026 Apocalipse

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21 17 E declaravam: “Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porquanto assumiste o teu grande poder e começaste a reinar. 18 De fato, as nações se enfureceram; chegou, todavia, a tua ira. Eis que é chegado o tempo de julgares os mortos e de recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu Nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e a hora de destruíres os que assolam a terra”. 19 Nesse momento, se abriu o santuário de Deus nos céus, e ali foi observada a arca da Aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, um grande terremoto e um forte temporal de granizo.10

A Mulher agraciada e o Dragão Eis, então, que surge nos céus um portentoso sinal: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos

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APOCALIPSE 11, 12

seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça.1 2 Ela estava grávida e gritava de aflição, pois estava para dar à luz.2 3 De repente, apareceu um outro sinal no céu: um poderoso Dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, possuindo sobre as cabeças sete coroas.3 4 Sua cauda arrastou consigo uma terça parte das estrelas do céu, as quais arremessou sobre a terra. O Dragão posicionou-se diante da mulher que estava para dar à luz, a fim de devorar o seu filho assim que nascesse. 5 Todavia, nasceu-lhe um filho, um homem, que reinará sobre todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono.4 6 A mulher fugiu para o deserto, para um lugar que lhe havia sido preparado por Deus, para que ali a sustentassem pelo período de mil duzentos e sessenta dias.5

10 João tem uma visão do próprio santuário celestial, e nada é escondido ao olhar do profeta. A antiga Arca da Aliança, uma caixa de madeira feita de acácia (Dt 10.1,2), simboliza a presença gloriosa de Deus entre o seu povo amado. Entretanto, esse símbolo sagrado dos judeus foi destruído, juntamente com todo o templo, pelos exércitos de Nabuzaradá (2Rs 25.8-10). Seu desaparecimento também ilustra o afastamento da glória do Senhor do seu povo e das nações, aliança que é perfeitamente restabelecida em Cristo, confirmando a imutabilidade das promessas do Senhor (vv.15-19; 8.5; 16.18). Capítulo 12 1 Após a visão dos sete selos e das sete trombetas, e antes das sete taças, ocorre uma visão ainda mais inusitada e misteriosa. Sete personagens projetadas no céu e envolvidas em terríveis conflitos e guerras: A Mulher, abençoada com a graça de Deus (personificada em Maria, mãe de Jesus), simbolizando Israel e todos os crentes no Senhor (Gl 4.26; 37.9). O Dragão, que representa o Diabo e suas manifestações (vv.3,4). O Filho, referência a Cristo (vv.5,6). O anjo Miguel, encarregado de proteger Israel (vv.7-12; Dn 10.13,21; 12.1). A Besta que emerge do mar e, num sentido historicamente imediato, se refere a Domiciano, Imperador romano entre os anos 81 e 96 d.C. Filho de Vespasiano, da dinastia dos Flávios, iniciou seu governo com notável sabedoria, senso administrativo e militar, tendo conquistado toda a Bretanha. Entretanto, com o passar do tempo, tornou-se arrogante, extremamente despótico e violento. Seu regime de terror perseguiu e executou milhares de religiosos e intelectuais judeus e cristãos. Foi assassinado num motim de seus próprios senadores, tramado por sua esposa. Contudo, esses fatos e pessoas simbolizam as ações devastadoras dos anticristos e, especialmente, do último anticristo contra o povo de Deus (13.110). Por fim, há o surgimento da Besta que sobe da terra, alertando aos leitores deste livro sobre os sacerdotes, que no passado exigiam o culto pagão à imagem do Imperador, e simbolizam os religiosos que se aliarão ao falso profeta e prestarão culto à própria imagem do anticristo, num período de grande aflição e sofrimento, antes do Milênio (13.11-18). 2 Descrição do renascimento de Jerusalém em Is 66.7 (Mq 4.10). 3 Os dragões fazem parte da mitologia da maioria dos povos antigos, quase sempre simbolizando poder. No AT e na cultura judaica, representam os inimigos de Deus e de Israel (Sl 74.14; Is 27.1; Ez 29.3; Dn 7.7). Na visão de João, o Dragão é a personificação de Satanás, e o vermelho (em grego purros) quer dizer “cor de fogo”. Seu objetivo prioritário foi destruir o Filho de Deus, desde sua encarnação e nascimento, o que lhe daria total chance de vitória sobre o povo de Deus (v.10). As sete cabeças simbolizam inteligência além do normal, e os chifres, poder extraordinário (13.1). 4 Uma clara alusão ao Filho de Deus, Jesus Cristo, o Messias prometido no AT, que governaria todo o Universo com “cetro de ferro”, ou seja, com amor, sabedoria e justiça (2.27; Sl 2.9; Is 11.4; Dn 8.10). 5 Seguindo a linha de interpretação escatológica, que observa o cumprimento das profecias a curto, médio e longo prazos, temos aqui uma ilustração da proteção especial que Deus concedeu ao seu povo ao sair do Egito em peregrinação pelo deserto até a terra da Promessa; mas, ao mesmo tempo, temos também uma referência à proteção de Deus para com José, Maria e o menino Jesus, ao peregrinarem pelo deserto rumo a Belém e depois até o Egito (Lc 2.1-7; Mt 2.13-15). Essa profecia é ainda aplicada à terrível destruição de Jerusalém (69-70 d.C.), quando muitos crentes foram alertados e escaparam daquele genocídio,


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