A ideia dessa história surgiu de uma frase, que há tempos, meu pai pronunciou em uma situação médica conturbada: “nossa, ‘aquela pessoa’ deve ser a dona do boteco”! Ouvi aquela frase e no mesmo instante uma historia começava a circular em imagens pela minha cabeça. Mas, naquele momento, eu estava trabalhando e desenhando o que deveria ser minha primeira hq e assim mesmo, senti a necessidade de interromper o trabalho para fazer de modo independente essa pequena banda desenhada que lerão. Após lançar e começar a vender pela internet alguns fatos surpreenderam-me. Comecei a receber resenhas lindas que me incentivaram a acreditar nesses meus devaneios pela nona arte. Revelo aqui três delas: 'Pirica, recebi e li sua história - tão rápida quanto assustadora e bela'. Laerte Coutinho.
‘Quando era mais novo ia frequentemente para umas aulas de quadrinhos no Estúdio Pinheiros, que era ministrado pelo Domingos 'Tak' Takeshita. Lá conheci muita gente boa, tanto na época que fiz aula, quanto depois, quando virei assistente dele. Nesse tempo vi muita coisa boa nascer e crescer, pois era um lugar que nos protegia das HQs de super-herois que outras escolas empurravam na molecada, com escudos como Moebius, Bilal, Druillet e muitos outros mestres. Foram tempos bons que até hoje rende frutos nos que participaram daquele mundo. Dentre eles conheci um cara chamado Tiago Judas. Era (e ainda é) um cara sem palavras, um talento de outro mundo. Introvertido e às vezes distante, dono de um mundo interior avassalador que só via quando ele deixava entrar. Passado um tempo tivemos um estúdio de desenho juntos e pude presenciar a cada dia as criações desse cara, histórias lúdicas, mundos completamente fora de nossa realidade, personagens que eu nunca em minha vida poderia conceber. Diziam que era um amálgama de Crumb com Mutarelli, mas para mim essa definição era muito lugar comum, para mim ele ia além desses pontos de referencia. Tua história segue pelo mesmo caminho. Surpreendente e bizarra no ponto certo, sem firulismos narrativos ou outros pirilampos desnecessários. Pra mim, deveria virar um curta metragem. Obrigado por me lembrar de bons tempos de outrora.’ kako. Ilustrador. Nem preciso relatar o enorme susto que tomei lendo o que o kako escreveu-me. Li, reli e imediatamente tomei a liberdade de ligar agradecido pela sua sinceridade poética. Posso dizer também que outra resenha me deixou muito sem jeito mas mega feliz. Em um site referência dos quadrinhos nacionais chamado contraversão.com, li como manchete da resenha: ‘Quando David Lynch visitou um boteco e virou quadrinista brasileiro’. Raphael Fernandes. Roteirista e editor da revista MAD e do blog Contraversão. Grande abraço! Luciano Salles [ http://dimensaolimbo.com ]