CriticasDeLuizGeraldoDeMirandaLeao_AuroraMirandaLeao

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Babelsberg, na Alemanha – é tarefa para um grande maestro.

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A reconstrução cinematográfica dos locais por onde passou Szpilman levou alguns cinéfilos a indagar do realismo no cinema. Em verdade, como nos lembra o autor espanhol Luis Espinal, a realidade não é igual às imagens visualizadas e estas, por sua vez, não são iguais às imagens da percepção. Assistindo a um filme, não temos a totalidade perceptiva, pois as imagens da tela não coincidem com a imagem da nossa percepção fisiológica. Ou seja, entre as imagens do écran e a realidade estão todos os truques, todas as falsificações do veículo cinematográfico, o qual nos dá somente uma imagem da realidade. E de acordo com as lições de V. Pudovkin e R. May, quem faz do cinema uma forma de arte é a manei­ra pela qual os eventos da realidade são mostrados na tela. Pois os eventos de uma narrativa cinematográfica, literária ou teatral, são apenas representações de eventos e não os próprios eventos. Posto isto, pode-se entender melhor o sentido de “realismo cinematográfico”. O screenplay é de Ronald Harwood, sul-africano treinado na Real Academia de Arte de Londres. Como trabalhou anteriormente na função de camareiro do ator shakespeariano Donald Wolfit, Harwood transformou essa experiência numa

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