Blocos regionais e desenvolvimento: União Europeia e Mercado Comum do Sul

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A CONSTRUÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA A integração de diferentes países do continente europeu em uma União tem provocado um forte impacto em âmbito mundial. Neste sentido, diversos estudiosos têm-se voltado para a análise dos problemas inéditos postos por essa experiência sem precedentes. Assim, a formação de uma entidade institucional supranacional, a participação cidadã em uma esfera transnacional e o estabelecimento de políticas comunitárias abrangendo diferentes escalas territoriais suscitam questões prementes sobre os pontos de vista econômico, social e político, enfrentadas pelo debate contemporâneo. A estratégia de construção de uma cooperação entre países da Europa, desenvolvendo a interdependência, decorreu da necessidade de Estados europeus em responder as deficiências das suas situações nacionais, políticas e econômicas. Entretanto, na medida em que o processo de integração se desenvolveu, ampliando tanto o número de países participantes, quanto os domínios econômicos sociais e culturais atingidos, o caráter da integração regional Europeia tornou-se mais complexo. Certamente a cooperação intergovernamental tem sido um dos motores da articulação para a formatação dos espaços regionais na atualidade, pois permite a abertura dos espaços nacionais, proporcionando um intercâmbio com outros países, bem como o compartilhamento, sobretudo na esfera econômica, de recursos, territórios e mercados. No entanto, a experiência da União Europeia não pode ser reduzida a um artefato intergovernamental, pois têm surgido novas demandas e consequentemente novas respostas aos problemas oriundos da globalização. Por outro lado, a constituição de instituições supranacionais e a interface destas instituições em diferentes escalas, abarcando temas e domínios


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