Ser Mais Revista - 50

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Cesar Grossmann

Casos intrigantes de Papas.

IDEIAS

Na pauta

Aproveitando que o Papa Bento XVI está nas manchetes por abdicar, algo que foi feito pela última vez na Idade Média, que tal darmos uma repassada em alguns casos intrigantes e curiosos da história papal?

O primeiro

O cabeça da Igreja Católica foi São Pedro, cujo nome original era Simão e era um dos 12 apóstolos de Jesus. Ele pregou na Ásia Menor antes de ir para Roma, onde viveu 25 anos, quando o Imperador Nero Augusto César crucificou-o. Diz a lenda que ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por se achar indigno de morrer como Jesus. Apesar de ser considerado o primeiro Papa, ele nunca teve este título durante sua vida.

Tempos melhores

Os séculos 2 e 3 foram tempos difíceis para a Igreja Católica, com perseguição de cristãos e martírio de vários líderes da igreja. Mas, em 313, o Imperador Constantino colocou oficialmente um fim à perseguição. O Papa Silvestre I foi o primeiro a viver neste mundo menos perigoso, quando Constantino organizou o Concílio de Nicéia, para definir a doutrina oficial cristã.

MA RÇ O 2013

O Pacificador

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O Papa Leão I, de 461 a 468,famoso pelo trabalho que fez antes de ascender ao papado: quando bispo convenceu o temido Atila – rei dos Hunos, a não saquear Roma. É possível que Leão tenha oferecido a Atila alguma quantia em ouro ou, então, o guerreiro usou o encontro como uma desculpa para retornar, atendendo a seus próprios objetivos estratégicos. Outra possibilidade é que o papa tenha apelado para os medos supersticiosos de Atila, de morrer logo depois do saque, como aconteceu com Alarico I (rei de uma tribo de Godos) depois de saquear Roma décadas antes.

Cadáver em julgamento

O Papa Formoso, que encabeçou a Igreja Católica de 891 a 896, teve o seu papado marcado por batalhas políticas e lutas internas. Ele sofreu excomunhão 20 anos antes de se tornar Papa, mas, foi absolvido mais tarde. Após sua morte, seu cadáver foi exumado, levado a julgamento e condenado por não ser digno de ter sido Papa. Todos seus editos papais foram considerados inválidos, os dedos que ele usou para fazer os sacramentos foram arrancados e ele foi jogado no rio Tibre.

Outro Bento

O Papa atual não é o único Bento a renunciar. Durante uma época tumultuosa da história da Igreja Católica, conhecida como “saeculum obscurum” (“idade das trevas”, às vezes chamada de: “pornocracia” ou “governo de meretrizes”), quando os papas se entregaram à corrupção e à venalidade, sempre aliados a alguma família aristocrática. Cansado disso, o povo de Roma, em 964, resolveu elevar Bento V à mais alta posição. Mas, o fundador do Sacro Império Romano, Rei Oto I, não quis saber disso e elegeu um antipapa, Leão VIII. Bento V escolheu renunciar alguns meses depois da eleição (nestes tempos caóticos, não era incomum haverem dois papas eleitos).

O Tri-Papa

O Papa Bento IX, foi papa três vezes. Ele primeiro ascendeu ao papado em 1032, como resultado de conexões familiares, com a tenra idade de 20 anos, entretanto, ele levou uma vida imoral e dissoluta. Em 1044, a cidade de Roma elegeu um antipapa. Bento IX conseguiu substituir o antipapa, mas, abdicou depois de vender o papado a outro sacerdote. Antes de morrer, ele se tornou papa mais uma vez, mas, por pouco tempo.

Papa grávido?

Diz a lenda que de 855 a 877, um Papa chamado de João era na verdade uma mulher. A história, contada por um monge dominicano chamado Martinho e vários outros, em 1265, alegam que o Papa João era uma garota que foi trazida a Atenas em roupas de homem. Ela estudou e se tornou mestre, mas, ficou grávida e teve o parto durante uma procissão da igreja. Entretanto, o caos da época e as discrepâncias entre as diferentes histórias sugerem que a Papisa Joana talvez nunca tenha existido.

Reinados curtos

Muitos dos homens que foram escolhidos para o papado não tiveram a chance de esquentar a cadeira. O Papa Stephen foi eleito em 752, mas, morreu alguns dias depois sem ter sido consagrado. O Papa Dâmaso II ascendeu ao papado em 1048, depois de várias lutas políticas, vindo a falecer 23 dias depois. Celestino IV, que foi eleito em 1241, faleceu 16 dias depois. E o Papa Urbano VII, no ano 1590, morreu depois de 12 dias, passando a ser o mais curto papado da história da Igreja Católica. CESAR GROSSMANN (Curitiba \ PR) Engenheiro Elétrico \ Funcionário Público

cesarakgcesar@hiperciencia.com


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