconve P7. A ABRATI foi representada no seminário pelo seu diretor Cláudio Nélson Abreu, da Viação Santa Cruz. Ele explicou aos participantes que as operadoras de ônibus rodoviários poderão adiar suas compras de veículos Euro 5/Proconve P7 até que não restem mais dúvidas em relação à disponibilidade de diesel S50 e Arla 32, bem como em relação ao preço com que esses novos produtos chegarão ao mercado.

MERCEDES-BENZ ELEITA EMPRESA DO ANO PELO PRÊMIO CONSUMIDOR MODERNO Pela qualidade dos serviços prestados por sua Central de Atendimento ao Cliente, a Mercedes-Benz foi escolhida Empresa do Ano, pelo voto popular, no 12º Prêmio Consumidor Moderno de Excelência de Serviços ao Cliente. A montadora venceu nas categorias “Caminhões” (pela segunda vez) e

“Automóveis de Luxo” (pela décima vez). Considerado a principal iniciativa de reconhecimento do atendimento ao consumidor no Brasil, o prêmio destaca as empresas que privilegiam a excelência no relacionamento com clientes e que mantêm elevados indicadores de satisfação, retenção e lealdade.

Vista parcial da Central de Atendimento ao Cliente da Mercedes-Benz.


MEIO AMBIENTE

TRANSBORDO

MONTADORAS MOSTRAM QUE JÁ PODEM ATENDER EXIGÊNCIAS DO PROCONVE P7

IRIZAR ENTREGA DEZ ÔNIBUS CENTURY PARA OPERAÇÃO EM AEROPORTOS

As montadoras Scania, Mercedes-Benz e Volvo aproveitaram a realização do C 40 Large Cities Climate Summit, em São

O veículo a etanol da Scania: a experiência começou na Suécia.

O Hibribus, da Volvo: duas fontes de energia em uma operação.

Paulo, no início de junho, para demonstrar algumas alternativas para atender as exigências sobre emissões contidas na norma Proconve P7 (Euro 5), que passa a vigorar em 1º de janeiro do próximo ano. Cada uma das três transportou participantes do Summit em ônibus com baixa emissão de gases poluentes. A Scania usou e divulgou o seu ônibus a etanol. A MercedesBenz apresentou ônibus urbanos que utilizam diesel de cana-de-açúcar como combustível. Já a Volvo, mostrou o Hibribus, um ônibus híbrido que alterna, durante a operação, o uso de motores elétricos e de um motor a diesel.

Os ônibus Century, fotografados na frente da fábrica, em Botucatu.

A Irizar, de Botucatu, entregou à Pássaro Marron dez unidades do seu modelo Century especialmente configurado para Airport Service. A carroçaria está montada

sobre chassis MercedesBenz O 500 RS. O ônibus tem 42 poltronas supersoft, duas mesas de jogos, arcondicionado climatIzado, vidros colados, DVD, dois monitores e banheiro.

QUALIDADE

MASCARELLO RECEBE CERTIFICAÇÃO A encarroçadora Mascarello acaba de receber a certificação ISO 9001:2008, válida até junho de 2014, por implantar e manter um Sistema de Gestão de Qualidade para projeto, desenvolvimento e montagem de carroçarias de ônibus urbanos, rodoviários e micros. AGENDA

VOLVO PROMOVE EM BRASÍLIA NOVO FÓRUM SOBRE SEGURANÇA NO TRÂNSITO Testado pela Viação Santa Brigida, o diesel de cana-de-açúcar aprovou.

CARROÇARIA

ÔNIBUS COMIL ENTRE PARNAMIRIM E NATAL A Comil forneceu oito carros do modelo Piá e dois do modelo Midi à Associação dos Transportes Opcionais de Médio Porte de Parnamirim, Rio Grande do Norte. Os

carros vão atender as linhas intermunicipais da região metropolitana de Natal. A Associação tem programação para renovar toda a sua frota, que atualmente é de 28 ônibus.

A Volvo e a OHL Brasil realizam no dia 15 de junho, no Centro de Convenções de Brasília, o Fórum Volvo-OHL de Segurança no Trânsito. O objetivo é oferecer uma agenda para que o Brasil possa aproveitar a Década Mundial de Ações de Segurança no Trânsito, além de um plano de

segurança nacional para os próximos anos. O programa inclui duas palestras principais que vão ser dadas pelo especialista australiano Eric Howard e pelo diretor-geral de trânsito da Espanha, Pere Navarro Olivella. As inscrições são gratuitas e feitas no site www.volvo.com.br/pvst

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BRATI

Associadas escolhem a nova Diretoria O presidente Renan Chieppe foi reconduzido. O mandato da nova Diretoria e do Conselho Fiscal se estenderá até 22 de junho de 2014. Expressivo número de representantes

a manhã do dia 24 de maio, as associadas da ABRATI realizaram assembleia com a finalidade de proceder à eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal da entidade para o triênio de 23 de junho de 2011 a 22 de junho de 2014. Renan Chieppe, da Viação Águia Branca e atual presidente, foi reeleito por aclamação. Luiz Wagner Chieppe, da Viação Salutaris e Turismo, foi eleito vice-presidente. Também por aclamação foram reconduzidos vários diretores, e escolhidos novos nomes. Veja no quadro abaixo a relação completa dos representantes das associadas que estarão à frente da ABRATI a partir de agora.

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Nome Renan Chieppe Luiz Wagner Chieppe Paulo Alencar Porto Lima Carlos Alberto Oliveira Medeiros Cláudio Nelson Calhau R. Abreu Francisco Tude de Melo Neto Jacob Barata Filho Leônidas Elias Júnior Letícia Sampaio Kitagawa Mário Luft Paulo Humberto Naves Gonçalves Pedro Antonio Teixeira Sandoval Caramori Telmo Joaquim Nunes Washington Peixoto Coura Gentil Zanovello Affonso Joel Fernandes Rodrigues Roger Mansur Teixeira Luiz Antonio Pretti Pedro Nemésio de Faria Rinaldo Pires de Miranda

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Júlio Fernandes

das associadas participou da eleição, realizada na sede da ABRATI, em Brasília.

O presidente Renan Chieppe agradeceu a confiança das associadas.

Empresa Viação Águia Branca S/A Viação Salutaris e Turismo S/A Expresso Guanabara S/A Taguatur - Taguatinga Transp. Tur. Ltda Viação Santa Cruz S/A Empresa Auto Viação Progresso S/A Real Expresso Ltda Viação Araguarina Ltda Viação Sampaio Ltda Viação Garcia Ltda Empresa de Transportes Andorinha Ltda Planalto Transportes Ltda Reunidas S/A – Transportes Coletivos Auto Viação 1001 Ltda Empresa Gontijo de Transportes Ltda Expresso Itamarati S/A Viação Cidade do Aço S/A Pluma Conforto e Turismo S/A Viação Pretti Viação Motta Ltda Viação Riodoce Ltda

Cargo Presidente Vice-Presidente Diretor Adm/Financeiro Diretor Diretor Diretor Diretor Diretor Diretora Diretor Diretor Diretor Diretor Diretor Diretor Conselho Fiscal - Titular Conselho Fiscal - Titular Conselho Fiscal - Titular Conselho Fiscal - Suplente Conselho Fiscal - Suplente Conselho Fiscal – Suplente



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ançamento

Geração 7 da Marcopolo agora está completa Menos de dois anos depois do lançamento oficial da Geração 7 de suas carroçarias para ônibus, a

Fotos: Divulgação

Marcopolo completou a linha apresentando os novos Paradiso Double Decker 1800 e Low Driver 1600.

s mercados brasileiro e sul-americano ressentiam-se da falta de um DD e de um Low Driver com design mais coerente com os novos ônibus da Geração 7, que, como se sabe, desde o seu lançamento, em meados de 2009, atraíram boa parte da preferência das operadoras de transporte rodoviário de passageiros. A expectativa foi finalmente satisfeita no

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dia 24 de março, quando, na unidade Ana Rech da Marcopolo, em Caxias do Sul, os principais executivos da encarroçadora apresentaram os dois novos modelos. Ambos são bastante impactantes, pelo seu desenho futurista, no qual se sobressaem as linhas arrojadas , o para-brisa panorâmico — maior e mais curvo —, além do novo conjunto ópti-

co. Também foram projetados novos espelhos retrovisores. Para favorecer as operadoras que utilizam o Paradiso Low Driver, os projetistas da Marcopolo decidiram equiparar sua altura à do Paradiso DD 1800: 4,10 metros. Disso resultou o maior bagageiro da categoria em todo o mundo, com 1,60 metro de altura e 15 metros cúbicos de capacidade de carga.


Paulo Belini, presidente do Conselho da Marcopolo, esteve presente ao lançamento.

Paulo Corso, diretor de Vendas, prevê tendência de uso de ônibus maiores.

O designer José Carlos Bohrer coordenou o desenvolvimento dos novos Geração 7.

MERCADOS Segundo Paulo Corso, Diretor de Vendas da Marcopolo, o Paradiso DD 1800 tem sido mais vendido no mercado externo do que no Brasil, e essa tendência deve ser mantida em relação ao novo modelo da Geração 7. Corso prevê uma evolução de aproximadamente 10% nas exportações desse ônibus em 2011, inclusive por conta da possível tendência das operadoras de utilizar ônibus de grande tamanho. Argentina, Chile, Peru, Paraguai, Bolívia e África do Sul são os principais países compradores. Em relação ao mercado interno, o executivo da Marcopolo projeta a venda de pelo menos 150 unidades do DD 1800, já considerando que possíveis compras haviam sido congeladas por clientes que, desde o lançamento da Geração 7, em 2009, aguardavam a chegada do novo ônibus.

nutenção. Ainda no que diz respeito à segurança, os corrimãos instalados no acesso ao salão de passageiros foram posicionados de forma mais acessível e ganharam iluminação em LEDs, com sensores de presença que acendem e apagam as luzes automaticamente. O modelo LD 1600 conta, ainda, com uma meia parede com pega-mão.

toda em LEDs e as luzes são indiretas, o que torna o ambiente mais agradável para os passageiros. Os LEDs estão presentes também nas luzes de leitura dos porta-focos e têm acionamento por toque. No porta-focos estão ainda as saídas individuais para o ar-condicionado, um plug para fone de ouvidos e o controle de volume do som. Monitores em LED de 15 polegadas estão posicionados no teto ao longo de todo o salão, com visibilidade de qualquer poltrona. Além deles, há um monitor, também em LED, de 23 polegadas, instalado na posição frontal. Outra inovação introduzida nos veículos é o teto solar panorâmico no salão de passageiros. Os dois modelos receberam novo sanitário, cujo interior foi redesenha-

SEGURANÇA Talvez pelo fato de que o novo design fala por si, os executivos da Marcopolo preferiram enfatizar outras novidades dos dois novos ônibus, principalmente no que se refere a conforto, ergonomia e segurança. Sob este último aspecto, por exemplo, a adoção de LEDs nas luzes de direção e de posição (farol diurno) foi apontada como um avanço que aumentou a eficiência luminosa e a durabilidade. Obviamente, a maior vida útil reduz a necessidade de substituição ou ma-

PRIORIDADE AO LED No que se refere ao conforto, os dois veículos ganharam novas portas, mais largas, e escadas com novo desenho dos degraus, tornando mais confortável e segura a operação de entrada e saída. A geladeira e a cafeteira estão colocadas junto à escada, bem ao alcance dos passageiros. A iluminação do salão de passageiros é

O bagageiro do novo 1600 LD tem a maior capacidade volumétrica entre todos os rodoviários.

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Fotos: Divulgação

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Foi criado um acesso interno ao bagageiro.

Iluminação suave e monitor de 23” em LED.

Escada com novo desenho: mais segurança.

O banheiro: redesenhado e reposicionado.

do, ganhando cores e iluminação diferenciadas, e nova entrada de ar-condicionado. O exaustor foi reprojetado para fazer o menor ruído possível e aumentar sua eficiência na renovação do ar natural. A torneira e a descarga passaram a ter acionamento sensível ao toque e a pia foi reposicionada no sentido longitudinal. Nos dois modelos, o uso de vidro e de plástico de engenharia nas portas e nas paredes de separação permitiu aumentar a área livre para os passageiros. No caso do Paradiso DD 1800, a iluminação também é em LED com luzes indiretas no piso inferior. A renovação de ar natural é eficiente e

o corredor central foi revestido de madeira, para melhor isolamento térmico e acústico. O ar-condicionado passou a contar com novos dutos integrados ao teto e chicote elétrico separado. A porta de acesso ao piso inferior abre para o lado de fora, o que facilita a locomoção dos passageiros sem interferir nas poltronas. AERODINÂMICA A exemplo dos demais modelos da Geração 7, os dois novos ônibus foram desenvolvidos com a ajuda de testes em túnel de vento. Os carros também foram exaustivamente experimentados na pista de testes da encarroçadora,

A nova cabine ficou ainda mais ergonômica.

Altura é a mesma nos dois modelos O Paradiso DD 1800 está disponível nas versões 6x2 e 8x2, com 13,20 metros de comprimento e 14 metros de comprimento, respectivamente. A largura é de 2,60 metrtos e a altura, de 4,10 metros. O preço básico é de R$ 950.000,00. Quanto ao Paradiso LD 1600, tem as versões 4x2 e 6x2, ambas com 14 metros de comprimento, 2,60 metros de largura e a mesma altura do DD: 4,10 metros. A anterior versão do LD tinha altura um pouco menor. Seu preço básico é de R$ 850.000,00. Mais conforto para o motorista e o auxiliar.

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em Caxias do Sul. José Carlos Bohrer, designer da Marcopolo e coordenador da equipe que trabalhou no desenvolvimento da Geração 7, informa que foram alcançados índices ainda mais expressivos que os da Geração 6 no que se refere ao peso dos veículos e à aerodinâmica, com reflexo direto no consumo de diesel. O coeficiente de resistência aerodinâmica (CX) passou a ser de apenas 0,42, sabendo-se que é de 0,32 em um automóvel bem desenhado, enquanto um caminhão com defletor apresenta um CX de 0,74. André Luis de Oliveira, consultor de mercado da Marcopolo, lembra que, em consequência desse novo avanço, a redução do consumo de diesel pode chegar a 8% na comparação com o desempenho da geração anterior. MOTORISTA E AUXILIAR No caso do motorista e do auxiliar, a preocupação foi com o conforto, a ergonomia e a facilidade de condução do veículo. Nos dois modelos, a cabine foi totalmente redesenhada, recebendo

André Luis de Oliveira: destaque para a economia de combustível nos dois novos modelos.

nova porta, novo painel frontal, novo piso e novas poltronas. As linhas do acabamento interior da cabine têm texturas mais “amigáveis” e os comandos ficam projetados, de modo a ser alcançados com maior facilidade pelo motorista. O novo painel tem satélites laterais retráteis e incorpora todos os instrumentos, entre eles display da câmera de ré, câmeras internas e sistema multiplex de funções conjugadas de

todos os equipamentos do ônibus. Os postos do motorista e do auxiliar foram reprojetados para facilitar o acesso e melhorar a visibilidade externa. O painel teve reposicionadas as saídas de ar e o sistema de ventilação ganhou em eficiência. O motorista e o auxiliar contam com iluminação individual com acionamento sensível ao toque. Existem porta-objetos atrás da poltrona e a poltrona do condutor auxiliar está colocada mais para trás.

O novo DD 1800 vai ajudar a Marcopolo a incrementrar em pelo menos 10% suas exportações, especialmente para a América do Sul.

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Michelin lança o pneu X Multiway Com melhor performance (primeira vida 20% maior), o novo pneu X Multiway para ônibus e caminhões é fabricado com um novo composto de borracha e é dez milímetros mais largo. A Michelin também está

omo parte das comemorações dos 30 anos de sua instalação no Brasil, a Michelin lançou em maio uma nova geração de pneus para ônibus e caminhões, designada X Multiway. Simultaneamente, apresentou a inovação com a qual pretende mudar os hábitos de compra dos usuários de sua marca. Denominada Vida Total, a proposta pretende levar o usuário a pensar mais à frente no momento da compra do pneu: ao invés de contentar-se apenas com a chamada “primeira vida” e só mais tarde pensar na recapagem, decidir desde o início a quem vai ser confiada essa tarefa. É o que o fabricante chama de “compra integrada de produtos e serviços da Michelin”. Inicialmente, está sendo apresentada uma única versão do novo pneu — a 295/8 R22.5 X Multiway XZE —, que pode ser utilizada em todas as posições, embora voltada principalmente aos eixos direcionais dos vários tipos de veículo, como ônibus, cavalo-mecânico, semi-reboque e caminhão operando em estradas asfaltadas. A Michelin destaca uma série de avanços no seu novo produto, a começar pela durabilidade. Testes comparativos realizados por empresas de transporte de cargas e de transporte de passageiros (como as interestaduais

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1001, Pluma e Graciosa), apontaram que o Multiway pode alcançar uma primeira vida 20% mais longa que a do seu antecessor, o Michelin XZE2+. A melhor performance é atribuída ao novo composto de borracha e à nova arquitetura, que inclui um dispositivo de proteção mais eficiente no fundo da escultura e um novo composto interno de borracha colocado abaixo das lonas do topo do pneu. O resultado é o menor aquecimento durante o uso e uma proteção mais eficiente da carcaça contra agressões. Assegurar a maior durabilidade possível da carcaça foi uma das preocupações que nortearam o desenvolvimento do novo pneu, de modo a viabilizar maior número de recapagens. O X Multiway é dez milímetros mais largo que o pneu anterior, o que significa maior área de contato com o solo e, portanto, mais segurança. Os sulcos também são mais largos, além de sinuosos, em benefício da aderência, da menor retenção de pedras e da maior durabilidade. Os executivos da Michelin asseguram que o novo produto mantém excelente uniformidade, proporcionando redução das vibrações, do barulho e do desgaste irregular. Por fim, lembram que o novo composto utiliza menos derivados de petróleo.

Fotos: Divulgação

lançando um novo sistema em que o comprador pode economizar também na hora da recapagem.


VIDA TOTAL Com o conceito de vida total, introduzido a partir de agora, a Michelin pretende convencer o usuário a não somente comprar o pneu novo mas a “programar”, já no ato da compra, suas futuras recapagens. Pesquisas mostram que os frotistas brasileiros consideram que a carcaça do pneu, quando bem preservada, constitui um bem de valor, já que possibilita maior número de recapagens. A Michelin aposta na tecnologia MDT (Michelin Durable Technologies) para oferecer aos usuários de seus pneus uma carcaça mais robusta, segura, resistente e durável. A essa oferta, ela agrega o argumento de que não há ninguém melhor que o fabricante para se encarregar das recapagens, reduzindo os custos operacionais do transportador e assegurando o máximo aproveitamento da vida útil do produto. Para incentivar o usuário a experimentar os benefícios da chamada compra integrada de produtos e serviços, o fabricante lançou, por tempo limitado, a Oferta Vida Total, válida para a compra de um pneu Michelin X Multiway. No momento da aquisição, o usuário pode optar pelo pagamento de um adicional de R$ 30,00 e, em retribuição, receber um bônus de até R$ 70,00. O valor do bônus será abatido no custo de uma futura recapagem Recamic ou Refill (marcas próprias do fabricante), que poderá ser feita mais tarde naquele pneu que ele acabou de adquirir ou a qualquer tempo em qualquer outro pneu Michelin de sua propriedade. Ao utilizar a Oferta Vida Total, o comprador recebe para a primeira vida do pneu adquirido a garantia de um ano contra danos acidentais. A Michelin acredita que o lançamento do novo pneu X Multiway em

articulação com o programa Vida Total poderá dar início a uma transformação do mercado brasileiro de pneus para caminhões e ônibus, introduzin-

do ou consolidando a cultura de o usuário confiar ao próprio fabricante a responsabilidade pelas futuras recapagens.

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Checklist para Ônibus Scania. Soluções para a sua frota e para quem precisa dela. Garanta uma viagem tranquila a seus passageiros. O checklist para ônibus é mais um importante Serviço criado pela Scania para oferecer a maior disponibilidade possível à sua frota e mais: 3 Comodidade: pode ser aplicado em qualquer uma das Casas Scania ou na sua própria garagem. 3 Garantia: diagnóstico Scania com a visão de um especialista Scania. 3 Economia: evita paradas imprevistas, melhorando a rentabilidade dos seus negócios. 3 Satisfação: quando sua frota não tem problemas, seu passageiro fica satisfeito. Para saber mais, consulte sua Casa Scania ou acesse www.servicos.scania.com.br.

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RINO COM


ecnologia

Divulgação

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Os novos recursos voltados à segurança Não é só na redução das emissões de poluentes por veículos automotores que o Brasil vai se igualar aos países europeus a partir de janeiro de 2012. Em termos de novas tecnologias voltadas à segurança ativa e passiva nos ônibus e caminhões, já estão disponíveis no País, oferecidos pelas montadoras, exatamente os mesmos dispositivos, conceitos e equipamentos utilizados na Europa.

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s avanços mais revolucionários alcançados pela indústria automobilística mundial com o objetivo de tornar ônibus e caminhões cada vez mais seguros para condutores e passageiros podem ser encontrados no mercado brasileiro. É possível, por exemplo, equipar ônibus e caminhões com o chamado freio de aclive (denominado em inglês de Hill Start Aid ou Hill Hold), sistema que, nas subidas, facilita o arranque do veículo se ele está parado, ou a troca de marchas, se ele está em movimento, impedindo que se desloque para trás e corra o risco de bater de traseira. Situações de emergência causadas por um eventual cochilo ou distração do motorista podem ser contornadas com a instalação de uma câmera especial que monitora permanentemente a posição do ônibus ou caminhão em relação às faixas que delimitam a pista do lado esquerdo e do lado direito. Nesse caso, qualquer tendência de saída da pista para o acostamento, ou de invasão da faixa contrária, é rapidamente detectada pelo sistema (que a Volvo chama de Lane Keeping System), sendo prontamente emitidos sinais luminosos e sonoros de alerta num primeiro momento e programadas outras ações, inclusive de frenagem do veículo, caso o motorista não retome de imediato a direção correta. Um sistema parecido, mas baseado em radar, monitora a posição do ônibus em relação ao veículo que trafega na frente, ou a obstáculos parados ou em movimento na pista, entrando em ação nos casos de aproximação perigosa. A redução da distância é detectada e o dispositivo primeiro emite sinais de advertência, depois atua levemente no sistema de frenagem e, por fim, se necessário, aciona os freios para fazer o veículo parar e evitar a colisão.

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NOVO PATAMAR Tais maravilhas tecnológicas elevam a um novo patamar os cuidados com a segurança ativa e passiva, sempre desejáveis mas, evidentemente, oferecidos a um custo inicial maior na hora da compra. Por isso, segundo as próprias montadoras, às vezes os empresários do setor de transporte de passageiros não se sentem motivados a introduzi-las em suas frotas. No entanto, algumas inovações têm sido especificadas de modo crescente pelos frotistas. Os freios ABS, por exemplo. Algum tempo depois de lançados, tornaram-se praticamente obrigatórios para grande parte das empresas. Em seguida, ganharam importantes aperfeiçoamentos que resultaram nos sistemas de freios ABS + ASR, ou no EBS. Atualmente, os empresários são os primeiros a lembrar-se desse item quando programam suas aquisições de novos veículos, pois efetivamente tornam os ônibus e caminhões mais seguros. Do mesmo modo, por causa da grande procura, equipamentos como o retarder e o câmbio totalmente automatizado, sem pedal de embreagem, tornaram-se itens de série em alguns modelos. Até mesmo os ônibus de dois eixos,de início utilizados quase exclusivamente por operadoras de turismo, continuam ganhando espaço, por causa de sua elevada capacidade de carga e por serem considerados mais seguros e confortáveis. Finalmente, itens como o freio-motor especial, que recebe diferentes designações de acordo com a montadora, são requisitados pelos frotistas por proporcionarem maior potência de frenagem, mais segurança, grande vida útil dos componentes dos freios, menor número de troca de marchas e também de

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ecnologia

Fotos: Divulgação

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Pranchas móveis e cabos de aço ajudam os técnicos a definir qual a inclinação adequada para os sensores promoverem o esvaziamento dos bolsões de ar da suspensão.

combustível, já que seu uso resulta na obtenção de maiores velocidades médias. O sucesso desses equipamentos, em parte oferecidos de série e em parte oferecidos como opcionais, tem levado os frotistas a se interessarem ainda por outros dispositivos, geralmente mais simples como, por exemplo, coluna de direção regulável, ar-condicionado na cabine, rodas de alumínio, piloto automático, sensores de desgaste das pastilhas de freio, limitador de velocidade, alarme do freio de estacionamento, detetor de fumaça dentro da cabine, luzes internas que não ofuscam a visão do condutor, alarme e imobilizador de partida, sensor de chuva e iluminação com acionamento automático dos faróis e dos limpadores de parabrisa, suspensão a ar com controle de altura, e sistemas que possibilitam a elevação e rebaixamento do ônibus, ou o ajoelhamento da suspensão. Equipamentos como cinto de segurança integrado ao banco

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do motorista e airbag também figuram nessa extensa lista. SOFISTICAÇÃO Bem mais sofisticados, e ainda enfrentando a resistência dos compradores devido aos custos (embora despertando a admiração deles) também estão disponíveis inovações como o dispositivo antitombamento do ônibus, e o sistema anti-intrusão frontal. João Dionelo, gerente de negócios na área de Vendas de Ônibus da Scania, explica que os ônibus com carroçarias altas têm o centro de gravidade também alto e, por isso, apresentam certa propensão a tombar nas curvas mal feitas. Portanto, exigem grande perícia e atenção do motorista. Para contornar o problema e aumentar os níveis de segurança, foi desenvolvido um sensor que “lê” o ângulo de inclinação do veículo nas curvas e, em caso de necessidade, esvazia automaticamente os bolsões da suspensão, abaixando no mesmo instante o centro de gravidade

do ônibus e evitando a derrapagem ou um possível tombamento. Esse equipamento de segurança passiva tem salvado muitas vidas e é de importância fundamental para contornar certas situações de emergência. Já o sistema anti-intrusão frontal é a solução de engenharia que impede a ocorrência de um acidente, geralmente fatal, nos casos de colisão frontal: a projeção do automóvel sob a parte inferior do caminhão. O sistema é baseado numa viga de aço ligada às longarinas do quadro, formando um todo de resistência programada que absorve a maior parte do esforço da colisão. Apesar de ter custo relativamente menor, um outro dispositivo, denominado alcolock, tem sido encarado com certa indiferença. Até agora, somente a Volvo fez referência a ele. “A segurança é um dos valores fundamentais da Volvo e está presente em todos os aspectos envolvidos no processo, desde o planejamento e o desenvolvimento dos produtos até a utilização dos veículos”, justifica Bernardo Fedalto, gerente de

João Dionelo, da Scania.


Bernardo Fedalto, da Volvo.

caminhões da linha “F” da montadora. O alcolock é um bafômetro instalado na cabine do veículo, que só pode ser removido na oficina e que deve ser soprado pelo motorista quando a ignição tiver de ser acionada. Se o condutor estiver alcoolizado, ainda que em níveis mínimos, um dispositivo eletrônico travará a ignição. QUESTÃO DE TEMPO Enfim, são tantas as inovações que algum tempo passará antes que elas estejam difundidas mais amplamente e em pleno funcionamento nos ônibus e caminhões brasileiros. João Dionelo, da Scania, estima que sua popularização demandará algo em torno de cinco anos. Enquanto isso, sempre que há transações em perspectiva, a rede de concessionárias da montadora trata de lembrar aos clientes que essas tecnologias já estão disponíveis, mesmo consciente de que o ponto de partida das negociações são os veículos especificados pelos próprios compradores. Dionelo prevê que em pouco tempo equipamentos como freios ABS e airbag serão de série nos caminhões, ao mesmo tempo em que os empresários estarão cada vez mais conscientizados

acerca da sua importância, motivados inclusive por demandas dos próprios passageiros. Por sua vez, Curt Axthelm, gerente de Marketing de Produto Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, acredita que a escolha do veículo menos ou mais atualizado do ponto de vista tecnológico é facilitada ao empresário pelas montadoras, que colocam numerosos dispositivos como opcionais. No caso da Mercedes-Benz, ele entende que são dispositivos de fato voltados à efetiva redução dos custos operacionais, apesar de inicialmente serem vistos como onerosos. Axthelm cita como exemplos o freio a disco e o retarder. Com o freio a disco, a operação de troca é feita em tempo muito menor e o carro fica parado por menos tempo. “Isso é economia”, lembra o executivo. No caso do retarder, a economia é nas pastilhas, nas lonas de freio e até nos pneus. “Quando se tem menor demanda dos freios, cai a temperatura dos pneus e isso significa menor desgaste. Isso também é economia.”

Curt Axthelm, da Mercedes-Benz.

Seu colega Eustáquio Siroli, gerente de Marketing de Produto Caminhões da Mercedes-Benz, assinala que já se pode perceber a existência de empresários brasileiros interessados em investir nessas tecnologias. Ele divide os compradores de caminhões em três grupos principais: “Os que preferem os veículos tradicionais, os que adquirem os novos lançamentos sem incluir as grandes inovações e os que dependem de novas tecnologias. Este último é o principal responsável pelo aumento da demanda de produtos com tecnologias voltadas à segurança.”

A eficiência dos sensores e do sistema antitombamento avaliada em pista de teste.

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ransporte

Homenagem a Clésio Andrade Mais de 300 pessoas se reuniram em Brasília na noite do dia 25 de maio, em um jantar de

evento foi organizado por lideranças do setor de transporte, grandes transportadores e trabalhadores. O senador, que preside a CNT desde 1994, foi recebido com festa. “Ele começou como trocador de ônibus e hoje é um dos principais empreendedores de sua terra. Sua atuação na CNT é marcada pela modernização e inserção dos transportadores nos grandes debates nacionais”, destacou o vice-presidente da Confederação Nacional do Transporte, Newton Gibson. Clésio Andrade relembrou sua história na CNT e afirmou que a criação do Serviço Social do Transporte e do Serviço Nacional do Transporte foi um divisor de águas não só na sua carreira, mas na história da Confederação. “Entrei na presidência apoiado pela gestão anterior com o intuito de criar o Sest Senat. Precisamos, agora, voltar nossos esforços para investimentos na infraestrutura do país. Sempre tivemos em mente a importância do profissional, e investir nisso é importante para o Brasil.” “Como mineiro, tenho orgulho da atuação de Clésio Andrade como vice-governador do Estado entre 2003 e 2006. Esse grande homem nunca mediu esforços para trabalhar pelo povo mineiro e agora, junto à base de apoio da presidente Dilma, vai lutar pelo desenvolvimento do país”, elogiou o diretor da CNTTT, José Célio de Alvarenga.

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Fotos: Júlio Fernandes

homenagem ao senador por sua história no setor transportador e por sua trajetória política.

O senador Clésio Andrade entre Luiz Wagner Chieppe (Viação Salutaris) e Renan Chieppe (Viação Águia Branca), respectivamente Vice-Presidente e Presidente da ABRATI.

Mérito do Transporte para Santolin

Otávio Cunha, Presidente da NTU, e José Luiz Santolin, Superintendente da ABRATI.

O Superintendente da ABRATI, José Luiz Santolin, foi homenageado pela Confederação Nacional do Transporte no dia 28 de abril. Recebeu a comenda de Grande Oficial da Ordem do Mérito do Transporte Brasileiro, por sua extensa atuação no setor de transporte

de passageiros. Santolin foi também presidente da Seção de Transporte Aéreo da CNT e dirigiu sindicatos e associações do setor. José Gulin, da empresa Princesa dos Campos, foi homenageado com medalha e mérito, na mesma ocasião.



Fotos: Divulgação

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ambiente

A atuação ambiental da Mercedes-Benz

Como faz desde fins da década de 1980, em junho a Mercedes-Benz do Brasil comemorou a Semana do Meio Ambiente. Desta vez, montou em sua fábrica de São Bernardo do Campo uma exposição composta de células temáticas onde seus técnicos e executivos, auxiliados por modernos recursos audiovisuais, resumiram de maneira didática tudo o que a montadora tem feito, no mundo todo, em termos de atitudes, processos e produtos, para cumprir objetivos ambientais e de responsabilidade social. a criativa exposição, voltada a clientes, concessionários e outros parceiros, e montada no Espaço Mercedes, foram apresentados numerosos produtos e ações amigáveis ao meio ambiente, com destaque para as tecnologias BlueTec 5 para caminhões e ônibus. Um caminhão pesado Actros e um chassi para ônibus urbano, ambos com essa tecnologia, estavam expostos no local. No caso dos automóveis, foi mostrada a tecnologia BlueEffi-

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ciency. Por sua vez, os técnicos e executivos da empresa trataram do atual estágio de desenvolvimento e do uso de biocombustíveis alternativos, como diesel de cana-de-açúcar e biodiesel. Outro aspecto importante da atuação da Mercedes-Benz — a sua relação, do ponto de vista ambiental, com fornecedores, concessionários e com a sociedade, — também foi ressaltada, bem como o seu compromisso com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Um dos objetivos da companhia foi demonstrar que está preparada para atender às demandas por tecnologias cada vez mais responsáveis em relação ao meio ambiente, seja para uso imediato, como para o futuro. “Com esta exposição, evidenciamos a competência, experiência e capacidade da nossa empresa para a geração de soluções que contribuem com a melhoria da qualidade de vida e que são sustentáveis, assegurando benefícios também para


as próximas gerações”, afirmou no dia 6 de junho Jürgen Ziegler, presidente da Mercedes-Benz do Brasil. Ele lembrou que o evento estava totalmente alinhado à iniciativa global do Grupo Daimler “Shaping Future Transportation” (Construindo o Transporte do Futuro), especialmente no que se refere a tecnologias CleanDrive, que resultam em veículos “mais verdes”. Durante a exposição foram apresentados os resultados obtidos com o uso do diesel de cana em ônibus adaptados pela Mercedes-Benz e utilizados em condições operacionais de rotina, na cidade de São Paulo. Foi utilizada uma mistura de 10% diesel de cana e 90% de diesel comercial com teor de enxofre S50. Houve uma redução de 9% nas emissões de material particulado, sem aumento das emissões de NOx. Na exposição, havia um caminhão conceito Accelo BlueTec EEV, que atende aos padrões da rigorosa norma europeia EEV – Enhanced Environmentally Friendly Vehicles (veículos excepcionalmente compatíveis com o meio ambiente). Em relação ao biodiesel, a montadora divulgou que, no programa de testes em andamento, ônibus abastecidos com esse biocombustível já rodaram mais de 2,2 milhões de quilômetros em testes operacionais conduzidos ou monitorados pela Mercedes-Benz do Brasil. Outro aspecto colocado em evidência pela empresa, relacionado aos benefícios econômicos proporcionados aos clientes, e que contribuem para a preservação ambiental, foi a linha Renov de peças remanufaturadas, que incluem motores, câmbios, embreagens, motores de partida e outros componentes.

Ônibus urbano operando em São Paulo: o combustível é diesel de cana-de-açúcar.

Caminhão pesado Actros equipado com sistema BlueTec 5, que utiliza o aditivo Arla 32.

Material descartado durante o processo produtivo é doado à comunidade da Vila Pauliceia.

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O ônibus da Scania faz 100 anos Desde 1911, quando produziu o seu primeiro ônibus, a Scania vem pautando sua história por valores

Fotos: Divulgação

como pioneirismo, tradição, qualidade, inovação tecnológica e permanente orientação ao cliente.

Em reconhecimento à importância dos operadores brasileiros de transporte rodoviário de passageiros, a Scania dividiu com eles a satisfação de comemorar em sua fábrica de São Bernardo do Campo os 100 anos decorridos desde a produção do seu primeiro ônibus, na Suécia.

o dia 25 de maio, a diretoria da Scania reuniu em sua fábrica em São Bernardo do Campo-SP um grupo de empresários de transporte de passageiros para, juntos, comemorarem os 100 anos da fabricação do primeiro ônibus Scania, na Suécia. Os empresários, em sua maioria associados da ABRATI, foram recepecionados pelo diretor-geral da Scania, Roberto Leoncini, e pelo diretor de vendas de ônibus,

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Wilson Pereira. Durante o almoço, Sven Antonsson, presidente da Scania na América Latina, destacou em pronunciamento a atuação da empresa na área e mostrou a evolução do produto nesse primeiro século. Wilson Pereira, em breve fala, ressaltou a importância dos parceiros presentes à comemoração — empresários do transporte, fabricantes de carroçarias de ônibus e ar-condiciona-

do — para o sucesso da marca sueca em nosso País. Na oportunidade, a montadora prestou significativa homenagem à empresa Gontijo, maior frotista Scania do mundo, que estava representada pelo diretor Washington Coura, também diretor da ABRATI, e ao empresário Arthur Mascioli, ex-controlador da Viação Cometa, que durante muitos anos usou somente os veículos Scania.


Roberto Leoncini, Diretor-Geral da Scania, Wilson Pereira, diretor de Vendas de Ônibus, Washington Coura, diretor da Gontijo e da ABRATI (homenageado), Sven Antonsson, Presidente da Scania para a América Latina, e o empresário Arthur Mascioli, também homenageado.

Entre os homenageados, Roberto Leoncini, Diretor-Geral da Scania, recebeu uma placa entregue por Edson Tomielo, Presidente da encarroçadora Neobus.

O Presidente da Scania para a América Latina, Sven Antonsson, fez um resumo da evolução do ônibus Scania em 100 anos.

Washington Coura, da Gontijo, Cláudio Nelson Abreu, da Viação Santa Cruz, Francisco Tude, da Empresa Auto Viação Progresso, e Sandoval Caramori, da Reunidas S/A Transportes Coletivos.

Axier Etxezarreta, Diretor-Geral da Irizar no Brasil, João Paulo da Cunha Ranalli, gerente de Relações com o Mercado da Irizar no Brasil, Joel Fernandes, da Viação Cidade do Aço, e Wilson Pereira, diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil.

Heinz Kumm Júnior, da Auto Viação 1001, Anuar Helayel, da Viação Cometa, Paulo Gilberto Corso, diretor de Vendas da Marcopolo, Wilson Pereira, diretor de Vendas de Ônibus da Scania, e Carlos Otávio de Souza Antunes, do Conselho de Administração do Grupo JCA.

Dairto Corradi, da Comil, Marco De Lucca e Takaaki Saito, ambos da Denso.

Murilo Barrios, Cláudio Nelson Abreu, da Viação Santa Cruz, o empresário Arthur Mascioli, René Lefreve e Christopher Podgorski, Vice-Presidente para Vendas & Marketing da Scania na América Latina.

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O primeiro ônibus sueco e seus desafios

Fotos: Arquivo Scania

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1911 – O Nordmark A recém-consolidada Scania-Vabis entrega o primeiro ônibus motorizado construído na Suécia. Tinha chassi acionado por corrente construído pela Scania, e motor e carroçaria da Vabis. O Nordmark definiu um novo padrão para os transportes públicos.

O primeiro ônibus produzido na Suécia foi inicialmente descrito como um grande automóvel. Transportava até 15 passageiros e operou em uma região remota do país, coberta por florestas e servida por caminhos de terra quase intransitáveis. Mas deu conta do recado. m século atrás, no início de 1911, duas companhias suecas, ambas do ramo da produção de veículos automotores, receberam uma encomenda inédita, feita pela empresa Nordmarkens Automobil Trafik Aktiebolag, estabelecida no distante distrito de Nordmark, da província de Värmland, junto à fronteira com a Noruega. Tratava-se de fabricar um veículo especial,

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com capacidade para transportar até 15 pessoas, dotado de portas, janelas, cobertura e assentos para todos os passageiros. Ou seja, um ônibus — o primeiro da Suécia. As duas companhias eram a Scania e a Vagnfabriken (Vabis). A primeira se encarregaria de produzir um chassi de caminhão com capacidade para suportar a lotação pretendida; a Vagnfabri-

ken (ou Vabis) instalaria a carroçaria e o motor, cuja potência deveria ser de 34 hp. O aspecto talvez mais intrigante daquele desafio era o fato de a Nordmark estar localizada em uma região remota, quase totalmente coberta de florestas, e onde os caminhos, todos de terra, eram quase intransitáveis. Fora justamente ali que em novembro


Viajar no primeiro ônibus fabricado na Suécia era um acontecimento digno de registro. Como no caso destes elegantes passageiros, fotografados pouco antes de o Nordmark partir da cidade de Arjäng rumo a Arnot.

centímetros de diâmetro e seriam de ferro revestido com borracha maciça. O veículo teria dois faróis dianteiros, uma unidade de gás, duas lamparinas a óleo, uma lanterna traseira e...

odômetro! Acionado por corrente, do tipo das usadas nas bicicletas, disporia ainda de duas correntes especiais para neve, aplicáveis às rodas traseiras.

Hans Hammarskjöld

de 1910 seis homens haviam se reunido em uma sociedade e criado a empresa Nordmarkens, com o objetivo de promover “a melhoria das comunicações no distrito de Nordmark e de facilitar as comunicações com as ferrovias e as outras artérias maiores de tráfego”. Mais precisamente, a intenção dos empreendedores era estabelecer uma rota de transporte de passageiros entre as localidades de Amot e Arjäng. A Scania e a Vabis não foram as únicas companhias consultadas. Pelo menos outras seis apresentaram propostas, mas o fato é que, ao preço de 12.936 coroas suecas, as duas primeiras levaram o pedido, com especificações que previam inicialmente o emprego de um motor de 30 hp. Um pouco mais tarde, a potência foi aumentada para 34 hp, sendo o preço reajustado para 14.500 coroas suecas. No ato da assinatura do pedido, a Scania e a Vabis já haviam se associado, passando a constituir uma única empresa, a Scania-Vabis. As exigências dos compradores eram minuciosas. As rodas teriam 76

1928 – O 54 O ônibus 54 apresentava interior atrativo e funcional: um banco inteiriço, longitudinal, do lado esquerdo, e assentos duplos do lado direito. Outro destaque era a grande quantidade de janelas.

1932 – O Bulldog Num ano em que as vendas de ônibus ultrapassaram as de caminhões, a Scania-Vabis lançou o Bulldog, em movimento pioneiro rumo à maior eficiência decorrente do design funcional.

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1948 – Primeira remessa para o Brasil Firmando um contrato de fornecimento de ônibus com a empresa brasileira Vemag, a Scania dá um passo fundamental para ingressar no mercado brasileiro.

Fotos: Arquivo Scania

O ônibus, ainda descrito como um grande automóvel, foi entregue aos compradores no dia 17 de outubro de 1911. O teste de rodagem foi feito entre as cidades de Södertälje, onde ficava a fábrica da Vabis, e a capital, Estocolmo; e o veículo obteve uma velocidade de 20 quilômetros por hora — em uma estrada ruim, conforme anotaram os viajantes. A primeira viagem entre Amot e Arjäng foi feita no dia 30 de novembro. O veículo, de cor clara e com quatro grandes janelas de cada lado, atraiu a curiosidade de muita gente na área urbana e a animosidade dos fazendeiros, na área rural. Eles reclamaram principalmente do barulho do motor, que espantava os cavalos e causava desconforto. Além desse problema, a empresa enfrentou outros como, por exemplo, o bloqueio ocasional de alguns caminhos por terceiros, ou, principalmente, as rachaduras na borracha das rodas, causadas pela elevação das temperaturas no verão. Apesar das muitas reclamações, o veículo ainda operou nos dois anos seguintes, até que, em 1914, teve de ser retirado da linha normal por decisão das autoridades locais. Daí por diante foi usado apenas em transporte eventual de passageiros (sob esse aspecto, foi também o primeiro ônibus de fretamento e turismo da Suécia) e, mais tarde, despojado da carroçaria, trabalhou no transporte de toras e madeira para uma fábrica de vidro da região de Glava. Nos primeiros anos da década de 1920, foi levado para um ponto do lago Stora Gla, cujas águas estavam congeladas, e abandonado. No verão seguinte, quando o gelo derreteu, o primeiro ônibus da Suécia afundou nas águas do lago e nunca mais se teve notícias dele.

1953 – O Scania-Vabis Metropol Ônibus suburbano desenvolvido em colaboração com a norte-americana Mack Manufacturing Corporation e lançado nesse ano no mercado sueco. Com motor de 8 cilindros na parte traseira, foi o primeiro ônibus sueco integralmente construído com carroçaria monocoque.

1957 – No Brasil A Scania começa a fabricar motores e assume as importações de ônibus e caminhões da Vemag. Em 1959, o B75 se torna o primeiro modelo de ônibus a ser comercializado pela empresa. Tinha motor dianteiro é foi usado tanto para turismo quanto para transporte urbano. Era de fácil encarroçamento.



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A atuação das empresas pela sustentabilidade Além dos vultosos investimentos em ônibus novos e em equipamentos de crescente conteúdo tecnológico, as empresas de transporte rodoviário de passageiros continuam dedicando cada vez mais esforços e recursos para assegurar e ampliar a sustentabilidade das suas operações. os olhos dos passageiros, algumas das práticas adotadas pelas empresas na direção da sustentabilidade podem não ser percebidas. Mas quem vive o dia a dia de uma garagem sabe que elas trazem importantes benefícios tanto para as operadoras quanto para os usuários dos serviços. A lista de tais práticas é extensa: reaproveitamento e reutilização da

água da lavagem dos veículos; controle das emissões de gases de efeito estufa; manutenção dos aparelhos de ar-condicionado para evitar a emissão de gases tóxicos; instalação de cabines de pintura e de caixas separadoras de óleos e água; manutenção preventiva e corretiva dos ônibus; impermeabilização do piso das oficinas. No caso das empresas baseadas no Rio de Janeiro,

além de todos esses cuidados, elas participam de um amplo programa de controle de emissões desenvolvido pela Fetranspor — Federação das Empresas de Transportes —, em parceria com o governo do Estado. Levantamento junto às empresas do Rio de Janeiro filiadas à ABRATI mostra o comprometimento delas com a operação ambientalmente correta.

Fotos: Divulgação

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Faz parte do conforto do passageiro ter a certeza de que está utilizando um veículo devidamente revisado e higienizado.

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AUTO VIAÇÃO 1001 Com frota de 1.100 ônibus, a Auto Viação 1001 mantém escrupulosamente as diretrizes estabelecidas com o objetivo de obter a certificação ISO 14000. De acordo com o gerente de Manutenção da empresa, Fabrício Longo, nos últimos anos foi investido aproximadamente 1,8 milhão de reais em adequações e melhorias ambientais nas garagens da operadora. Uma das ações importantes é o aproveitamento da água da chuva, assim como o reuso da água proveniente da lavagem dos veículos. “Hoje, todas as garagens da empresa fazem o aproveitamento da água da chuva, e seis dispõem de estações de tratamento para reuso da água da lavagem dos ônibus. Com a implantação das estações, diminuímos o desperdício em cerca de 90%. Considerando que uma lavagem de ônibus consome, em média, 300 litros de água, todo mês conseguimos reaproveitar entre 4 e 5 milhões de litros” – afirma Longo.

A 1001 mantém um sistema de reutilização da água da lavagem dos ônibus.

O trabalho bem feito nas oficinas é um aliado importante da sustentabilidade.

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VIAÇÃO SAMPAIO A Viação Sampaio, cuja linha mais longa é a Rio de Janeiro-Jacareí, com 364 quilômetros, adota os procedimentos inerentes a toda operadora de transporte, mas considera como suas principais iniciativas ambientais o controle de emissão de poluentes, a reciclagem e reutilização da água, e o correto descarte de materiais sólidos, como, por exemplo, pneus, baterias e lubrificantes. A empresa ressalta, ainda, uma preocupação permanente, que é controlar a procedência do combustível utilizado na frota. Nesse sentido, mantém contrato com uma distribuidora. Letícia Sampaio Kitagawa, diretora da Sampaio, também lembra que, para o contínuo aperfeiçoamento da gestão operacional, a empresa dá grande importância aos relatórios de viagens. “Instalamos nos veículos controles que nos fornecem relatórios por viagem. Eles são compilados em relatórios mensais de desempenho e práticas Letícia Kitagawa, da Sampaio: do condutor ao volante”. diesel de procedência garantida.

O treinamento dos motoristas inclui noções básicas de mecânica e do funcionamento do motor.

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VIAÇAO PROGRESSO Divulgação

CIDADE DO AÇO Dentre as medidas implementadas pela Viação Cidade do Aço, o diretor executivo Joel Fernandes dá ênfase ao uso de biodiesel nos ônibus, por ser um combustível que polui menos em comparação com o diesel comum. Ele enumera ainda a coleta seletiva de lixo e o descarte adequado dos resíduos de manutenção, como lâmpadas, areia contaminada e pneus. Assim como as demais operadoras, a empresa investiu em um sistema de reaproveitamento de água. “Em nossas garagens de apoio, reaproveitamos a água proveniente da lavagem dos carros e coletamos a da chuva. Com isso, alcançamos uma economia considerável em nossa conta de água e poupamos um recurso natural.” Futuramente, o sistema deverá ser implantado nas demais garagens. O controle das emissões dos ônibus da empresa, feito em parceria com a Fetranspor e o governo do Estado, é visto por Joel Fernandes como iniciativa relevante em favor da preservação do meio ambiente, além de evidenciar o engajamento do setor de transporte rodoviário de passageiros com uma causa importante. “Vemos como uma iniciativa muito boa. Toda a nossa frota passa pelo controle e, atualmente, temos alcançado um índice de 98% Joel Fernandes Rodrigues, de aprovação.” da Viação Cidade do Aço. Divulgação

Júlio Fernandes

A perfeita regulagem dos motores é fundamental no controle das emissões de gases poluentes.

Utilizar frotas sempre novas é parte da política de sustentabilidade.

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O principal compromisso da Viação Progresso é conciliar os interesses da companhia com as necessidades do mercado, da sociedade e do meio ambiente. Ela opera com 60 veículos em suas linhas interestaduais, sendo a mais longa a Barra Mansa-Manhuaçu, de aproximadamente 500 quilômetros. Seus esforços pela sustentabilidade passam pela cuidadosa manutenção preventiva dos veículos, que é controlada por sistema integrado de ERP, em que são definidas as providências ou serviços para cada componente sujeito a desgaste. Outra prática importante é a separação dos resíduos por meio de caixas separadoras de água e óleo, o que auxilia no processo de reciclagem e reuso da água, na captação da água usada durante a lavagem de peças e na separação da borra oleosa proveniente da troca dos lubrificantes. A preocupação em manter uma frota ambientalmente correta e amigável faz com que a operadora já esteja atenta às mudanças que estão por vir com a fase P7 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve). O diretor executivo da empresa, André Soares, lembra que a aquisição de veículos com a nova tecnologia provavelmente implicará algumas mudanças. “Uma grande preocupação é com o abastecimento de ureia, principalmente devido ao fato de termos seis garagens com pontos de abastecimento. De qualquer forma, somos a favor de ações que contribuam com a preservação do meio ambiente”.


Além da atenção dada aos pneus e aos componentes do motor, o fato de a maioria das linhas das empresas de transporte rodoviário de passageiros serem de média e longa distâncias exige que também o equipamento de ar-condicionado sempre passe por criteriosa manutenção. A Viação Teresópolis é uma das empresas que investem nessa área, cuidando para que os gases que asseguram o bom funcionamento dos aparelhos não sejam liberados na atmosfera. Maria Helena Domingues, gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Teresópolis, explica: “Os gases que estão no sistema de ar-condicionado são retirados com equipamento específico, o que possibilita que sejam reutilizados em outros veículos e evita sua dispersão no meio ambiente. Além disso, os cilindros com gases contaminados são coletados por uma empresa especializada”.

Fotos: Jorge dos Santos/Fetranspor

VIAÇÃO TERESÓPOLIS

A correta manutenção do equipamento de ar-condicionado é uma forma de ajudar na preservação do meio ambiente.

No Rio, o sucesso do Programa Selo Verde

Guilherme Wilson, da Fetranspor.

O Rio de Janeiro é o único estado a manter um programa de controle, monitoramento e mitigação de emissões de poluentes por ônibus, implementado em parceria com a Fetranspor. O gerente de Operações da Mobilidade Urbana da Fetranspor, Guilherme Wilson, explica que o convênio, denominado Programa Selo Verde, consiste no monitoramento dos níveis de emissão de poluentes locais (em especial material particu-

lado) da frota de todo o Estado, com parâmetros de análise mais rígidos que os da legislação ambiental nacional e metas claras anuais de redução de gases de efeito estufa. Contempla, ainda, ações ligadas à compensação ambiental, mediante reflorestamento e controle de emissão de ruído. A Fetranspor, por intermédio de seus sindicatos associados, realiza todos os serviços de medição dos níveis de emissão de gases em todas as empresas, responsabilizando-se pela geração de relatórios semestrais. O apoio técnico é dado às empresas associadas sem repasse de custos. A Fetranspor dispõe de um Centro de Serviços Ambientais voltado à prestação de serviços especializados a todas as empresas de transporte do Estado, nas áreas de gestão ambiental, controle de emissões, ecoeficiência, gerenciamento de

resíduos, responsabilidade e educação ambiental, atendimento legal e consultoria especializada. Desde o início do programa (de 1997 a 2010), foram economizados 535,8 milhões de litros de diesel (60 milhões de litros por ano). No período, deixaram de ser emitidas 1,4 milhão de toneladas de CO2 e 32 mil toneladas de material particulado.

Marilene Ramos no lançamento do Programa Selo Verde.

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Fotos: Jorge dos Santos/Fetranspor

UTIL

Cléber de Assis: no arcondicionado, só gás E134.

A cabine de pintura evita a liberação de gases e material particulado no meio ambiente.

um veículo devidamente higienizado.” Assis acrescenta que em todos os aparelhos de ar-condicionado é usado o gás E134, considerado ecológico e que não agride ao meio ambiente. Para garantir o consumo eficaz de diesel, a empresa mantém um programa de valorização dos motoristas. Os que atingem as metas pré-estabelecidas são devidamente reconhecidos e contemplados. “Nenhum motorista assume a direção dos veículos da empresa sem antes ter passado por

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Também a Util adota diversas providências voltadas à sustentabilidade no que diz respeito aos equipamentos de ar-condicionado, conforme explica o gerente de Manutenção Cléber de Assis. “Aqui na empresa, fazemos a limpeza dos filtros; a cada seis meses, realizamos a aplicação de bactericida e fazemos aeração. Além disso, a cada dois anos, é feita a lavagem geral do equipamento, do evaporador e do condensador. O importante é o passageiro ter a certeza de que está utilizando

um treinamento que prevê, além da direção econômica, conceitos de direção defensiva. Hoje, temos cerca de 350 motoristas, todos treinados e reciclados.” Outras medidas de proteção ao meio ambiente têm sido postas em prática na Util. Uma delas foi dotar a garagem de uma cabine de pintura, para evitar a liberação de gases no meio ambiente. É equipada com filtro para absorção do material utilizado. Na área de manutenção dos veículos, o piso foi impermeabilizado, com o objetivo principal de evitar contaminação acidental do solo com lubrificantes.

Treinamento sobre condução econômica.

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Piso impermeabilizado, um modo de evitar a contaminação acidental do solo.



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A Mercedes-Benz pronta para o Proconve P7 Com a produção de veículos pré-série dotados da tecnologia BlueTec 5, a Mercedes-Benz se declara pronta para colocar no mercado ônibus e caminhões com motores que emitem muito menos gás carbônico e material particulado (óxidos de nitrogênio), como exige a norma Proconve P 7, que passa

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a vigorar no Brasil em 1º de janeiro de 2012.

O caminhão Axor 2831, de pré-série, apresentado pela Mercedes-Benz e dotado da tecnolgia BlueTec 5, que atende ao Proconve P 7.

ela primeira vez desde que o Brasil começou a implementar o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores — Proconve — os veículos automotores pesados produzidos no País deverão trocar de tecnologia de um dia para o outro. E

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não é força de expressão: até o dia 31 de dezembro de 2011 os veículos estarão sendo fabricados com uma tecnologia e, já no dia 1º de janeiro de 2012, deverão sair das linhas de produção com outra, bem diferente, muito mais avançada e menos poluidora,

capaz de atender às novas exigências de emissão de gases e material particulado, bastante mais rigorosas. Entre outros requisitos, a nova norma exige a redução de 80% nas emissões de material particulado (MP) e de 60% nas emissões de óxidos de


Outro veículo de pré-série apresentado foi o chassi para ônibus urbano OF 1722, também com a tecnologia BlueTec 5.

nitrogênio (NOx) em relação à atual legislação. Como bem definiu Mário Lafite, diretor de Comunicação Corporativa da Mercedes-Benz do Brasil, simplesmente haverá um corte no tempo: não mais prevalecerá o sistema gradativo de introdução de normas que era adotado até aqui; ao contrário, será dado um único salto para a nova tecnologia. Esse é o significado da entrada em vigor da norma brasileira Proconve P 7. A Mercedes-Benz do Brasil assegura que está pronta para dar esse salto. Para provar isso, já produziu dois veículos de pré-série com os requisitos tecnológicos que atendem à nova norma: um caminhão pesado Axor 2831 e um chassi OF 1722 para ônibus urbano. Os veículos foram mostrados à imprensa no dia 6 de abril e sua fabricação no Brasil teve como ponto de partida a tecnologia BlueTec 5, lançada na Europa seis anos atrás pela Mercedes-Benz. 50.000 HORAS DE TESTES Mas não se trata de uma simples transposição da tecnologia desenvolvida durante dez anos pela montadora alemã na Europa. Aqui, o trabalho de

Mário Lafite: Proconve P 7 sem transição.

desenvolvimento dos motores com BlueTec 5 foi iniciado há três anos e envolveu cerca de 400 engenheiros e técnicos do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo. Eles trabalharam no desenvolvimento de motores brasileiros, construídos para operar nas condições brasileiras e de outros países sul-americanos onde o combustível é inferior ao europeu e a infraestrutura exige veículos mais robustos. Os testes, feitos também em bancos de provas, totalizaram mais de 50.000 horas.

Veículos equipados com os novos motores foram exaustivamente testados nas mais diversas condições de tráfego em cidades e em rodovias, tanto ao nível do mar como em altitudes que variaram de 2.400 a mais de 4.000 metros. Mais de 8 milhões de quilômetros foram rodados com caminhões e ônibus dos mais variados tipos, em situações extremas de operação. “Com base em nossa experiência, conhecimento e também nos diversos testes realizados, a tecnologia BlueTec 5 mostrou ser a melhor solução técnica para caminhões e ônibus visando o atendimento do Proconve P 7”, afirma Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil. “Alcançamos excelentes resultados na preparação da tecnologia de acordo com as condições específicas de transporte do Brasil e da América Latina”. REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA Leal considera o sistema “uma revolução tecnológica” e informa que a resposta da Mercedes-Benz ao Proconve P 7 e ao Euro5 está baseada em cinco pilares: eficiência, confiabilidade,

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Gilberto Leal e o BlueTec 5: perto de zero em emissões de gases e de material particulado.

economia, desempenho e amigabilidade em relação ao meio ambiente”. Entusiasmado, acrescenta: “No que diz respeito às emissões de gases e à produção de material particulado, estaremos chegando perto de zero”. O entusiasmo do especialista se ampara em dois importantes avanços: a queima bem mais eficiente do combustível na câmara dos novos motores e a sensível redução do volume das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx). A redução é obtida com o auxílio de um aditivo denominado Arla 32 (agente redutor líquido de NOx automotivo), que é injetado no escapamento do veículo. O Arla 32 torna possível efetuar o pós-tratamento dos gases de escape por redução catalítica seletiva. Trocando em miúdos, o aditivo — constituído de 32% de ureia mais água desmineralizada — tem a propriedade de converter o NOx que sai do motor em nitrogênio puro e em vapor de água, inofensivos à natureza. Superado esse desafio, a combustão do motor pode ser grandemente otimizada, de modo a fazer com que as emissões de gás carbônico (material particulado e fumaça) se

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enquadrem perfeitamente nas normas Proconve P 7. De acordo com os testes realizados pela Mercedes-Benz e relatados por Gilberto Leal, foram registradas as seguintes reduções nas emissões com o uso da tecnologia BlueTec 5: monóxido de carbono, 29%: hidrocarbonetos totais, 23%: óxido de nitrogênio, 60% e material particulado, 80%. DESEMPENHO E ECONOMIA Basicamente, o sistema BlueTec 5 é composto de um pequeno tanque destinado a armazenar o Arla 32, uma bomba para injetar o aditivo no escapamento, um catalisador específico e uma central de processamento (CPU) que monitora e comanda a operação de dosagem do aditivo injetado. O Arla 32 estará à venda em galões nos postos de abastecimento e na rede de concessionários Mercedes-Benz. Com o tempo, o produto também deverá estar disponível em bombas específicas, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos. Ainda não foram divulgadas estimativas ou projeções para o preço do Arla 32 no Brasil. Sabe-se que na Europa

o preço do aditivo varia entre 32% e 52% do preço do diesel. Em relação ao consumo, Gilberto Leal prevê que será necessário um abastecimento de Arla 32 a cada três, quatro ou cinco abastecimentos de diesel. A Mercedes-Benz estima que os ônibus e caminhões dotados desse equipamento custarão entre 8% e 15% mais. No entanto, sustenta que o maior preço de partida tende a ser compensado pela economia de combustível proporcionada pelo sistema e pelo maior espaço entre as revisões e operações de manutenção, liberando os veículos por mais tempo para as operações de transporte. Em síntese, segundo a montadora, os novos veículos terão melhor desempenho e apresentarão maior economia operacional. Curt Axtelm, da área de marketing da montadora, menciona outra vantagem oferecida pela tecnologia BlueTec: a sua total adequação ao diesel de petróleo, como também ao diesel de cana e ao biodiesel. E lembra que há tempos a Mercedes-Benz vem testando com sucesso esses biocombustíveis alternativos.

O sistema injeta o aditivo no escapamento.


Da esquerda para a direita, diesel S10, biodiesel, diesel de cana, diesel S50: todos são eficientes com o aditivo Arla 32 (em primeiro plano).

Um aviso: sistema não comporta adaptações Sobre o novo sistema, o gerente de Desenvolvimento de Motores, Gilberto Leal, alerta que em nenhuma hipótese o BlueTec 5 pode ser adaptado aos veículos produzidos de 2010 para trás. É uma concepção nova e não compatível com os equipamentos disponíveis atualmente. Outro alerta é que, para funcionar de forma perfeita e proporcionar todas as vantagens para as quais foi criado, o BlueTec 5 exige o uso de diesel com o teor de enxofre S 50 ou S10. O veículo não vai parar caso seja abastecido com diesel menos puro (por exemplo, S 500), mas perderá cerca de 40% de sua potência, com risco de o sistema entrar em colapso depois de algum tempo. Dada a precisão dos componentes dos motores, a tecnologia exige, igualmente, a manutenção adequada do veículo. O uso de peças genuínas e a correta manutenção serão fundamentais para a obtenção do menor índice de emissões, a redução do consumo e a maior durabilidade do equipamento.

Apesar da dúvida frequentemente manifestada pelos frotistas, a Mercedes-Benz se diz confiante em que a Petrobras, que produz o diesel, conseguirá cumprir o compromisso de entregar o produto S50 e S10 na maioria dos postos de abastecimento do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2011. Para os empresários e autônomos eventualmente indecisos em face do advento da nova tecnologia, Mário Lafite tem uma sugestão:

“Não se preocupem em mudar suas decisões de compra de caminhões e ônibus nos próximos meses em função do lançamento do novo sistema. O lançamento do novo sistema não deve levá-los a antecipar ou adiar suas compras de novos veículos, pois a Mercedes-Benz tanto continuará fornecendo seus produtos com o sistema tradicional como irá disponibilizar os produtos com o novo sistema a partir de 1º de janeiro de 2012.”

Tanques do aditivo terão vários tamanhos.

O tamanho do catalisador também varia.

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C ombustível

Ônibus a etanol já rodam em São Paulo Os novos ônibus entregues pela Scania à Viação Metropolitana são capazes de reduzir em até 90% a emissão de gás carbônico (ou dióxido de carbono). Estão rodando desde o dia 27 de maio. Scania Brasil entregou à Viação Metropolitana, no dia 26 de maio, as primeiras unidades dos ônibus urbanos movidos a etanol destinados a rodar na cidade de São Paulo. Ainda neste primeiro semestre será completada a entrega do primeiro lote de 50 unidades do modelo K 270 4x2. A montadora deverá garantir a manutenção preventiva dos veículos até 120 mil quilômetros rodados, por unidade. “Com a entrega das primeiras unidades, a Scania e a Prefeitura da cidade de São Paulo passam a ofere-

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cer uma alternativa real de transporte mais sustentável, o que significa um futuro mais saudável da população. O etanol é a melhor solução dentre os combustíveis renováveis, por apresentar a melhor relação custo X eficiência em níveis de emissões e disponibilidade”, afirma Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania Brasil. Os ônibus sustentáveis K 270 4x2 contam com motor de 9 litros, 270 hp de potência, e vão ser abastecidos com etanol adicionado de 5% de aditivo

promovedor de ignição. O combustível é capaz de reduzir em até 90% a emissão de CO2, ou gás carbônico, ou ainda óxido de carbono. Os motores Scania movidos a etanol já atendem às exigências da legislação brasileira de emissão de gases poluentes e o Proconve P7, que entrará em vigor no País em 1º de janeiro de 2012. Atendem também a norma Euro 5, obrigatória na União Europeia. Os ônibus que estão sendo fornecidos à Metropolitana foram adaptados a partir de um estudo da USP.


O início da operação dos ônibus movidos a etanol na cidade de São Paulo foi destacado por executivos da Scania durante os trabalhos do Ethanol Summit 2011, nos dias 6 e 7 de junho, na capital paulista. Em sua terceira edição, o Ethanol Summit centrou os debates no futuro da energia renovável no planeta, e os executivos da Scania apresentaram aos participantes a tecnologia desenvolvida pela montadora a partir da década de 1980, especialmente na Suécia, para atender a demanda por um transporte urbano sustentável. Eles apontaram o etanol como o combustível de maior potencial para redução das emissões de CO2. No caso do etanol proveniente da canade-açúcar, a redução das emissões de gás carbônico chegam a 90%, havendo ainda redução de material particulado, óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos.

Fotos: Divulgação

A Scania e o transporte urbano sustentável

Em São Paulo, 50 ônibus iguais a este estarão rodando no fim do primeiro semestre.

“Temos um vasto leque de tecnologias, métodos, soluções e práticas disponíveis para redução de emissões de carbono que não prejudicam a capacidade de transporte. São ferramentas que resultam em benefício para o meio ambiente e para a economia”, afirmou Christopher Podgorski, vice-presidente para Vendas e Marketing da Scania na

América Latina. Por sua vez, o diretor geral da Unidade de Negócios da Scania para o Brasil, Roberto Leoncini, destacou: “No Brasil, vamos contribuir para o cumprimento das metas de política ambiental e para construir, até 2018, uma frota de ônibus composta por veículos movidos com combustível renovável.”

Em Estocolmo, Suécia, a frota de ônibus urbanos movidos a etanol ultrapassa 600 unidades, todas produzidas pela Scania.

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rota Fotos: Divulgação

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Lições de excelência em manutenção Locais limpos, arejados, modernos e dotados de pessoal altamente qualificado. Assim podem ser descritas as garagens das empresas brasileiras de transporte rodoviário de passageiros, que investem cada vez mais na formação e aperfeiçoamento das suas equipes de manutenção e na modernização dos processos empregados, sempre tendo como objetivo assegurar a qualidade dos serviços. m bom exemplo do elevado padrão alcançado pelas operadoras rodoviárias de passageiros ocorre na Viação Cometa, cujas garagens e departamento de manutenção atendem com eficiência a demanda de toda a sua frota de quase 1.000 ônibus Mercedes-Benz, Scania e Volvo.

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Tudo funciona com extrema precisão. Quando entra na garagem, o veículo já segue para abastecimento e limpeza externa. O motorista se apresenta ao departamento de tráfego, passa informações e observações sobre o carro e, se houver necessidade de algum reparo ou correção, preenche

uma ordem de serviço. Na OS constam 26 itens do veículo, sendo 17 referentes ao chassi e 9 à carroçaria, relacionando praticamente todos os sistemas do carro, do radiador ao extintor de incêndio. Como explica Eduardo Curi, gerente de Manutenção da Cometa, a


verificação de todos esses itens pode garantir o nível de desempenho que a empresa sempre busca. “É a excelência. Uma boa manutenção dá garantia e confiabilidade tanto aos motoristas quanto aos passageiros que utilizam os nossos ônibus diariamente.” Ele acrescenta que organização, investimento e capacitação técnica são essenciais, principalmente para uma empresa que roda cerca de 9 milhões de quilômetros por mês. “A demanda de trabalho é grande e também exige ferramental adequado. Tudo isso garante um ótimo trabalho. É a regra e não um diferencial.” ROTINA E PREVENÇÃO A Viação Cometa mantém equipes de manutenção em todas as suas 18 garagens. Em cinco delas são realizadas operações preventivas, enquanto nas demais processam-se as interven-

ções para correção de defeitos. Mais de 350 mecânicos trabalham em três turnos para manter os quase 1.000 ônibus, que realizam cerca de 1.300 viagens por dia. Um dos aspectos mais importantes da manutenção é o rigoroso método de prevenção com base na quilometragem acumulada. A cada 5.000 quilômetros rodados, a equipe de manutenção faz um check list (veja tabela na página 57). Aos 15 mil quilômetros ocorre a primeira manutenção preventiva, com a troca de filtros e lubrificação de componentes. “A partir disso, as manutenções são cumulativas até os 60.000, quando os programas de manutenção de cada fabricante começam a se diferenciar, assim como os processos”, explica Eduardo Curi. Ele observa que “motor diesel não é tudo igual e que cada um tem sua característica, assim como os chassis.”

MEIO AMBIENTE O meio ambiente é uma preocupação constante. No que se refere aos aos óleos, por exemplo, são utilizadas as mais modernas técnicas de análise e diagnóstico. A Viação Cometa também mantém parceria com o Projeto Economizar no desenvolvimento de um programa que busca a redução no consumo de diesel. Todas as garagens vêm passando por adequações para que os setores de abastecimento, recebimento e armazenagem de derivados de petróleo sejam mantidos sempre em conformidade com as normas ambientais vigentes. As baterias descarregadas utilizadas nos veículos são retiradas da garagem pelos próprios fabricantes. Para o descarte de óleo lubrificante, filtros e lonas, a Viação Cometa contrata uma empresa especializada no serviço.

Na Cometa, com a prioridade dada à manutenção preventiva, o índice de atendimentos de socorro é de apenas 0,3%.

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é informatizado e o sistema se comunica com todos os setores da empresa, permitindo a rastreabilidade do serviço executado e, consequentemente, sua avaliação. Um setor específico executa os serviços em motor, caixa de marchas, diferencial, unidades e bicos injetores, e tacógrafo. Trabalham nele profissionais especializados que utilizam ferramentas especiais para fazer os reparos necessários, em conformidade com os procedimentos recomendados pelos fabricantes. O setor de auditoria da qualidade é responsável pelo acompanhamento do trabalho de todas as garagens e da utilização dos procedimentos de manutenção. Além de avaliar as condições dos veículos mediante checagem detalhada, avalia a situação das garagens mediante a verificação de itens como higiene, limpeza e organização.

QUALIFICAÇÃO A Viação Cometa conta com um centro de treinamento técnico dotado dos melhores e mais modernos equipamentos e monitores. No centro, todos os funcionários, dos mecânicos aos motoristas, recebem cursos para se atualizarem em relação a novos processos e novas tecnologias. Com componentes, ferramentas e capacidade para comportar até 20 funcionários por turma, o centro abriga cursos técnicos próprios e aulas ou cursos oferecidos pelos fornecedores. Os permanentes investimentos na qualificação da equipe continuam rendendo excelentes resultados à empresa, conforme atesta Eduardo Curi. “Nosso índice de eficácia da manutenção chega a 99,7%, indicando um atendimento de socorro de apenas 0,3% sobre as 39.000 viagens realizadas todo mês.”

Fotos: Divulgação

MODERNIZAÇÃO A agilidade nos processos dentro das garagens é garantida pelo controle do estoque de peças e pelo fluxo de serviços totalmente informatizado. A correta identificação e especificação das peças no cadastro facilita o trabalho do almoxarifado para atender a solicitação da manutenção. Com os níveis de consumo da garagem já registrados com relação a cada item, o sistema interno faz o pedido automático de peças junto ao setor de compras, na medida da utilização, o que evita desperdícios e compras desnecessárias. São realizadas mais de 2.000 manutenções preventivas por mês. É assim que a empresa garante a confiabilidade dos ônibus utilizados no transporte de seus clientes. O monitoramento e controle dos serviços feitos na área de manutenção

Os cursos e treinamentos são dados por fornecedores ou pelos monitores e técnicos da própria Viação Cometa.

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Itens verificados no chassi e na carroçaria do ônibus após cada 5.000 quilômetros rodados CHASSI 9 Vazamentos (água, lubrificante, diesel, ar) 9 Nível de óleo lubrificante e líquido de arrefecimento 9 Estado e tensão das correias e polias 9 Fixação e pontos de atrito nos flexíveis e tubos de água, diesel e ar 9 Nível de óleo da direção e do ventilador hidráulico 9 Estado do radiador e intercooler (fixação e obstrução das aletas) 9 Funcionamento do motor 9 Engate das marchas 9 Vazamentos (caixa de mudança e diferencial) 9 Fixação do cardan e estado das cruzetas 9 Altura da embreagem e vazamento do fluido 9 Espessura das lonas e/ou pastilhas de freio e posição do eixo “S” 9 Aplicação de freio e possíveis vazamentos 9 Folga das barras, terminais, coluna e caixa angular de direção 9 Condições do estabilizador, haste de reação, amortecedores, mola pneumática e terminal da válvula de nível 9 Presença de água nos reservatórios de ar 9 Exame visual e calibragem de pneus, reaperto das rodas e verificação do desgaste da banda

CARROÇARIA 9 9 9 9 9 9 9 9 9

Manômetros e luzes de advertência no painel do motorista Faróis, luzes do salão, sinalização, itinerário e buzina Estado do banheiro e funcionamento dos seus componentes Possíveis avarias na carroçaria e funcionamento das tampas de bagageiro Cortinas, fixação do porta pacotes e luzes de leitura Validade e nível dos extintores de incêndio Funcionamento do ar-condicionado Estado e reclinação das poltronas Exame do limpador de para-brisa

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O pinião

A modernidade do ônibus brasileiro á mais de 50 anos atuando na área de produção de ônibus, tive a oportunidade de percorrer dezenas de países, dos mais avançados aos em desenvolvimento, e pude, cada vez mais, constatar que a indústria brasileira é uma das mais avançadas do mundo. Além de termos uma indústria das mais modernas, com várias fábricas dedicando-se à produção de carroçarias, ainda contamos com modernos fabricantes de chassis que entregam aos compradores produtos altamente sofisticados que, muitas vezes, acabaram de ser lançados em suas matrizes na Europa. Nada disso seria importante se também não tivéssemos, no Brasil, centenas de empresas de transporte rodoviário de passageiros com a expertise necessária para prestar esse tipo de serviço da melhor maneira possível. Quem convive, como eu, com essas empresas pioneiras, sabe como é a luta desses empresários, verdadeiros desbravadores, que montaram suas companhias do nada, começando, muitas vezes, como motoristas, cobradores e mecânicos do seu único veículo, e que legaram aos seus sucessores as grandes e consolidadas empresas de hoje. Nas minhas visitas a outros países, vários deles bem mais adiantados que o Brasil, pude constatar que nossa indústria de produção de ônibus e nossas empresas de transporte rodoviário de passageiros estão entre as mais evoluídas. Por isso mesmo, estão em condições de oferecer significativas contribuições a outros povos.

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Valter Gomes Pinto Diretor e Conselheiro de Administração da Marcopolo S/A

Por ser um país de dimensões continentais, o Brasil exigiu malabarismos nunca dantes vistos daqueles primeiros empreendedores que, mais de 70 anos atrás, se aventuraram no setor de transporte rodoviário de passageiros. Muitas vezes, o pequeno empresário tinha até que construir a estrada por onde passaria, na base da enxada e da picareta. Eram tempos heróicos. Dias atrás, participei de memorável evento na Scania, quando essa tradicional companhia sueca comemorou os 100 anos do primeiro ônibus que construiu. A convite do meu particular amigo Wilson Pereira, diretor de vendas de ônibus da montadora, pude confraternizar com diletos amigos empresários, e que são clientes habituais da Scania. Ali, tive oportunidade de rever, num filme curto que mostrava a evolução

do ônibus no mundo, e no Brasil em particular, o quanto avançamos. Sem nenhuma dúvida, o que se produz no Brasil, hoje, nada fica a dever aos veículos produzidos na Europa e nos Estados Unidos. Isso não acontece por acaso. Ao contrário, é em grande parte o resultado mais visível do esforço continuado daqueles pioneiros que, década após década, vieram construindo um dos melhores e mais eficientes sistemas de transporte rodoviário de passageiros do mundo. Esse sistema, somado à preferência incontestável dos brasileiros pelo ônibus, é que possibilitou a formação de um mercado amplo e forte, capaz de atrair para cá os grandes fabricantes mundiais de conjuntos mecânicos, cujos produtos e tecnologias se somam à competência de nossas encarroçadoras para produzir um ônibus moderno e com grande reconhecimento internacional.

Nas minhas visitas a outros países, vários deles bem mais adiantados que o Brasil, pude constatar que nossa indústria de produção de ônibus e nossas empresas de transporte rodoviário de passageiros estão entre as mais evoluídas.




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