Oeste Semanal Edição 78

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CIDADE

Oeste Semanal ❒ Luís Eduardo Magalhães, 1º a 7 de setembro de 2012

Alunos põem fogo em escola

LUCIANO DEMETRIUS

A BIBLIOTECA ficou praticamente destruída. rá com a Secretaria Municipal de Educação a fim de definir o futuro dos dois alunos. O fogo destruiu a biblioteca e danificou parcialmente sete salas de aula. O estabelecimento já havia sido alvo de vandalismo durante o dia, quando, no intervalo para o recreio, por volta das 16 horas, uma sala do quarto ano teve duas cortinas queimadas - o fogo foi logo contido por professores e funcionários. Por volta das 19h, um vigia viu fumaça saindo da biblioteca e imediatamente acionou a Polícia Militar que, em seguida, pediu apoio à Brigada de Incêndio Municipal para conter as chamas. Enquanto o fogo na biblioteca era combatido e os brigadistas evitavam o alastramento para a sala multifuncional, foi detectado outro foco de incêndio em seis salas de aula, que ficam em outro bloco da Escola. O fogo nas salas de aula foi contido a tempo e afetou apenas as cortinas. Porém, na biblioteca houve perda de livros, materiais escolares, cadernos com trabalhos de alunos e ex-alunos, móveis e troféus. “Eram conquistas dos nossos alunos que se perderam em

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O

estudante D. N. S., 12 anos, assumiu a autoria dos incêndios à biblioteca e a sete salas de aula da Escola Municipal Onero Costa na noite de terça-feira, 28, no Santa Cruz. Em depoimento ao delegado Rivaldo Luz, no final da tarde de quarta-feira, 29, o aluno disse que agiu em companhia do colega de sala de aula G. A. N., também de 12 anos. Os dois adolescentes são alunos do quinto ano e estudam no período da tarde. Segundo D. N. S., a ameaça de ser transferido a outra escola o motivou a atear fogo às instalações da Onero Costa. Ele usou um isqueiro para provocar os incêndios. D. N. S. afirmou não ter enfrentado dificuldades para pular o muro dos fundos da instituição de ensino e que sua ação não demorou mais do que meia hora. Em seguida, disse que assistiu do outro lado da rua, em frente ao portão principal, a movimentação de professores, funcionários, alunos e vizinhos da escola para combater o fogo. Para chegar ao autor dos incêndios, o delegado Rivaldo Luz solicitou à diretora Núbia Matos dos Santos Costa a relação de alunos que apresentavam problemas de comportamento. Um dos nomes era o de D. N. S., que estuda na Onero Costa desde o início de 2012 e já foi submetido a acompanhamento psicológico. Em contato com a família do menor, o avô dele prontificou-se a

ajudar nas investigações e compareceu à delegacia com o neto, no final da tarde de quartafeira, 29. Ao apresentar-se ao delegado Rivaldo Luz, D. N. S. admitiu a autoria dos incêndios. Na manhã de quinta-feira, 30, em visita à escola em companhia da equipe da Polícia Civil responsável pela perícia técnica, D. N. S. confessou que enterrou o isqueiro usado para provocar os incêndios no pátio da escola. O isqueiro estava sob uma camada de areia de uma das quadras de esportes da instituição. Segundo a professora Lindeneide Serra Carvalho, uma professora regente da escola já havia comunicado à diretoria que havia dito a D. N. S. que, caso seu comportamento não melhorasse, seria solicitada a transferência dele para outra instituição. Porém, segundo Lindeneide Carvalho, em nenhum momento houve tal pedido de transferência. “Era apenas um aviso da professora regente, com o intuito de fazê-lo, quem sabe, melhorar seu comportamento. Este aluno tem um histórico de agressão a colegas e de mau comportamento em sala de aula. É um menino inteligente, agitado, mas que infelizmente perde o controle em algumas situações”, afirmou. Em relação a G. A. N., a professora Lindeneide disse que ele agiu levado pelo colega. “É um aluno que não apresenta problemas, mas que foi influenciado pelo amigo”. Segundo a diretora da Onero Costa, será formada uma comissão de professores que se reuni-

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LUCIANO DEMETRIUS Da Redação de Oeste Semanal

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meio ao fogo”, disse a professora Lindeneide , que está há 11 anos na escola e atualmente leciona língua portuguesa e atende às crianças portadores de necessidades que frequentam a sala multifuncional, que teve o forro comprometido. “Por sorte, com a ajuda de professores, funcionários e até mesmo de alunos que moram próximos à escola, conseguimos retirar os computadores a tempo e também desligamos toda a rede elétrica. Do contrário, o incêndio teria proporções maiores”. Segundo a professora, havia na biblioteca troféus conquistados pelos alunos em competições esportivas das quais participavam desde 1998. “A escola existe desde 1992. Nunca aconteceu algo semelhante. Destruíram parte de sua história”. A diretora Núbia Matos dos Santos Costa mostrava-se indignada com os incêndios, mas disposta a trabalhar rapidamente para reformar a biblioteca e as salas atingidas pelo fogo. “Apesar da tristeza que o estrago causou aos professores, funcionários e alunos, nada será capaz de nos desestimular. Vamos nos reerguer com a ajuda da comunidade”, afirmou. ■


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