Sobre Identidade e Identificações

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Terceira conferência: 9 de janeiro de 2015

Hoje, para esta primeira sessão de 2015, a título de estreia, pensei em iniciá-los na lógica dos discursos de Lacan. Parece-me que, se me seguem há certo tempo, deveriam estar maduros para entender algo disso. Desde o primeiro ano deste curso e também no ano passado, tive a necessidade de fazer referência à dialética hegeliana do senhor e do escravo, que já não deveria ter segredos para vocês. Já lhes disse como Lacan se serviu disso para estruturar o que chamou de discurso do mestre, que é, de alguma forma, a matriz de todo discurso. Um discurso funda um laço social, é sua função e também sua definição. Esse laço social entre dois indivíduos está condicionado pela estrutura da linguagem que faz que um significante represente um sujeito para outro significante. Para que haja laço social, é necessário que haja esse princípio de base que é a identificação: que cada um seja identificado pelo outro que o reconhece. Isso é o que Hegel havia compreendido perfeitamente com relação ao desejo do senhor: para ser reconhecido nesse desejo, é preciso um escravo – um que se supõe que não quis o mesmo – no

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