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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 10 de junho de 2014

Sergei Chirikov/EFE

Vice de Cristina no banco dos réus

Enrique Marcarian/Reuters

Jovens carregam bandeira da UE em Kiev

Ucrânia: 'luz no fim do túnel'. Kiev chega a 'entendimento' com Rússia sobre paz

Argentino é intimado para depor na Justiça como suspeito em caso de corrupção kirchnerismo viveu ontem um dos dias mais difíceis desde que chegou ao poder, em 2003. Com a presidente Cristina Kirchner em absoluto silêncio, seu vice-presidente, Amado Boudou, prestou depoimento como acusado de envolvimento em um caso de corrupção que pode destruir sua carreira política. A investigação se concentra em apurar se Boudou utilizou sua influência para ajudar uma das maiores empresas gráficas do país (onde se imprime o peso, a moeda argentina) a evitar a falência em 2000, quando era ministro da Economia, e depois a adquiriu por meio de um misterioso fundo de investimentos chamado The Old Fund. Boudou nega as acusações e alega manipulação do juiz responsável pelo caso e da imprensa crítica ao governo. É a primeira vez na história da Argentina que um vice-presidente em exercício é intima-

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do pela Justiça a depor num caso sobre suposta corrupção. O vice chegou ao tribunal acompanhado de 600 manifestantes ultrakirchneristas, mas algumas pessoas não se intimidaram e gritaram "ladrão", imagem transmitida pelas principais TVs. Dentro do tribunal, o clima foi tenso. Segundo fontes que acompanharam o depoimento, o juiz Ariel Lijo chegou a convocar o chefe dos policiais dos tribunais de Comodoro Py, no centro portenho, porque pensou em ordenar a detenção imediata do vice, caso ocorresse algum incidente (como agressão verbal ou física) durante a declaração. Boudou não pode ser preso por ter imunidade, a não ser que cometa algum crime diante de autoridades judiciais ou policiais. O mal-estar entre o vice e o juiz acentuou-se após Lijo proibir a transmissão do depoimento, como solicitara Boudou. Não satisfeito, o vice chegou com duas câmeras, pa-

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Pela primeira vez na história da Argentina, um vice é intimado a depor como acusado. Agustin Marcarian/Reuters

ra gravar a audiência. Na saída do tribunal, o vice ressaltou que vai postar no Facebook o que disse ao juiz e que pediu para ampliar a declaração, em novo depoimento, "em breve". "O importante é a decisão do juiz. Se Boudou for processado, a oposição se unirá para pedir o impeachment", disse o senador Julio Cobos, vice-presidente no primeiro mandato de Cristina e hoje opositor. (Agências)

Militantes kirchneristas mostram apoio a vice

As bondades de Assad Presidente sírio anuncia anistia geral, mas não convence a oposição. presidente sírio, Bashar al-Assad, anunciou uma anistia geral, ontem, menos de uma semana após sua reeleição para mais um mandato de sete anos, em meio a uma guerra civil. Com a medida, ele cumpre uma de suas promessas de campanha eleitoral, anunciou a TV estatal. Em seu decreto, Assad converteu algumas sentenças de morte em prisão perpétua, reduziu penas de prisão para muitos delitos e cancelou algumas penas. O decreto possui várias exceções para a anistia, sem especificar quais infrações estão cobertas. Não ficou claro, por exemplo, se a determinação se aplicará aos milhares de ativistas, manifestantes e partidários da oposição, bem como seus familiares. Opositores dizem que apenas uma fração dos detidos foi liberada em anistias anteriores,

Ucrânia informou ontem que chegou a um "entendimento mútuo" com Moscou em partes de um plano proposto pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, para pôr fim à violência no leste do país. O governo não deu mais detalhes e a Rússia não comentou diretamente, mas dois dias de conversas após um breve encontro na França, na semana passada, que quebrou o gelo entre Poroshenko e o presidente russo, Vladimir Putin, fortaleceram os esforços de paz. O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse em um comunicado divulgado em Berlim que havia "uma luz fraca no fim do túnel" no conflito ucraniano pela primeira vez em meses. A chancelaria da Ucrânia afirmou que representantes russos e ucranianos se encontraram três vezes desde domingo para discutir o plano de Poroshenko para acabar com a insurreição dos separatistas pró-Rússia no leste. "Como resultado do trabalho, as partes chegaram a um entendimento mútuo a respeito de estágios cruciais da implementação de um plano e de uma lista de prioridades que irão contribuir para atenuar a situação nas regiões de Donetsk e Luhansk”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores ucraniano. As conversas estão sendo mediadas pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas quase nenhum detalhe do plano de paz ou das conversas foi divulgado. Também não estava claro quem participou das reuniões de ontem, embora o líder ucraniano esteve presente nas conversas e disse que a violência deve terminar nesta semana. "Cada dia em que pessoas morrem, quando a Ucrânia paga um preço muito alto, é inadmissível para mim", disse o presidente, de acordo com o seu gabinete. Desde que Poroshenko foi eleito presidente em 25 de maio, o Exército ucraniano aumentou as operações militares para retomar edifícios ocupados pelos separatistas pró-Rússia em várias cidades do leste do país, onde a maioria da população é de etnia russa. (Reuters)

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ABC do extremismo no Reino Unido deixando milhares de pessoas, incluindo ativistas e opositores, assim como criminosos comuns, na prisão, onde dizem que muitos são submetidos a torturas. O decreto parece favorecer, pelo menos, alguns dos que pegaram em armas contra o

governo, incluindo combatentes estrangeiros. Segundo a agência Sana, eles não serão processados se "se entregarem às autoridades dentro de um mês". Sequestradores que libertarem seus reféns e desertores do Exército também serão beneficiados. (Agências)

TT New Agency/Reuters

Taleban assume atentado em Karachi Ataque a aeroporto foi ato de vingança Taleban do Paquistão assumiu ontem a autoria do ataque ao aeroporto de Karachi na noite de domingo. Pelo menos 27 pessoas, incluindo dez militantes, morreram, informaram as autoridades locais. O porta-voz do grupo, Shahidulla Shahid, disse que o atentado no maior aeroporto do país foi uma retaliação à morte de seu líder, Hakimulla Mehsud, por um disparo de um drone (avião nãotripulado) dos EUA em novembro passado. "Este foi apenas um exemplo do que somos capazes e que há mais por vir. O governo deve se preparar para ataques ainda piores", advertiu. Vestindo uniformes da Força de Segurança Aeroportuária e armados com fuzis e lança-granadas, os insurgentes atacaram o Aeroporto Internacional de Jinnah, o que obrigou o cancelamento dos voos. Três explosões foram registradas e todos os passageiros foram retirados do prédio. Após quase 12 horas de confrontos, o Exército retomou o controle do aeroporto. (Agências)

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SÓ NA SUPERFÍCIE – A imagem era descontração: o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik

Reinfeldt, mostrava seu vigor físico ao levar os premiês britânico, David Cameron, e holandês, Mark Rutte, assim como a chanceler alemã, Angela Merkel, em um passeio de barco no lago perto de sua casa de campo, a sudoeste de Estocolmo. Na realidade, porém, os líderes faziam uma pausa nas polêmicas discussões sobre a sucessão do presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia. Precavidos, todos usavam coletes salva-vidas. (Agências)

Escolas são investigadas por impor Islã governo britânico pôs cinco escolas sob regime especial de vigilância após um relatório concluir que estabelecimentos de ensino da cidade de Birmingham - a segunda mais populosa do país - foram tomadas por uma "cultura do medo e intimidação". Os resultados foram anunciados pelo Ofstead (órgão responsável pela supervisão das escolas) com base na investigação de 21 instituições após denúncias de uma suposta conspiração montada para promover o fundamentalismo muçulmano, a partir da infiltração de elementos que pregam valores islâmicos radicais. Entre as descobertas estão evidências de que meninos e meninas estavam sendo separados para as aulas de educação religiosa e desenvolvimento pessoal. Num dos colégios - que recebem verbas públicas, mas são administrados por entidades sem fins lucrativos - funcionários incentivavam as moças a evitarem falar com os rapazes e as convenciam a não participarem de atividades extracurriculares e visitas. O documento afirma, ainda, que alguns professores e diretores acabaram forçados a abandonar o seu trabalho ou foram simplesmente marginalizados. A campanha - que ficou conhecida como Cavalo de Troia - foi identificada pelo governo a partir de uma denúncia anônima. Para representantes da comunidade muçulmana, está clara a motivação política e fala-se em islamofobia. (AG)

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