Revista Leia ABC - Novembro 2013

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Áreas municipais não acompanham o crescimento da população, resultando na verticalização

Camila Bevilacqua

co (PDE) em que tornou mais barato o adensamento e expandiu as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) para os extremos da cidade. A proposta deve ser debatida e votada até o início do ano que vem. A ideia do prefeito é verticalizar onde há eixos de mobilidade, isto é, onde há boa oferta de transporte público e “desadensar” os miolos dos bairros. O objetivo é melhorar o trânsito, estimulando os moradores a utilizar o metrô, o trem e os corredores de ônibus, em vez dos automóveis.

O urbanista Pedro Taddei acredita que cidades amplas como as da região do ABC e São Paulo não devem verticalizar à toa e que nem sempre o adensamento pode ser uma solução para a questão social da falta de moradia. Afinal, as famílias precisam de não só um local digno para viver. “É justificável adensar em áreas centrais pelas outras acessibilidades: mobilidade urbana, saúde, educação, lazer. Verticalizar na periferia exigiria a criação de meios de acessibilidade para o aumento populacional. Isso

prova que as cidades foram malfeitas, mal planejadas”, explica. A habitação social é quase sempre padronizada para baratear o custo final. Essa unificação está entranhada na construção para este fim. “É preciso extrair o máximo da moradia social em condições dignas. Em um país tão desigual como o nosso, a maneira como cuidam dessas questões tem de caminhar junto a vários elementos. Um deles é melhorar a qualidade de vida por meio de moradias decentes”, diz Taddei. | Novembro de 2013 29


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