Tese Marcos Sousa Lima

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Marcos Souza Lima

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Radiologia Clínica e Ciências Radiológicas.

São Paulo 2011


Marcos Souza Lima

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Radiologia Cínica e Ciências Radiológicas. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ajzen Co-Orientador: Profa. Dra. Maria Isabel S. Carmagnani

São Paulo 2011


Lima, Marcos Souza Avaliação do conhecimento do enfermeiro sobre ressonância magnética em um hospital universitário de São Paulo / Marcos Souza Lima. -- São Paulo, 2011. xii, 91f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Radiologia Clínica e Ciências Radiológicas. Título em inglês: Assessment of nurses´ knowledge about magnetic resonance imaging in a university hospital in Sao Paulo 1. Avaliação em enfermagem. 2. Diagnóstico por Imagem. 3. Ressonância Magnética.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Sérgio Ajzen.

Coordenador do Programa de Pós-Graduação: Prof. Dr. Giuseppe D´Ippolito.

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Marcos Souza Lima

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Antonio Fernandes Costa Lima ____________________________________________________________ Profa. Dra. David Carlos Shigueoka ____________________________________________________________ Profa. Dra. Elisa Harumi Kozasa ____________________________________________________________ Dra. Luiza Hiromi Tanaka ____________________________________________________________

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A meus pais Florisval Siqueira Lima e Olívia Amado de Souza Lima e a meus irmãos Manoel, Marta, Maria de Fátima e em especial a minha querida irmã Marise, por sua generosidade e pelo carinho que dedicou a nossa mãe!

v


AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Giuseppe D´Ippolito, coordenador do Curso de Pós-Graduação do Depto de Diagnóstico por Imagem da UNIFESP, pela oportunidade oferecida. Ao Prof. Dr. Sergio Ajzen, chefe do Depto de Diagnóstico por Imagem da UNIFESP, pela oportunidade, apoio e orientação. À Profa. Dra. Maria Isabel Sampaio Carmagnani, Diretora de Enfermagem do Hospital São Paulo, pela amizade e importante colaboração neste estudo. Ao Prof. Dr. Davi Shigueoka, médico do Depto de Diagnóstico por Imagem da UNIFESP, pelas orientações técnicas e valiosas sugestões. À Enfa. Dra. Bete Salvador Graziosi, Assessora de Informática da Diretora de Enfermagem do Hospital São Paulo, pela formatação do texto e elaboração das referências bibliográficas. À Enfermeira Vânia Teresa Troyano, pelas sugestões e colaboração. À Enfermeira Ieda Aparecida Carneiro, pelo incentivo e colaboração. À Maria Luzia Silva, secretária da Diretora de Enfermagem do Hospital São Paulo, pela digitação do material. À secretária Patrícia Leão Bonomo, do Curso de Pós-Graduação do Depto de Diagnóstico por Imagem da UNIFESP pela atenção. Aos secretários Rita Bozzo e Ernandes Rodrigues, do Depto de Diagnóstico por Imagem da UNIFESP, pela colaboração. À Márcia Mattos Marques, secretária da Pós-Graduação da UNIFESP, pelas orientações fornecidas. Ao Prof. Dr. Hélio Egydio Nogueira, pelo incentivo à minha carreira em todos estes anos. À Dra. Dalva Souto Maior, pelo acolhimento, apoio e estímulo à minha carreira. vi


Ao Prof. Dr. José Roberto Ferraro, Superintendente do Hospital São Paulo, pelas oportunidades oferecidas. Ao Prof. Dr Antonio Carlos Lopes, pelo incentivo. Ao Dr. Antonio Carlos Zechinatti, pela amizade e incentivo. À amiga Profa. Dra. Luiza Hiromi Tanaka, por me ouvir sempre. À amiga Cleide Cecília de Macedo, pelo entusiasmo pela vida e parceria. Ao amigo Edmilson José da Fonseca por todo apoio. Ao Renan Hiagon, bibliotecário do Departamento de Diagnóstico por Imagem, pela gentileza em corrigir, de forma, impecável, a formatação e referências deste estudo.

vii


Nem sempre podemos escolher os acontecimentos do dia, mas podemos escolher as nossas reações diante delas. “Autor desconhecido”

viii


SUMÁRIO

Dedicatória

v

Agradecimentos

vi

Listas

x

Resumo

xiv

1. INTRODUÇÃO

01

1.1 Objetivo

03

2. REVISÃO DA LITERATURA

04

3. MÉTODOS

22

3.1 Local da pesquisa

22

3.2 População / amostra

23

3.3 Instrumento de coleta de dados

24

3.4 Procedimento de coleta de dados

25

3.5 Tratamento dos dados

25

4. RESULTADOS

26

5. DISCUSSÃO

33

6. CONCLUSÕES

42

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

43

8. ANEXOS

44

9. REFERÊNCIAS

56

Abstract

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. O equipamento de RM para obtenção de imagens.

7

Figura 2. O próton de hidrogênio pode ser visto como uma pequena esfera.

9

Figura 3. Imagem de Ressonância Magnética do corte coronal.

10

Figura 4. Imagem turbo spin eco ponderada.

11

Figura 5. Sala do computador que manipula as imagens de RM.

12

Figura 6. Sala da Ressonância Magnética.

13

Figura 7.

14

Figura 8. Angiorressonância Magnética de Alto Campo.

16

Figura 9. RM mamária em paciente com carcinoma ductal invasivo na mama direita.

17

Figura 10. Ressonância nuclear magnética de uma criança.

18

Figura 11. RM fetal.

19

Figura 12 - Enfermeiros do Hospital São Paulo por turno de trabalho. São Paulo, 26 2009. Figura 13 - Enfermeiros do Hospital São Paulo, segundo a área de trabalho. São Paulo, 2009.

26

Figura 14 - Enfermeiros do Hospital São Paulo, segundo a faixa etária. São Paulo, 2009.

27

Figura 15 - Enfermeiros do Hospital São Paulo, segundo o ano que terminaram a graduação. São Paulo, 2009.

27

Figura 16 - Enfermeiros do Hospital São Paulo, segundo o nível de pósgraduação. São Paulo, 2009.

28

x


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Áreas de especialização dos enfermeiros que participaram deste

28

estudo. São Paulo, 2009. Tabela 2 – Indicações Clínicas para solicitação dos exames de RM, segundo os

29

enfermeiros do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Tabela 3 – Método de funcionamento da RM, segundo o enfermeiro do HSP.

30

Hospital São Paulo, 2009. Tabela 4 – Orientações para o paciente / família que vai ser submetido à RM

30

segundo, os enfermeiros do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Tabela 5 – Contraindicações para se realizar o exame de RM, segundo os

31

enfermeiros do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Tabela 6 – Temas sobre a RM que os enfermeiros gostariam de conhecer. Hospital São Paulo, 2009.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

TC – Tomografia Computadorizada. RM – Ressonância Magnética. RNM – Ressonância Nuclear Magnética. T1 – Tempo de relaxamento Longitudinal. T2 – Tempo de relaxamento Transversal. HCFMUSP – Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CNRMN – Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear. MHz – Mega Hertz. T – Tesla. RF – Radiofreqüência. H – Hidrogênio. G – Gauss. Gd – Gadolínio. RMF – Ressonância Magnética Funcional. BOLD – Blood Oxygeneration Level Dependent effect. HIV – Human Immunodeficiency Virus. ACS – American Cancer Society. USPIO – Ultrasmall Super-paramagnetic Iron Oxide. ELT – Epilepsia do lobo temporal. HSP – Hospital São Paulo. UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. SUS – Sistema Único de Saúde. xii


DDI – Departamento de Diagnóstico por Imagem. APAC – Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade / Custo. APA – Ambulatório de Pré-Anestesia. UTI – Unidade de Terapia Intensiva. CEP – Comitê de Ética em Pesquisa. MEC – Ministério da Educação e Cultura. CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior. RNCB – Radiologie Nursing Certification Board. ARNA – American Radiological Nurses Association. PET-CT – Positron Emission Tomography – Computed Tomography MPR – Multi Planar Reconstrucion FDG – Fluordeoxiglucose. FSN – Fibrose Sistêmica Nefrogênica. TFG – Taxa de Filtração Glomerular. USA – United State of América. EUA – Estados Unidos da América. ELT – Epilepsia do lobotemporal.

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RESUMO

Objetivos: Identificar o perfil acadêmico e o nível de conhecimento dos enfermeiros de um hospital universitário em Ressonância Magnética (RM) e verificar se eles adquiriram esse conhecimento nos cursos de graduação ou pós-graduação. Métodos: Estudo descritivo e exploratório utilizando um questionário em uma amostra de 90 enfermeiros escolhidos por sorteio. O instrumento de coleta de dados possuía questões investigando a especialização acadêmica do enfermeiro e o seu conhecimento sobre RM, sendo respondido na presença do investigador. Resultados: a maior parte dos enfermeiros tinha especialização lato sensu, mas não tinham nenhum conteúdo programático sobre o assunto nos cursos que fizeram. Demonstraram ter maior conhecimento sobre o preparo do paciente para RM e as principais contra-indicações. Tinham pouco conhecimento sobre o funcionamento do aparelho e ambiente de exame. Conclusões: Os enfermeiros possuíam regular conhecimento sobre o exame de RM e adquiriram esse conhecimento na prática profissional, pois o hospital possui esta modalidade de exame. Demonstraram interesse em conhecer melhor o ambiente de exame e fatores relacionados à prevenção de incidentes com pacientes.

xiv


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1 INTRODUÇÃO

A Ressonância Magnética (RM) é um dos maiores avanços na área de diagnóstico por imagem. Embora seja um exame não invasivo e não utilize contraste iodado, requer um bom preparo do paciente, seja no rastreamento dos objetos metálicos externos e internos ou na orientação quanto ao ambiente do exame. O aspecto do aparelho (quando fechado), o ruído insistente e o tempo em que a pessoa deverá ficar imóvel, podem ser um fator limitante a pacientes ansiosos, agitados que possuem dor crônica, crianças e, sobretudo, a portadores de claustrofobia. A importância da RM como exame de imagem, o aumento de sua aplicação em diversas áreas da medicina, o fato de ser custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e ser um procedimento praticamente isento de riscos para o paciente indica a necessidade de orientação prévia, com o objetivo de diminuir a impressão negativa, a ansiedade e o medo que os pacientes, em geral, sentem pelo exame. A maior parte dos pacientes, quando bem preparados, não precisam de sedação e anestesia. São mais colaborativos, não sendo necessário adiar o término do exame. Ainda como vantagens, aumentam a qualidade do exame e a otimização do aparelho de ressonância. A educação continuada em Radiologia para a enfermagem é ainda incipiente em nosso País, uma vez que nos Estados Unidos da América (EUA) e Europa foi maior a profundidade de conhecimento do tema, podendo ilustrar este avanço a certificação em enfermagem em Radiologia pelo Radiology Nursing Certification Board(1). Considerando a escassa literatura sobre as orientações de enfermagem para pacientes que serão submetidos a exame de RM, o autor deste estudo, que é enfermeiro em um Serviço de Diagnóstico por Imagem e participou da implantação do Setor de Ressonância Magnética do hospital, decidiu estudar este tema, procurando saber, o que os enfermeiros do hospital conhecem sobre RM e se estão preparados para orientar os clientes.


2

Acredita-se que os profissionais de enfermagem, sobretudo o enfermeiro, das diversas áreas devem estar instrumentalizados com informações científicas relacionadas aos exames de RM, da mesma forma que o fazem rotineiramente no preparo de cirurgias e intervenções invasivas. O autor deste estudo espera que ele possa colaborar, incentivando enfermeiros da instituição campo de estudo, e os de fora, na melhoria dos protocolos de atendimento ao paciente, que devem ser realizados no momento da marcação do exame; na inclusão desse tema em cursos de educação continuada para enfermeiros; nos currículos dos cursos de graduação e pós-graduação e, no aumento do interesse em pesquisa nessa área, por parte dos enfermeiros.


3

1.1 Objetivos

1. Verificar o perfil acadêmico dos enfermeiros do Hospital São Paulo (HSP); 2. Identificar qual o conhecimento dos enfermeiros do HSP sobre RM; 3. Verificar se esses enfermeiros tiveram informações sobre RM na graduação ou pós-graduação; 4. Identificar, o que eles gostariam de aprender sobre a RM.


4

2 REVISÃO DA LITERATURA

A descoberta dos raios X (RX) por Roentgen, em 1895, representou a primeira possibilidade de visibilização do corpo humano de forma não invasiva. Na década de 1970, o diagnóstico por imagem mostrou um grande avanço com a descoberta da Tomografia Computadorizada (TC) por Hounsfield e das experiências de alguns cientistas que começaram a utilizar o fenômeno da RM (RM) para obter imagens de seres vivos(2). O primeiro experimento bem sucedido de Ressonância Magnética (RNM) foi realizado, em 1946, por dois cientistas de forma independente, Félix Block, da Universidade de Stanford e Edward Purcell, da Harward. Concluíram que alguns núcleos quando colocados em Campos Magnéticos absorviam energia dentro de uma faixa de rádiofrequência do espectro eletromagnético. Na época, foi chamada de Ressonância Nuclear Magnética Nuclear, porque apenas os núcleos de alguns átomos reagiam dessa maneira, Magnética porque é necessário um campo magnético para concretizar o fenômeno e Ressonância pela dependência da frequência dos campos magnéticos e da radiofrequência. Hoje, a técnica é mais conhecida no meio científico por RM apenas, para não confundir o termo nuclear com uso de substâncias radioativas(3). Bloch e Purcell receberam o Prêmio Nobel de física em 1952, por essa descoberta. Na década de 1970, a RM foi desenvolvida como uma ferramenta diagnóstica. Raymond Damadian, um médico americano, mostrou que um parâmetro tissular da RM (T1) era significativamente maior em tecidos cancerosos do que nos normais. Passou então a estudar a construção de um aparelho de RM. Em 1972, Paul Lauterbur utilizou um protótipo semelhante ao da Tomografia Computadorizada (TC) na construção de imagens por RM e publicou o estudo na revista Nature em 1973(4). Em 1976, Peter Mansfield e colaboradores criaram as primeiras imagens de uma parte do corpo, um dedo. Nesse evento, foi desenvolvida a transformação de Fourrier, na qual a origem geométrica das ressonâncias emitidas pelos núcleos


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transformados é detectada e calculada por uma análise matemática. Em 2003, o Prêmio Nobel em Fisiologia foi concedido a Paul Lauterbur e Peter Mansfield pelas descobertas que levaram ao desenvolvimento do método de imagem por RM(2). O primeiro aparelho para fins diagnósticos foi instalado no Departamento de Radiologia da Universidade de Manchester, construído pela companhia Picker com a contribuição de cientistas de universidades inglesas. No Brasil, o primeiro centro de RM de um hospital público nacional foi inaugurado em 1990. Com esta conquista, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) tornou-se, na época, o hospital da rede pública mais equipado do País(5). Em 1998, foi instalado o Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear (CNRM), no Centro de Ciências da Saúde sob a responsabilidade do então Departamento de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Este Centro funciona como uma unidade multiusuária para a resolução de estruturas de macromoléculas estudadas no Brasil e América do Sul por RM(6). O Centro possui diversos equipamentos de ponta e recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, para a aquisição dos espectrômetros de RM de alta resolução, um de 600 MHz e outro de 400 MHz. Os dois aparelhos possuem todos os acessórios necessários para experimentos de determinação estrutural de macromoléculas e à estrutura química de compostos orgânicos. Estes equipamentos foram os primeiros a serem instalados no País, com a finalidade de determinação da estrutura de macromoléculas. O Projeto CT-infra financiou também um aparelho de 800 MHz, o primeiro da América Latina e o terceiro no Hemisfério Sul. Em razão de sua alta tecnologia, as instalações são utilizadas por pesquisadores do Brasil e de outros países, o que tem sido fundamental para a formação de uma nova geração de jovens cientistas na área de Biologia Estrutural. O trabalho realizado no Centro resultou em diversas publicações nas áreas de estrutura de proteínas, enovelamento protéico, glicobiologia e produtos naturais(6).


6

O aparelho de Ressonância Magnética é composto pelos seguintes elementos(7). • Magneto – é o componente principal, produz o campo magnético e é medido em Tesla (T) – unidade de medida de indução magnética. Existem três tipos de magnetos no sistema: resistivos permanentes e supercondutores. São usados para campos magnéticos altos e médios, e suas bobinas estão voltadas para materiais criogênicos, o hidrogênio liquido (-195,8º) e o hélio liquido (-268º); • Bobinas de Gradiente – são formadas por três conjuntos e localizam-se no magneto. Cada conjunto é ligado a um amplificador de gradiente e controlado pelo computador, o que possibilita a geração de gradientes em qualquer direção. Tem por finalidade gerar uma diferenciação espacial nos sinais emitidos da área que está sendo examinada; • Bobinas de Radiofrequência (RF) – funcionam como antenas para receber e emitir ondas de RF. As principais são a bobina de corpo que circunda totalmente o paciente, incluindo a mesa e as bobinas de superfície usadas para envolver a parte do corpo a ser examinada; • Sistema de controles e aquisição – este sistema localiza-se entre o computador, o reconstrutor e os sistemas de gradiente e RF. É responsável pela execução do método programado, aquisição e modulação dos sinais de RM, transportando-os para o reconstrutor; • Reconstrutor – executa todas as funções matemáticas, sendo necessário para aumentar a velocidade nas reconstruções das imagens; • Computador – é o elemento de controle dos “scans”, imagens e arquivos; e • Mesa de exames – acionada por controles automáticos.

O equipamento de RM para obtenção de imagens contém várias bobinas para produção de campos magnéticos. O campo principal é produzido por um solenóide (o tubo roxo) e atua sobre os spins dos prótons do corpo, gerando um momento


7

magnético líquido na direção do campo. As bobinas de Helmholtz (as largas tiras azuis) criam um campo adicional que varia ao longo da direção z (pés-cabeça). As bobinas em sela (os pares de retângulos alaranjados e amarelos) produzem campos adicionais que variam ao longo das direções x (direita-esquerda) e y (em cima embaixo). Estes campos superpostos fazem com que cada ponto do espaço tenha um campo magnético que o identifique sem ambiguidades. Sinais de radiofrequência produzidos por bobinas (fios verdes) para excitar os prótons do hidrogênio do corpo, que, após a excitação, relaxam até sua condição inicial. Nesse processo, emitem sinais de radiofrequência durante um intervalo de tempo que depende dos tecidos de onde provêem. A frequência de excitação (ressonância) é proporcional ao valor do campo local, bem como a frequência emitida pelo próton relaxando. Como cada ponto do espaço tem um valor único de campo, é possível identificar de onde vêm os sinais e reconstruir a imagem (Figura 1).

a

Figura 1. O equipamento de RM para obtenção de imagens.

a

Silva NC. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Físicas e Matemáticas. Departamento de Física. 2010.


8

Os acessórios componentes da RM são: máquina processadora de filmes, negatoscópio, filmes radiográficos especiais, disco laser para arquivo e monitor cardíaco. O aparelho de RM é um túnel largo que funciona como um imã que cria um campo magnético(8). Normalmente, este campo é orientado aleatoriamente, isto é, não apresenta uma orientação específica. Para efetuar o exame, o paciente deverá ser colocado em uma mesa móvel que o leve para dentro do tubo magnético. Este faz com que os prótons do corpo se orientem a favor ou contra a direção do campo magnético do aparelho. Pulsos curtos de radiofrequência são enviados para a área que se pretende examinar, fazendo com que altere a orientação dos prótons. Dessa forma, o corpo emite sinais que são transformados pelo computador, por meio de uma operação algorítima em imagens digitais. A descrição especifica do funcionamento da RM envolve técnicas que se fundamentam radiofrequência

em (3,8)

três

etapas:

alinhamento,

excitação

e

detecção

de

.

O alinhamento refere-se à propriedade magnética dos núcleos de alguns átomos, que tendem a se orientar paralelamente a um campo magnético (como uma bússola em relação ao campo magnético da Terra). Por razões físicas e pela sua abundância no corpo humano, o núcleo de hidrogênio (próton) é o elemento utilizado para produzir imagens. Assim, para que esses átomos sejam orientados em uma certa direção, é necessário um campo magnético intenso. Quanto à excitação, compreende-se que um núcleo de hidrogênio “vibra” em uma determinada frequência proporcional ao campo magnético onde está localizado. Enfim, o aparelho emite também uma onda eletromagnética na mesma frequência, existindo uma transferência de energia da onda emitida pelo equipamento para os átomos de hidrogênio, fenômeno conhecido como ressonância. As imagens são produzidas na terceira etapa: detecção de radiofrequência. Quando os núcleos de hidrogênio (H) recebem a energia, tornam-se instáveis. Ao retornar ao estado habitual, emitem ondas eletromagnéticas na mesma frequência (faixa de ondas de rádio). O equipamento detecta essas ondas e determina a


9

posição no espaço e a intensidade da energia, que é mostrada como “brilho” na imagem, sendo utilizada a nomenclatura “intensidade de sinal”. Dependendo da forma e do tempo, os átomos são excitados, as imagens poderão ser mais sensíveis a diferentes propriedades dos tecidos.

b

Figura 2. O próton de hidrogênio pode ser visto como uma pequena esfera (1), que possui um

movimento de giro, ou spin, em torno de seu próprio eixo (2); por ser uma partícula carregada positivamente (3), gerará um campo magnético próprio a seu redor (4), comportando-se, como um pequeno dipolo magnético (4) ou como um imã (5), com um momento magnético (µ) associado.

A unidade padrão para medir a força de um campo magnético é a Tesla (T), é a unidade de fluxo magnético ou indução magnética. Uma T corresponde a 10.000 gauss (G), que é a unidade de medida da densidade do fluxo magnético. O campo magnético da Terra equivale a 0,5 gauss(9). Os aparelhos de RM podem ter campo magnético a partir de 0,2 T, podendo chegar a 3T, e os aparelhos de menor campo são de menor custo e têm melhor aparência para os pacientes com claustrofobia porque possuem um túnel mais aberto e curto. Em contrapartida, têm menor resolução espacial e resultados(10) inferiores aos de alto campo. A maioria dos aparelhos de RM utiliza alto campo magnético de 1,5 T, mas alguns centros de assistência e pesquisa já possuem aparelhos com campo de 3 T. As vantagens desses equipamentos são maiores avanços na qualidade das imagens e melhor resolução temporal(11). Em outros paises, existem estudos avançados

b

Mazzola AA. Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e aplicações sem imagem funcional. Revista Brasileira de Física Médica. 2009; 3(1):117-29.


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avaliando o equipamento de RM com campo magnético três vezes mais forte (8 a 9 T) que os equipamentos convencionais (até 3 T). Isso possibilitará aos cientistas a captura de sinais não só das moléculas que contêm hidrogênio, mas também de outros elementos responsáveis pelo metabolismo do cérebro: sódio, fósforo, carbono, nitrogênio e átomos de oxigênio. As imagens detalhadas deverão ajudar os médicos a detectarem sutis mudanças na química do cérebro que precedem certas doenças, permitindo assim tratamento antecipado. Especialistas em proteção radiológica não ionizante avaliam os riscos para os pacientes em exposição a campos magnéticos tão potentes(12).

Para aumentar a sensibilidade e especificidade desse procedimento diagnóstico, em algumas situações, utiliza-se o contraste paramagnético que possui como elemento ativo o gadolínio (Gd). Seu mecanismo de ação se dá pelo encurtamento do tempo de relaxamento dos prótons da água, acelerando a velocidade do alinhamento entre os prótons e o campo magnético principal, obtendose um sinal mais ampliado de RM(13), (Figura 3).

c

Figura 3. Imagem de RM em corte coronal ponderado em T1 com contraste, mostrando massa

tumoral na região do clívus, destruindo a sela turca e o seio esfenoidal, crescendo assimetricamente mais à E e comprimindo à face medial do lobo temporal E.

c

Mazzola AA. Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e aplicações sem imagem funcional. Revista Brasileira de Física Médica. 2009;3(1):117-29.


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Esse produto possui baixa possibilidade de provocar reações anafiláticas quando comparado aos iodados utilizados nos exames tomográficos. Pode ocorrer uma reação de hipersensibilidade tardia com presença de náusea, vômito, urticária e dispnéia. O gadolínio deve ser evitado quando possível para gestantes e sua indicação para pacientes com doença renal crônica avançada é limitada pelo risco de desenvolvimento da fibrose nefrogênica sistêmica(14-16).

. d

Figura 4. Imagem turbo spin eco ponderada em T2, mostrando na imagem ampliada a resolução de

contraste obtida em razão das diferenças nos tempos T2, entre os tecidos envolvidos.

Obrigatoriamente, a RM requer estrutura física especializada para seu funcionamento(7). Deve ser composta dos seguintes ambientes: área de detecção de metais, sala de indução e recuperação anestésica, posto de enfermagem e serviços, sala de exames de RM, sala de comando, sala de laudos e interpretação, sala de componentes técnicos (computadores, compressor, hélio) e vestiário com sanitários. d

Mazzola AA. Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e aplicações sem imagem funcional. Revista Brasileira de Física Médica. 2009;3(1):117-29.


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Deve ter outros ambientes comuns a outros serviços de saúde, como sala de espera para pacientes e acompanhantes, expurgo e depósito de materiais de limpeza, secretaria e sanitários. A sala de exames de RM deve ser provida de blindagem magnética para restringir o campo e evitar sua propagação às áreas vizinhas. Preconiza-se também a blindagem da radiofrequência que pode ser interna ao magneto ou externa, uma sala blindada (Figuras 5 e 6).

e

Figura 5. Sala do computador que manipula as imagens de RM do Hospital São Paulo (HSP).

e

Sala da Ressonância Magnética do Hospital São Paulo, São Paulo. 2010.


13

f

Figura 6. Sala da RM.

A RM trouxe maior compreensão para elucidação de muitos diagnósticos, sendo mais sensível que a tomografia para diagnosticar certas doenças e lesões, tais como: esclerose múltipla, tumores na hipófise e no cérebro, infecções no cérebro, medula espinhal ou articulações; visibilizar ligamentos ou tendões rompidos no punho, joelho, tornozelo; lesões no ombro, na articulação temporomandibular; avaliar massas nos tecidos moles do corpo, cistos e hérnias de disco na coluna, tumores ósseos e acidentes vasculares em seus estágios iniciais(17). As imagens de RM têm maior capacidade de demonstrar mínimas alterações em doenças desmielizantes e diferenciar a substância branca e cinzenta do cérebro em regiões do cerebelo e núcleos de base, daí sua importância para a psiquiatria(18). A evolução de magnetos supercondutores das bobinas de pulso, capazes de gerar gradientes elevados e com boa homogeneidade de campo, permitiu que a RMF (Ressonância Magnética Funcional) se estabelecesse, como uma das ferramentas mais rápidas e eficazes no campo da neurociência. Descrito por Bellineau et al., em 1991, surgiu como um método não invasivo capaz de mapear f

Sala de aparelho de ressonância magnética do laboratório Delboni Auriemo. São Paulo. 2010.


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funcionalmente as áreas corticais. Com a utilização de técnicas especiais, como a sequência BOLD, podem ser observadas pequenas variações da intensidade do sinal pela ativação cerebral. Entre os assuntos mais estudados nessas imagens, destacam-se a percepção visual, o movimento voluntário, o controle motor, a atenção e a memória, tendo sido empregada nas doenças mentais, como a esquizofrenia, Alzheimer e outras(18-19) (Figura 7).

g

Figura 7. Doença de Alzheimer: dramática redução volumétrica temporal mesial bilateral,

envolvendo os hipocampos e giros para-hipocampais, com alargamento compensatório dos cornos temporais dos ventrículos laterais, o que é desproporcional à redução volumétrica do restante do parênquima cerebral.

A utilização da RM intraoperatória é um grande avanço para tratamento de gliomas cerebrais, especialmente, os gliomas encefálicos e os tumores da hipófise. A técnica permite monitorar em tempo real o processo cirúrgico, mostrando com exatidão as estruturas cerebrais relacionadas com a lesão. O HC da FMUSP, em convênio com a Secretaria da Saúde, criaram um centro cirúrgico com RM onde têm sido realizadas cirurgias para ressecção de neoplasias cerebrais(20). Outra nova técnica bastante útil em neurorradiologia é a espectroscopia de prótons. As imagens são apresentadas por gráficos e demonstram picos de diversos g

Fleury – Medicina e Saúde. 2010


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metabólitos no cérebro, que apresentam radiofrequência e intensidades diferentes. Para que uma substância seja detectada pela espectroscopia de prótons, deve ter concentração

maior

que

0,5

1,0

mmd/l

e,

portanto,

a

maioria

dos

neurotransmissores e os aminoácidos essenciais não são detectados. No entanto, é possível fazer diagnósticos de várias situações, como: encefalopatias hepáticas subclínicas,

pré-transplante

hepático,

diagnóstico

diferencial

de

síndromes

demenciais, monitorização de neoplasias cerebrais, hipóxia neonatal, erros inatos do metabolismo e encefalite por HIV(21-23). A recente publicação do Consenso Americano sobre Ressonância Magnética Cardíaca refere que a RM tem inúmeras vantagens na área da Cardiologia, sendo a primeira delas, a ausência de radiação ionizante; a segunda, é sua capacidade de avaliar todo o corpo humano e a terceira, pode demonstrar, tanto os aspectos anatômicos e os funcionais como o fluxo sanguíneo(24). É recomendada na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca, na doença arterial coronariana, na doença cardíaca congênita simples e complexa. Em pacientes com doença valvar, é considerado o método de imagem de primeira linha por sua habilidade em mensurar de forma precisa o volume e a fração regorgitante(25). A avaliação do sistema vascular incluindo a detecção da doença da aorta também é demonstrada pela RM, sendo outras aplicações na área da Cardiologia: avaliação de doenças pericárdicas, identificação e caracterização de massas cardíacas. Dentre as modalidades diagnósticas não invasivas, a RM é considerada o padrão de preferência pela sua alta eficácia e reprodutibilidade. Não é operador dependente nem apresenta limitação da janela acústica como, na ecocardiografia(2628)

(Figura 8).


16

h

Figura 8. A Angiorressonância Magnética de Alto Campo 1,5 T e Supercondutor 3,0 T também são muito precisos no diagnóstico dos aneurismas.

O exame de RM das mamas vem sendo utilizado, como método complementar à mamografia, sobretudo nos casos de mamas radiograficamente densas. Tem sido apontado como um método promissor, tanto no diagnóstico como no estadiamento do câncer de mama, sendo capaz de detectar o câncer mamário oculto por métodos convencionais, como a mamografia e o ultrassom(29). Embora não seja o exame de imagem mais especifico para diagnosticar essa doença, é o método mais sensível e foram identificadas diversas indicações em casos de lesões mamárias, como rastreamento da mama contralateral em mulher com câncer de mama lobular invasor, na procura de lesão primária oculta em mulheres com metástases axilares, na detecção de achados duvidosos na mamografia e ultrassonografia, para verificar a presença e extensão de doença residual, para avaliar a resposta à quimioterapia neoadjuvante e na avaliação de implantes mamários. Recentemente, a ACS (American Câncer Society) recomendou

h

Kuntz KM, Fleischmann KE, Hunink MG, Douglas PS. Cost-effectiveness of diagnostic strategies for patients with chest pain. Ann InternMed 1999;130:709-18.


17

que mulheres com alto risco para câncer de mama devem reduzir o intervalo entre os exames preventivos, incluindo a RM com a mamografia(29-30) (Figura 9).

i

Figura 9. RM mamária em paciente com carcinoma ductal invasivo na mama direita.

Na avaliação do abdome e pelve, algumas indicações da RM coincidem com as da TC, por exemplo, na área de oncologia. A caracterização tecidual é uma vantagem da RM, podendo-se destacar a avaliação da esteatose hepática ou tumores, contendo gordura intra ou extracelular, sobrecarga de ferro, entre outras. A colangio RM e a uro RM proporcionam imagens semelhantes aos estudos contrastados tradicionais, porém, sem a necessidade de agentes de contraste. Na avaliação da pelve, podemos citar o estudo da neoplasia de reto e das fístulas anorretais que são avanços recentes. Também as doenças ginecológicas como tumores uterinos e ovarianos e a endometriose têm se beneficiado da RM. No homem, a RM da próstata com bobina endorretal constitui uma ferramenta para o estadiamento das neoplasias. Novos agentes de contraste, como o USPIO (Ultrasmall Superparamagnetic Iron Oxide) e novas técnicas como a difusão, bold e espectografia são promissoras e encontram-se em estágio de pesquisa(31-33). A RM também é utilizada em pediatria e engloba desde o recém-nascido de 400g até o adolescente. A natureza claustrofóbica do aparelho, o ambiente pouco familiar do exame, a necessidade de manter-se durante um longo tempo imóvel representam um desafio para a enfermagem e técnicos de radiologia. Por esse i

Alvares BR, Michell M. O uso da ressonância magnética na investigação do câncer mamário. Radiol Bras [online]. 2003, 36(6): 373-8


18

motivo, muitas vezes, o exame é feito sob sedação ou anestesia, o que exige maior tempo de preparo no setor de radiologia e uma equipe de enfermagem bastante treinada, seja do ponto de vista físico ou emocional(34). A maior indicação de RM em crianças são os exames da cabeça e medula, e uma das causas mais comuns de solicitação de RM é a epilepsia do lobotemporal (ELT), responsável por crises convulsivas complexas parciais, doenças da hipófise, tumores intracranianos, hidrocefalia e exames de angiorressonância magnética que permitem uma ótima visibilidade de pequenos vasos, permitindo o diagnóstico de anomalias vasculares congênitas. Nos exames de coluna, as indicações são as lesões congênitas, escoliose, doenças degenerativas, inflamatórias e lesão obstétrica do fluxo branquial. As indicações músculoesqueléticas são relacionadas às anomalias congênitas, tumores e trauma. No corpo, a RM é utilizada para diagnósticos de anormalidades congênitas do sistema reprodutor, anomalias congênitas do coração e grandes vasos, anormalidades vasculares, tumores e ânus imperfurado(34) (Figura 10).

j

Figura 10. Ressonância nuclear magnética de uma criança. O cariótipo evidenciou mosaicismo

cromossômico com uma linhagem normal. j

Almeida AS, Cechin WE, Ferraz J, Rodriguez R, Moro A, Jorge R, Rosa LC. Hipomelanose de Ito relato de um caso. J Pediatr (Rio J) 2001;77(1):59-62


19

Em obstetrícia, o emprego da RM vem crescendo progressivamente, desde a primeira vez que foi utilizada em 1983. As principais indicações para seu emprego são: oligoidrâmnio com suspeita de anomalia fetal, estudo do crescimento fetal, placenta prévia, acretismo, incompetência istmocervical, estudo da anatomia materna, prenhez ectópica e, sobretudo, confirmar a detecção de anomalia fetal pela ultrassonografia ou modificações dos órgãos e tecidos maternos(35-36). Estudo realizado em gestantes com diagnóstico ultrassonográfico de malformação fetal, a fim de estabelecer benefícios e limites diagnósticos proporcionados pela RM, obtiveram resultados que os estudos complementares com a RM trouxeram informações adicionais em 60% dos casos. Os maiores benefícios foram aumento do campo de avaliação, maior resolução tecidual e aumento da sensibilidade em pacientes obesos e com oligoidrâmnio. Os limites foram no estudo do coração e esqueleto fetal e na avaliação do movimento fetal e do fluxo sanguíneo(37). A gravidez não é contraindicação para RM, mesmo no primeiro trimestre, mas não deve ser utilizada com meio de contraste(38).

k

Figura 11. RM fetal. Cortes sagitais e axiais “fast” spin-eco ponderados em T2, sagitais ponderados

em T1 e cortes sagitais e axiais gradiente-eco ponderados em T1. Aspectos observados: líquido amniótico aumentado de volume, placenta única inserida na parede anterior e dois fetos unidos pelas porções anteriores do tórax e do abdome.

k

Teixeira AC, Julio H, Mazer S, Urban BLAD. Gemelidade imperfeita: avaliação pelos métodos de imagem. Radiol Bras 2003;36(1):57–60


20

A qualidade da imagem da RM está diretamente proporcional à idade da gestação. A anatomia fetal é melhor descrita em gestações mais avançadas, sobretudo a partir da 24ª semana. É importante ressaltar que a RM no diagnóstico pré-natal é considerada um método complementar à ultrassonografia(37). De forma geral, as restrições absolutas para o exame nos pacientes são obesidade mórbida que impeça a entrada no túnel do aparelho e o uso de marcapasso cardíaco. São contraindicações relativas os grampos intracranianos de aneurisma, implantes cocleares, implantes oculares, estimuladores neurocutâneos, próteses cardíacas, implantes penianos e esfíncteres artificiais, dependendo da data de manufatura e composição da órtese ou prótese. Pacientes com corpos estranhos metálicos dentro da cavidade orbitária ou cujo objeto esteja posicionado em uma estrutura neural, vascular ou de tecidos de partes moles também não devem se submeter à RM, assim como pacientes que se submeteram à cirurgia recente e com colocação de grampos cirúrgicos vasculares (menos de 2 meses). Pacientes com prótese ortopédica ou ferimento por arma de fogo podem submeter-se ao exame, exceto se for na região da prótese ou projétil. Pacientes com filtro em veia cava podem se submeter ao exame, desde que o filtro tenha sido colocado há mais de 6 semanas. Os cateteres venosos centrais de Swanganz, sondas nasogástricas e dispositivos venosos não metálicos não apresentam problemas(17). No entanto, é necessário o preenchimento correto dos formulários que fazem o rastreamento de objetos e dispositivos metálicos que serão avaliados pelo radiologista. Existe literatura disponível, como manuais e consensos com vasta lista de dispositivos utilizados em implantes externos ou internos que podem ser identificados por ano de fabricação, marca comercial, materiais de composição e se forem compatíveis com a RM(38-40). Pacientes sob ventilação mecânica podem ser submetidos ao exame de RM, utilizando aparelhos compatíveis com o equipamento de ressonância, com componentes não ferromagnéticos e com filtros(17). Alguns requerem sedação ou anestesia geral como: recém-nascidos, crianças, adultos com confusão mental, portadores de claustrofobia ou síndrome do pânico e pacientes que vão ser submetidos a procedimentos cirúrgicos na RM.


21

Embora seja um procedimento não invasivo, a RM pode provocar alguns desconfortos e ansiedade em pacientes, estes devem ficar completamente imóveis por longos períodos que podem durar de 20 a 60 minutos, podendo ser um tempo ainda maior. O menor movimento da parte do corpo que está sendo examinada pode fazer com que as imagens fiquem distorcidas e tenham de ser refeitas. A máquina faz muito barulho, produzindo sons de batidas continuas e rápidas, que podem ser desconfortáveis, embora os pacientes recebam protetores de ouvido para diminuir o barulho. Estudos realizados sobre os desconfortos provocados em pacientes pelo exame de RM relatam que a imobilidade e o pequeno espaço do túnel onde fica o paciente, produziu em alguns sensação de estar em um caixão funeral e estas eram piores nos portadores de fobia(41-42). Haddad et al43, citam que a enfermagem deve estar habilitada para orientar os pacientes que vão ser submetidos a exame de RM, com o objetivo de reduzir a ansiedade e o estresse, tornando a assistência mais humanizada. Acreditam ser necessário oferecer informações e apoio emocional aos pacientes; essa atitude ética vem sendo resgatada por profissionais, atentos aos desejos e necessidades dos clientes. Outros autores enfatizam que a importância da avaliação de forma planejada e individualizada irá favorecer o uso de estratégias e intervenções, visando à garantia da segurança do paciente, um exame tranquilo e a qualidade das imagens(44-47). Compreende-se, portanto, a necessidade de favorecer a capacitação do enfermeiro em relação a como ocorre um exame de RM, os possíveis desconfortos e fobias que podem provocar nas pessoas, evitando assim estresse e incidentes durante o exame(46-47).


22

3 MÉTODOS

Para atender aos objetivos deste estudo, foram utilizados os métodos descritivo e exploratório. Os estudos descritivos usam um desenho para buscar informações precisas sobre instituições, situações, grupos de pessoas ou sobre a frequência de ocorrência de um fenômeno, quando não se tem muitas informações sobre este e usam os dados para justificar as condições e práticas atuais ou para fazer planos de mudanças(48).

3.1 Local da pesquisa

O local da pesquisa foi o HSP - Universidade Federal de São Paulo UNIFESP. Trata-se de um hospital universitário geral, de porte especial que atende pelo SUS, possui menos de 5% de leitos de convênios, sendo referência para atendimentos especializados em uma extensa região da cidade de São Paulo. Possui 743 leitos com 15% do total de terapia intensiva, um Pronto Socorro aberto que atende a todas as especialidades médicas e um ambulatório com mais de 160 subespecialidades que atende cerca de 5.000 pessoas / dia. O Departamento de Diagnóstico por Imagem (DDI) do Hospital São Paulo faz 2.600 exames por dia, sendo 68 de RM. O setor de RM fica no 2º subsolo do prédio, nº 800 da Rua Napoleão de Barros. Funciona 24 horas ao dia, de segunda a sextafeira. Cerca de 40% dos exames são de pacientes internados, sendo o restante agendado para o Pronto Socorro, Ambulatório e parceria com a Secretaria da Saúde do Município. O setor tem dois aparelhos de RM, sendo o primeiro da marca Philips modelo Gyroscam, adquirido em 1998. O outro mais moderno, da marca Siemens, modelo Sonata, foi adquirido em 2003 e ambos são 1,5 T. No setor, trabalham quatro recepcionistas e escriturários, uma enfermeira, oito técnicos de enfermagem, 15 técnicos de radiologia, médicos, residentes, preceptores e professores.


23

O agendamento do exame é realizado na Secretaria do Setor, mediante solicitação médica e o preenchimento da Autorização para Procedimentos de Alta Complexidade (APAC). Nesse momento, o paciente recebe as orientações escritas para o exame. Caso seja necessário anestesia, ele será encaminhado para uma avaliação pré-anestésica no APA (ambulatório de pré-anestesia), e orientado a trazer o formulário do anestesista. Para o agendamento dos pacientes internados também são necessárias a solicitação médica e a autorização para procedimentos de alta complexidade que, em geral, são encaminhadas ao setor de RM pelo Serviço de Enfermagem. Os exames são agendados, conforme a urgência; e a enfermagem da RM avisa à enfermagem das unidades, comunicando a data, o horário e o preparo necessário. Todos os protocolos de preparo e orientações para o exame na instituição estão agrupados no anexo 1. No dia do exame, o paciente responde a um questionário com dados pessoais, informações sobre sua saúde, uso de prótese e objetos metálicos e assina o Termo de Consentimento para o exame. (Anexo 2).

3.2 População / Amostra

A população do estudo compreendeu 445 enfermeiros que correspondiam ao quadro de enfermeiros do HSP, na época da pesquisa. A Diretoria de Enfermagem divide-se em 11 serviços compostos por unidades com especialidades médicas semelhantes, e cada uma possui uma gerente de enfermagem. São eles: Serviço de Enfermagem em Emergência, Serviço de Enfermagem de

Apoio

ao

Pronto

Socorro,

Serviço

de

Enfermagem em

Anestesiologia (UTIs de pós-operatório), Serviço de Enfermagem em Clinicas Especializadas, Serviço de Enfermagem Cirúrgica, Serviço de Enfermagem MédicoCirúrgica, Serviço de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Serviço de Enfermagem em Saúde Suplementar, Serviço de Enfermagem em Pediatria e Obstetrícia, Serviço de Enfermagem em Meios Diagnósticos, Serviço de Enfermagem do Paciente Externo, além da Coordenadoria de Ensino e Pesquisa que conta com 9 enfermeiros que


24

atuam na seleção, treinamento e capacitação de funcionários. O número de enfermeiros por serviço varia, conforme seu tamanho e complexidade. Para compor a amostra foram calculados 20% do total de enfermeiros sendo, portanto, 90 profissionais. O método de amostragem probabilística foi usado, tendo como método o sorteio para escolha dos sujeitos. A seleção aleatória ocorre quando cada elemento da população tem chance igual e independente de ser incluído na amostra(48). Do sorteio, foram excluídos os enfermeiros do DDI e os do Centro Cirúrgico. Os primeiros por possuírem conhecimento diferenciado das técnicas de exames por imagem, e os segundo por não fazerem encaminhamento de pacientes para exames. Foram excluídos também os enfermeiros que estavam de licença-médica prolongada ou licença -maternidade. Para a realização do sorteio, todos os nomes dos enfermeiros foram transcritos em pequenos papéis avulsos nos quais constavam também sua unidade e turno de trabalho. Foram escolhidos 90 papéis e o restante ficou guardado para ser realizado novo sorteio, caso não fosse possível completar os 90 nomes. O sorteio foi feito pelo pesquisador e a co-orientadora do estudo.

3.3 Instrumento de coleta de dados

Um instrumento para coleta de dados foi construído, contendo dados de identificação, duas questões sobre a aquisição de conhecimentos a respeito da RM na graduação ou pós-graduação e em quais disciplinas e cinco perguntas abertas, questionando o conhecimento do enfermeiro sobre o assunto: indicações clínicas para

o

exame,

funcionamento

do

aparelho,

orientações

para

exame

e

contraindicações. Finalizando, foi questionado se ele achava importante conhecer mais sobre a RM, e o que considerava importante aprender (Anexo 3). O instrumento foi testado por nove enfermeiros do Hospital que, na época, trabalhavam como assessores da Diretoria de Enfermagem ou Coordenadoria de Ensino e Pesquisa. Embora nenhum deles trabalhasse diretamente com o paciente,


25

todos já foram enfermeiros assistenciais e tiveram oportunidades de encaminhar e orientar pacientes para exame de RM. Após a aplicação do teste, os enfermeiros que participaram, disseram que precisavam de, pelo menos, 20 minutos para responder às questões e sugeriram que a devolução do questionário fosse feita de forma imediata para o pesquisador. Sugeriram também o acréscimo da última questão, pois as outras não esclareciam se achavam importante ou não conhecer o exame.

3.4 Procedimento de coleta de dados

A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto, setembro e outubro de 2009, depois da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIFESP/EPM. (Anexo 4). O pesquisador procurou os enfermeiros sorteados no horário de trabalho e explicou-lhes os objetivos do estudo, apresentando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 5). Muitos enfermeiros estavam muito ocupados e preferiram agendar dia e horário mais apropriados, uma vez que o questionário deveria ser respondido na presença do investigador. Ao receber o questionário de volta, o pesquisador certificava com o participante se ele não havia esquecido de responder alguma questão. Alguns enfermeiros estavam de férias ou licença, e o investigador teve de voltar algumas vezes ao seu lugar de trabalho. Outros não aceitaram responder, alegando pouco tempo e excesso de questionários de pesquisa na instituição. Para o preenchimento de 90 entrevistas, foram realizados mais dois sorteios pela co-orientadora e pesquisador.

3.5 Tratamento dos dados

Os resultados das questões fechadas foram inseridos em um banco de dados, e tratados com estatística descritiva. Os dados das questões abertas foram agrupados por semelhança em tabelas e analisados quantitativamente.


26

4 RESULTADOS

Participaram do estudo 90 enfermeiros do HSP, sendo 71 (79%) do sexo feminino e 19 (21%) do masculino. Para verificar se a amostra teve representatividade nos diversos turnos de trabalho e nos serviços de enfermagem, os enfermeiros foram divididos por turno e área de trabalho. Estes dados estão demonstrados nas Figuras 12 e 13.

32%

39% Manhã Tarde Noturno

29%

Figura 12 - Enfermeiros do HSP, por turno de trabalho. São Paulo, 2009.

12%

23%

6%

Clínica Médica Clínica Cirúrgica

11%

Terapia Intensiva Emergência Pediatria e Obstetrícia 19%

13%

Convênios Am bulatórios

16%

Figura 13 - Enfermeiros do HSP, segundo área de trabalho. São Paulo, 2009.

A faixa etária dos participantes variou de 22 a 56 anos de idade e serão apresentadas por faixa etária nos dados da Figura 3.


27

8%

6% 25%

9%

22-27 anos 28-33 anos 34-39 anos 40-45 anos 46-51 anos > que 51 anos

23% 29%

Figura 14 - Enfermeiros do HSP, segundo a faixa etária. São Paulo, 2009.

O ano de graduação dos enfermeiros variou de 1976 a 2008 e está demonstrado nos dados da Figura 4.

22%

6%

6%

1976-1981 10%

1976-1981 1982-1987 1988-1993 1993-1998

12% 26% 18%

1999-2004 2004-2008

Figura 15 - Enfermeiros do HSP, segundo o ano que terminaram a graduação. São Paulo, 2009.

Verificou-se também, quais dos participantes do estudo tinham cursado pósgraduação: 2 enfermeiros tinham doutorado; 7 mestrado; 59 especialização e 22 não tinham nenhum curso. Quatro ainda estavam terminando o curso de especialização e optou-se por considerá-los, como curso concluído. Estes dados estão apresentados na Figura 15.


28

24%

2%

8% Doutorado Mestrado Especialização Não tem 66%

Figura 16 - Enfermeiros do HSP, segundo o nível de pos graduação. São Paulo, 2009.

Quanto à área de pós-graduação, uma enfermeira fez o Doutorado no Departamento de Cirurgia da Medicina (Cirurgia Plástica) e outra no Departamento de Medicina (Clínica Médica). Cinco enfermeiras fizeram o curso de Mestrado na Escola Paulista de Medicina em disciplinas de Clinica Médica e duas na Escola Paulista de Enfermagem em Enfermagem Pediátrica. Dos 59 que fizeram ou estavam cursando especialização, 55 (93,2%) fizeram na Escola Paulista de Enfermagem, e 6 possuíam dois cursos de especialização. As áreas estão representadas nos dados da Tabela 1.

Tabela 1 – Áreas de especialização dos enfermeiros que participaram do estudo. São Paulo, 2009. Áreas de especialização

Cardiologia

15

Gerenciamento em Enfermagem

13

Terapia Intensiva

11

Emergência

09

Centro Cirúrgico

05

Infectologia

05

Pediatria

04

Obstetrícia

02

Nefrologia

02

Legenda: Nº = número.


29

Quando questionados sobre o fato de terem recebido orientação sobre a RM nos cursos de graduação ou pós-graduação, os 90 participantes (100%) responderam não conhecer. Quanto ao conhecimento sobre as indicações clinicas do exame de RM, pouco mais da metade, 51 (56,5%), responderam que tinham e 39 (43,4%) não. As indicações clínicas citadas pelos respondentes estão descritas nos dados da Tabela 2.

Tabela 2 – Indicações Clínicas para a solicitação de exames de RM, segundo os enfermeiros do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Indicações Clínicas da RM

Nº de citações

Diagnóstico e estadiamento de tumores

19

Confirmação diagnóstica de imagens da tomografia

17

Imagens músculoesqueléticas

13

Imagens do SNC

11

Estudo detalhado de estruturas ósseas

08

Imagens da coluna

06

Exame de fluxo cardíaco

04

Situações de rebaixamento de consciência sem causa metabólica

04

Pesquisa de sangramentos

04

Imagens da cavidade abdominal

03

Pancreatites

02

Quando o paciente for alérgico a contraste

02

Pacientes com esquizofrenia

01

Legenda: Nº = número.

O questionário também abordava se o enfermeiro conhecia o mecanismo de funcionamento da RM. Apenas 27 (30%) responderam que conheciam e 63 (70%) não conheciam. As explicações sobre o funcionamento da RM foram muito sucintas e estão descritas nos dados da Tabela 3.


30

Tabela 3 – Método de funcionamento da RM, segundo enfermeiro do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Modo funcionamento da RM

Nº de citações

Por meio de ondas eletromagnéticas

10

Por meio de um campo de forças magnéticas

07

Por meio de raios magnéticos

06

Utiliza radiofrequência e ondas eletromagnéticas

02

Não utiliza raios ionizantes

02

Legenda: Nº = número.

Quanto ao conhecimento dos enfermeiros em relação às orientações para o paciente que seria submetido ao exame, a maior parte 63 (70%) respondeu que conhecia e 27 (30%) não conhecia. Os dados da Tabela 4 mostram as orientações citadas.

Tabela 4 – Orientações para o paciente / família que vai ser submetido à RM, segundo enfermeiros do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Orientações

Nº de citações

Retirar objetos de metal antes do exame

54

Jejum de 4 horas

47

Jejum se necessário

21

Explicar o ambiente do exame

19

Explicar que não pode se mexer durante o exame

13

Explicar que o aparelho faz barulho

11

Informar o paciente quando o exame for feito sob anestesia

09

Retirar próteses dentárias

07

Avisar o médico da RM quando o paciente tem Insuficiência Renal

05

Explicar a finalidade do exame

04

Solicitar que vá com acompanhante

03

Avisar o médico / enfermagem que o paciente é agitado

01

Solicitar para aumentar a ingestão de líquidos

01

Legenda: Nº = número.


31

Na abordagem do conhecimento do enfermeiro sobre contraindicações do exame, mais da metade 56 (62,3%) respondeu conhecer e 34 (37,7%) não. As contraindicações citadas são apresentadas nos dados da Tabela 5.

Tabela 5 – Contra indicações para se realizar o exame de RM, segundo os enfermeiros do HSP. Hospital São Paulo, 2009. Contraindicações

Nº de citações

Portadores de marca-passo

43

Pacientes com claustrofobia grave

37

Uso de próteses metálicas ou clipes de aneurismas

36

Gravidez

23

Sobrepeso

11

Alergia ao contraste

08

Agitação

07

Pacientes sob ventilação mecânica

05

Pacientes com drogas em bomba de infusão

03

Insuficiência renal

02

Portadores de epilepsia

02

Ter aparelho dentário fixo

02

Ter sido operado recentemente

02

Distúrbios psiquiátricos

01

Portador de tatuagem

01

Legenda: Nº = número.

A última pergunta questionava o enfermeiro, se ele tinha interesse em aumentar seus conhecimentos sobre a R.M. A maior parte 71 (78,9%) respondeu “sim” e 19 (21,1%) “não”. Os temas mais citados pelos que responderam “sim” estão descritos nos dados da Tabela 6.


32

Tabela 6 – Temas sobre a RM que os enfermeiros gostariam de conhecer. Hospital São Paulo, 2009. Temas sobre a RM que gostariam de conhecer

Nº de citações

Ambiente e condições do exame

41

Contraindicações que podem causar acidentes

29

Possibilidade e condições do exame em doente grave sob ventilação

05

mecânica

03

Indicações clínicas em paciente psiquiátrico

02

Funcionamento do aparelho

02

Custo do exame

01

Legenda: Nº = número.


33

5 DISCUSSÃO

A maior parte dos enfermeiros que participou deste estudo, era do sexo feminino. Embora o número de enfermeiros do sexo masculino tenha aumentado nas duas últimas décadas, a porcentagem de mulheres na enfermagem ainda é grande. Alguns autores referem que, atualmente, os enfermeiros ocupam mais postos administrativos e políticos do que puramente assistencial. Quando trabalham na assistência, dão preferência às áreas de emergência e terapia intensiva onde predominam os avanços tecnológicos e a valorização da equipe multiprofissional(4950)

. A amostra teve representação nos três turnos de trabalho, sendo um pouco

menor à tarde e no serviço noturno. É importante ressaltar que os enfermeiros do plantão noturno também encaminham muitos pacientes para exames de RM, que na instituição funciona 24 horas de 2ª a 6ª feira, sendo o período noturno reservado para a maior parte dos pacientes internados. Todas as unidades do hospital foram representadas no sorteio dos enfermeiros, sendo o único serviço com menor representatividade quando comparado ao total do número de enfermeiros foi o de Enfermagem em Pediatria e Obstetrícia. A média de idade dos enfermeiros foi de 33 anos. Apenas 23% dos participantes tinham mais de 40 anos, este resultado sugere um alto grau de rotatividade de profissionais na instituição, fenômeno comum nos hospitais universitários que, muitas vezes, funcionam como um trampolim para profissionais recém-formados alcançarem uma vaga nos serviços privados, que exigem tempo de experiência como pré-requisito. Por representarem uma população jovem, 60% formaram-se depois de 1994, quando já estava estabelecida no País a RM, como método diagnóstico por imagem. Quanto à pós-graduação, 66% dos entrevistados referiram ter especialização lato sensu e 10%, strictu sensu. Apenas 24% não possuíam nem estavam fazendo nenhuma especialização. Os cursos lato sensu não são avaliados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino


34

Superior (CAPES), possuem curta duração quando comparados ao strictu sensu e são voltados à melhoria da prática profissional e atendem às diversas áreas de atuação. Embora não forneçam titulo de mestre ou doutor, são muito valorizados no mercado de trabalho(51). Como se podem observar nos dados da Tabela 1, a maioria dos enfermeiros entrevistados tinha especialização em áreas de emergência, terapia intensiva, cardiologia e gerenciamento. A preferência ocorre por dois fatores fortemente associados: primeiro, pela exigência do mercado de trabalho de uma metrópole como São Paulo; segundo, pela ampla oferta desses cursos de especialização pelas Escolas de Enfermagem, com o objetivo de atender à demanda dos hospitais especializados e dar suporte à função administrativa do enfermeiro, muito valorizada atualmente. O número de enfermeiros com título de mestre e de doutor, não foi expressivo, levando-se em conta a parceria com a universidade. No entanto, não é esperado que o enfermeiro com título de mestre, sobretudo de doutor mantenha-se por muito tempo na prática hospitalar. A tendência é migrarem para as universidades e seguirem a carreira acadêmica. Neste estudo, houve a oportunidade de se verificar segundo os enfermeiros que a área de diagnóstico por imagem e seus principais exames não fez parte do conteúdo programático dos cursos de graduação ou pós-graduação. Nenhum dos enfermeiros questionados referiu ter tido conteúdo sobre RM nos cursos que fez, mesmo os mais novos que terminaram os estudos recentemente. A justificativa para essa falta de informação nos cursos de enfermagem pode ser a alta complexidade desse tipo de exame, a falta de cursos de especialização para enfermeiros nessa área ou por ser um método diagnóstico sofisticado e ainda pouco disponível nos hospitais, de forma geral. Estudo de enfermeiros discute a necessidade de especialização para a enfermagem em diagnóstico por imagem e radioterapia uma vez que o conteúdo desses assuntos é pouco abordado na graduação(52). Nos Estados Unidos da América, existe um programa de acreditação para enfermeiros que trabalham com radiologia e outros métodos de diagnósticos por imagem. É destinado a enfermeiros que trabalham há, pelo menos, 3 anos na área.


35

O titulo de especialista é dado por 4 anos e depois há nova prova para recertificação. É uma titulação voluntária, administrada pela Radiologie Nursing Certification Board Inc, (RNCB), que é subsidiada pela American Radiological Nurses Association (ARNA)(1) . Todas as informações que os enfermeiros participantes do estudo dispunham sobre a RM ocorreram na prática, uma vez que o HSP possui RM desde 1998. Estas informações vieram dos protocolos do serviço de Diagnóstico por Imagem, em especial, os de orientação para exames; de um livro publicado pelo grupo de enfermagem do serviço de diagnóstico por imagem em 1999(7) e pela curiosidade de cada um, em particular, dos enfermeiros das unidades onde os médicos solicitam mais esses exames, como: neurologia, neurocirurgia, ortopedia, UTIs, mais recentemente, as unidades de cardiologia. A respeito das indicações clínicas para RM, apenas 56,5% dos participantes responderam ter conhecimento, 43,4% nem se arriscaram a responder. Houve 19 citações a respeito de diagnóstico e estadiamento de tumores e 17 citações com referência a ser um exame complementar à Tomografia Computadorizada (TC). É importante ressaltar que tanto a TC como a RM podem ser realizadas no corpo todo. Os dois métodos têm indicações clínicas distintas, pois determinados órgãos ou sistemas são mais bem estudados por um ou por outro método. Em alguns casos, a investigação pode ser feita por qualquer um dos equipamentos, como no caso da avaliação vascular ou da hepática: a RM apresenta sensibilidade e especificidade

superior

para

estudos

neurológicos,

das

mamas

e

músculoesquelético, enquanto a TC é superior nas investigações do pulmão, ossos e alças intestinais(53-54). A TC também oferece importante contribuição na investigação de câncer, sobretudo os equipamentos de última geração. Os equipamentos helicoidais denominados multislice (multicorte) podem possuir 2, 4, 6, 8, 16, 32, 64 e até 320 canais que fornecem múltiplas imagens com maior eficácia e agilidade na execução do exame. Esta nova tecnologia pode realizar reconstruções 3D, MPR (Multi Planar Reconstrucion) e até mesmo mensurar perfusões sanguíneas(55).


36

Outra modalidade de exame por imagem que associa medicina nuclear e tomografia é o PET-CT, tomografia por emissão de pósitrons que permite o mapeamento de diferentes substâncias químicas no organismo, como 2[F18] – fluoro-2-deoxi-glicose chamada de FDG, introduzida no País, em 1998, sendo um importante método diagnóstico de câncer em várias partes do corpo, entretanto trata-se de um exame caro que não é ressarcido pelo SUS(56). Quando vai solicitar o exame, o médico deve saber reconhecer a sensibilidade e especificidade de cada um desses equipamentos, inclusive, a relação custo-beneficio. Com relação a outros exames de imagem, a RM tem se mostrado na prática como exame complementar à mamografia, à últrassonografia de mamas e ao Doppler ecocardiografia(17,34). Dentre as indicações clínicas citadas, observa-se que os enfermeiros usaram como referência a clínica e especialidade onde trabalharam. As citações sobre o estudo detalhado das estruturas ósseas foi um erro cometido por alguns respondentes, talvez por sua associação com a ortopedia, uma das especialidades que mais utiliza a RM nas investigações músculoesqueléticas. Os enfermeiros mostraram pouco conhecimento sobre o mecanismo de ação da RM no corpo do paciente e o resultado esperado na formação das imagens. Apenas 30% dos participantes disseram conhecer o funcionamento. As explicações basearam-se na citação de ondas eletromagnéticas (a maioria), na utilização de radiofrequência e ondas eletromagnéticas (duas pessoas), e no fato de não utilizar raios ionizantes (duas pessoas). Este resultado não surpreende mais, pois a técnica do exame de RM exige o reconhecimento de fenômenos da física e é extremamente complexa, precisando de tempo e concentração para ser assimilada(8). Na RM, as imagens são formadas baseadas na interação de alguns prótons com um potente magneto. Isso ocorre porque certos prótons são sensíveis ao magnetismo e capazes de entrar em ressonância. Nos seres biológicos, o núcleo de hidrogênio é o próton utilizado para obtenção de imagens. Ao receber um potente campo magnético, alguns prótons alinham-se na direção do campo com movimento e velocidade conhecidos. O aparelho de RM


37

emite uma onda eletromagnética na mesma frequência. Ocorre uma transferência de energia da onda emitida para os prótons de hidrogênio, fenômeno esse chamado de ressonância com ondas de radiofrequência. Quando os núcleos de hidrogênio recebem essa energia, ficam instáveis e ao retornarem a seu estado padrão emitem ondas eletromagnéticas na mesma frequência. O aparelho detecta estas ondas e constrói a imagem apoiado em uma escala de sinal em que os extremos são o preto (menor valor) e o branco (maior valor). O tempo necessário, para que os prótons voltem ao repouso, é característico para cada estrutura de tecido. O tempo de relaxamento é medido entre dois parâmetros T1 e T2. Em algumas situações, usa-se contraste paramagnético para provocar alteração do tempo de relaxamento de certas estruturas, possibilitando a detecção de anormalidades, como o processo inflamatório, fazer diferenciação de massas císticas ou sólidas e fazer estimativa de fluxo sanguíneo(8). O conhecimento dos enfermeiros relacionado às orientações para o paciente e familiares que são submetidos à RM, foi mais satisfatório; 70% disseram que sabiam como orientá-los. A maior parte deles fez, pelo menos, três tipos de orientações, sendo as mais citadas: retirar objetos metálicos, jejum e explicar ao paciente o ambiente de exame. Além dessa citação pontual sobre objetos metálicos e manter jejum, outras orientações foram relacionadas para explicar o ambiente de exame; como o fato de não poder se mexer durante o exame e o nível de ruído. Seis orientações relacionavam-se ao uso de contraste, e referiam ser necessário avisar ao radiologista quando o paciente tivesse insuficiência renal, além de recomendar que aumentasse a ingestão de líquidos. Alguns lembraram da necessidade de se retirar às próteses dentárias, avisar ao radiologista, quando o paciente é agitado e solicitar que vá com acompanhante (os de ambulatório). Apenas quatro pessoas citaram que deveriam explicar a finalidade do exame ao paciente. O papel do enfermeiro nas orientações ao paciente e família, que vai ser submetido a qualquer intervenção diagnóstica ou terapêutica, é muito importante, seja do ponto de vista emocional ou para obter maior colaboração do paciente na


38

hora da intervenção. Outros autores que trabalham na área de diagnóstico por imagem com RM partilham dessa opinião e acreditam que o paciente previamente orientado sobre o ambiente e tempo de exame estará menos ansioso, mais colaborativo e a experiência da realização do exame será livre de traumas e posteriores fobias(57-59). Na década de 1990, Melendez e Mc Crancke(41) realizaram estudo e relataram que 42% dos pacientes declararam não ter tido nenhuma orientação prévia ao exame, sobretudo a respeito do espaço limitado do túnel magnético e a necessidade de ficar imóvel. Quando a orientação é realizada minutos antes do exame pela equipe de enfermagem do setor, há tendência de aumentar o nível de ansiedade do paciente, uma vez que ele não vai ter tempo para tirar todas suas dúvidas e ficar mais tranquilo. Haddad et al(43) realizaram um estudo com 100 pacientes submetidos a exame de RM, e perguntaram sobre as dificuldades encontradas no exame e se estavam satisfeitos da orientação prévia realizada pela equipe de enfermagem. Os pacientes aprovaram as orientações, 23% queixaram da necessidade de permanecerem imóveis, 23% acharam o barulho desconfortável e 14% disseram que o formato do túnel provocou claustrofobia. Apenas 3% não conseguiram realizar o exame por esse motivo, e outros 3% relataram que a imobilidade provocou intenso desconforto, porque aumentou a dor que sentiam. No presente estudo, mais da metade dos respondentes, 62,3% disseram conhecer as contraindicações do exame e 37,7% não conheciam. As causas mais citadas foram o uso do marca-passo cardíaco, implante de próteses metálicas e claustrofobia grave. O principal aspecto de segurança de um paciente em um centro de RM é a segurança magnética(34,38-39). É fundamental que todo paciente e acompanhante só entrem na sala de exame, após serem minuciosamente rastreados. O fato de não o realizar pode provocar sérios acidentes com o acompanhante ou com funcionários do setor. Devem ser retirados jóias, relógios, moedas, cartões de crédito, removidas as próteses dentárias e outros dispositivos dentais móveis. Os acessos venosos que


39

não contêm nenhum metal podem ser mantidos, mas a bomba de infusão deve ser retirada. Os cilindros de oxigênio, macas e cadeiras de metal devem ficar do lado de fora da sala(17,34). Os serviços de RM dispõem de um formulário de rastreamento que pacientes ou parentes devem preencher, antes de entrar no campo magnético. Em geral, é questionado se o paciente é portador de marca-passo, se possui clipes de aneurisma, corpos estranhos intraoculares, dispositivos ou prótese metálica, implantes cocleares, implantes metálicos para dentes. Solicitam também a respeito de doenças prévias, tratamentos recentes como cirurgia, quimioterapia e radioterapia, sobre claustrofobia e alergias(34). O uso de marca-passo cardíaco é contraindicação absoluta. Os outros itens, que deixam dúvidas, devem ser avaliados pelo radiologista. No caso de implantes, é importante saber sua localização precisa, sua composição e época em que foi implantado. O rastreamento é feito pela equipe de enfermagem do setor e validado pelo radiologista. É importante lembrar que a responsabilidade dessa checagem, em geral, recai sobre quem conduz o paciente até o campo(34). Embora

muitos

enfermeiros

tenham

respondido

que

gravidez

é

contraindicação; atualmente, não há restrição nem para gestantes nos 3 primeiros meses, pois não existem evidências de prejuízo ao feto. Já o uso de contraste é contraindicado em qualquer idade gestacional(13). Quanto ao uso de contraste em mães que estão amamentando, não é contraindicado, porque apesar de ser deglutido pelo bebê por meio do leite materno, a quantidade é pouca, e o risco de reação adversa é quase nulo(13). Entretanto, caso a mãe não se sinta segura, pode estocar previamente o leite materno e só voltar a amamentar 48 horas, depois de ter recebido o contraste. O tamanho do paciente pode ser fator limitante para a realização do exame, e os aparelhos mais modernos são viáveis para pessoas com até 200 kilos(17). Pacientes agitados, portadores de doença mental ou epiléticos, em geral, são submetidos ao exame com sedação oral ou anestesia. Alguns com claustrofobia não conseguem se submeter ao exame ou não chegam ao final, precisando muitas vezes de sedação.


40

A claustrofobia é a limitação da RM mais bem estudada na literatura. Muitos autores interessaram-se por esse fenômeno e existem várias pesquisas que descrevem sua ocorrência em pacientes submetidos ao exame(41-47). Estudos mostram a ocorrência de claustrofobia em pacientes, provocando a necessidade de antecipação do término e a diminuição da qualidade do exame, com presença de artefatos produzidos pela movimentação do paciente. Referem que a claustrofobia grave ocorre entre 5% a 10% da população(41-43). As causas de temor e ansiedade mais apontadas pelos autores são relacionadas à falta de espaço e ao aspecto do aparelho, à necessidade de ficar imóvel por mais de 30 minutos e o ruído. A esses desconfortos, somam-se a dor crônica de muitos pacientes, a expectativa com o resultado do exame e as experiências anteriores desagradáveis(41-43). Outros estudos sinalizam como maiores causas de claustrofobia, o tipo de aparelho (fechado), o local de exame (cabeça) e a posição do paciente dentro do aparelho que referem que a posição supina é mais desconfortável do que a prona(44,46). Os estudos demonstram a importância da orientação prévia sistematizada e a necessidade de se detectar pacientes com alto nível de ansiedade ou referência de claustrofobia. Para esses pacientes, recomendam desde técnicas de relaxamento à sedação ou anestesia, dependendo da situação(45-46). Para os pacientes de uma forma geral, recomendam orientação / aconselhamento, permissão para ficarem com acompanhante na sala de exames, música ambiente, contato verbal com a equipe de apoio do setor; que deve conversar com a paciente e explicar-lhe, o que está sendo feito e, sempre que possível, mantê-lo na posição prona dentro do aparelho(46,58-59). A presença da bomba de infusão com drogas vasoativas ou ventilação mecânica não é contraindicação absoluta. As salas de exames possuem equipamentos de ventilação e bomba de infusão apropriadas para estas situações. Os equipamentos são trocados antes do paciente ser encaminhado à sala de exame. O médico intensivista deve acompanhar o paciente(17,34).


41

Quanto à citação de dois enfermeiros sobre a cirurgia recente, apenas pacientes com cirurgia em que foram colocados grampos cirúrgicos vasculares há menos de 6 semanas, não devem se submeter à RM(13,17). Um enfermeiro citou a presença de tatuagem como contraindicação para a RM, pois a tatuagem no membro que deve ser examinado pode prejudicar a qualidade do exame, mas não impede sua realização(38). O que ocorre é o risco de aquecimento, quando a tatuagem apresentar pigmentos de ferro, o que pode ser amenizado com a colocação de compressas frias no local. O mesmo ocorre com maquiagem definitiva. A maior parte dos enfermeiros (78,9%), afirmou que gostaria de aumentar seus conhecimentos sobre a RM. Os dois temas mais citados foram sobre o ambiente e as condições de exame e as contraindicações que podem causar acidentes. Os dados obtidos sugerem que muitos pacientes das unidades e do ambulatório do HSP só conhecerão detalhes sobre o ambiente de exame, no setor de Diagnóstico por Imagem, minutos antes de seu inicio, quando forem orientados pelo enfermeiro do setor. Acredita-se que os resultados do presente estudo possam ser semelhantes em outras instituições, sobretudo, nos serviços que não possuem equipamento de RM. Nesta perspectiva, compreende-se que as informações contidas no capítulo Revisão da Literatura, possam ser utilizadas para a capacitação dos profissionais de enfermagem em cursos de graduação e treinamento, considerando-se um conteúdo de fácil leitura, estimulando também, outras pesquisas na área de Enfermagem Radiológica.


42

6 CONCLUSÕES

Os resultados desta pesquisa permitiram concluir que:

1. Os enfermeiros do HSP são, na maioria, do sexo feminino, têm idade entre 22 e 39 anos e possuem curso de pós-graduação lato sensu.

2. Os enfermeiros possuem conhecimento limitado sobre exames de RM, comprometendo as orientações que fornecem aos pacientes sobre o preparo e as principais contraindicações.

3. As informações que os enfermeiros possuem sobre RM são provenientes da prática profissional. Eles não referiram terem tido conteúdo teórico ou prático nos cursos de graduação ou pós-graduação.

4. A maior parte dos enfermeiros mostrou interesse em aumentar seus conhecimentos sobre a RM, em especial, os relacionados ao ambiente de exame e prevenção de incidentes na sala de exames.


43

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Deve ser melhorado o ensino de exames de imagem na graduação e pósgraduação.

2. A Educação Continuada nos hospitais deve se preocupar com esse tema.

3. Seria importante abrir cursos de especialização em meios de diagnóstico por imagem voltado para o campo de atuação de enfermeiros.


44

8 ANEXOS

Anexo 1. Orientações para o paciente. Diagnóstico por Imagem. Hospital São Paulo, 2011. HOSP ITAL SÃO P AULO SP DM – AS SO C IAÇ ÃO P AUL IS TA P AR A D ES EN VO L VI M EN TO D A M ED IC IN A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DEP AR TAM EN TO D E D IAG NÓ S TIC O P O R IM AG EM

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA PREPARO DE EXAME DE RM Unidade: 000062 – RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Endereço: Rua Napoleão de Barros, 800 RO 2º subsolo, 4024002

Cód. Pac.

RHHSP

Paciente

Data exame

Hora exame

Preparo Adulto – jejum de 4 horas Crianças de 0 a 18 anos com anestesia: alimentação com leite materno (jejum de 4 horas); outros alimentos (jejum de 8 horas). Se no dia do exame a criança estiver resfriada, seu exame será desmarcado. Chegar 1 hora antes do horário marcado (adulto e criança)

Orientações necessárias para realização de Ressonância Magnética 1 – O exame de RM pode ser feito em qualquer pessoa? • É expressamente vetada a entrada de pacientes portadores de marca-passo cardíaco no interior da sala, uma vez que esses aparelhos param de funcionar. É necessária a orientação médica para pacientes portadores de “clips” metálicos (de aneurisma), implantes cocleares e próteses metálicas.


45

2 – O que fazer no dia do exame? • Você deverá dirigir-se à recepção da RM para entregar o pedido de exame. • Aguardar a chamada na sala de espera. • O funcionário de enfermagem fará checagem do questionário entregue na marcação, após encaminhará para sala de preparo para colocar avental e retirar o relógio, cartões magnéticos, grampos de cabelo, fivelas, bips, aparelho de surdez, próteses móveis que contenham metal, jóias, elásticos de cabelo, e ticket de metrô, entre outros, pois esses materiais podem ser desmagnetizados ou atraídos para o interior do magneto, colocando em risco o paciente.

• Para pacientes que farão exames de cabeça, indica-se retirada da maquiagem, pois suas substâncias podem causar artefatos na imagem e queimaduras na pele.

• Será encaminhado para uma sala onde o campo magnético e a temperatura da sala é controlada por ar condicionado e fica em torno de 10 a 22o C (fria). Ele pedirá para você se deitar na mesa de exame e colocará uma bobina apenas na área que vai ser examinada.

• Existe um sistema de intercomunicação com a equipe que pode ver e ouvir o paciente durante todo o procedimento e ajudá-lo em caso de necessidade.

• O exame dura em média 30 minutos. • O aparelho emite sons no momento da aquisição das imagens. O paciente deverá permanecer imóvel, para que o exame tenha boa qualidade.

• Para estudo de algumas lesões, pode ser necessário o uso de contraste EV que raramente provoca reações adversas. Após o término do exame, poderá voltar às atividades normais.


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Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina ================================================================================================

DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

PREPARO PARA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE CORAÇÃO Data: _________/___________/_________ Horário: _________:__________Hr

Preparo: 24h anteriores:

• Não fumar, não consumir bebidas alcoólicas, café preto ou mate, chocolate, refrigerante. No dia do exame:

• 4h de jejum (inclusive de água) Obs: Conversar com seu médico se é necessária a suspensão de medicação para realização do exame.


47

Anexo 2. Ressonância Magnética – Formulário de Segurança HOSP ITAL SÃO P AULO SP DM – AS SO C IAÇ ÃO P AUL IS TA P AR A D ES EN VO L VI M EN TO D A M ED IC IN A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DEP AR TAM EN TO D E D IAG NÓ S TIC O P O R IM AG EM

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – FORMULÁRIO DE SEGURANÇA O equipamento de ressonância é dotado de um campo magnético de alta intensidade, objetos metálicos nas roupas ou mesmo implantados no organismo podem causar acidentes e interferências nas imagens. Para a sua segurança preencha este formulário antes de entrar na sala de exame.

Nome: _________________________________________________________________ Data de nascimento: ___________________________ Peso: _______ Já realizou este exame anteriormente? __________________________ Quantas horas vocês esta em jejum? ___________________________ Usa Marca-passo?

Sim (

)

Não (

)

Fez clipagem de aneurisma?

Sim (

)

Não (

)

Há quanto

Sim (

)

Não (

)

Há quanto

tempo? ____ Já foi ferido com arma de fogo? tempo? _____ Região atingida: _________________________________________________________________ Usa prótese metálica?

Sim (

)

Não (

)

Implante de ouvido ou coclear?

Sim (

)

Não (

)

Implantes metálicos para dentes (prótese)?

Sim (

)

Não (

)

Trabalhou ou trabalha com esmeril?

Sim (

)

Não (

)

Região:

Se possuir qualquer outro objeto ou artefato metálico no corpo, descreva-o abaixo.____________________________________________________________Te m claustrofobia?

Sim (

)

Não (

)

Que problemas levaram a procurar o médico? ___________________________ Há quanto tempo os sintomas iniciaram? ___________________________________________ Sofre alguma doença crônica (diabetes, hipertensão arterial, cirrose, outras)____ Qual(is)? ____________________________________________________ Faz uso de medicação? _______ Qual(is)? _____________________________


48

É alérgico a algum tipo de medicamento ou alimento? ______ Qual(is)?__________________ Foi submetido a algum tipo de cirurgia? _______________ Qual(is)? ___________________ Fez / Faz quimioterapia ou radioterapia? ________ Há quanto tempo? ________ Li e compreendi as informações acima. Estou ciente das implicações do procedimento ao qual serei submetido.

Assinatura _____________________________________ São Paulo ____

Observações Técnicas. Preenchimento exclusivo de serviço. Médico _________Técnico (

) Qde. de filmes (

) Philips (

) Siemens (

) Disco/CD n. (

)

Enfermagem: __________________________ OBS. ____________________________________________ Reconvocar para: ______________________________________ Reconvocação solicitada pelo médico _____________________________ em ________/______/_______ Reconvocação realizada pelo técnico (

) em _____/_____/_______ gravada no Disco/CD nº (_________)

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Pertences do paciente: Brincos ( (

) Chaves (

) Carteira (

) Colar ( ) Celular (

) Corrente (

) Pulseira (

) Relógio (

) Anéis (

) Quantia em dinheiro (R$ _____________________)

Outros – especificar _________________________________________________________________ Ass. do paciente ___________________________________________________

) Aliança


49

Formulário de Segurança – RM das Mamas.

Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina ================================================================================================

DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE MAMA

Nome: _______________________ Data _________/___________/_______ Fone(s) para contato ________________________________________ •

Tem ou teve alguém na família com câncer de mama? Sim ( ) Não ( ) Grau de parentesco _______________________________________

Faz uso de hormônio?

Teve algum trauma na mama? Sim (

Tem próteses mamárias? Sim (

Já fez trocas das próteses? Sim ( ) Não ( ) Direita ( ) Esquerda (

Tem algum problema na mama? Sim ( Nódulo (

)

Calcificação ( • •

)

Sim (

) Não (

) Não (

)

) Há quanto tempo? _____

) Não (

)

) Esquerda (

)

Local – Direita (

) Esquerda (

) Outros: _______

) Não (

Local:

Esquerda.

Direita

Fez biópsia de mama? Sim (

) Não (

) Quando? _________ )

Local:

Direita

Quando? ____________________

Fez cirurgia na mama? Sim (

) Maligno (

) Não (

)

) Qual o motivo? __________

Quando? ____________________________Qual mama? D ( •

)

Local – Direita (

Resultado da biópsia: Benigno ( •

) Não (

Fez punção na mama? Sim (

Esquerda.

) Qual? _______________

) E(

)

Qual da data da última menstruação? __________/________/______

Assinatura: _________________________________________________________________ Médico / Enfermagem: ________________________________________________________________


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Anexo 3. Questionário para Enfermeiros sobre Ressonância Magnética.

QUESTIONÁRIO

1. Unidade de trabalho: _____________________________________________ 2. Sexo: F ( )

M( )

3. Formação: _____________________________ Ano de Conclusão _________ 4. Especialização: Sim ( )

Não (

)

Área : _______________________________________ Ano ______________ 5. Mestrado: Sim (

)

Não ( )

Área: _______________________________________ Ano ______________ 6. Doutorado: Sim (

)

Não (

)

Área: _______________________________________ Ano ______________ 7. Durante a graduação ou pós-graduação você recebeu conhecimento sobre o funcionamento dos aparelhos de Ressonância Magnética (RM)? Sim (

)

Não (

)

8. Durante a graduação ou pós-graduação, você recebeu conhecimento sobre os cuidados de enfermagem a pacientes submetidos à RM? Sim (

)

Não (

)

9. Você sabe quais indicações clinicas do exame de RM? Sim (

)

Não (

)

Quais?

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________


51

10. Você sabe como funciona o aparelho de RM? Em caso positivo, explique resumidamente. Sim (

)

Não (

)

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

11. Você sabe as principais orientações para o paciente que será submetido à RM? Sim (

)

Não (

)

Quais?

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________


52

12. Você sabe citar as principais contraindicações para a realização de RM? Sim (

)

Não (

)

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

13. Você gostaria de aprender mais sobre o exame de RM? Sim (

)

Não (

)

Se responder que sim, cite os temas que você tem interesse? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________


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Anexo 4. Carta resposta de Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo.


54


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Anexo 5. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. São Paulo, 2010.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Ao enfermeiro ____________________________________Coren: ____________

Este estudo tem como objetivo obter e analisar o perfil dos enfermeiros do Hospital São Paulo e seu conhecimento sobre Ressonância Magnética e os respectivos cuidados de enfermagem. De posse destes dados, será possível propor mudanças que auxiliem os enfermeiros no cumprimento de suas funções. Será entregue, a cada enfermeiro, um questionário aberto sobre Ressonância Magnética e os respectivos cuidados de enfermagem. O resultado é confidencial e quando divulgado não identificará o participante, sendo utilizado para fins educativos. O participante terá conhecimento dos resultados, bem como de sua futura utilização. Não haverá despesas para o participante.

Acredito ter sido suficientemente esclarecido em relação à participação neste estudo e concordo voluntariamente em participar.

_____________________________________

Data ______/_____/______

Assinatura do enfermeiro

_____________________________________ Assinatura do enfermeiro

Data ______/_____/______


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9 REFERÊNCIAS

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ABSTRACT

Aims: To identify the academic profile and level of knowledge of nurses in a university hospital in Magnetic Resonance and verify that they acquired this knowledge in undergraduate or postgraduate level. Methods: Descriptive and exploratory study using a questionnaire in a sample of 90 nurses chosen by lot. The data collection instrument had questions investigating the academic expertise of nurses and their knowledge about MR being answered in the presence of the researcher. Results: Most nurses had lato sensu, but had no syllabus on the subject in the courses they did. Showed greater knowledge about the preparation of patients for CABG and major contraindications. They had little knowledge about the functioning of the device and environment examination. Conclusions: Nurses had knowledge of the regular MRI and acquired this knowledge in practice, because the hospital has this type of examination. Demonstrated interest in learning more about the exam environment and factors related to prevention of incidents with patients.


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