ÉTICA EMPRESARIAL
SER OU NÃO SER VEJA ALGUMAS RAZÕES PARA SUA EMPRESA APOSTAR NA TRANSPARÊNCIA POR IARA MAGGIONI *
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xistem vários motivos pelos quais uma empresa deveria optar sempre pela gestão transparente nos negócios. Empresas transparentes transmitem confiança. E confiança, no cenário empresarial, é sinal de mais oportunidades. Fomentar a transparência é especialmente interessante para atrair negócios internacionais. Grandes empresas, principalmente de outros países, primam pela tranquilidade ao investir. Empresas transparentes ajudam a atenuar os índices de corrupção, um dos principais fatores que prejudicam o desenvolvimento do país. Um estudo realizado por parlamentares brasileiros mostra que, por ano, a corrupção tira R$ 85 bilhões dos cofres públicos. Essas seriam razões sufientes. Mas há um motivo mais objetivo, e direto, que leva o empresário a buscar transparência: a Receita Federal. “Hoje, se seu negócio não der lucro pagando todos os impostos, ainda que o empresário decida não pagá-los, não é viável. Uma hora a empresa vai ser pega e o empresário deixará de fazer negócios”, explica o advogado tributalista Antonio Pacheco, sócio do Gaia, Silva, Gaede & Associados. Para Pacheco, a Receita Federal se especializou tanto em detectar falhas que hoje, em diversos segmentos, é quase impossível sonegar impostos. O órgão conta com um moderno software conhecido como Harpia. O nome homenageia a ave de rapina mais famosa do país e não poderia fazer mais sentido. O sistema integra bases de dados da Receita Federal com outras fontes, como secretarias estaduais da Fazenda, por exemplo. Informações obtidas em investigações anteriores (Opera-
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VIVER CURITIBA
ções da Polícia Federal, CPIs já concluídas) também podem fazer parte do banco de dados. “O software usa a inteligência artificial para fazer simulações. As informações bancárias são todas interligadas, isso graças à CPMF, que foi mais do que um instrumento de arrecadação, foi também um instrumento de fiscalização. A Receita Federal tem acesso a tudo, e cruza os dados financeiros entre os contribuintes”, observa Pacheco. Não obstante o investimento em tecnologia, a Receita investiu também em pessoal. O advogado explica que hoje existem grupamentos específicos dentro do órgão para cada área. Há grupos de fiscalização que cuidam apenas dos bancos e financeiras. Outros que têm como foco as seguradoras. Com essa especialização, os servidores conhecem muito bem o mercado e o contribuinte e, com isso, conseguem fazer a fiscalização da maneira correta. Todas essas mudanças, na avaliação de Pacheco, levaram a um movimento positivo do empresariado: aderência à gestão transparente. Os novos mecanismos de fiscalização progressivamente estão fazendo com que os gestores das empresas entendam a importância e a necessidade de ser transparente. “Houve uma aderência, ajudou a eliminar problemas de concorrência. Quando um não paga imposto, o outro paga”, conclui o advogado. *Iara Maggioni é jornalista especializada em Sociologia Política, âncora do jornal da manhã da Rádio Band News FM Curitiba e apresentadora do jornal Band Cidade