Marcas cambiantes - a aol em um mundo em mutação

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também o uso recorrente de formas orgânicas e de motivos botânicos, além de tipos distorcidos com apelo decorativo (fig. 6). É possível observar em alguns grupos da época, como o conhecido por “Secessão”, uma rejeição a essa tendência naturalista e uma valorização de elementos limpos e geometrizados, com a influência das quadriculas bastante evidente (KOPP, 2002: 48-50). Com o início do século XX, o mundo viu-se às voltas com mudanças de cunho político, social e cultural. O progresso tecnológico era visível e tornou o ambiente bastante fértil para o surgimento de cada vez mais revoluções criativas. O Cubismo, surge nesta época, e “explora novos ângulos de visão” (Ibid., 51). As abstrações geométricas e as colagens de palavras recortadas de jornais e revistas são algumas das inspirações de que o design gráfico apropria-se. Do Futurismo (fig. 7), o design gráfico empresta a utilização de grande quantidade de tipos em uma mesma peça, a ausência de linhas mestras, colunas ou qualquer forma de hierarquização de informação. Do Dadaísmo (fig. 8), o design gráfico absorveu a casualidade da expressão visual e a sátira. O Surrealismo e o Expressionismo também dão contribuições a mudança de estética do design gráfico, emprestando, respectivamente, a intuição-oniricidade e a subjetividade (Ibid., 51-52). Após a Primeira Guerra Mundial, o design passa a experimentar novas práticas e demonstra uma grande redução no uso elementos considerados inúteis, assumindo uma feição padronizadora, que pode ser verificada no trabalho de Peter Behrens. Em 1907, o designer desenvolve um padrão visual para a AEG (Allgemeine Elektricitäs Gesellschaft) (fig. 9). Além do logotipo, Behrens cria todo tipo de material impresso para a empresa, demonstrando padrões geométricos, utilização de poucas cores, grades modulares e uso exclusivo da fonte criada, a Behrens-Antiqua; a combinação desses cuidados, demonstrava coerência e unidade visual, além de excluir o toque pessoal de outros designers (Ibid., 53). A geometrização também faz-se presente no Construtivismo russo (fig. 10), que teve como mote a simplificação de formas. Kopp (2002: 56) destaca o papel de Alexander Rodchenko, no que se refere a padronização gráfica, uma vez que era ele o responsável pelo design da revista russa Novyi lef, que em 1923 assumiu um único logotipo fixo na capa e o uso de um tipo específico para textos. Padrão quebrado unicamente na edição número 6, que pendia mais para o Estilo Internacional. O autor destaca ainda o trabalho da soviética Marieta Shaginian (fig. 11), em uma série de livros de Jim Dollar – seu pseudônimo –, criada em 1924, em que 49


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