Note Bem 97 - Um Olhar Diferente

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Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP - Ed. 97 - Jul/Ago/Set - 2020

Um olhar diferente Em admirável visão de futuro, Jesus profetizou, e o evangelista Marcos anotou: “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo.” (Mc, 13:33) A que tempo o Mestre se referiu? Aos tempos chegados? Observando-se tudo o que tem ocorrido na atualidade, nesses momentos líquidos em que os valores parecem perder signi cado, e boa parte das pessoas não sabem aonde ir ou qual caminho percorrer, tudo parece apontar que os tempos já chegaram… A recomendação do Cristo, de nida no vocábulo olhai, determina que saiamos de nosso mundo íntimo e busquemos enxergar o que está acontecendo ao nosso redor. Uma espécie de visão panorâmica que alcança todo o possível para que consigamos perceber a ambiência em torno de nós e como temos agido e reagido ao vislumbrado. Olhar, mirar e examinar são atitudes saudáveis quando se tem o propósito sincero de aprender e conquistar novos valores, buscando compreensão abrangente da realidade que enfrentamos no dia a dia. Qual a leitura que fazemos do que está acontecendo no mundo? Como temos sentido o instante atual? Até que ponto nos abalamos pelas ondas efêmeras de modismos e ocorrências impactantes que cotidianamente assolam as sociedades? Considerar, avaliar e ponderar integram perspectivas de olhares percucientes, que não se circunscrevem à objetividade material, restritiva e limitadora, mas que transcendem a novos olhares, captadores de realidades espirituais e mediado-

|Foto: Pixabay res dos liames entre passado, presente e futuro. Isso implica enxergar além, compreendendo o antes e o depois, para se entender precisamente o agora. Nessa concepção, as variáveis tempo e reencarnação são imprescindíveis para o entendimento do ser imortal como artí ce de seu próprio destino e, consequentemente, responsável por suas ações, palavras e pensamentos no processo contínuo e crescente de metain uências entre todos os seres da Criação Divina. O vocativo olhai com que Jesus nos desa a é uma proposta: de renovação para o despertar da consciência; de estímulo para a superação de paradigmas materialistas; de convocação para a efetiva transformação moral de cada um de nós, com vistas à regeneração social de

toda a Humanidade. Como tem sido nosso olhar perante as pessoas, ocorrências, provações e oportunidades que a vida nos oferece? O que diferencia nosso olhar do olhar comum? Não obstante as tendências alarmantes do nal dos tempos e, mesmo considerando o caos que parece dominar o mundo, em que tantos se deixam conduzir pelo pessimismo e descrença, “o amor é o olhar de Deus sobre a vida”, como nos ensina Léon Denis. Por isso, eu pre ro ter um olhar diferente: otimista e amoroso. E você? Por Geraldo Campetti Sobrinho, diretor da Federação Espírita Brasileira


Editorial

O espírita cristão

O Evangelho descreve com bastante clareza como deve ser um homem de bem. Kardec, com sua sabedoria lúcida, ofereceu-nos, pelas mãos da mediunidade, esse modelo seguro que facilita o entendimento. Aliás, o Evangelho de Jesus é rico em informação dessa natureza. Basta lembrarmos da a rmativa do Mestre quando diz que devemos fazer a outrem o que gostaríamos de receber dela (pessoa). Se aplicássemos essa regra em nossas relações do dia a

dia, praticamente não teríamos con itos ou mal-entendidos. A convivência entre os seres humanos seria harmoniosa. Na atualidade, os mais renomados psicólogos apontam Jesus como o Maior Psicólogo que já existiu, ou seja, o Psicoterapeuta por excelência. Seu consultório é o próprio Evangelho. Usando de uma regrinha simples, poderíamos em caso de dúvida, na hora de tomarmos uma decisão séria, perguntarmos a nós mesmos: O que faria Jesus nessas circunstâncias? Ou ainda, se alguém agisse dessa forma comigo, eu gostaria? Veja como é simples a proposta do Mestre. Basta boa vontade.

da funciona, com algumas mudanças. O que eu quero aqui ressaltar é a loso a da Boa Vontade, entre os homens. Se houvesse boa vontade das pessoas de todas as religiões e mesmo entre os materialistas, o mundo seria outro. Nossa conclusão é que caminhamos para o Mundo de Regeneração, e a nossa amada Terra sofrerá transformações, conforme vêm advertindo os Espíritos. Preparemo-nos, fazendo a nossa parte, isto é, melhorando-nos a cada dia. Como sabemos, Kardec a rmou que a melhora da humanidade é efeito do progresso moral de cada indivíduo.

Por falar em boa vontade, recordamos que nos anos sessenta, o visionário Alziro Zarur, criou a Legião da Boa Vontade (a LBV) que na época arregimentou milhões de pessoas. Era um movimento social cristão que pregava a Boa Vontade como lema. Foram criados centenas de Núcleos no Brasil e no Exterior. Com a desencarnação do fundador o Movimento arrefeceu, mas ainMiguel Sardano: 2º Vice-Presidente

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Publicação Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes (Santo André) Presidente: Terezinha Sardano 1º Vice-Presidente: Baldir Padilha 2º Vice-Presidente: Miguel Sardano Rua Bela Vista, 125 – Jd Bela Vista Santo André – SP - CEP: 09041-360 Tel: (11) 4994.9664 - www.cebezerra.org.br Revisão: Miguel Sardano e Rosemarie Giudilli Jornalista Voluntária: Suzete Botasso Projeto Gráfico e Diagramação: Marco Beller – (11) 4438.8834 Impressão: Lis Gráfica e Editora - (11) 3382.0777 Tiragem Gratuita: 2.500 exemplares Copyright Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo deste informativo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da entidade.


“Memórias de um Suicida” “...Quem se atira no suicídio espera livrar-se dos sofrimentos considerados insuportáveis... Também eu pensava assim. Enganei-me, porém – e sofrimentos milhões de vezes maiores me esperavam dentro do túmulo onde me escondi, pensando escapar às dores do corpo físico. As primeiras horas depois do meu suicídio foram passadas como se estivesse dormindo. Meu espírito cou desmaiado. Não ouvia, não sentia coisa alguma a não ser a sensação da morte que acabara de buscar. Era como se aquele tiro maldito – que até hoje ainda ouço – tivesse esparramado cada uma das células que compunham meu corpo. A linguagem humana ainda não inventou palavras que possam contar as impressões que se sentem o suicida, logo depois do desastre que ele cometeu. Para entender o que se passa somente outro espírito que tivesse cometido a mesma loucura! *** Cumpro o dever sagrado de falar tão somente aos que sofrem em procurar descanso no suicídio... Cumpro o dever de falar a verdade sobre o abismo que espera cada um dos ingênuos que procuram se desviar dos

sofrimentos terrenos, pela porta espontânea... *** Imaginai uma localidade, uma povoação envolvida eternamente por densa penumbra gelada, onde se aglomeram tétricos fantasmas suicidas erguidos do túmulo. Pois era assim a multidão de criaturas que eu tinha por companheiros – e também eu já esquecido do meu orgulho, pertencia a tão repugnante massa; também era eu um feio, um alucinado, um pastoso como os demais! *** Quando, na Terra, alguém se lembrava de orar por nós, imediatamente, a sua imagem aparecia na tela e ouvíamos sua voz, pedindo a Deus que nos iluminasse os caminhos, dando-nos a calma e a paciência para suportarmos os sofrimentos. Muitas vezes, apareciam pessoas que nem sempre foram muito ligadas a nós, mas que rezavam fervorosamente em nosso benefício, enquanto que as outras pessoas, a quem devotávamos grande estima, nunca ou raramente aparecia, para aliviar as asperezas dos nos-

|Foto: Pixabay sos infortúnios... *** Coragem, peregrino do pecado! Aprende uma vez para sempre que és imortal e que não será pelas portas desconhecidas do suicídio, que encontrará a porta da verdadeira felicidade... *** Peço aos que me lerem, que acreditem no que digo, sem experimentar. O desastre será inevitável, se zerem o mesmo que eu z. Aceitem a vida como ela é. Aceitem as dores, a cegueira, as deformidades, os aleijões, o desespero, a desgraça, a fome, a desonra, a lama. Tudo, tudo de mau, de injusto que as Terra possa dar são coisas excelentes em comparação ao que terão no caminho do suicídio.” Do Livro “Memórias de um Suicida”, escrito pelo Espírito Camilo Castelo Branco, através da mediunidade de Yvonne do Amaral Pereira.

CUIDE de VOCE CUIDE da GENTE Doe e ajude-nos a mantermos o trabalho com as crianças da Instituição Amelia Rodrigues Bradesco - Ag: 2816-9 C/C: 1423-0 Itaú - Ag: 0020 - C/C: 82717-6 (11) 94000.1952 Note Bem|03


A maior necessidade do momento Amigo leitor! O título deste artigo parece pretensioso. Talvez seja. Seria demais, provavelmente, responder em poucas linhas qual a maior necessidade do ser humano aqui na Terra neste princípio de século, perante tantos desa os e problemas graves, como a miséria, a injustiça social, a criminalidade, a violência urbana, o preconceito, a corrupção, a ignorância, a maldade… A lista é praticamente in ndável. A nal, estamos em um mundo de expiações e provas em plena transição para a regeneração. A crise, por demanda imperiosa do progresso, evidencia as desigualdades e enfermidades morais, dando a impressão de que a sociedade terrena está falida nos valores educacionais do Espírito imortal. Se nossa visão for limitada ao presente e restrita a fatores econômicos, políticos e sociais, a resposta tende a ser a rmativa: o mundo parece estar piorando. Porém, torna-se imprescindível ampliar os horizontes, enxergando realidades além daquelas percebidas quando nos restringimos a aspectos materiais da existência terrena. Nós, que somos aprendizes do Evangelho de Jesus à luz do Espiritismo, já temos as informações su cientes para entender que a recomendação maior do Cristo foi e continua sendo o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Ainda, o

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Mestre inovou, enfatizando que deveríamos amar o semelhante como Ele nos amou. Deixou a recomendação e a receita. Resta-nos apenas cumpri-las. Simples assim… para falar. Tão complicado, entretanto, para vivenciar. O amor deve estar na base de todas as nossas ações, palavras e pensamentos. Tudo estaria resolvido se amássemos, verdadeiramente, a nós mesmos, ao próximo e a Deus, pois assim o respeito e a solidariedade universais estariam garantidos na promoção da paz e felicidade geral. *** Acontece que o tempo não para. As coisas ocorrem em velocidade cada vez mais célere. As transformações estão surgindo tão rapidamente que temos tido sérias di culdades em saber lidar com o mundo atual. Parece que a loucura se generalizou! As pessoas estão perdidas, sem rumo, não sabem para onde ir, sequer têm compreensão de onde se encontram e o que lhes cabe fazer. E isso tem nos afetado também, pois ninguém está imune à in uência, seja de qual natureza for, nem despojado da capacidade de in uenciar pessoas próximas ou distantes. Temos nos deixado perturbar e temos sido instrumentos da perturbação.

Somos incompreendidos pelo nosso irmão e nos tornamos agentes da incompreensão em nossas relações interpessoais. Temos sido relegados por terceiros e atuado como ferramentas da indiferença diante do sofrimento alheio. Está nos faltando viver a mensagem ensinada por Jesus há dois mil anos e renovada pelas claridades do Espiritismo desde os idos do século XIX. Esta mensagem nos recomenda o respeito e a solidariedade a todos. E mais, por extensão, ensina-nos que devemos ser gratos àqueles que nos antecederam na realização de importantes trabalhos. Cumpre-nos reconhecer que, se não fossem tais pioneiros, enfrentaríamos


|Foto: Pixabay hoje grandes di culdades para fazer o que estamos tentando empreender. Gratidão e respeito, portanto, nunca serão demais. *** A maior necessidade do momento, perante tantas outras que entendemos importantes, é a de discernir, adotando o equilíbrio e o bom-senso, tão escassos atualmente no comportamento pessoal, inclusive na postura de boa parte dos formadores de opinião. Discernir, segundo o dicionário eletrônico Houaiss, é: a) perceber claramente (algo, diferenças etc.); distinguir, diferenciar, discriminar; b) compreender (conceito, situação etc.); perceber, entender; c) formar juízo; apreciar,

julgar, avaliar; d) identi car (algo) com conhecimento de causa. Depreendemos dessas quatro acepções principais do verbo discernir que não podemos ouvir, ler, ver e sentir tudo como se fossem verdades absolutas. Há que se redobrar a vigilância quanto aos cavaleiros do apocalipse que, em tempos de transição, pululam em diversos cantos causando discórdia e levando pessoas, instituições e povos a se confrontarem como se estivessem em plena guerra. A quem interessa a divulgação de notícias bombásticas, descobertas assombrosas, revelações impactantes, furos jornalísticos?!…

Quem são os agentes da confusão, da balbúrdia, da dúvida, da insegurança, do desrespeito?!… Discernir é saber escolher, decidir, posicionar-se, adotando o Evangelho de Jesus como roteiro e o esquecimento do mal como estratégia. É fomentar a união e a paz, a concórdia e o bem, a felicidade e a realização. Na atualidade, correm soltas a irresponsabilidade e a insanidade, a desesperança e a precipitação, a ignorância e a confusão. Por isso mesmo, o momento é propício ao discernimento, com emprego do bom-senso e do equilíbrio. Vamos fazer a nossa parte?!

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Agradeçamos

|Foto: Pixabay Sabemos que a nossa mente, para evoluir, sofre processos de transformação por vezes violentos e rudes, qual acontece à terra necessitada de amanho para produzir. Nos círculos da natureza, observamos o arado, vergastando o solo e ferindo-o, e se a grande massa rochosa aparece, de improviso, impedindo o esforço do lavrador, notamos que a dinamite comparece, estilhaçando os obstáculos... Assim também nossa inteligência não se modi ca sem a visitação da di culdade. A lâmina dos problemas inquietantes como que nos tortura, dia-a-dia, constrangendo-nos à compreensão mais justa da vida e se o endurecimento espiritual é a nota de nossas reações, ante a passagem da máquina renovadora do sofrimento, surgem os impactos diretos da provação sobre a nos-

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sa experiência pessoal, desintegrandonos antigas cristalizações no egoísmo e no orgulho. Ofereçamos o coração ao Divino Cultivador que é Jesus. Digne-se o Mestre Divino fazer de nossa existência o que lhe aprouver. Os golpes sublimes da Vontade Superior sobre os nossos desejos serão recursos do máximo proveito para o nosso próprio futuro. Se a dor nos procura, em forma de incompreensão do meio ou na máscara de tristes desilusões terrestres, abençoemo-la, acentuando a nossa fé viva em Nosso Senhor e continuemos servindo ao próximo, na medida de nossas possibilidades, porque a dor é realmente a Sábia Instrutora, capaz de elevar-nos da Terra para os Céus.

*** Senhor!... Nas ocasiões em que a doença nos visite, revigora-nos a certeza de que, mesmo assim, ser-nos-á possível cultivar a paciência, de modo a encorajar àqueles que nos procurem. *** AQUELE HOMEM DE DURO SEMBLANTE NA ADMINISTRAÇÃO QUE NÃO TE PODE ATENDER ÀS REQUISIÇÕES DE FAVOR, MUITAS VEZES, CHORA, ÀS OCULTAS, AO REFLETIR NO FILHO DOENTE.

Mensagem do Livro – SENTINELAS DA ALMA – Francisco Cândido Xavier Espírito - Meimei


Alerta Vivemos dias muito difíceis e desa adores para o comportamento ético. Uma onda de loucura varre a sociedade que parece haver perdido o rumo. Agressividade e angústia são os efeitos do desconforto moral que assola, assim também insatisfação e descon ança. Os distúrbios morais e condutas alucinadas tornam-se efeitos imediatos do vazio existencial, que domina o mundo intelectualizado e sob o controle da tecnologia de ponta.

As notícias velozes apresentam maior índice de desespero e crime, de descontrole comportamental que portadoras de esperanças apaziguadoras. A cada instante estoura um escândalo mais perturbador do que aquele que o precedeu. A visão do futuro é pessimista, e a necessidade de gozar de imediato é cada vez mais imposta pelas circunstâncias aziagas. Pergunta-se o que está acontecendo com a criatura humana? Quais os valores éticos que podem servir de sustentação íntima, neste momento de indecisões e aventuras? O ser humano é algo mais do que a argamassa celular, e enquanto a conduta materialista domine-lhe o pensamento, somente lhe são válidos o prazer sensual, hedonista e o exibicionismo egoico, mediante os quais se apresenta, ocultando os con itos que o atormentam.

A nova é a mesma ética platônica a respeito do dever retamente cumprido, que faculta a consciência de paz e a solidariedade como forma digna de sobrevivência. Ninguém consegue ser feliz isolado, tampouco no tumulto das paixões asselvajadas. A evolução antropológica vem erguendo o ser humano das exclusivas manifestações dos instintos primários para as experiências da emoção superior, à medida que avança com a tecnologia para a condição de homus virtualis, no qual praticamente nos encontramos.

Mesmo os indivíduos que não têm formação espiritualista ou não a desejam, faz-se-lhes urgente a mudança de conduta em forma de equilíbrio e respeito à vida nas suas diversas expressões, como manifestação de cultura e de sabedoria. A vida humana é o período evolutivo mais nobre do processo evolutivo, que não lhe constitui etapa nal. O nosso alerta baseia-se na experiência do equilíbrio moral e comportamental, construindo uma sociedade pací ca e edi cante.

Por Divaldo Franco, professor, médium e conferencista. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 7 de fevereiro de 2019.

Ninguém consegue ser pleno, enquanto esteja sob a constrição narcisista que o afasta da convivência social ou propele-o com propósito exibicionista. Faz-se necessária re exão em torno do sentido da vida, que tem caráter de imortalidade. Embora os esforços contrários do materialismo e do utilitarismo, o ser é indestrutível, tornando-se fundamental a sua conduta intelecto-moral durante a jornada terrestre. Os fatos imortalistas são comprovados amiúdo em toda parte, demonstrando a grandeza da vida e o sentido existencial.

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