ISTOÉ GENTE 659

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• Considera-se uma mulher religiosa? • Posso dizer que me considero uma agnóstica. Isso quer dizer que não acredito em um deus específico, nem professo sobre uma determinada religião, muito embora possa dar minha opinião sobre religiosidade. Mas eu acredito na importância da prece, porque acredito no poder da energia humana. Às vezes, as pessoas oram por alguma coisa e conseguem entrar em contato com essa energia especial que nos une. Respeito aqueles que acreditam nesse poder.

• Em Un été brûlant (ainda inédito no Brasil), você interpreta uma famosa atriz italiana que perde o controle sobre a carreira e o relacionamento com o marido. Qual a receita do equilíbrio nessa atividade? • As pessoas se perdem, entram em crise, em qualquer profissão, não apenas no negócio do cinema. Não é o tipo de trabalho que é determinante no desequilíbrio mental da pessoa, mas a vida em si. A gente sai dos trilhos porque a vida acontece, coisas ruins acontecem e você não consegue superá-las ou lidar com elas. No caso da personagem de Un été brülant o que acontece é que a personagem fica tão obcecada pela imagem que ela construiu, de fama e poder, que ela se torna uma mulher rude e desagradável. •

‘‘Não acredito em leis de atração (física). Às vezes, a gente se pega sentindo curiosidade por um homem ou mulher completamente fora dos padrões de amante ideal. Tudo é muito imprevisível, não é programável’’ Divulgação

quais a nudez fazia parte da história da personagem. De qualquer forma, sou uma atriz e, portanto, uso o meu corpo como instrumento de trabalho. Para falar a verdade, adoro a nudez em filmes, quando ela é usada dentro do contexto correto. Sei exatamente quando ela está sendo utilizada de maneira apropriada ou não. Recusaria trabalho caso a nudez estivesse sendo mal explorada.

• Você e o Vincent conversam sobre trabalho? • Quando estamos juntos, não falamos muito. Nossas vidas já são tão separadas físicamente – ele tem um apartamento em Paris, eu em Londres – e profissionalmente que, quando passamos algum tempo juntos, o que menos queremos é conversar sobre trabalho (risos). Somos bastante independentes no campo profissional. Eu nunca interfiro nas escolhas que Vincent faz nem ele nas minhas. Temos um projeto juntos, que esperamos rodar no Brasil, uma comédia romântica adulta, ambientada durante o Carnaval brasileiro. Já faz muito tempo que trabalhamos em um mesmo filme, é uma oportunidade que aguardo com ansiedade. • Mesmo depois do segundo filho, você não diminuiu o ritmo. A agenda de trabalho e os deveres maternos não a cansam? • Ainda não me sinto cansada com nada. Minha curiosidade ainda é muito grande, há tantas coisas acontecendo em casa e na minha profissão... Minha filha mais velha, Deva, já está com 8 anos de idade, e a mais nova, Léonie, vai fazer 2, mas sempre dou um jeito de levá-las comigo quando vou fazer um filme. Não é fácil, é verdade, mas não é grande problema assim. É uma questão de organização.

Cena de Idades do Amor, onde DeNiro faz um professor setentão que se apaixona pela amante, vivida por Bellucci

25/4/2012

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