III WORKSHOP DO CYSMUS 27 JUNHO / 9H - 18H SALA T4, TORRE B - NOVA FCSH
GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM MÚSICA E CIBERCULTURA CESEM - NOVA FCSH
SOBRE O CYSMUS O CysMus define-se como um núcleo de investigação que integra investigadores e estudantes de diferentes graus académicos com um interesse comum: a exploração das diferentes práticas e interacções musicais no panorama actual de sociabilidades e comunidades existentes na internet das coisas. As bases teóricas do núcleo procuram ser interdisciplinares, de modo a formar um enquadramento que se adeqúe à complexidade dos objectos e processos estudados. Com esse objectivo em vista, as suas abordagens integram perspectivas e metodologias da musicologia, sociologia e antropologia da música, game studies, estudos culturais, estudos digitais, média e estudos de comunicação, música e cinema, narratologia, entre outros. O CysMus integra também o núcleo mais abrangente SociMus, dedicado à investigação de uma grande variedade de práticas musicais partindo dos preceitos e ferramentas da sociologia da música. Estas motivações do CysMus advêm em grande parte do reconhecimento do quão prevalentes e determinantes são as sociabilidades e fenómenos culturais desenvolvidos numa multiplicidade de plataformas online e criações audiovisuais. Advêm, também, da consciência de que esses mesmos meios e produtos são ainda pouco representados e discutidos em estudos académicos, sobretudo quando atendendo à sua enorme quantidade e impacto actualmente. Com essas preocupações em vista, entre as várias questões e problemáticas que o CysMus pretende abordar podem destacar-se: O estudo de cibercomunidades e da cultura de fãs em torno de determinados músicos e criações musicais, bem como as múltiplas políticas de interactividade e sociabilidades entre utilizadores, consumidores, criadores e empresas; A análise de música em tipos variados de produtos audiovisuais digitais (videojogos, séries, filmes, spots publicitários, videoclips, entre outros); A exploração dos modos de circulação e partilha de materiais ou conteúdos audiovisuais em diversas plataformas e sistemas online (como o streaming, liveblogging, Youtube e outras plataformas de partilha de conteúdos, redes sociais), juntamente com a co-produção e co-criação de produtos audiovisuais por parte de utilizadores, e a sua possível capitalização por entidades ou empresas online; O estudo das transformações de determinadas profissões e práticas musicais, associadas a novas lógicas de direitos de autor e hipóteses de comercialização e disseminação. O CysMus procura assim contribuir para a criação de intersecções entre os estudos de videojogos, cinema, televisão, internet, e outros média com a investigação em música. Para além disso, tem como objectivo dinamizar encontros científicos, workshops e outros eventos pontuais onde se possam reunir todos os interessados, independentemente do seu background ou experiência, de modo a criar um espaço de discussão e partilha de ideias que visem estas questões, que considera incontornáveis e essenciais de serem abordadas e exploradas.
COORDENAÇÃO Joana Freitas, Júlia Durand e Paula Gomes-Ribeiro EQUIPA André Malhado, Daniel Camalhão, Filipa Cruz , Fábio Rodrigues, Hugo Paquete, João Porfírio, Joana Freitas, Júlia Durand, Luís Espírito Santo, Marcelo Franca, Marília Moledo, Paula Gomes-Ribeiro, Tiago Fonseca e Vasco Completo
CONTACTOS
cysmusportugal@gmail.com www.cysmus.weebly.com @cysmus.cesem
PROGRAMA III WORKSHOP DO CYSMUS
SALA T4, TORRE B - NOVA FCSH 9H
ABERTURA
SESSÃO 1
9H30 11H
Fábio Rodrigues
Mesaredonda
Mesa redonda: Investigação em música, imagem e cibercultura: uma Moderação dePaula perspectiva internacional com André Malhado, Joana Freitas, Júlia Gomes-Ribeiro Durand, Marcelo Franca e Paula Gomes Ribeiro Pausa para café
11H - 11h30
11H30 13H
Katy Perry Witness: youtube e um novo paradigma da crítica musical?
SESSÃO 2
Júlia Durand André Malhado JoãoTiago Araújo
O timbre da água em Oscar and Lucinda e The Shape Of Water Já ouvi isto em qualquer lado... – processos de utilização e transformação da música ciberpunk enquanto ‘informação trans-jogo’ Fantasmas semânticos: dos videojogos à música de concerto Almoço
13h - 14h30
SESSÃO 3
14H30 João Porfírio Joana Freitas 16H
LuísEspíritoSanto
16h - 16h30
Kitchen - uma composição sonora a partir de sons de cozinha Sobre investigação e(m) música e narrativa em Virginia O Neurónio Musical: uma introdução a sistemas de geração musical usando redes de neurónios artificiais Pausa para café
16H30 REUNIÃO DO GRUPO 18H
ENTRADA LIVRE
RESUMOS / NOTAS BIOGRÁFICAS
ANDRÉ MALHADO Já ouvi isto em qualquer lado... – processos de utilização e transformação da música ciberpunk enquanto ‘informação trans-jogo’ Em videojogos, as práticas de crossover e easter eggs são acrescentos que comunicam conteúdos, e que muitas vezes transcendem o próprio contexto do jogo. Nesta comunicação, observa-se como tomar de empréstimo personagens chave de outros videojogos, trazendo consigo a música que os identifica, ou citar música de audiovisuais vários em bandas sonoras de videojogos, permite uma interacção entre universos que promove o videojogo e/ou faz uma homenagem à fonte primária. Assim, podemos considerar os modos como essa música é utilizada e transformada a partir de um conceito de ‘informação trans-jogo’, pois o som mantém determinados significantes que remetem para dimensões simbólicas de ciberpunk, mesmo quando o videojogo que aplica esta prática não é desse género narrativo. Por conseguinte, estas informações são partilhadas por fãs de videojogos em páginas na internet construídas em regime de cultura participativa, razão pela qual as citações musicais, por muito subtis que sejam, representam activadores culturais presentes na comunidade de jogadores, disseminando a música e potenciando o valor das obras artísticas. Nota biográfica
André Malhado é produtor musical, compositor e licenciado em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, encontrando-se neste momento no primeiro ano do Mestrado em Ciências Musicais, especialização de Musicologia Histórica. É colaborador e Bolseiro de Investigação (BI) no Centro de Estudos em Sociologia e Estética da Música (CESEM), onde também é membro do grupo de Estudos Avançados em Música e Cibercultura (CysMus). Tem produzido investigação nos domínios da sociologia da música, estudos de cibercultura, comunicação e ludomusicologia. Encontra-se neste momento mais centrado na problematização do género ciberpunk em audiovisuais, reflectindo sobre os processos de produção, disseminação e recepção social da sua sonoridade.
FÁBIO RODRIGUES Katy Perry Witness: youtube e um novo paradigma da crítica musical? Partindo do caso específico do álbum Witness de Katy Perry, pretende-se fazer um estudo da receção musical no contexto da cultura participativa, com base nas reações em vídeo partilhadas por dezena de youtubers. Procurase perceber se este tipo de receção se enquadra na noção tradicional de crítica musical e/ou se complementa esta prática, constituíndo um novo paradigma. Também se pretende compreender as formas como os discursos criados a partir da promoção de Witness, que foi acompanhada por situações incoerentes e polémicas, se reflete nos discursos de receção do álbum. Nota biográfica Bolseiro de Iniciação Científica no CESEM da NOVA FCSH, tendo começado a colaborar com o Grupo de Teoria Crítica e Comunicação através de um estágio curricular. É mestrando na vertente de Musicologia Histórica, também na NOVA FCSH, casa onde se licenciou em Ciências Musicais. Tem estado ativo como coralista, tendo-se juntado ao Coro Sine Nomine em 2015. Tem como principais áreas de interesse a análise e a crítica musical, tendo investigado, por um lado, a primeira metade do século XX e, por outro, a música popular contemporânea.
JOANA FREITAS Sobre investigação e(m) música e narrativa em Virginia Através da jogabilidade activa introdutória num formato interactivo e colaborativo, esta apresentação pretende examinar as ferramentas narrativas que Virginia (505 Games 2017) emprega ao longo do seu arco histórico, no qual a música tem um lugar determinante para a compreensão, interacção e engajamento do jogador no seu percurso. Ao alinhar-se com outros videojogos centrados na narrativa, os dispositivos visuais, gráficos e de controlo constroem uma experiência narrativa cuja banda sonora actua não só como acompanhamento e identificação de diferentes componentes, como é um elemento narrativo em si, contribuindo para a fundamentação da minha visão de um novo formato de videojogos que se aproximam da ideia de filme interactivo e que transformam a ideia de cinemático, recorrendo assim à cinematicabilidade através da música. Nota biográfica Joana Freitas é doutoranda em Ciências Musicais Históricas e bolseira de investigação no Centro de Estudos em Sociologia e Estética Musical (CESEM) da NOVA FCSH. É actualmente membro do Grupo de Teoria Crítica e Comunicação (GTCC), SociMus (Grupo de Estudos Avançados em Sociologia da Música), Núcleo de Estudos em Género e Música (NEGEM) e do CysMus (Grupo de Estudos Avançados em Música e Cibercultura). As suas principais áreas de interesse são a ludomusicologia e o estudo da música em videojogos, música e audiovisuais, sociologia da música e estudos de música e género.
JOÃO PORFÍRIO Kitchen - uma composição sonora a partir da cozinha Com recurso ao software MAX/MSP e a ajuda de um controlador MIDI, proponho uma experiência sonora que parte de elementos presentes na maioria das cozinhas. Os sons desse espaço doméstico são usados e manipulados em tempo real para criar texturas e ambientes que - com recurso à imaginação e à memória sensorial - poderão transportar o ouvinte para outros locais que não só uma cozinha. Nota biográfica João Francisco Porfírio é Mestre em Artes Musicais (NOVA FCSH) com a dissertação ‘Sounds Like Home’ - as paisagens sonoras domésticas na construção do quotidiano e como objeto de composição. É colaborador do CESEM, no Grupo de Teoria Crítica e Comunicação, no SociMus e no Cysmus, onde desenvolve investigação em assuntos relacionados com a música ambiente e as paisagens sonoras do quotidiano doméstico.
JOÃO TIAGO ARAÚJO Fantasmas semânticos: dos videojogos à música de concerto William Gibson, no seu conto The Gernsback Continuum, utiliza o termo "Semiotic Ghosts" para definir os "fantasmas" culturais presentes na mente colectiva de um grupo; no conto estes manifestam-se em alucinações, fora de controlo da personagem. Compositores, entre outros artistas, não podem negar a influência de outras artes nas suas, incluindo de videojogos - estes "fantasmas" estão bem vivos. Ir-se-á explorar a forma como estes "fantasmas semânticos" moldados por videojogos, invadem a música de concerto, particularmente do convidado João Araújo e do compositor Pedro Finisterra, desde a banda sonora destes objectos artísticos ao seu design visual e mecânico. Nota biográfica João Araújo é investigador e compositor especializado em música para videojogos. Estudou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga com Paulo Bastos, na Escola Superior de Música de Lisboa com Carlos Caires, Luís Tinoco, e António Pinho Vargas, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto com Rui Penha, e está, actualmente, no Doutoramento em Artes (Artes Performativas e da Imagem em Movimento) da Universidade de Lisboa, fazendo parte do CIEBA - Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, enquanto cria música de concerto e para videojogos, construindo também instalações sonoras e peças de performance.
JÚLIA DURAND O timbre da água em Oscar and Lucinda e The Shape Of Water Que estratégias tímbricas encontramos na representação musical da água na música não-diegética de filmes? Esta comunicação tem como principal objetivo uma breve exploração da instrumentação das bandas sonoras de Oscar and Lucinda (1997), de Thomas Newman, e de The Shape of Water (2017), de Alexandre Desplat, partindo também desses casos específicos para destacar a importância do timbre na música para cinema. Nota biográfica
Júlia Durand é membro dos núcleos de estudo NEGEM, CysMus e SociMus, do CESEM. Concluiu a licenciatura e mestrado em Ciências Musicais na NOVA FCSH, encontrando-se de momento a realizar o doutoramento em Ciências Musicais – Musicologia Histórica na mesma universidade, com uma Bolsa de Doutoramento FCT. Desde 2015 iniciou uma actividade de escrita de guiões para espectáculos musico-teatrais e música electrónica.
LUÍS ESPÍRITO SANTO O Neurónio Musical: uma introdução a sistemas de geração musical usando redes de neurónios artificiais Prevê-se que os mecanismos de inteligência artificial (IA) serão responsáveis por drásticas alterações da vida quotidiana nos próximos anos. O paradigma dos computadores como processadores de dados passivos, em poucas décadas, poderá vir a ser substituído por uma visão onde os agentes artificiais participam ativamente na criação de novos conteúdos. Essa revolução começa-se a mostrar nas mais diversas áreas artísticas, desde as artes visuais, design e moda até à culinária, dança e música. A área da criatividade computacional (CC) estuda aplicação da IA nestas áreas e, nos últimos anos, as redes neuronais artificiais têm-se demonstrado importantes na investigação desta vasta área e no desenvolvimento de modelos gerativos. Pretende-se no corrente workshop apresentar alguns conceitos básicos das redes neuronais artificiais, apresentar algumas aplicações destas técnicas à geração automática de música e desmistificar e desenvolver pensamento crítico sobre este tipo de sistemas gerativos. Nota biográfica Luís Espírito Santo frequenta o Mestrado em Engenharia Informática e de Computadores (MEIC-A) no Instituto Superior Técnico (IST), no contexto da qual desenvolve a sua tese sobre Automatic Music Generation (AMG) usando técnicas de Deep Learning e algoritmos evolutivos. Atualmente, como colaborador do INESC (Instituto De Engenharia De Sistemas E Computadores) e do CysMus (Grupo de Estudos Avançados em Música e Cibercultura) do CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), investiga nas áreas de inteligência artificial e criatividade computacional, tentando conciliá-las com a área de composição musical. Concluiu o 8o grau de Saxofone e Formação Musical no Conservatório Regional do Baixo Alentejo no ano de 2013, tendo prosseguido a sua atividade enquanto instrumentista em projetos e estágios tanto na vertente de música erudita como na de jazz. Nos últimos 8 anos, tem vindo a desempenhar funções de ensaiador e compositor em vários projectos artístico-musicais.
RASCUNHOS / NOTAS
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