Revista Fundações Ed.75

Page 57

1 MATERIAIS E MÉTODOS 1.1 Análise Laboratorial As amostras de solo utilizadas para a confecção dos modelos de ensaio foram coletadas do Campus da Unochapecó, na cidade de Chapecó (SC) e representam o subsolo da região, o qual apresenta grande parcela de solo argiloso e plástico. Com as amostras foram realizados ensaios de granulometria por peneiramento e sedimentação, limite de liquidez, limite de plasticidade, teor de umidade, massa específica dos sólidos e umidade ótima de compactação, conforme as normas brasileiras vigentes citadas por Biondo (2007) e Lorenzon (2016).

1.2 Estabelecimento dos traços de argamassa Para o estabelecimento dos traços de argamassas utilizadas na confecção dos modelos de ensaio, adaptou-se um traço de concreto comumente utilizado em obras civis, substituindo a porção de brita existente por areia. Referente à quantidade de aditivo expansor de argamassa adicionado nos traços, para os modelos do Tipo I utilizou-se 2% em relação ao peso de cimento usado e, para os modelos do Tipo II, 0,5%. As diferentes porcentagens de aditivos utilizados nas duas pesquisas explicam-se pela orientação dos fabricantes, pois utilizaram-se marcas diferentes de aditivos.

1.3 Confecção dos modelos de ensaio A confecção das amostras iniciou-se pela compactação do solo, na umidade ótima, nos cilindros utilizados para ensaio de Índice de Suporte Califórnia. Após a compactação do solo nos moldes, realizou-se uma perfuração com auxílio de um trado tipo caneco com 5 cm de diâmetro, em todo o 55 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS

Marieli Biondo Lopes

métodos semi-empíricos, como Aoki-Velloso (1975) e Décourt-Quaresma (1978). Ao analisarem os resultados, Carvalho et al. (1998) constataram que, o uso de expansor não promoveu melhoria da capacidade de carga para o subsolo analisado (argila silto-­ arenosa, argila pedregulho-arenosa e saprólito), havendo benefício somente em relação ao recalque da estaca. Na mesma ótica, Biondo (2007) e Lorenzon (2016) estudaram o comportamento de capacidade de carga, com relação ao atrito lateral unitário, através de modelos reduzidos de estacas moldadas in loco confeccionados em cilindros de compactação de 6. Os solos analisados foram argila silto-arenosa e argila areno-siltosa. Para o primeiro caso, as estacas foram concretadas com argamassa aditivada com 2% de expansor em relação ao peso de cimento e comparadas com modelos de estacas concretadas somente com argamassa, sem aditivo. No segundo caso, as estacas foram concretadas com 0,5% de expansor, também em relação ao peso de cimento, sendo posteriormente comparadas com modelos de estacas sem aditivo. Após a concretagem das estacas, estas foram rompidas em prensa de ISC (Índice de Suporte Califórnia) para comparação dos resultados de resistência por atrito lateral.

Figura 1 – Resultado final das perfurações preenchidas em camadas por argamassa (BIONDO, 2007)

comprimento da amostra para que o modelo só apresentasse resistência por atrito lateral. Concluída a perfuração, preencheu-se o furo de um dos moldes com argamassa aditivada e outro com argamassa sem aditivo expansor (Figura 1). Os corpos-de-prova foram deixados em cura durante 14 dias para, posteriormente, realizar o rompimento destes. Utilizou-se para o rompimento, a prensa do ensaio de ISC, onde se anotaram leituras de deslocamento e carga vertical até estabelecer o limite de carga nos modelos de estacas. Tomou-se o cuidado de deixar livre a ponta dos modelos para que não apresentassem resistência de ponta. Deste modo, o atrito unitário máximo foi determinado pela razão entre a carga de ruptura e a área da superfície lateral dos modelos de estaca.

2 RESULTADOS E DISCUSSÕES 2.1 Análise Laboratorial Os resultados dos ensaios de caracterização dos solos analisados (granulometria conjunta, limites de consistência, massa específica dos sólidos e compactação) são apresentados na Tabela 1.

2.2 Estabelecimento dos traços de argamassa O traço escolhido para os estudos foi de 1:2,5, escolhidos com base no resultado de resistência à compressão, realizado pela moldagem de corpos de prova, que ficaram sob cura úmida, e posteriormente foram rompidos aos 3,7,14 e 28 dias.

2.3 Resistência dos modelos de ensaio Para verificar o aumento do atrito lateral das estacas presentes nos corpos de prova ensaiados, determinaram-se as curvas atrito unitário x deslocamento do topo, para a amostras com e sem aditivo expansor de argamassa. A Figura 2 apresenta um modelo após o rompimento na prensa, onde pode-se avaliar a movimentação da estaca por atrito lateral, estando a ponta livre.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.