A amante infiel brody jessica

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– Bem, então devo admitir que quase não aceitei. Ele abriu um sorrisinho. – Por quê? Pousei minha taça e cutuquei com nervosismo a borda do guardanapo que havia embaixo dela. – Não costumo sair muito. – Acho que eu também não – ele disse, olhando constrangido para baixo. – Meus amigos sempre ficam me criticando por isso. Por isso, desta vez, pensei, por que não? Ele ergueu sua taça de vinho. – Bem, então vamos brindar ao fato de você ter seguido o conselho de seus amigos. Brindamos, e reparei em silêncio como Clayton ficava bonito à suave luz de velas. Ele estava usando calça jeans escura e camisa vermelha que ressaltava perfeitamente seu cabelo loiro de praia. Na hora, especulei que talvez ele fosse do Meio-Oeste. Los Angeles estava inundada por pessoas de lá, tomando as ruas com seus rostinhos bonitos e corpos robustos do interior, embora a maioria fosse ator, esperando se tornar o próximo Chris Klein ou Ashton Kutcher. Zoë os chamava de MDIs (menino do interior), mas dada sua irresistível aparência, nem ela podia reclamar, porque não havia absolutamente do que reclamar. Eles eram, de certo modo, impecáveis: tinham ótima aparência, bom caráter e boas maneiras invejáveis. Isto é, até os valores superficiais e garras egoístas de Hollywood conseguirem penetrar neles. Entretanto, Clayton, com seu talento para desenhar mundos futuristas e cidades simuladas, felizmente não era um dos aspirantes a ator e, portanto, talvez pudesse conservar sua boa aparência e sua encantadora personalidade. A noite passou enquanto compartilhávamos lembranças de infância, histórias terríveis do colégio, programas de TV favoritos, lanchonetes, bebidas, todos os assuntos essenciais para nos conhecermos. Fiquei muito contente por ter identificado corretamente o fato de ser um MDI quando ele me contou que havia crescido em Iowa. E ele ficou muito contente em saber que ambos tínhamos um amor comum por karaokê. – Acho que sabemos onde o próximo encontro vai ser, né? Sorri. – Tem um bar do outro lado da rua que tem karaokê até as duas da manhã. – Pobres vizinhos. Rimos e nos levantamos da mesa. Clayton deixou algumas notas para pagar a conta e aí pegou minha mão para sairmos do restaurante e atravessarmos a rua correndo como crianças bobas até um bar escuro com um neon vermelho que iluminava a entrada. O bar era um muquifo. Estive ali uma vez com Sophie e Zoë quando, impulsivamente, sentimos a necessidade de cantar os sucessos de Britney Spears na frente de estranhos – um impulso que, felizmente para os estranhos, não voltou desde então. Entramos e ouvimos o som de uma voz desafinada cantando “I Love Rock’n’Roll” e


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