Revue Cultive - n°6- édition Noel 2018

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REVUE CULTIVE

- ISSN-2571 -564X

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HOMENAGEM à «MULHER QUE FAZ»

GENEBRA COMEMORA A ESCALADE

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O MUNDO DA LITERATURA ARTE

Autores Brasileiros falam do Natal

O LOUVRE

LOUVA CRISTO ARTE SACRÉ

C CULTIVE | 1 LIVROS HOMENAGEM


Caro Leitor

Caro leitor abro essa revista, de literatura e arte repleta de energias poderosas contidas nas inúmeras mensagens enviadas por vários escritores do Brasil e do mundo, com algumas palavras que irão reforçar os sentimentos positivos transmitidos por nossos escritores. Desejo que nas palavras, que transmitem a semente do amor, escritas nessas págunas, atinjam seu espírito e seus corações bem no alvo essas e queessas sementes virem flores férteis. Cada página dessa revista recolhe uma mensagem de fé e de esperança inspiradas pelos sentimentos mais nobres contidas nos nobres corações desses escritores conscientes, esperançosos, generosos e ricos de amor. Dezembro é um mês em que mesmo aqueles que esqueceram os sentimentos nobres refletem e procuram aproximar-se dos seus entes queridos. A magia do Natal, tirando o lado comercial, tem sua força contida nesse pensamento universal que foi plantado por Cristo o de «amai-vos, uns aos outros». Talvez não nos amemos sempre, talvez não nos amemos todos dos dias, talvez procuremos o amor uma vez na nossa vida, é pouco mas 2 | CULTIVE

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é um começo. Somos feitos com essa centelha e dela não podemos nos livrar porque para ela voltaremos. Talvez levemos centenas ou milhares de anos para compreendermos o poder dessa energia contida na nossas alma, mas o importante é que um dia alcançaremos esse momento especial e divino. Por enquanto vamos treinando o amor com nossos pequenos atos humanoides, e se cada um que compreende melhor esse ato der-se um pouco de trabalho para divulgá-lo, ensiná-lo, repassá-lo, transmeti-lo e exercitá-lo fortaleceremos e estaremos ajudando nosso pai e amigo. Que possamos olhar através da janela e tenhamos a iniciativa de dar um pão a quem tem fome de corpo e de alma. Procuremos sair da gaiola de ouro e nos conscientizemos da grande desiguladade no exterior da nossa casa. Que possamos ser misericordiosos com as crianças e com os velhos começando pelos nossos. Que joguemos um olhar menos julgador sobre quem comete faltas. Que caminhemos para o ato tão dificil e tão distante dos nossos espíritos que é perdoar, que possamos ser imparciais no nosso julgamento. Daqui a pouco começam a comilança, a troca de presentes, a alegria das crianças ao receberem seus brinquedos e todos estaremos sintonizados na confraternização aqui no ocidente cristão. Receberemos centenas de mensagens de felicidades e manderemos outras para nossos amigos. Esperando não esquecer ninguém. Mas para completar a noite e abrir o 25 com energias poderosas emanadas de tantas pessoas que estarão em comunhão, desejando felicidades a nossa volta, venho aqui contribuir com minha mensagem de Natal esperando que ela coloque, também, um pouco de energia sobre tantos desejos de felicidades. Tragédias inesperadas aconteceram colocando pesar e tristeza sobre pessoas que foram pegas de surpresa com o terrorismo, com crimes e a violência, com a guerra. Forças muito pesadas www.cultive-org.com

circulam sobre a terra para semear a discórdia e a desesperança. Mas não devemos nós abater e deixar esse clima de violência abalar nossa fé. Temos que, nesse momento de tanta atrocidade pesada, nos unir e aproveitar, já que estamos envolvidos por desejos benéficos, para fazermos uma corrente contra essas forças destruidoras e pesadas. Unamos nossas forças em prece, trabalhemos nosso emocional para que possamos afastar do nosso espírito os desejos de vingança e de ódio que nos cercam para que nossos dias não tenham dor, nem sofrimento e se por acaso surpresas duras e difíceis aparecerem. Que a fé nos guie no caminho da compreensão pois nada nos é enviado sem a aprovação de Deus. Que tenhamos forças para superar a tristeza e, prazer para curtir tudo de bom que a vida, também, proporciona. Que tenhamos saúde e coragem para continuarmos trabalhando e ganhando muito para poder dividir com quem é fraco e necessitado. Que a caridade seja uma bandeira na nossa vida e a compreensão, e a tolerância pelos miseráveis e pobres de espírito sejam as forças que emanem do nossos espíritos. Que não alimentemos o ódio e a vingança a nossa volta. Que sejamos prudentes nas nossas colocações; que respeitemos a opinião do outro e não transformemos quem pensa diferente de nós em nosso concorrente e inimigo. Que aprendamos a fechar nossos lábios para não provocar debates inúteis. Que sejamos prudentes nas nossas escolhas e que possamos combater o mal com o bem. Que possamos seguir um pouco dos ensinamentos de Cristo para o nosso próprio bem, evolução e paz de espírito, criando força e coragem para evitar os combates destruidores, e que aprendamos a perdoar aos nossos ofensores, assim como nós nos perdoemos também sem entregar essa tarefa a Deus. A todos os amigos e à toda a humanidade um Natal eterno e todos os dias cheios de bênçãos. Boa Leitura! Valquiria Imperiano C CULTIVE | 3


Cultive N° 6

Somário 16 42

10 LITERATURA 10. | .Alexandre Santos 12. | .Ana Paula Cavalcanti 13 .| Aldirene Máximo 14 .| Ana Paula Arendt 15 .| Ana Cavalheiro 16 .| Arlinda Lamego 18 | Charlene França 19 | Claudia Eça Maciel 21 | Cassio Cavalcante 38 | Colly Holanda 39 | Claude Bloc 40 | Cristina Sierra 41 | Diógenes da Cunha Lima 42 | .Elieder Corrêa da Silva 44 | Elciana Goedert 45 | Emerson Monteiro 46 | El Gorrión 47 | Eva Potiguar 48 | Guigo Ribeir 50 | Hosana Imperiano 51 | Ivanilde Morais de Gusmão 52 | Isabel Furini 53 | Izabel Hesne Marum 54 | Jania Souza 56 | JackMichel 58 | José Flávio Morais 4 | CULTIVE

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62..|..José Maria Ramda 64 | Eloah Westphalen Naschenweng 66 | Julie Veiga 67 | Lenice Gomes 68 | Maria Inês Botelho 79 | Luiz Carlos Amorim 80 | Maria Delboni 82 | Maria antonieta Gonzaga 83 | Maria Inês Botelho 84 | .Maíra Luciana de Souza 85..| Maria José Arimateia 86 | .Miriam Maria Santucci 87 | Nina Maria 94 .| Nic Cardeal 95 | Paulo Roberto Bretas 97 | Rita Guedes 99 | Roberto Ferrari 100 | Rita Queiroz 101 | Russen Moreira Conrado 104 | .Soraia Evangelista 105 | Tereza Custódio 106 | .Valquiria Imperiano 108 | Vanessa Gomes de Moraes 110 | .Vera Lúcia Cordeiro 111 | Vanice Zimerman

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24 - News

24 | Projetos Cultive 25 | FEC 30 | Caravana Cultural-Internacional 162 | Ana Sparz 163 | Cassia CAssitas 164 | Maria Inês Teixeira 164 | Luiz Rocha Neto 164 | Elzio Leal 164 | Dorinha Timóteo 165 | Rita Guedes 165 | Maluma Marques 166 | Cassio CAvalcante

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-SOLIDARIEDADE 32..| Campanha da felicidade

69. - LIVRARIA CULTIVE 53 67 71 71 71 70

| Alexandre Santos | Adão Zina | .Ana cavalheiro | Ana Paula | .Ana Sparz | Cassio Cavalcante

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71 71 71 72 72 72 73 77 74 74 74 75 75 76 77 77 77 77 77 77 77 77 77

| Cassia Cassitas | Cris Goulart | Christiane DE Murville | Eloah Westphalen Naschenweng | Elinalva Oliveira | Emerson MOnteiro | Flavio Morais | Julia Lemos | Ivanilde Gusmão | Jania SOuza | Igor Lopes | Maria Delboni | Maria José Arimatéia | Cultive | Paulo Bretas | Rita Guedes | Soraia Evangelista | Tereza Custódio | Tereza Penna | Tiago Silva | Valquiria Imperiano | Victória Valente | Valda Fogaça

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108 | Louvre -Louva Cristo 125 | Alberto Marques - Fazer artístico 126 | As cores do Sonho de um menino do Sertão, JSilva

69. - LIVRARIA

112 |EXPOSIÇÃO

78 78 78 78 78 78

130 | JSilva 132 | Alberto Marques 133 | Erilio Lira 134 | Claudio Viriato 136 | Consuli 140 | Eliana Maria Batista 141 | Liduina Leila Lima 142 | Luciana Imperiano . 146 | Marcia Prata 149 | Marla 151 | .Poliana Cabral 152 | Sebastião de Alcantara Filho 153 | Zélia de Morais 155 | Valquiria Imperiano

INFANTIL CULTIVE | Edna Barbos | Izabel Marum | JackMichel | Jania Souza | Tereza Custódio | Valquiria Imperiano

75 - HOMENAGEM

89 | Maria Tereza Penna 90..| .Maria da Graça Vasconcelus 91 .| Nicia Maria Alves Hoelzle 93 | Rita Guedes

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SUÍÇA

102 | Escalada em Genebra

112 - ARTE 6 | CULTIVE

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Equipe da Cultive a quem a Cultive agradece e faz uma justa homenagem.

Luciana Imperiano

Diretora Operacional, Co-fundadora da Cultive, suporte na organização das atividades. Sem ela toda a logística da Cultive é difícil de ser colocada em ação. Luciana executa seu trabalho direto da Alemanha, são horas de trabalho interativo para que tudo saia com boa qualidade.

Stephan Bodner

Cameraman alemão. Stephan colabora durante os eventos Cultive, registrando os acontecimento, fazendo entrevistas com os autores e o público. Um trabalho esmerado e precioso para os arquivos da Cultive.

Elisia Conceição

Secrataria da Cultive e conselheira jurídica e professora do curso de francês, conselheira no setor de apoio ao imigrante na Cultive e nas as atividades da Cultive. Presença, prestação e apoio, e confiança diaria e constante, apoiando.

Marc Guillemin é

fotógrafo profissional em Genebra, com especialidade em fotos jornalísticas e artísticas. Pela qualidade de suas fotos Marc é continuamente convidado para fazer cobertura em várias empresas de Genebra, organizações internacionais. Sua prestação voluntária ajudando a registrar sempre que possível os eventos da Cultive. Marc também colabora revisando os documentos escritos em francês. Fundadora e Presidente da cultive. Mentora do projeto Cultive. Escritora, artista plástica Diretora da Revue Cultive. Organiza, dirige e programa todos os projetos da Cultive.

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CULTIVE ART LITTÉRATURE ET SOLIDARITÉ Caros leitores a CULTIVE ASSOCIATION ART LITTÉRATURE ET SOLIDARITÉ visa divulgar e apoiar a arte e a literatura, assim como, apoiar e organizar eventos que levem cultura e ajuda às comunidades carentes. OBJETIVO CULTIVE consiste em apoiar e elevar o nome dos escritores e artistas na Europa e no Brasil promovendo e organizando vernissages, amostras, assim como, exposição de obras literárias e obras plásticas em Genebra, na Europa, EUA ou em outro país que a Cultive escoilha para realizar seusprojetos, reforçando, assim, o entrosamento entre artistas e literatos para que possam, com a união, tornarem-se uma força. SOLIDARIEDADE - é outro objetivo da Cultive, focalizar seu trabalhar no meios sociais mais carentes, seja econômico, seja cultural. A Cultive procura organizar projetos culturais em comunidades mais necessitadas. O COMITÉ DA CULTIVE é formado por: Presidente: Valquria Guillemin Imperiano Secretaria: Elizia Grasta Conceição Tesoureiro: Rubson de Abreu Imperiano Coordenadora e designer Luciana Imperiano Correpondente no Brasil Rita Guedes - em Fortaleza cuja função é auxiliar a organizar a logística dos projetos Cultive no Brasil. 8 | CULTIVE

A REVUE CULTIVE é uma das atividades da ASSOCIAÇÃO CULTIVE criada para divulgar escritores, artistas e pessoas interessadas pela cultura ou que queiram divulgar seus trabalhos no Brasil e no mundo. A REVUE CULTIVE colabora dessa maneira para que a cultura atinja pessoas de todas as áreas sociais. A REVUE CULTIVE publica obras literárias e obras de arte de todo artista ou escritor que nos procuram para divulgar seus trabalhos. Os trabalhos são analisados antes da publicação.Caso aja espaço a obra será publicada. A publicação na REVUE CULTIVE é gratuíta para os membros da Cultive, convidados e participantes dos eventos Cultive segundo o regulamento do evento ou por decisão do comitê. Para cada edição é proposto um tema e os autores podem enviar seus textos por e-mail, seja texto infantil, literatura para adulto, ficção seja textos históricos, pesquisas, poesias, crônicas, contos, críticas, fotos, pinturas, arte, etc . Como meio de informação a REVUE CULTIVE é publicada no site da Cultive online e pode ser consultada gratuitamente potodas as pessoas que querem ter acesso à leitura. CULTIVE é uma REVISTA eclética, porém reservamo-nos o direito de não aceitar textos de cunho político, religioso e/ou pornográfico. A CULTIVE não é um veículo de propaganda eleitoral, nem ideológico. www.cultive-org.com


Cultive PROJETOS PASSADOS

PRÓXIMOS EVENTOS 5/2019 - Genebra

Salão do Livro de Genebra Salão do Livro de Genebra 2017- 2018 5/2019

Salão do Livro de Luxem- VI Antologia Cultive Tema: SuperAção & Sobrevivência bourg - 2018 5/2019

Salão de livros- Casa Brasil Exposição Fotopoética em Lichteinstein Consulado Geral do Brasil Campanha da Felicidade- em Genebra 2015-2016-2017-2018 ( pági5/2019 - Genebra- Portugal- Berlin na 32) Caravana Cultural InternaFEC - Festival Cutural Cultive realizado em cional Europeana agosto e setembro em Alagoa Nova, João Pessoa, Natal, Crato, Fortaleza .

ANTOLOGIAS I Antologia Cultive II Antologia Cultive - Songe d’une Nuit III Antologia Cultive - Il est temps de Réveil IV Antologie Cultive - Coragem V Antologia - Receitas e Histórias para Sonhar e Ser Feliz .

2019 - Brasil

Caravana Cultural Cultive - 3/2019 - Genebra

Journée Culturelle et Informative

EXPOSIÇÃO DE ARTE Galeria Arteplus - 2018 Exposição de Arte de Luxembourg- 2018 Exposição de Arte Casa Brasil em Licheteinstein. www.cultive-org.com

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Cultive Literatura

ALEXANDRE SANTOS Uma história de Natal Noite de Natal. Em torno da mesa farta, a família inteira: meu pai, o velho general Durval, a minha mãe, por todos conhecida como Dona Lúcia, o primogênito Durval Jorge, a minha cunhada Joselma, minha mulher Deinha, meu filho Guilherme e eu. Fato raro, pois, entregues aos nossos próprios afazeres, nunca estávamos todos juntos e, embora jamais saísse da casa, ausentada pela doença, mamãe quase nunca encontrava alguém, saindo do esconderijo onde se enfurnava por dias a fio apenas em ocasiões especiais. Como o Natal é sempre especial e consegue despertar o espírito que anima até os corpos mais combalidos, no final da tarde, provavelmente resgatada da letargia pelos chei-ros dos quitutes que a cozinheira Leonor preparava, mamãe despertara do longo sono e, tão acordada como qualquer outro, reconheceu a todos e, com o sorriso de sempre, anunciou que naquela noite jantaria com a família. Com o time completo, a ceia foi maravilhosa. En-tre uma garfada e outra, embaladas por gargalhadas e esquecidas do tempo, as conversas sobrevoaram o passado preenchendo lacunas, retomaram assuntos pendentes atualizando memórias e sonharam planos e vontades como se o futuro estivesse à nossa disposição. De sua parte, sentada a cabeceira da mesa, encaixada na posição mais adequada à cadeira de rodas que a transportava, Dona Lúcia deu curso a natureza gulosa e, sem ligar para as proi-bições médicas e rechaçando lembretes, comeu de tudo e comeu com o gosto que jamais perdera. Sempre entretida com um pedaço de peru ou um naco de pernil, mamãe curtiu o jantar como se aquela fosse a última refeição. Os que a conheciam desde a juventude sabi-am que ela amava todas as festas, dedicando a Papai 10 | CULTIVE

Noel o mesmo fervor que a fazia devo-ta de Cosme e Damião, Nossa Senhora de Aparecida, São João, São José, Reis Magos e de todos padroeiros das grandes festas. Agora, sentindo a vida esvair a cada instante, sempre que podia ela aproveitava ao máximo os momentos, fossem eles uma conversa, um pro-grama de televisão, uma refeição ou qualquer outra coisa. Naquele momento, o que ela que-ria era encher a pança e matar as saudades das passas, das nozes, das avelãs, das castanhas, dos fios de ovos, das farofas. A alegria da noite aumentou com a chegada de Flávio Sirodot, velho amigo da família que, acompanhado da esposa Tereza, fazia-nos a tradicional visita de fim-de-ano à família. De repente, como se atendesse a um chamado, Dona Lúcia interrompeu a comilança e, dizendo-se satisfeita, com um sorriso melancólico pediu para ser levada ao quarto. Como aquela não era a primeira vez que aquilo ocorria, o acontecimento não surpreendeu a ne-nhum de nós. E, cumprindo a tarefa que tomara para si há algum tempo, deixando as con-versas na sala, Joselma conduziu mamãe ao quarto, onde (todos conheciam a rotina) aplica-ria os cuidados naturais aos enfermos e ficaria até vê-la ronronar, entregue placidamente aos domínios de Morfeu. Isto demoraria, pelo menos, uns vinte minutos. Não foi assim desta vez. As conversas na sala foram interrompidas pela chegada abrupta de Joselma. www.cultive-org.com


– Dona Lúcia morreu – disse com a voz sumida.

A morte de minha mãe. Aquele fora o presente que o Natal me reservara.

rança e, pouco a pouco, extinguiu a barafunda pela casa, atraindo a todos para o quarto, onde se formou uma corrente de fé. Lembro a delica-deza como, sem ligar para o tempo que parecia interminável, pressionei o frágil peitoral da minha mãe. Um minuto, dois minutos. Uma hora. Não sei. Sei, apenas, que, de repente, contrariando a lógica da morte, num acesso de tosse, mamãe abriu os olhos, retornando de um lugar para onde não deveria ter ido. Não sei explicar, mas, de um instante para o outro, como se adquirisse as características dos que estavam no entorno, sua pele recobrou brilho, os olhos resplandeceram vida, o coração, que por instantes, permanecera mudo e imóvel, voltou a bater. Mamãe retornara à vida. Mesmo assim, o outro Alexandre ainda permaneceu em mim alguns instantes. Reagindo a tentação de comemorar a ressurreição como os de-mais, sustou a euforia de Leonor para pedir-lhe sal, que, como se fosse uma coisa corriquei-ra, esfregou nos lábios de mamãe. Além de elevar-lhe a pressão, o incômodo sabor salgado a despertou, aumentando o surto de tosse. Pronto! Mamãe estava conosco. Terminara a missão daquele Alexandre. Era minha hora de reassumir.

Olhando o corpo sobre a cama, senti crescer um tipo inédito de revolta e ceticismo. Entregue à súbita descrença e desesperança, me perguntei se aquela era hora de alguém morrer. O Natal deveria ser um momento de festa, não de tristeza. Ninguém deveria morrer num dia de Natal.

Levada por Durval Jorge, mamãe passou o resto da noite na UTI do Hospital Geral do Recife e, já no dia seguinte, depois de passar pelos exames de praxe, estava em um apar-tamento normal, de onde, dois dias depois, voltou para casa, para a rotina de sempre em nosso convívio.

Não sei quanto tempo permaneci mergulhado em mim mesmo, pensando na injusti-ça da vida, lembro apenas que um ímpeto inexplicável me arrebatou e sem delongas me empurrou ao corpo com urgência. Naquele momento, surgiu um Alexandre que eu não co-nhecia. Como se fosse um médico experimentado, pouco se lixando para a confusão reinan-te no apartamento, o novo Alexandre afastou Tereza, que continuava a rezar, e mergulhou sobre o cadáver, iniciando uma massagem cardíaca, dessas que se vê em filmes. A movi-mentação despertou uma onda de espe-

Hoje, passados muitos anos desde aquele Natal, ainda não compreendo o que, de fa-to, aconteceu naquela noite ou a natureza da força que desafiou a morte, fazendo-a recuar, revertendo a grande inflexão da vida para deixar mamãe mais alguns anos conosco. De qualquer forma, reconhecendo a efemeridade de nossa passagem pela Terra e longe de ou-sar qualquer tentativa de desvendar o mistério da vida, não tenho dúvidas de que ter mamãe de volta naquela hora foi o maior presente que já recebi e que aquele foi o melhor Natal que já vivi.

Todos nós corremos ao quarto. Sobre a cama, o corpo inerte. Coração parado, pele sem cor, olhos sem brilho, nenhuma respiração, nenhum pulso, nenhuma vida. Instalou-se um pandemônio. Papai, o velho e sisudo general, desabou e, como se sentisse o chão desa-parecer sob os pés, sentou na cama e, sem dizer uma única palavra, vendo distanciar a refe-rência que o acompanhara nos últimos 50 anos, passou a olhar o vazio, balançando a cabeça como se, nisso, houvesse consolo ou esperança. Deinha levou Guilherme para a varanda “para ele não ficar assustado com a visão da morte”. Meu irmão rejeitou o consolo ofereci-do por Flávio e começou a zanzar pelo apartamento repetindo “mamãe morreu, mamãe morreu”. Mais prática, sob o olhar estarrecido de Leonor, Tereza manteve o sangue frio e, cheia de iniciativa, fechou os olhos de mamãe e começou a entoar uma oração de paz e harmonia.

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Cultive Literatura Atualmente Ana Paula faz parte da Diretoria da Fundação Ulysses Guimarães/PB, criada para realizar estudos, desenvolver projetos de pesquisa aplicada, doutrinação programática e educação política para o exercício pleno da cidadania, além de outras atividades que guardem relação direta com essas premissas, como também de algumas entidades, como :

ANA PAULA CAVALCANTI RAMALHO Psicanalista, Técnica de Turismo, Bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduada em Auditoria em Serviço de Saúde e Gestão Empresarial e de Pessoas, é amante dos livros e da leitura. Escrever sempre foi seu sonho. Os reveses, na sua vida, mostraram que nada que traga realização e felicidade pode ser deixado para depois. O lançamento deste seu primeiro romance A NUDEZ DE LAURA – Editora Delicatta, é a concretização de um desejo tantas vezes adiado. O livro já foi lançado em João Pessoa, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Lisboa, Recife. Seu segundo livro VIDAS, livro de contos bilíngue (inglês/português), foi lançado em 2018 pela Soul Editora, em: Miami, Orlando e Boca Raton, João Pessoa, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. Participou, com dois contos, da coletânea TRAVESSIA LÍRICA SOL DAS LETRAS. Tem pronto outro romance A MARCA DE UM CHEIRO, que conta a história de Helena e Eitor e um terceiro que está em andamento com título de O ADEUS QUE NÃO TE DEI, onde a escritora fala do adeus que ela e outras pessoas não puderam dar aos seus entes queridos. 12 | CULTIVE

1) do Grupo MÃES NA DOR JOÃO PESSOA/ PB, onde ao lado de outras cinquenta mães, que tiveram seus filhos assassinados, lutam para acabar com a impunidade na Paraíba e no Brasil; 2) da ONG PROTEGELUS que é ligada ao Instituto Walfredo Guedes Pereira, que tem o objetivo maior de cuidar dos enfermos carentes, tendo como maior missão a de buscar proporcionar-lhes um atendimento em saúde digno, humanizado e de melhor qualidade; 3) do Grupo literário SOL DAS LETRAS que tem como objetivo fazer com que a literatura contemporânea paraibana seja reconhecida no Brasil e no exterior, para isso o grupo vem realizando mensalmente o POR DO SOL LITERÁRIO, lançará ainda nesse semestre duas primeiras coletâneas de poesia e prosa de escritores paraibanos e estará realizando no segundo semestre a primeira Festa Literária do Extremo Oriente – FLOR. 4)Membro efetivo da Sociedade Médico Psicanalítico Lattes

O quê Fazer? Oquê fazer com a cadeira vazia, e o quarto fechado? Com a a cama arrumada, a roupa guardada e os sapatos parados? Com aquele uniforme de jogo dobrado e achuteira limpa? Com o coração esmigalhado e essa dor dilawww.cultive-org.com


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cerante? Com as lágrimas jorrando, o riso mudo e com a escuridão do luto? Apenas seguir. Seguir pelos que ficaram: pai, mãe, irmãos, filhso, netos, noras, genros, familiares, amigos, conhecidos, desconhecidos. Seguir carregando a saudade que dói, mas que se alegra com os momentos especiais divididos, vividos. Seguir para fazer valer cada minuto que passamos juntos.

ALDIRENE MÁXIMO:

Antologista, biblioterapeuta, escritora, narradora de histórias, palestrante, poeta, professora, psicopedagoga e revisora de textos.

Seguir, simplesmente seguir, sem se egoísta na dor. Aprendi com a morte que assassinamos os que nos amam quando somos incapazes de ver quanto sofrem nos vendo desistir. Força para todos que, como eu, não puderam dar adeus, não puderam abraçar antes da partida; dizer o último «te amo»; que sentiu o aroma de flores e não do perfume predileto, na hora da despedida. Força! Força para cotinuar sorrindo mesmo tendo impregnada na alma uma cachoeira de lágrimas. Força! Ana Paula Cavalcanti Ramalho

PRESENTE DE NATAL Este ano quero um presente de Natal diferente: Quero mais sementes para plantar nos corações. Também quero forças e sabedoria Para arrancar as duras pedras e adubá-los. Que ano que vem eu possa ver As sementes brotarem, crescerem E darem frutos bons, os quais Espalharão suas sementes pela Terra. (Quero um planeta mais perfumado e abençoado!) Espero que o meu presente não demore a chegar E que eu não tenha pedido muito. Eu só quero o suficiente para exercer A minha missão com alegria!

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ANA PAULA AR EN DT De que é feito o sonho? Matéria e guardião da alma, estalido raro de aspiração do incerto, o vaso que colheu água de nuvem. O sonho é o sobrenome da realidade. A gente ri e sonha nos sendeiros da memória côncava escorregam nas linhas o pensamento surgido entre o sono e o dia. Compõem gesto livre de algo que foi melhor sonhado que vivido. Juntam-se os muitos sonhos da gente como nuvem nua, aos poucos alongados na linha do horizonte do crepúsculo. De um sonho vejo de cima, do alto, como a vida é feita de terra. A gente sonha e quer que eu diga qual é o sonho deles. Sob as pálpebras palpitam os olhos, suspeitando partes do que viram antes e se acontecerá, não se sabe. Mas pouco importa, porque a linha do sonho escapa, aceno tímido de um portal para a realidade vestida com os próprios olhos.

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A gente tinha um sonho e então cada um enxerga o seu amor dos anos, a fragrância da primeira viagem sozinho, se movendo dono de si e atrás do mundo. A voz estranha que apareceu numa conversa de primavera entre a espera e o fôlego. As palavras que vieram organizadas conforme aguardávamos, mas não atingíamos.

Ficou para trás, o sonho? Desfez em água de chuva? Mas eu colhi a água da chuva em meu vaso, para ela evaporar mais uma vez e formar com o sonho dos outros de novo a nuvem. Sigamos a instrução da alma, deixemos correr nela todo estado de astúcia com que os sonhos adoçam as palavras e curam os olhos. Venham os sonhos que sem método algum removem pedras, a sua fórmula secreta com que sagram os dias, venham os sonhos da gente desarmar desânimos e fazer de nós um esplêndido espólio.

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ANA CAVALHEIRO

Escritora, cantora, atriz, autora do livro : Todas as flores da minha vida.

PLATON (para você com amor)

Eu penso que o Rei é feliz Que fez tudo certo Que faz tudo certo Dos erros vividos transformou-os em pérolas trazendo-lhe riquezas Da simplicidade fez fortuna Da bondade fez-se merecedor Da retidão um senhor de respeito Nada nele traz humanidade aos meus olhos Aceita os acoites em silêncio Eu o reverêncio Idolatro Nao há nada maior Ele é um Deus www.cultive-org.com

O maior O inalcançável (é Impossível pensar que...) Seu silêncio é sua resposta indiferente à dor alheia Seus feitos sao táticas pensadas Sua bondade referencia seu insaciável interesse Sua retidão é um blefe Eu ficaria surpresa se de repente Ele se transformasse num homem comum Se mostrasse frio Sem compaixão E me surpreenderia mais ainda em saber que ele me ama. C CULTIVE | 15


NINO E NINA» para guiar crianças, jovens e adultos numa viagem onde a imaginação criou asas e desvendou um mundo de fantasia, que levou os ouvintes, a utilizar as ferramentas proporciondas pela sua didática, a criar textos e desenvolver sua oralidade, e desejo de escrever.

ARLINDA LAMEGO.

E

sccritora e médica, ela nasceu em Recife, capital do Estado de Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Atualmente vive em São Paulo capital, mas viveu em Manaus e no Rio de Janeiro. Adepta às artes, pinta quadros a óleo, tapeçaria, gastronomia e artesanatos, desenha letras. Arte é criatividade. Cinema e teatro foram seus companheiros. Uma figura enérgica e inteligente que foi uma das palestrantes na FECCAN e realizou oficinas de escritura e contação de história. Muita ação, muita criatividade e empenho, com palestras e discurso ricos ela marcou sua passagem nas cinco cidades por onde passaou a Caravana Cultive. Em Alagoa Nova utilizou seu livro «A PRINCESA SOFIA E OS CAVALEIROS

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A sagacidade que utilizou deixou em todos os participantes a certeza que têm o potencial de criar textos e que podem continuar a viajar no mundo da literatura. Uma semente da escrita e da literatura foi plantada em solo Alagoano, Natalense, Pessoense, Cratense e Fortalezense. A cultivadora de palavras tem um nome conhecido no meio literário nacional e internacional,

GAIOLA LVRE Suada de glória, minha poesia rouca Sussurra lamentos, os sentidos vãos Os meus mil momentos inculpáveis, São névoas e cinzas , não gratificam, Não agem, não veem, apenas sentem. Infelizes gemidos, mergulham na dor. Adianta sentir, não agir , se não vê? São Intrépidos corpos estremecidos. Deslizam no céu, fogem dos astros, Eternos amantes. no seio dessa vida, Decididos, embalados e mui fogosos. São pensamentos e cegas paisagens . Vazio olhar, música a afastar o medo. Gigante de concreto, a gaiola é livre , Na madrugada ,foge, é inesquecível, Passeia no manto escuro da solidão . Incrédulo olhar, eis que rouba a cena . www.cultive-org.com


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Caravana Cultural Antologia Cultive I n t e r n a c i o n a l lançamento no Cultive 33° Salão do livro parceria com Câde Genebra mara do 1 ao 5 de maio Brasileira de Cultu2019 ra apoio UBE maio 2019 cultivelitterature@gmail.com www.cultive-org.com

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CHARLENE FRANÇA Charlene França é carioca, nascida em Nova Iguaçu. Professora de língua portuguesa e literatura da rede estadual de ensino, é mestre em literatura brasileira pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e seus textos integram antologias com participação em bienais e feiras literárias desde 2005. É membro correspondente da ALTO (Academia de Letras de Teófilo Otoni) MG e autora dos livros Diversus devaneios do cotidiano – 2012 e Ao pé do Ouvido – 2015 – Editora Litteris, RJ.

NATAL AZUL O tempo passou tão rápido quanto uma brisa despercebida e leve. Rápido mesmo. E tanta coisa ficou para trás, no tempo, na infância na memória. As primeiras aulas, a professora do CA, os sabores, as músicas e as pessoas que chegaram e se foram. Tudo isso se foi, menos o nome e a lembrança de Antônio. Antônio era quieto, alvo, suave e tinha uma alegria tímida no fundo dos grandes olhos azuis. Antônio... Éramos crianças. Não sei quantos anos tinha Antônio, sei que o tempo parou para ele. Na minha lembrança Antônio ainda é aquela criança. Não o imagino adulto, não sei onde mora, tampouco o que faz da vida.

leitura para os pais, lá estava Antônio. O que me surpreende é não lembrar dele em outras situações, em outros dias, outras conversas, nada. Somente estava ao meu lado sorrindo enquanto cantávamos músicas que embalariam as pessoas em uma festa de natal. Nas fotos, nada de Antônio. Talvez porque sejam poucas fotos, talvez porque poucas pessoas fotografaram, não sei. Com as lembranças de lado, ontem saí para fazer compras de natal. Roupas, supermercado, o que fosse possível fazer em um dia. O centro do Rio lotado e todos lotados de pressa. Entrei no ônibus e por sorte consegui me sentar junto à janela. Guardei as bolsas com cuidado já que a peregrinação continuaria no dia seguinte e se algo fosse perdido, perderia mais ainda meu tempo de mulher ocupada para reencontrar o objeto e voltar a compra-lo. Abri a janela, prendi os cabelos e olhei para fora, observando a multidão que se dissipava. No meio de tanta gente que atravessava a rua às pressas, vi ao longe, já chegando ao outro lado, absorto e suave. Antônio? Não sei dizer, mas meus olhos pararam por um instante sobre aqueles olhos azuis. Foi só um instante enquanto eles se afastavam e sorriam. Nunca saberei se era realmente Antônio, dei de ombros e segui para casa. - Não era ele, imagine. Antônio não cabe no presente! Ou será que a caixinha do passado ficou pequena e ele escapou? Não saberei nunca, mas ainda sinto as pequenas mãos junto às minhas. Antônio voltou em segredo. Fechou-se a caixinha. Durmo embalada pelas canções de natal.

Ele também cai no beco escuro da lembrança ou da falta dela, aliás confesso que sempre foi assim, até que de uns dias para cá, ele apareceu na minha ideia súbita, nos cantos mais escondidos do inconsciente. Antônio. De mãos dadas comigo ensaiando uma canção para a festa de fim de ano da escola. Antes do colo do papai Noel e da última foto, antes da minha 18 | CULTIVE

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CLÁUDIA ECA MACIEL NATAL DO SERTÃO Aqui no sertão tudo é diferente. O sol castiga a terra e a da gente. Sertaneja, sertaneja, onde tu estas? Corpo franzino, pés descalços. Com criança ao peito, que as lagrimas lhe consomem; As vezes com tanta fome, que não consegue nem falar. Mãe, mãe querida, tão sofrida, aqui neste lugar. Mas, hoje é um dia especial! É o dia todo do Natal! Todos se reúnem para fazer os animais e santinhos do nosso presépio, é a nossa tradição. As crianças todas ajudam, é festa no nosso sertão! Das mãos calosas surgem bois e cavalos, é um menino Jesus. No cantinho da sala de chão batido, se coloca o presépio no chão. Na cozinha um fogão à lenha cozinha a nossa ceia. Um punhado de feijão, Tudo se faz belo ao anoitecer. Sentamos todos ao redor da mesa, um candeeiro é a nossa luz. No telhado da choupana, uma abertura nas palhas, Nos deixa ver a beleza do céu! Todos oraram por alguns momentos, agradecemos a nosso Deus, comemos calados para que aquela comida demorasse em acabar. Sem nos esquecermos de que Jesus nasceu para nos Salvar! E você que tem tudo na mesa? Lembrou-se dos menos favorecidos nesta noite de Natal? www.cultive-org.com

Cultive Literatura no 33°Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05

de maio 2019

Exposição no Consulado Brasileiro C CULTIVE | 19


Antologia Cultive lançamento no 33° Salão do livro de Genebra do 1 ao 5 de maio 2019

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CASSIO CAVALCANTE Cearense, jornalista, escritor, radicado em

Pernambuco há mais de 20 anos. Teve seu início na literatura como contista, com a publicação do conto Meu Primeiro Milhão na revista Caruaru Hoje, em outubro de 2005. Pertence as academias: Recifense de Letras, ocupando a cadeira de nº 01 (PE); Olindense de Letras, ocupando a cadeira de nº 20 (PE); de Artes, Letras e Ciências de Olinda, ocupando a cadeira de nº 21 (PE); de Artes e Letras de Pernambuco, ocupando a cadeira de nº 10 (PE). Acadêmico Correspondente da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (CE), Academia de Letras Juvenal Galeno (CE), Academia de Letras do Brasil na cadeira de nº 01 (SP/ São José do Rio Preto). Academia de Letras do Brasil na cadeira de nº 01 (MG/ Uberaba). Sócio Honorário da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes (AL). Delegado da Delegação do Brasil na Academia de Letras e Artes Valparaíso (CHILE). Membro da SABEPE – Sociedade dos Amigos da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco. Pertence a AIP – Associação da Imprensa da Pernambuco. Recebeu os títulos Cidadão recifense e olindense, deferidos por unanimidade pelas Câmaras Municipais das respectivas cidades, Príncipe das Artes da Academia de Letras Juvenal Galeno, Doutor em Filosofia Univérsica, Honoris Causa, consagrando-se pelo Mérito Ph.I Philospphos immortalem da Academia de Letras do Brasil. Outorgado com as comendas: “Luis Vaz de Camões”, pelo Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (2014); “Ubiratan Castro”, pela ABRASA – Casa do Brasil na Áustria (2015); “Marechal Floriano Peixoto”, pela LITERARTE – Associação de Escritores e Artistas (2015); “de Santelmo”, pela Academia Recifense de Letras (2017); ; “Honorífica Barão de Ayuruoca”, pela Associação Cultural Barão de Ayuruoca (2017). Personalidade da Neolatinidade concedida pelo Conselho Consultivo do Movimento Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas – Festlatino. É verbete www.cultive-org.com

do dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira. Biógrafo da cantora Nara Leão, prosador, editor do jornal Folha Cultural. Colaborador dos Jornais Folha de Pernambuco – Recife (PE), Terra da Gente – Surubim (PE), Voz do Planalto – Carpina (PE) e Folha do E. Santo – Cachoeiro do Itapemirim (ES). Participou da 1a FECCAN em 2018 e foi Homenageado pela CULTIVE pela sua contribuição literária realizando palestras e oficinas, contriuindo assim para o aprimoramento da escrita literárias ao dirigir uma oficina literária dirigida a jovens, poetas, escritores e professores.

OCAIXEIRINHO DA RUA NOVA Nossa história acontece em um Recife que já não existe mais, em uma época em que a Rua Nova uma das principais artérias da cidade, no centro da Veneza Brasileira, era a Avenida des Champs Elysées dos Trópicos. Acontecia o ano de 1861, a via era formada por elegantes casas de comércio. A variedade dos negócios era ampla. Quem trabalhava lá, era só orgulho, patrões e caixeiros. Nesse cenário encontramos um sobrado, comum naquele tempo no térreo a loja Empório Recifense, e no primeiro andar a residência do proprietário o Sr. Manuel Lisboa. Comerciante português de origem pobre nas terras do além mar. Chegou no Brasil sem nada, com muito trabalho e uma grande quantia de dinheiro emprestadas a juros nada camarada chegou ao patamar de um dos comerciantes mais rico do lugar. Já se achando velho, contava os seus 59 anos, e não parava de pensar o que faria com sua cobiçada fortuna. C CULTIVE | 21


O estabelecimento contava com o primeiro e segundo caixeiro e mais um caixeirinho que fazia de um tudo, chegará lá muito jovem, e passados três anos de uma fidelidade a toda prova contava agora com a plenitude de seus dezoito anos. Austriclínio, assim se chamava. O comerciante mantinha a linha de seus produtos vindos da Europa, mas não deixava de prestigiar em certos momentos a produção pernambucana. E por um desses produtos, as mortalhas de anjos confeccionadas por Dona Abigail, viúva solene de um militar, a loja encontrava-se em pé de guerra na hora em que Manoel desceu, naquela manhã recifense ensolarada do dia 15 de dezembro. - O que se passa cá, em minha loja? Joventino, o primeiro caixeiro, com cabelos bem cortados e bigodes lustrosos, aproximou-se logo a esclarecer os fatos: - Esta ilustre senhora, afirma que entregou a nosso caixeirinho sete mortalhas, e ele insiste em afirmar que só lhe foi entregues seis. - «Ora pois» – Vociferou o patrão - «Este gajo está a me roubar debaixo de minhas barbas”? Nesse instante o jovem se exaltou: Alto lá. Sou pobre, porém honesto. A gratidão que tenho ao senhor é grande, mas não é maior que esses anos que venho lhe dedicando todo o meu honesto trabalho. O Senhor trata-se de um comerciante prospero e inteligente, se fosse eu um ladrão já estaria longe daqui. - Mas que atrevido! – Gritou a impaciente senhora. Como se não faltasse mais nada entrou um escravo correndo. Era um moleque, nu da cintura para cima, vestia calças de um algodão encardido amarradas por um cordão. Foi logo mostrando uma pequena mortalha, toda amarrotada, e dizendo: - A senhora deixou cair esta, uma senhora chegou a pisá-la. Apanhei, bati e aqui está. 22 | CULTIVE

Entregou com uma das mãos e a outra aberta com a palma para cima. Esperando moedas de uma justa recompensa. - Abigail, arrancou o que entregava com força, e olhando para a outra mão estendida, gritou ríspida: - Atrevido. Depois de tudo resolvido, a senhora ia saindo. O caixeirinho, passou a mão pelo cabelo, interviu dizendo. - A senhora não me pediu desculpa. A mulher disparou mais um – atrevido – deu as costas e foi-se contando o dinheiro que tinha recebido. O português com um certo ar de impaciência ordenou que o caixeirinho o acompanha-se. Ao contrário da cara de espanto de Juvenal, e da expressão de terror feita por Agamenon. O jovem apresentava um ar de tristeza e decepção. Nunca Pereira tinha chamado um funcionário em sua residência. Era demissão sumaria com certeza. O português seguiu na frente subindo os degraus que dava acesso a residência, seguido do decepcionado jovem. Chegando o senhor, com passos firmes pisa no assoalho de sua sala de visitas, caminhando para uma alcova que lhe servia de gabinete de escrever. O jovem sentou-se em uma das duas cadeiras que estava a frente da mesa de seu patrão, este o lançava um certo olhar de impaciência. O jovem não se conteve, passou a mão pelo cabelo, e foi logo falando: Trabalho para o senhor já faz algum tempo, durmo em um quarto sem janelas e não tenho horas para acordar nem tão pouco para dormir. A minha gratidão não é maior que a lealdade que o tenho. Certamente não espero carinhos, mas respeito é o mínimo que mereço. Sempre recebo gritos de impaciência, desaforos sem motivos. Estou achando que esmolar será mais digno para mim. -“Ora pois” – gritou o português. – Vim de minha terra só, por lá era muito pobre. Fiz www.cultive-org.com


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minha fortuna só. Não tive a graça de casar-me, vivo só. Portanto não tenho tempos para besteiras. Se eu morrer amanhã não tenho ninguém para acender-me uma vela. Mas quero que saibas uma coisa, confio em ti. Agora vá trabalhar e fique de olho naqueles dois por mim. Tenho que almoçar na casa de meu advogado na Rua da Aurora.

- Até mais tarde. - Até.

A aproximação do natal deixava o comercio da rua Nova ainda mais próspero. Entre uma venda e outra ou mesmo durante, as conversas entre os funcionários acontecia:

A Missa do galo era um evento prestigiado pela sociedade recifense de então. Em especial a da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio. Após o término da missa, alguns fieis conversam um pouco, antes de se retirar, tentavam evitar apertos na saída do templo. Duas animadas moças conversavam, enquanto observam o jovem mancebo, que depois de passar as mãos pelos cabelos acendia uma vela:

- Vais passar o Natal como, Juventino?

- Quem é ele?

- Tu não sabes, caro Agamenon, todos os anos passo na Passagem da Madalena, na residência luxuosa de meu compadre. Lá o peru é grande, fica marinando desde a véspera, o almoço por lá e perfeito. Meu pequeno Policarpo, sai com os braços a segurar os mimos que recebe de presente. É perfeito. E você?

- Tu não sabes?

-Eu? Assisto a Missa do Galo, e no almoço fico feliz em saborear as piabas que meu vizinho pesca no Capibaribe.

O encanto da moça pelo rapaz era tanto, que atrevidamente deixou a amiga que lhe contava de quem se tratava, a falar sozinha e atrevidamente se dirigiu ao assunto daquela conversa:

-Deus meu! Isso lá é Natal que tu me contes. Austriclinio veja o que aquela jovem solicita. Serei eu a fazer tudo nessa loja. O rapaz passou a mão pelo cabelo e atendeu a freguesa. O Natal chegou, o faturamento do Empório recifense ultrapassou todas as expectativas. Mas certa tristeza pairava naquele comércio, pelo falecimento do proprietário já há alguns dias. Ao saírem da loja os caixeiros conversavam: - Feliz Natal, Agamenon. - Calma. Ainda vamos nos ver na missa do Galo. Claro, Joventino, que tolice essa minha. - O que achou do novo funcionário?

- Se soubesse não te perguntaria. - Calma sua impaciente. Se trata do mais novo rico da Rua Nova. O patrão lhe deixou toda a fortuna.

- Por quem você reza? - Pelo meu bem feitor. - Ele merece? - Sim, merece todas as velas do mundo. - Ele deve ter lhe feito muito bem. - Sim fez. Mas isso não vem ao caso. Qual a sua graça? - Clotilde. - Estou encantado. - Encantada estou eu.

- Um pouco lerdo. Não se compara ao caixeirinho. - Este foi que se deu bem, quem diria! www.cultive-org.com

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PROJETOS CULTIVE 2019 Antologia Cultive - tema " Superação e Sobrevivência" - lançamento no Salão do Livro 2019; Exposição fotopoética - Consulado Geral do Brasil em Genebra - maio 2019; Caravana Cultural Internacional Cultive Alemanha, Portugal e Genebra, Gruyère maio 2019; Caravana Cultural Nacional FEC - segundo semestre; Campanha Um dia de Felicidade; Participação na FLIPO porto de Galinhas outubro- 2019.

Atividades permanentes na sede da Associação Cultive em Genebra Em 2019 a Cultive elabora e põe em execussão mais uma atividade nas dependências da sede Cultive na rue du Pré Jérôme 12 - Genebra. A patir de janeiro 2019 estamos oferecendo curso de françês para imigrantes sob a orientação da professora Elizia Grasta Conceição. Elizia já auxilia a Associação Cultive como secretária e conselheira jurídica benévola, visto que é advogada. Agora ela começa na Cultive essa nova forma de prestar serviço aos imigrantes que chegam em Genebra. Um serviço importante de integração juntamente com o bureau de apoio que estará à disposição das pessoas que precisam de orientação sobre os 24 | CULTIVE

direitos e deveres dos estrangeiros em Genebra tais como: direito infantil; direito e deveres do trabalho, orientação e indicação de especisliatas furídico em caso de separação e divórçio, apoio à mulher, orientação sobre obtensão de permis, centros de alimentação gratuito, tratamento médico, centros de disposição de roupas, transporte, ensino para adulto ( locais e lagalisação de diplomas), cursos de línguas, enderêços de instituições religiosas, órgãos de representação de países, indicação de tradutores juramentados. Com certeza esse plus na Cultive será uma vitória que corresponde aos objetivos da Cultive, além do trabalho de divulgação Cultural. Esse serviço é amplo e sem regras, dirigido à qualquer estrangeiro que deseje obter ajuda para a sua integração independente de credo ou origem. Curso de Língua francesa para estrangeiros segunda e quarta de 15h30 à 21h - professora Elizia Grasta Apoio ao imigrante - bureau de assistência informativa ao imigrante - segunda e quarta de 13h30 à 15h20 - Valquiria Imperiano e Elizia Grasta. Estaremos também oferecendo renuiões informativos, acompanhem a Página da Cultive no face para conhecer a agenda. No dia 15 de março 2019 - Journée Informativo Cultural da Cultive. -Exposição de Arte -Dedicatória e Leitura de texto por um escritor - Música - Palestra - Apresentação dos diversos representantes religiosos de Genebra. Seja membro da Cultive, tenha vantagens e ajude a Cultive a continuar a realizar projetos culturais e sociais. informações: 0041 79 616 37 93 email- cultivelitterature@gmail.com www.cultive-org.com


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FEC Festival Cutural Cultive realizado em agosto e setembro em cinco cidades do Nordeste. Na oportunidade houve o lançamento da Antologia, Antologia Receitas e Histórias para Sonhar e Ser Feliz que relata momentos realcionados com momentos da mesa. Uma recordação da infância, um momento de amor que retorna ao saborear um quitute que mar- cou um encontro, um adeus adocicado com bolo, uma tristeza e um doce, uma alegria e um salgado e uma sobremesa, uma viagem sobre um prato de pasta. Os autores que participaram da Antologia Cultive: Adriane Salt Li, Alexandre Santos, Arlinda Lamego, Edna Barbosa, Gina Teixeira, Regina Veiga, Victória Valente, Rita Guedes, Célia de Oliveira, Cícero Batista, Gizela Nun- es, Ivanilde Morais de Gusmão, Antonio Carlos Santos, Tereza Custódio, Tereza Penna, Jania Souza, Andreia, Izabel Marum, Cassia Cassi- tas, Eva Potiguar, Valquiria Imperiano, Claude Bloc, Elinalva Alves Oliveira, Geísa Nunes, Luciana Imperiano, Joana Vieira, Lucrécia D. Raújo, Maria José Negrão, Marinalva da S.B. Albergari Paulo Bretas, Renata Barcellos Valéria De Assis, Adriano Souto, Alex Júnior Men- donça da Silva, Ana Socorro de Araújo, Soraia Evangelista. Cada um desses autores contou sua história ligada ao seu momento de prazer gastronômico, cada história está registrada na Antologia Receitas e Histórias para Sonhar e ser Feliz. Os autores viajaram e deixaram seu recado por onde a Caravana Cultural Cultive passou macando assim suas presenças e apresentando suas obras. Valquiria Imperiano, representante da Cultive, esteve também em Alagoa Santa a convite da Diretora da Escola Estadual Nilo Maurício Trindade Figueiredo Nicia Hoelzle Leite , onde realizou atividades ligadas à literatura. www.cultive-org.com

As atividades literárias realizadas e propostas pela Cultive foram leituras de poemas, apresentação de livros, jogos literários e artísticos com a participação de estudantes e professores do colégio. A Cultive levou para a Escola os autores Maria Delboni e Tereza Penna que oraginazaram oficinas e realizaram palestras e leituras das suas obras. A Antologia Receitas e Histórias para Sonhar e Ser Feliz foi estudada e analisada pelos alunos e após um jogo interativo dirigido por Tereza Penna foi extraído um poema coletivo a partir dos textos da Antologia . Poema Coletivo Às vezes não percebemos a felicidade porque ela encontra-se nos pequenos detalhes. Incompreensível para nós, Pulgas orgulhosas habitantes do planeta Terra. Que eu seja generosa com o pobre, mas também com o rico que é pobre de espírito. Precisar menos pedir que doar. Abraçar a felicidade é fundamental. Por que milagre só acontece quando tim-tim por tim-tim vislumbramos. Lembranças de uma paixão vivenciada. Saboreie uma fatia de bolo quentinho como gosta. Até dá arrepios! Se surgir uma doença não a trate com indiferença. Levante a cabeça destemida. O sol aquece e o ar refresca. Ser feliz é encontrar o verdadeiro sentido da vida. Que a força suprema do amor nos envolva a todos. E ela livre e feliz dando asas à imaginação. Afinal chega uma idade e uma fase da vida que se sente livre e pode fazer o que quiser. Isso é o resultado da felicidade.

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Cultive News Actions Cultive par Rita Guedes

FEC Festival Cultural Cultive A

Cultive Arte Solidária de Genebra realizou no período de 23 de Agosto a 06 de Setembro de 2018, o Festival Cultural Cultive. A Presidente e Coordenadora Geral, Valquíria Imperiano, organizou uma Caravana Cultural com o propósito de levar a arte e literatura para alguns estados do Brasil. Importante ressaltar que esse evento engloba todas as áreas do conhecimentos e é destinado a escritores artistas, cantores, professores, universitários e alunos em geral com o objetivo de divulgar e ampliar a cultura no nosso país e no exterior. Com o apoio de seus participantes, efetivamente ligados à formação cultural, a caravana visitou cinco cidades do Nordeste. Iniciou a programação na cidade de Alagoa Nova (PB), de 23 a 26 de Agosto, na Escola Violeta Costa, de onde seguiu para João Pessoa, Natal, Crato e encerrando suas atividades culturais em Fortaleza (CE) em 06 de Setembro de 2018. Em todas essas cidades contamos com o apoio e a presença marcante de Autoridades, Presidentes de Academias de Letras, professores e alunos que nos prestigiaram, valorizando nosso trabalho e participando das palestras e números artísticos. Vivenciamos momentos realmente construtivos, embasados no despertar o interesse pela literatura, artes e a cultura em geral. Vale destacar, lançamentos e vendas de livros, exposição de artes e oficinas de diversos teores. Agradeço a Cultive Arte Solidária de Gene26 | CULTIVE

bra, representada por Valquíria Imperiano, que não mediu esforços para o êxito dessa caravana, nos proporcionando momentos de cultura e lazer, uma oportunidade impar de ampliarmos nosso cabedal de conhecimentos. A vasta programação encantou-me pela presença assídua de professores e alunos, as apresentações do coral dos estudantes, desfile da Banda da escola, anúncio dos vencedores do Concurso de Literatura, Lançamento da Antologia Receitas e Histórias para Sonhar e Ser Feliz, as oficinas de artes das quais tive o prazer de dirigir, passando minhas experiências para os alunos e professores na Oficina de Pintura e Arte com Areia, apresentação dos autores abrindo o Salão do Livro, e as excelentes palestras ministradas. Vale ressaltar que em João Pessoa contamos com o apoio do Presidente da Academia Paraibana de Letras - APL - Damião Ramos Cavalcante. Na APL várias conferência foram realizadas, visita à Fundação Casa José Américo, encerrando as atividades com entrega de certificados, palestra do Presidente da APL, Damião Ramos Cavalcante, e apresentação artística de Gina Canta e Encanta, recital musical com Kezia Marques – canto lírico e Daniel Seixas ao piano e jantar oferecido pela APL. Em Natal contamos com o apoio da Escritora Teresa Custódio, do Presidente da ALNR e da Faculdade de Letras Doutor Diógenes Cunha que falou sobre A Mulher na Literatura Nordestina. também a presença do escritor e jornalista Antônio Nahud com o tema A Literatura, o Poder de Transformar os Jovens. Como o Autor pode participar dessa transformação www.cultive-org.com


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foi apresentado pelas escritoras Vitória Valente, Arlinda Lamego e Maria Delboni. Tivemos ainda a palestra de Selizete Freire sobre a Importância da Literatura Infantil. Em Declamação Livre contamos com a apresentação de Eva Potiguar, os belos poemas declamados pelo Escritor e jornalista Antônio Nahud e outras. A programação constou ainda de Lançamento de livros, da Antologia Cultive e entrega de certificados, aperetivo organizado por Tereza Custódio. Encerrando com Gina Canta e Encanta. Em Crato contamos com o apoio do Instituto Cultural do Cariri-ICC, através de sua legítima representante e membro dessa instituição a escritora Claude Bloc. Com uma excelente programação voltada para a cultura da nossa região do Cariri, visitamos o Arajara Park em Barbalha, o Horto do Padre Cícero em Juazeiro do Norte, em Santana do Cariri, conhecemos o Museu Paleontológico, visitamos a Casa Grande em Nova Olinda, uma instituição que abriga jovens em horário integral voltada para o estudo, a arte e profissionalismos dessas crianças. De volta a Crato, participamos da Procissão de Nossa Senhora da Penha- Padroeira da cidade na Praça da Sé, local onde se encontra a Sé Catedral de N.S. da Penha. No dia seguinte fomos a um Encontro Cultural na Universidade Regional do Cariri participar de numa roda de conversa. No Instituto Cultural do Cariri-ICC participamos da solenidade oficial com a abertura do presidente Heitor Feitosa, a palestra da Presidente da Cultive Valquíria Imperiano, momento em que ocorreu a apresentação dos escritores da caravana, lançamento de livros e da Antologia, entrega de certificados e apresentação de artistas da região, membros da Academia Cordelista. (declamações desafios e violeiros). Em Fortaleza, visitamos a Casa de Cultura Juvenal Galeno, www.cultive-org.com

local onde funcionam várias academias e onde se realizou o nosso evento Contamos com a presença dos presidentes das Academias de Letras Juvenal Galeno, Linda Lemos, da ALACE, ALMECE e membros da AFELCE. Os trabalhos foram abertos pelos presidentes da Academia de Letras Juvenal Galeno acolhendo a Caravana Cultive e empossando Valquiria Imperiano tornando-a membro correspondende da ALJUG. Durante os três dias foram realizados palestras, dentre elas a do Escritor Zelito Nunes Magalhães sobre Romance, Valquíria Imperiano sobre Cultura e Educação Vencendo Dificuldades e Construindo o Caminho para uma Nova Era. O Artista Plástico JSilva faloiu sobre Arte Inspiração Literária por ocasião da abertura do Salão do Livro e de Arte. Nosso Momento musical contou com a presença da tecladista Graça Santos, bandolionista Ozea Carvalho e

Gina no pandeiro. Visitamos a Academia Cearense de Letra do Ceará, visita guiada pelo seu Presidente Ubiratan Diniz Aguiar, que nos presenteou com livros inclusive de sua autoria. Concluindo, a Caravana Cultive conseguiu alcançar sua meta obtendo um sucesso total. C CULTIVE | 27


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FECCAN Festival Cultural Cultive de Alagoa Nova Aconteceu em agosto juntamente com o evento regional Caminhos do Frio em ALAgoa Nova no Colégio Violeta da Costa em Alagoa Nova, interior da Paraíba.

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Caravana Cultural Maio 2019

Antologia Cultive Salão do Livro de Genebra cultive@bluewin.ch A CULTIVE em Parceria com a CAMARA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO (CBDC) Organiza a CICE - Caravana Internacional Cultural Europeu e o 33º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra . SOBRE A CULTIVE A Cultive é uma associação dirigida por Valquiria Imperiano, cujo objetivo é divulgar a literatura de língua portuguesa e seus autores, arte e cultura no Brasil e na Europa. SOBRE A CBDC A Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural (CBDC) é uma instituição que organiza eventos cultural, tal como FLIPO em porto de Galinha, e divulga e apoia a arte e a literatura, e é dirigida por Alexandre Santos também escritor e presidente da UBE de Pernambuco. 30 | CULTIVE

SOBRE A CARAVANA CECI Afim de promover a literatura e as obras dos autores lusófonos no território Europeu e oferecer aos autores a oportunidade de aparecerem no cenário literário internacional, realizarem intercambio com professionais do mundo da edição do livro e da escrita e com personalidades do mundo literário, a Cultive em parceria com a Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural realizará a Caravana Cultural Internacional Europeia com uma programação rica e variada. A Caravana passará por Genebra, Portugal e Berlim e em cada cidade oferecemos aos autores e participantes a oportunidade de mostrar suas obras e fazer trocas de conhecimentos. Atividades culturais de grande porte estão programadas e entre elas estão: 1° Encontro Internacional de Literatura Contemporânea e Desenvolvimento Cultural, em Lisboa e Genebra; participação dos autores e suas obras no 33° Salão do Livro de Genebra, encontro literário e exposição no Consulado Geral do Brasil; visita cultural à Suíça e à Berlim, realização de uma Antologia. Estes projetos se referem a meetings culturais que envolvem a participação de interessados multinacionais para intercâmbio e discussão de temas literários da atualidade, assim como exposições de obras no cenário Europeu. SOBRE O SALÃO DE GENEBRA A 33º edição do Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, considerado o maior evento literário da Suíça e um dos mais prestigiados em toda a Europa, foi recheado de eventos. Em 2018, 23 autores apresentaram seus trabalhos em sessões de autógrafos e palestras no Stand da Cultive. Os autores tiveram a oportunidade de manter contato com agentes literários, rewww.cultive-org.com


Internacional Cultive presentantes de bibliotecas, organizadores de salões e festivais, representantes de associações e de livrarias que estiveram no Stand Cultive procurando obras infantis, romances históricos, romances de amor, infanto-juvenil, fantástico, ficção cientifica, livros de auto ajuda, história do Brasil, livros em espanhol, português e italiano. SOBRE A PARTICIPAÇÃO NA CARAVANA CULTURAL INTERNACIONAL EUROPEANA Os Autores e as Academias e instituições Culturais podem se inscrever e participar de todo o evento ou de uma parte. Criamos uma fórmula: Incentivo Cultural dirigida às Associações Culturais, Academias e instituições culturais. Essa fórmula é um incentiva aos membros das instituições Culturais a participarem da Caravana Cultural na Europa em 2019. As instituições fazem o contrato e trazem seus membros, Fórmula Incentivo Parceria com as instituições culturais ( academias, instituto cultural, clubes.

Berlin; visita à monumentos. GENEBRA - do 1 ao 5 de maio 2019 33° SALÃO DO LIVRO DE GENEBRA - 1° ENCONTRO DE AUTORES DE LÍNGUA PORTUGUESA dia 02 de maio 219. - 1a EXPOSIÇÃO FOTOPOÉTICA. TEMA: “AS MIL CORES do BRASIL” - CONSULADO BRASILEIRO DE GENEBRA;

Divulgue sua obra na Cultive. A Cultive trabalha para reconhecimento dos seus membros. cultivelitterature@gmail.com

SobreVivência & SuperAção” é o tema da Antologia Cultive que será lançada no Salão do Livro de Genebra. PROGRAMA CARAVANA CULTURAL INTERNACIONAL LISBOA - 1° ENCONTRO INTERNACIONAL DE LITERATURA CONTEMPORÂNEA E DESENVOLVIMENTO CULTURAL NA EUROPA; BERLIM - -momento literàrio na praça Belbeplatz; biblioteca estadual de Berlim, visita guida e doação de livros; sarau na livraria de www.cultive-org.com

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CAMPANHA

UM DIA DE FELICIDADE Camurupim –

Aldeia indígena na Paraíba No mês de agosto a Cultive esteve na aldeia para realizar a campanha Um dia da Felicidade. O projeto levou atelier de arte, de cozinha, expressão oral e literatura criativa. As crianças receberam brinquedos, lápis de cor e diversos materiais. E a escola municipal da aldeia. recebeu um balanço. O atelier de contação de história e produção de texto, foi super movimentado. A parrticipação das ciranças e das mães foi intensa e proveitosa, tudo se passou num grande clima de festa e harmonia. Para os adultos a Cultive encomendou e doou pitimbóia da aos pescadores da aldeia. Pitimboia é um utensilio de trabalho usado na pesca de marisco, produto do qual vive o vilarejo. Como outro meio economico a Cultive levou uma máquina de costura para montar um atelier de costura, o atelier não foi montado mas acreditamos que conseguiremos... As necessidades são tantas que o pouco é muito. A cada ano crescemos em idéias e conscientização que o projeto deve continuar e aprimorar-se. Ainda não deu para criar a biblioteca publica no vilarejo, nem a brinquedoteca por falta de espaço físico, verba e pessoal para ocupar-se do fucnionamento. Não é possível abarcar o mundo com as pernas, mas se cada um de nós fizermos o mínimo por uma pequena comunidade, esse mínimo será muito.

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Cultive Solidariedade

BASTA UM DIA DE FELICIDADE PARA ALIMENTAR A ESPERANÇA O RESTO DE UMA VIDA!

vidades. O tema apresentado aqui é a minha floresta. Nãos estamos avaliando a qualidade artística dos mas talvez sirva para uma reflexão sobre a necessidade de continuar esse trabalho lúdico mas que pode abrir um mundo de imaginação fertilidade criativa. As ciranças que participaram são, em sua maioria crianças em fase escolar cuja idade gira em torno de 10 a 14 anos. contato: cultive@bluewin.ch

Criança precisa de brinquedo para desenvolver a imaginação e a criativiade. Criança precisa de alimento para desenvolver o corpo, a capacidade de aprendizagem, ter energia para abrir seu sentidos. Criança precisa de amor para sentir-se segura, desenvolver o repeito ao próximo, saber que é importante para os outros, ter disposição para buscar outros horizontes, coragem para enfrentar as dificuldades, desenvolver segurança interior, sentir-se importante. Amor pode salvar o homem da sua própria pequenez, ajudar a criança a se tornar um homem melhor e por seu turno poder transmitir amor a sua volta. O amor transforma o ser, ameniza os espíritos revoltados e duros. É sempre tempo de ascender a chama do amor com atos simples. É sempre tempo de olhar a nossa volta e de ter uma atitude de generosidade para quem precisa. Fizemos o Natal como pensamos. o Natal é todo dia, é toda hora e a qualquer momento. O que importa são os efeitos do trabalho, são os sorrisos colhidos. Aqui nessas páginas alguns dos resultados dos trabalhso das crinaças da aldeia. Pinturas e desenhos realizados durante os dois dias atiwww.cultive-org.com

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Camurupim na Paraíba é uma aldeia com mais de 10 mil índios Potiguar. Graças às doações de pessoas que acreditam no

projeto da CULTIVE podemos oferecer informação, lazer, alimento, conhecimento, esperança e amor. Nossa pequena contribuiçnao « ensinando a pescar e ensinando a plantar para colher bons frutos» . Ninguém nasce sabendo, nascemos simples e ignorantes e aprendemos ao longo da nossa vida graças aos mestres que atravessaram nossos caminhos. Agora é nossa hora de ser mestre e generoso. Cultive você também e colha você os frutos. No próximo ano tem mais, participe da aventura de cultivar homens de bem.Homens de bem país seguro e tranquilo. Você é responsável pelo futuro.

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Cultive Solidariedade

Projeto Cultive Um Dia de Felicidade 2018 Trabalhos realizados pelas crianças que participaram do Projeto Cultive na Aldeia de Camurupim colaboradores: Maria Tereza Penna, Neida e mães. Coordenação e execução: Valquiria Imperiano Cooperadores e apoiadores Maria da Graça Vasconcelus de Brito Edelzia Godinho Rocha Izabel Hesne Marum Cristianne de Murville Alexandra Borges Márcia Prata Adriane Saltli Jania Souza Leca Araújo Miriam Maria Luiza Demetrius Imperiano Valquiria Pimentel Shirlys Barbosa Rafael Stvens

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Projeto Cultive Um Dia de Felicidade 2018 Trabalhos realizados pelas crianças que participaram do Projeto Cultive na Aldeia de Camurupim colaboradores: Maria Tereza Penna, Neida e mães. coordenação e execução: Valquiria Imperiano

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COLLY HOLANDA

, brasileira, nasceu em Natal/RN, considera-se pernambucana de coração. Geógrafa, Escritora, Contadora de história, intérprete da arte, declamadora, gosta de escrever com humor, contos, crônicas, poesias e contos infantis. Possui 7 livros publicados e faz parte de 13 Antologias. Gosta de se apresentar nos colégios e livrarias. Faz parte da UBE- União Brasileira de Escritores, ANT- Associação Nordestina de Trovadores, ALAMP Associação Literária ê Artística de Mulheres Potiguares, AILA- Academia Internacional de Literatura e Artes. CN - Cultura Nordestina Letras e Artes.

TUDO É NATAL Colly Holanda

Natal da Esperança! Das doces lembranças... Natal do Menino Jesus! Das ceias em famílias... Das reuniões, dos abraços... Do dono da festa esquecido... Doando sua vida, por nossa salvação. Natal do Menino Jesus! De Maria, aos pés da Cruz. Da mãe, a espera dos filhos ... Do desempregado, amargurado, sem proteção... Natal do Menino Jesus... Natal das lembranças, Da menina criança, Natal do Menino Jesus! É Ele quem nos conduz.

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CLAUDE BLOC

NINGUÉM VÊ R

einvento caminhos no céu dessa noite quente, Estrelas existem Estão presentes. ninguém vê! Coso o céu junto ao mar no fundo da minha mente Sei que o amor existe. Está presente. ninguém vê!

33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019 Lançamento de livros Concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livro

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33° Salão do Livro de Genebra CRISTINASIERRA do 01 ao 05 de maio de 2019 nasceu na Espanha. Mora atualmente em Recife onde trabalha como médica clínica geral num posto de Saúde da cidade.

Cristina é formada em medicina e veio para o Brasil há 2 anos para prestar serviços médicos. O contato com pessoas carentes e de todos os níveis sociais mostrou-lhe um mundo totalmente desconhecido da sua realidade espanhola. Entre atendimentos medicais, ouviu e testemunhou causos que viraram contos. Tão inusitada lhe pareceu essa realidade que Cristina pôs-se a escrever os fatos, resultando em histórias de uma realidade longe até de muitos brasileiros que não conhecem o outro lado do Brasil, o lado da ignorância absoluta, da droga, da prostituição, do sofrimento de mulheres que perdem seus filhos diariamente nas favelas das cidades grandes e pequenas envolvidos pela miséria e pela violência.

Tive a oportunidade de ler alguns textos da Cristina que estarão na Antologia Cultive 2019, e mesmo eu, como brasileira, choqueime com os relatos. Histórias que não devem ser ignoradas e que Cristina ousa colocar no papel.

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Leia quem se interessar.

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DIÓGENES DA CUNHA LIMA RACHEL, A PIONEIRA Rachel de Queiroz (1910 – 2003) nasceu para ser primeira. Causou impacto o seu romance “O Quinze”, que retrata com fidelidade o drama da seca de 1915. É obra-prima escrita por uma mocinha de 18 anos. Estabelece o pioneirismo da mulher no Ciclo Nordestino da Literatura e na adoção das diretrizes culturais da Semana de Arte Moderna. A ficção, de tão inovadora, acarretou a dúvida sobre a autoria de grandes mestres da nossa literatura. Augusto Frederico Schimdt disse que seria pseudônimo, haveria um homem escondido, um sujeito barbado. Já Graciliano Ramos, por quem ela tinha grande admiração e fora influenciada, afirmou tratar-se de uma pilhéria de algum escritor. Contudo, no ano seguinte à publicação, ela foi agraciada nacionalmente com o Prêmio Graça Aranha. Depois, a então machista Academia Brasileira de Letras (ABL) concedeu-lhe o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de obras e a União Brasileira de Escritores o prêmio Juca Pato. Ademais, tornou-se a primeira mulher a receber o Prêmio Camões de Literatura. Havia uma inquietação nos meios intelectuais porque a ABL não permitia a presença feminina. Em 1930, a escritora Amélia Beviláqua, esposa do jurista Clóvis Beviláqua (autor do projeto do Código Civil brasileiro), teve recusada a sua inscrição sob o pretexto de que o Estatuto dizia “brasileiro”. Como se a expressão não se referisse a ambos os gêneros... Na verdade, a Instituição seguia um modelo da Academia Francesa, criada pelo Cardeal Richelieu em 1635, que só admitia homens www.cultive-org.com

no seu quadro. Em 1977, Rachel assumiu a Cadeira nº 5 da Academia. Não fez discurso feminista como se especulava, mas a sua fala demonstra o interesse inclusivo. Ela destaca trecho de Castro Alves, celebração da beleza negra costumeiramente ignorada: “Lá nas areias infindas / das palmeiras do país / nasceram crianças lindas / viveram moças gentis”. Guardo na lembrança duas oportunidades felizes, em que estive com Rachel de Queiroz. A primeira no Rio de Janeiro, ocasião em que ela me falou com entusiasmo sobre Oswaldo Lamartine e contou-me uma história deliciosa de jangadeiros cearenses. Marinheiros de um grande navio alemão, em alto mar, avistam uma jangada. Entenderam que seriam náufragos. Lançaram cordas salvadoras. Que é que eles estão querendo, compadre? Perguntou o jangadeiro. Acho que eles estão querendo é reboque, responde o outro. Outra vez, estive com ela em jantar na Escola Doméstica de Natal, a convite da diretora Noilde Ramalho. Contei do projeto da nossa Academia de fazer, à semelhança da ABL, um mausoléu para os nossos imortais. No dia seguinte, recebo através de Noilde um recado dela: “Diga a Diogenes que não faça o mausoléu, porque ele será o primeiro a ser enterrado”. Coincidência ou não, a previsão de Rachel tem acontecido, segundo muitas pessoas me afirmaram. Claro que deixei o projeto pronto para decisão do próximo presidente. Rachel foi também a primeira mulher a publicar crônicas na mais prestigiada revista brasileira “O Cruzeiro” e, posteriormente, em “O Estado de São Paulo”. Ao lado de sua atividade criativa, ela se tornou referência como tradutora. Alguns trechos traduzidos passaram a ser citados com frequência. Entre tantos, ela traduziu o livro de Crone, Erich Remarque; “As Memórias”, de Tolstói; “A Minha Vida”, de Chaplin; Dostoiévski em “Os Irmãos Karamazov”, verteu axiomática frase sempre repetida: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. C CULTIVE | 41


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ELIEDER CORRÊA DA SILVA N

o alto do campanário Soam sinos, é Natal! Entoam hinos ao Deus menino, os cantantes do coral. A cidade está em festa, muita luz, muita alegria, Cantam hino ai Deus menino, o milagre, é Natal. Dois mil anos, a Luz brilha solitária, dentro da estrebaria. Cantam hino ao Deus menino É milagre, é Natal.

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MAIORES MILAGRES DA HUMANIDADE D

atas magnas todo cristão comemora: do Natal, do nascimento da Luz: o menino Jesus. Ele a fonte de luz ao homens, espargiu o bem sobre a Terra, deu esperança, ensinou a amar, caminhou sobre o mar revolto ensinando a pescar, deu exemplos, ensinou as virtudes para a paz e o amor reinar... o que lhe fizeram? Pregaram-no no madeiro depois de castigos sofrer; negando-lhe água a beber; rasgaram-se-lhe as vestes... o véu, tempestuoso do tempo, se rasgou. No terceiro dia o milagre... Ele ressurge! Há mais de dois mil anos... o Milagre, é Natal.

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ENTÃO É NATAL… São momentos de magia Tempo de confraternização Demonstrações de alegria Dias de paz, amor e união Se reclamam de consumismo Nem me atento, foco na festa Sou da turma do otimismo Só o lado bom se manifesta

ELCIANA GOEDERT

(Ciça), nasceu em Ivaiporã/PR, mas reside em Curitiba desde 1996. É bióloga de formação e poeta por inspiração. No seu currículo literário tem 3 livros publicados: Eu e a Poesia (2014), Sob a Ótica de Eros (2016) e Nutrisia (2017), e também a participação em diversas antologias nacionais: Concurso Nacional Novos poetas - Prêmio Sarau Brasil (2012); I Antologia da Confraria da Poesia Informal ; II Antologia da Confraria da Poesia Informal; Poesias Escolhidas Vol. II: O Melhor de Mim;- Mulheres Sem Censura; Folhetim dos Poetas Malditos (2015); Conexão: Feira do Poeta (2015, 2016, 2017 e 2018), Parnaso Poético (2017 e 2018), entre outras. Seu poema «Ofício: Poeta», recebeu Menção Honrosa em Buenos Aires, Argentina. Recebeu Medalha Mérito Cultural outorgada pelo Projeto Poetizar o Mundo. Ocupa a Cadeira 20 na AVIPAF – Academia Virtual de Poesia, Arte e Filosofia, sendo sua Patrona a poeta Florbela Espanca.

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Pra demonstrar o que se sente Basta a presença e um abraço Dispensa-se aquele presente Enfeitado com grande laço Mas pra ver o riso do menino Enfeito a árvore com carinho Abaixo dela, Jesus pequenino Dorme em paz no seu "bercinho" Quando vem a "noite feliz" Saborear a ceia, que delícia! A sobremesa merece bis Cada presente, uma carícia E assim a noite termina Prometendo continuação Esse espírito contamina É Natal em nosso coração.

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Cultive Literatura grande e dentes afiados. Assim inesperado, preenche o espaço das apreensões de quem assistia. Algo de se recolher com cuidado ao espaço que lhe restava, em defesa dos botes do estranho visitante vindo das entranhas da terra.

E M E R S O N MONTEIRO

nasceu em Lavras da Mangabeira, Ceará, no dia 26 de março de l949. Advogado. Fotógrafo. Escritor. Pesquisador de literatura, psicologWia e reWligião; já publicou os livros Sombra e Luz (ensaio - 1991/2008), Noites de Lua cheia (crônicas - 1996), Cinema de janela (crônicas e contos – 2002), É domingo (crônicas e contos – 2006) e Histórias do Tatu (memórias - 2016). Pertence à Academia Lavrense de Letras (Lavras da Mangabeira, Ceará) e ao Instituto Cultural do Cariri (Crato, Ceará). E-mail: emersomonteiro@gmail.com Blog: monteiroemerson.blogspot.com

Sementes do desconhecido Escravizado às camadas inferiores da varada, algum animal escondido ali buscava acordar dos entulhos, dos galhos e folhas secas, até obter êxito nos esforços e surgir à vista de quem olhava interessado em descobrir o que adviria daquele movimento estranho de debaixo das entranhas do chão. Espécie alimária entre ressequida e semelhante quase à textura dos galhos e das folhas secas da entrecasca do solo, dali surge médio corpo de um jacaré filhote de boca www.cultive-org.com

Mas achou por bem de suportar na casa a presença do inesperado ser. Haveria de superar a visita e seus modos, sempre em favor da instituição doméstica. E o tempo foi deslizando no correr dos dias, nas linhas das horas intermitentes, meses, levando a novo acontecido. O bicho ainda pequeno lá numa incerta ocasião acharia de se meter em um buraco de outros insetos no encontro de uma parede do lado sul da casa e nele permanecer algum tempo, sem mais, nem menos. Sumiu desaparecido dentro do furo qual houvesse terminado de tudo o drama. Que durou outro tempo, talvez longo, talvez breve, no juízo de velocidade da testemunha que acomodava os sucessivos inesperados. Ora só o que viria ocorrer. Daquele buraco, aonde penetrara o filhote de jacaré aparentemente inofensivo pela idade, sairia já no formato de espécie maior da mesma família dos dinossauros, mas noutras e maiores proporções, esse de pele enegrecida, consistente qual o casco dos bichos do passado geológico dos antigos predadores, e com aparência agressiva de apreciador de carne sangrada, de gente que fosse e achasse pela frente. Ele, que acompanhara tudo a partir do nascedouro da primeira visão, notou a gravidade dos sucedidos, presenciou em si o risco da sobrevivência em xeque, e somou as peças do enigma. Deveria sobreviver, sim, no intuito primeiro maior de cumprir a missão lhe destinada. Fugiria na primeira nave que lhe viesse recolher face ao desencanto das populações em volta de fogueiras acesas nas noites frias do estio da Terra. C CULTIVE | 45


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PERDÃO O perdão quebra barreiras, Quando é feito consciente. Cura a alma, traz alívio, Sintoniza novamente. Limpa a mágoa e traz beleza; Lança pra fora a tristeza E liberta a própria mente. Abra a gaiola do ódio E jogue fora a opressão, Deixe que o amor lhe conduza E more em seu coração. Abra seu peito pra paz Pois o perdão é capaz De trazer a remissão.

EL GORRIÓN

nasceu no dia 20 de Janeiro de1968 em Aliança-PE, mas foi registrado filho de Itatuba-PB. Seus pais José Antônio da Silva e Terezinha de Jesus Gomes da Silva os trouxeram para Itatuba ainda menino. O poeta é graduado em Pedagogia e Letras. Professor efetivado nas cidades de Itatuba e Riachão do Bacamarte ambas na Paraíba. Sua produção literária teve início em 1987, mas passo a publicar seus folhetos de cordéis em 2006 e hoje conta com cerca de 50 títulos de folhetos de cordel. É membro da Academia de Cordel do Vale do Paraíba e membro da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil. É proprietário da Cordel Editora Gorrión.O poeta escreve desde o romance de cordel ao soneto.Já participou de várias coletâneas poéticas e cordéis coletivos.

Perdoar é libertar... É demonstrar atitude. A pessoa que perdoa Só prova que tem virtude. O ressentimento sai; A malquerença se esvai E encontraremos saúde.

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EVA POTIGUAR é a identidade artística da escritora, poetisa e contadora de história Evanir de Oliveira Pinheiro. A autora possui graduação em Artes Plásticas, Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN – SPVA e da Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares - ALAMP. Também é membro da Associação Internacional de Literatura e Arte - LITERARTE. Tem contos infantis e poesias publicados em diversas antologias no Brasil e na Europa. Sua obra solo mais recente é “Do Casulo à Borboleta” pela CJA Edições. Recebeu vários prêmios nacionais e internacionais nas áreas da Educação Básica e do Ensino de Artes.

Canção para se namorar Não quero ouro nem prata Quero uma vida de graça De espinhos e de rosas Feita de mãos carinhosas Para com elas desenhar A arte de me superar Esvaziei as certezas Soltei minhas borboletas Quero chover no meu verão E florescer o meu sertão Honrarei a minha lida De poesias em vida Essas palavras em chamas Eu as bordei com escamas Da rede de um pescador Perdida no mar de amor Carregada de emoção De belezas e de solidão Até o pássaro cantou Não se importe com a dor Sinta a nova luz renascer Abençoar eu e você Sinta essa nossa canção Namorar o teu coração Eva Potiguar

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GUIGO RIBEIRO

é ator, músico e escritor, colunista no portal Desacato – A Outra Informação e membro do coletivo CronicArte. Formado em letras pela Universidade Federal de São Paulo, é autor do livro de contos “O Dia e o Dia Que o Mundo Acabou” disponível em Clube de Autores.

Dona Rosa Viu o Mar Pela última Vez D

ona Rosa viu o mar pela última vez no dia de hoje. No dia seguinte ao festejo de natal. Ela morava de frente desde criança. Cresceu, casou, pariu e morreu ali. Vi que havia um entra e sai lascado em sua casa pela manhã. E não era para os devidos abraços natalinos. Olha... meu coração já avisou. “Vai que ela foi! Vai que ela foi!” A gente até torce pro coração estar errado, né? Mas é uma torcida solitária por um milagre que tanto acontece com os outros e tão pouco no nosso quintal. Milagre

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como o nascimento de Jesus. Dona Rosa vivia por aí. Chinelo de dedo, vestido velho e fé. Tenho certeza que subiu direto pro abraço de Deus. Subiu direto pros braços do Senhor. Talvez tenha felicitado Cristo por seu dia, mesmo que dizia que não havia um dia e, sim, eram todos os dias. Cheguei de mansinho na porta querendo ir logo embora. A morte é uma coisa que a gente nasce pra nunca aprender lidar. Pode perguntar pra quem quiser. O resto a gente lida. A morte não! Quem morre, leva a gente também. Vamos só mudar a forma de contar a história. Vez triste, vez confuso, vez com saudade. Acho que morrer nesse dia deixa tudo mais triste, não deixa? Ela tava no sofá e gelada como aquele lugar que é todo branco. Aquele lugar, sabe? Você pega um barco bom, mira no norte e vai reto. Me diziam que era assim. Aí você chega! Aí eu vi ela gelada daquele jeito e o resto da sala ficou muda. Antes, percebi que sua menina gritava e pulava. Seu menino se fazia de forte e separava papéis. A outra menina, longe, sofreu com a ligação e não conseguiu ir. Mas recebeu a notícia com choro e o filho pequeno no colo. O resto da gente que estava, consolava, chorava e jogavam pro alto frases que diziam que ela era mulher boa. Eu queria, sabe lá Deus o motivo, que todos soubessem que ela se foi. Que fizessem homenagens pra ela. Que virasse nome de rua. Mas a tv não vai falar de Dona Rosa. Não foi tragédia, que motivo falariam? Jamais! Quem sabe apelando pra data... quem sabe. Vi Dona Rosa em um corpo despreocupado. Corpo de feriado mesmo. Um corpo de quem não sente mais tanta dor. Vi seus olhos descansados, como quem acabou de ver quadro bonito em exposição de arte. Vi suas mãos relaxadas, sem peso, sem sacola. Suas costas não estavam curvadas pelo peso dos sacos e do mundo. Vi seus olhos uma calma nova. Uma calma de quem não tem mais fome. Uma calma de quem sossegou. Dona Rosa vivia da aposentadoria do falecido, mas se virava também pelas ruas. Pegava lixo. Lixo não! Reciclagem! Sua pele era preta e ficou mais preta porque o sol botou muito calor nela. Bonita a calma dela. Não, eu não falei nada. Entendo que não é de bom tom falar essas coisas na tragédia. A tragédia www.cultive-org.com


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tem que ser respeitada como tragédia, sem piadas ou comentários que não vão contra a dor que existe. Mas que era bonita, era. Será que antes de partir, algo que seria inédito, ela aproveitou uma ceia? Pensei também se antes de partir, ela não ficou olhando o mar. Se ela se despediu dele, deu um mergulho. Se levou flores pra sua protetora. E mais. Se o mar não falou nada pra ela. Se não agradeceu todo o carinho de anos. Se não se pintou daquele verde estranho que Dona Rosa viu na infância e ainda contava. Disse que foi só uma vez. Será que ela esperava por outro verde daquele? Será? A gente nunca vai saber. O que se passa no coração das Donas Rosas pelo mundo? Pra quem elas choram quando a dor é muito grande? Elas se mostram tão fortes e decididas ao fardo de viver a vida que puderam? Puderam? Isso é outra história. Mas penso nisso. E pensei ainda mais quando aquele mundo de gente saiu com ela sentido cemitério, quando enfim liberaram o corpo no hospital. Os choros permaneciam, mas era claro quem já tinha esvaziado os tanques de lágrimas. Restou a dor. Dona Rosa ficou no buraco e a terra começou a cobri-la. Uma pá. Duas, três. Até dar a quantidade suficiente para se chamar de enterrada. O menino pegou o papel da mão do coveiro e soube que ela descansaria ali por alguns anos. Depois teria que ir pra outro lugar pago. O menino, que se vazia forte, agora teria que ser mais forte trabalhando mais pra um canto eterno pra Dona Rosa. E todos partiram. Eu fiquei. Fiquei vendo ali o fim daquela vida. Num monte de terra. Dona Rosa enterrada. Dia de natal. Fiquei pensando que a morte é triste e que a solidão de uma cova deve ser mais ainda. Alguns minutos depois, eu ali ainda só, comecei a ouvir uma barulheira danada lá fora. Uma gritaria, festa, aplausos. Parecia um pouco quando deu meia noite. Corri pra ver do que se tratava, mas mais por constrangimento. Tanto morto repousando e esse povo fazendo festa, meu Deus? Cheguei e eram as pessoas que acompanharam Dona Rosa e seu fim. Celebravam a vida, a vida de Dona Rosa. Se inspiravam com sua luta e agora, memória. E rumaram pra cidade para cantar, propagar seu legado. A mulher que lutou tanto e morreu www.cultive-org.com

só. Haviam lágrimas nos olhos, mas um riso no rosto. A vida pede coragem e, de alguma forma, a coragem ali estava, naquelas pessoas. Segui mais um pouco, mas precisei parar. Não saberia quando voltaria pra cidade. Nem se veria de novo Dona Rosa em seu novo lugar. Abaixei no túmulo e, enfim, chorei. Mas não de tristeza nem nada. É que a vida trás umas coisas boas sempre, né? E me trouxe. O choro. O choro e a certeza. O choro e a certeza alegre: Dona Rosa agora é roseira. Futuramente, quando a roseira estiver lotada de rosas, vou pegar uma e colocar na minha árvore num dia 25 de dezembro. Ou antes. Assim que nascer. ____________________________________ ____________________________________

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HOSANA IMPERIANO LEITE , estudante do colégio Violeta da Costa. Ela tem 17 anos e cursa a 8a série.

O que é paixão? É um sentimento que vive bem escondido Dentro do coração dos tímidos entristecidos Essa paixão só tem hora para chegar, A hora de ir embora não ela avisa Às vezes na sua saida nos faz grande estrago deixando na solidão com um sabor tão amargo.

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IVANILDE MORAIS DE GUSMÃO Professora, advogada, ensaísta, contista, poeta. Estudiosa do Filósofo Karl Marx e da Literatura. Publicou os livros de ensaios: Sobre o Programa de Gotha, Karl Marx (2005); Dignidade na Morte (2009); Rememorando e Resgatando a História da Floresta (coautoria); Um Caminho para Marx (2011); Para Compreender o Método Dialético (2013); de poesia: No Redemoinho da Vida a Luz Aflora em Mim (2015); Dans le Tourbillon de la Vie la Lumière Affleure en Moi (2015); Entre o Silêncio e a Solidão (português/inglês) (2016); No Cotidiano da Vida a Poesia vai Construindo o Humano (português/francês (2016) e Nas Veredas da Vida Com Ternura Vai Resgatando o Humano (2017). Ivanilde ativa escritora e intelectual está sempre presente nas importantes atividades e eventos que envolvem a cultura seja no Brasil, seja no exterior. Invanilde colabora e participa como membro atuante de varias academias de letras e associações culturais.

Com cordão de ouro A colcha de retalhos. Enfim, encontrava-se indizivelmente só. Estamos sempre sozinhas. Pensou em gritar sua saudade, NInguém ouviria. Saudde não se ouve , sente-se. Enfrentava sua história, Mas temia o imponderável. Subiu a escada, Aface se contraiu. O tempo não aplacara a saudade. Rogava por mais futuro... Desistiu. Simplesmente, retornou!

RETORNO Saudade não se ouve, sente-se As cruvas do caminho, ...pareciam intemináveis. O sol derramava seus raios Impediosamente. A atmosfera densa, dificultava a Peqena aragem... O mês de março sempre fora assim Espesso acachapante... Mas naquele dia, O mormaço indolente contribuia Para aumentar o ônus De uma visita há muito adiada... é difícil retornar aos lugares da infância. O passado tem capacidade de fiar www.cultive-org.com

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TEMPO DE NATAL A

nda o tempo brinca o vento roda o tempo assovia o vento

ISABEL FURINI

é escritora, poeta, palestrante e educadora, coeditora da Revista Virtual Carlos Zemek de Arte e Poesia; Seus poemas foram premiados no Brasil, Espanha e Portugal; é autora dos livros de poemas “Os Corvos de Van Gogh” Edit. Instituto Memória, 2013 e “,,, e outros silêncios” Edit. Virtual Book, 2012; é presidente da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia (AVIPAF), membro da Academia de Letras do Brasil/ PR; Foi nomeada Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2015; recebeu Comenda Ordem de Figueiró. Realizou recitais poéticos na 36a. Semana Literária do SESC & XV Feira do livro da URPR, e na Biblioteca Pública de Burlingame, Califórnia, USA.

dança o tempo e na noite de Natal a Árvore iluminada canta canções ao vento alegre o Papai Noel enquanto alimenta as Renas pára o vento e o tempo escorrega pela fita de Moebios.

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IZABEL HESNE MARUM é natural de Nova Europa, interior de São Paulo. Mora atualmente em Florianópolis. Dedica-se a escrever histórias infantis, coletâneas, contos e crônicas. Seus livros infantis publicados são: «A Luna da Lua», «A bruxinha que virou sereia» e «Cotinha a Galinha Dengosa», «O boi de mamão (verde)».

Passagem do texto Mahumed e o anjo do deserto Longe muito longe, o menino viu luzes piscando feito ouro perto das enormes montanhas de Apeia. Montu seu camelo Mussuf e foi ao encontro delas.

O texto estará na Antologia Cultive 2019 lançamento no Salão do Livro de Genebra www.cultive-org.com

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JANIA SOUZA

Escritora Potiguar, jania atua ativamente no circulo literário de natal participando de eventos e organizando-os. Jania possui varias publicações em livros solo e antologia nacionais e internacionais. Ativa escritora, ela faz parta de academias e associações culturais no Rio Grande do Norte. Jania é uma dessas pessoas cujo coração é maior do que o peito. Jania participou da FECCNA nos presenteando com uma bela rica e esclarecedora palestra, ela também colaborou e apoiou o proje to da Cultive realizado «Um dia de felicidade» em Camurupim.

PAZ a alm ana a d um os ded beça h m: s o a e c e. re Ent licada ao hom ceitar-s . p a a com súplic mar e o outro ia a c a a e z a r e a P para s s ama unstân o c á , ã r ir am o ode er c Pare " -- ssim p qualqu tender mund Só a ito em e ao es arem o hedor ad ol . pe rm Res idaried ransfo ente ac omens . Sol idos t realm res e h ração " un lhe na! a co gar para um lu as, mu m cad huma em crianç tado e rvação n e para o acale a pres j a e r Des em, pa rd Aco

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É Natal Jania Souza Felicidade Rima Com Natal Pinheiro e Natividade Anjos e cantos Família, amizade Solidariedade Luzes Brilhantes Nos olhos Nas árvores Naturais ou artificiais Luzes Inundam a cidade Fazem renascer Da sepultura do estresse A magia da estrela Blém blém blém Tocam os sinos natalinos Dentro de cada coração menino Acordam da sisudez www.cultive-org.com

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O órfão de Espírito Blém blém blém Recordem com carinho A prática do amor Ensinada pelo Menino O amor transforma O amor cura O amor acolhe O amor respeita O amor aconchega O amor ensina O amor mostra o erro O amor fala a verdade O amor faz o bem O amor conduz ao amor O amor é irmão da paz Feliz Natal! Todos os segundos Em que suspires Sobre o chão em que pisas. Abras teu coração E teus pensamentos Para a gratidão De receber esse presente Oferta do Menino. C CULTIVE | 55


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JACKMICHEL

é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Publicações: Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua (Drago Editorial, 2016), 1 Anjo MacDermot (Drago Editorial, 2016), Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate (Drago Editorial, 2016), Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017), Sixties (Helvetia Edições, 2017), Tim, O Menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017) e Anotações Da Lagarta Papinha (Editora Leia Livros, 2018). É associada da ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), da LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura) e da UBE (União Brasileira de Escritores). Seus contos e poemas constam em antologias internacionais bilíngues. Também foi destaque em diversos jornais e revistas online de literatura, artes e cultura. Participou de salões literários na Europa e no Brasil. Recebeu Menção Honrosa no Prêmio de Excelência Literária “Troféu Corujão das Letras”, conquistou o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prêmio ALALS de Literatura” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”.

Piporquinhos Pipocados Grãos de milho artiodáctilos, Ao fogo rebentados! Era uma vez, três porquinhos Gordos, fofos, mansinhos... Eles gostavam de brincar, Saltar, correr, pular... Viviam por tudo a fuçar, Com seus narizes a cheirar...

Doces canções de ninar... Um dia, porém, os porquinhos Andaram por outros caminhos... Avistando a casa sorrateira Da faminta e malvada Bruxa Pipoqueira Que, com a boca a pingar de satisfação, Empurrou-os logo para o caldeirão. E... bumba... que emoção! Pipocas de suínos? Que pipocão! Piporquinhos pipocados – salgada refeição. A bruxa, papando as pipocas, teve indigestão!

Lá no chalé da floresta Tudo terminava em festa... Com os três sempre a cantar 56 | CULTIVE

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Cultive News

A Cultive está de vento em popa e cheia de projetos para 2019 uma agenda rica e variada está sendo executada pelo comitê da Cultive

P r o j e t o s Cultive 2019 - Antologia tema: « superação e sobrevivência» com lançamento no Salão do Livro de Genebra 2019; registro na Biblioteca Nacional Suíça. - Exposição fotopoética - Consulado Geral do Brasil em Genebra - maio 2019; - Caravana Cultural Internacional Cultive com parceria com a Câmara Brasileira de Cultura e desenvolvimento, apoio UBE, Consulado Brasileiro Alemanha- Berlim visita Guida à Biblioteca Estadual de Berlim; Encontro com a secretaria do Centro Íberico-Americano para doação de livros dos autores presentes. Homenagem à Literatura na praça Portugal . 1° Encontro Internacional de Literatura Contemporânea e Desenvolvimento Cultural, sarau. Genebra - 33° Salão do Livro de Genebravisita à Gruyère - maio 2019; - Caravana Cultural Nacional - no segundo semestre; - Um dia de Felicidade; - Participação na FLIPO porto de Galinhas - outubro- 2019. Genebra é uma cidade que recebe todos os anos centenas de estrangeiros sem papel à prpocura de trabalho. Essas pessoas chegam ao país com poucos recursos e completamente ignorantes da realidade nacional inclusive da língua. Durante anos permanecem no «negro» e sem ascesso a possíveis benefícios por falta www.cultive-org.com

de conhecimento ou por medo de entrar no sistema e ser controlado e expulso do país. A Suíça tem suas leis e épreciso conhecê-las e saber usá-las em seu benefício. Sair da ignorância e participar dos muitos benefícios oferecidos em Genebra é o caminho para a tranquilidade. Genebra é sede de inúmeras associações criadas para auxiliar todo tipo de problema e cidadão. A Cultive faz parte desse quadro de ONGs à disposição do cidadão imigrante. Com largos objetivos culturais a Cultive também propõe o trabalho de apoio ao estrangeiro. E em 2019 a Cultive coloca em ação na sua sede, rue du Pré Jérôme 12 - Genebra, atividades permanentes especificamente criadas para esse fim. Além da Livraria com livros em língua portuguesa, organizamos um agradável ambiente onde oferecemos curso de Francês, que serão ministrados por Elisia Conceição na agenda abaixo apresentada. Os interessados podem entrar em contato por email: cultivelitterature@gmail.com ou por telefone. Valquiria Imperiano: 0041 79 616 37 93 Eilisia Conceição: 0041 79 107 75 83 Horários dos cursos. - curso de Língua francesa para estrangeiros segunda e quarta de 15h30 à 21h - na sede da Cultive - rue du Pré Jérôme 12 - Genebra - bureau de assistência informativa ao imigrante - sede da Cultive segunda e quarta de 13h30 à 15h20. Essas novas atividades da Cultive serão marcadas com um aperetivo no dia 22 de fevereiro.2019 Seja membro da Cultive, tenha vantagens e ajude a Cultive a continuar a realizar suas atividades. C CULTIVE | 57


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UMA HISTÓRIA DO NATAL

JOSÉ FLÁVIO MORAIS José Flávio Bezerra Morais é juiz de direito e professor. Natural de Milagres, Ceará, Brasil, iniciou-se na literatura publicando MILAGRES DO CARIRI (1989), ainda na adolescência. O gosto pelas histórias populares o levaram a pesquisá-las e registrá-las, daí resultando HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR (1993), HISTÓRIAS DE EXEMPLO E DE ASSOMBRAÇÃO (1997) e SETE CONTOS DE ARREPIAR (Rocco-2006), além do ensaio literário NAS VEREDAS DO FANTÁSTICO (1997). Visando popularizar conhecimento jurídico, publicou DÍVIDAS: COMO PREVENI-LAS OU LIVRAR-SE DELAS, COMPÊNDIO DE PRÁTICA DE PROCESSO PENAL e COMO DEFENDER SEUS DIREITOS, todos em 2003. Enveredando no gênero romance, publicou A SOMBRA DO LAÇO (2008 e Chiado-2016), drama de tribunal no início do século XIX e inspirado em fatos reais, e CARVÃO (2014), que trata da exploração de trabalho infantil. Em 2015 veio a coletânea PADRE IBIAPINA - HISTÓRIAS MARAVILHOSAS. O seu romance infanto-juvenil DANIEL ALECRIM E O TALISMÃ DE ÉBANO (2010 e Novo Século - 2018) foi um dos vencedores do Prêmio Raquel de Queiroz de literatura, da SECULT Ceará. Ocupa a cadeira n. 22 do Instituto Cultural do Cariri, e a cadeira n. 17 da Academia Brasileira de Cultura Jurídica.

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arrastar dos chinelos velhos mal se ouvia por causa da algazarra das quatro crianças que se provocavam e rolavam pelo chão da sala grande. Foi preciso a voz ainda forte da senhora encurvada, de longos cabelos brancos retorcidos na nuca, para silenciar a pequena turma de bagunceiros. Uma lufada forte de vento frio sacudiu a metade da janela que ainda estava entreaberta, batendo-a contra a parede com estrondo. O incidente tomou a todos de surpresa e o susto os fez olharem com olhos arregalados e cheios de medo o retângulo escuro donde não se avistava uma estrela sequer. Era noite de natal, mas se prenunciava uma tempestade de verão. Coisa rara. A velha se arrastou até a janela e a fechou, com certo esforço. Pelas pequenas frestas o barulho do vento lembrava às crianças longos uivos de almas penadas. Os pequenos se ajuntaram e se abraçaram, ainda sob o efeito do baque forte produzido pelo golpe do vento na janela. Após a ceia, os adultos tinham ficado jogando conversa fora na mesa da sala de jantar, enquanto as crianças, entediadas, procuravam algo para passar o tempo dispersando a ansiedade do cair da noite, sempre na expectativa da furtiva visita noturna de um certo velhinho de barbas brancas e roupas vermelhas, que renderia certamente, no dia seguinte, brinquedos esperados o ano todo. A velha senhora de feições marcantes, uma governanta que estava na família havia vários anos e não fora dispensada por dó da dona da casa, arriou numa poltrona sob a janela que acabara de fechar e ficou a espiar o grupo de crianças inquietas. Elas, como se tivessem combinado, passaram a gritar pedindo uma história. O rosto da velha se iluwww.cultive-org.com


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minou. Não havia nada que lhe desse mais prazer do que manipular as emoções daqueles pequenos seres com relatos impressionantes. Ao leve sorriso da senhora, como um sinal, as crianças saltaram aos seus pés e se sentaram em semicírculo, olhinhos atentos, sorrisos congelados nas faces rosadas, mal iluminadas pelas chamas bruxuleantes das velas. Então, ela começou. Esta noite medonha nem parece noite de natal, sempre tão calma e silenciosa. Lembra-me uma história que ouvi ainda pequenininha. Sobre uma noite destas. De natal; com uma tempestade assustadora. Mas... Essa é uma história para se contar numa outra noite. Natal é só sossego, paz e alegria. Um dos meninos maiores, talvez com onze anos, pôs-se de pé de um salto. - Sempre achei baboseira essas histórias melosas de natal. Acho que está na hora de nos contar algo mais divertido, ama. Algo mais assustador. Uma pequenininha levantou-se e se sentou no colo da velha. -Eu gosto das histórias bonitas de natal. Mas quero ouvir essa da noite medonha. Conta, ama! Por favor, conta! -Vejam lá, heim? Depois não venha reclamar que não pregaram o olho. Como é que o velho Noel vai aparecer? Vocês sabem que ele só vem quando todos dormem. -Se a senhora contar com jeitinho a gente agüenta! -disse uma terceira, que devia ter pouco mais de oito anos. A velha riu. - Está bem. Acho que não fará mal algum vocês ouvirem a história agora. Depois conto outra prá dormirem. Foi aplaudida com entusiasmo. E logo começou a narrativa. www.cultive-org.com

- Vocês querem saber por que se comemora o natal nesta noite e por que devemos montar sempre um presépio? - Jesus nasceu nessa noite. E nós fazemos o presépio para nos lembrar disso, ora! Que pergunta! -o mais velho soprou, com ar de cansado. -Não é bem assim. Jesus pode ter nascido nesse dia mesmo, mas ninguém sabe ao certo. E o presépio não é montado só para nos lembrar Dele. Há um motivo bem mais misterioso - os olhinhos ficaram ainda mais atentos. A pequenininha os arregalou de forma teatral, provocando risos. Há muitos e muitos anos, mas bem depois do nascimento de Jesus, numa pequena aldeia de algum país lá do outro lado do oceano, no velho mundo, uma coisa estranha aconteceu na noite de 24 para 25 de dezembro. Exatamente à meia noite um vento misterioso começou a soprar. A princípio como uma brisa suave, depois foi ficando mais e mais forte. Uivava pelas pedreiras, sacudia as árvores com violência, derrubando restos de neve sobre os telhados. As pessoas começaram a ficar com medo, pois o vento forte aqui e acolá arrancava pequenas partes de telhados. Nessa noite desapareceram todas as ovelhas das redondezas. Não deixaram rastros. Foram feitas buscas, os proprietários fizeram rondas nas aldeias vizinhas, mas nada das ovelhas. Em todos os lugares elas haviam desaparecido, como que por encanto. Os donos desconfiaram que estavam sendo furtados. Por causa do sumiço das ovelhas, vizinhos se acusaram, brigaram, e viraram inimigos. O tempo passou, e as ovelhas nunca foram encontradas. “No ano seguinte, na mesma noite de 24 para 25 de dezembro, o vento misterioso retornou. No começo, ninguém percebeu o perigo; mas com o passar dos minutos o C CULTIVE | 59


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terror se repetiu. A ventania sacudiu portas, bateu janelas e jogou no interior das casas uma onda de frio que parecia cortar a pele desprotegida das pessoas. O vento sumiu lá pela madrugada, de uma vez; mas no dia seguinte não havia uma única vaca ou boi nos pastos das redondezas. Como acontecera com as ovelhas, esses animais simplesmente pareciam ter sumido no ar. Alguns aldeões ficaram tomados pela raiva e a violência. Inimizades foram crescendo, e juras de morte eram gritadas em toda parte. O suprimento de alimentos estava diminuindo. Não havia mais leite, queijo; só carne de caças e alguns porcos e galinhas, além dos vegetais. O clima de harmonia que havia no lugar foi sendo pouco a pouco destruído. “No terceiro ano o vento voltou com mais força ainda na mesma noite, e sumiram todos os burros que serviam para arar a terra e transportar os alimentos. Mais uma vez procuram os animais, sem nada encontrarem. Recomeçaram as acusações, e um grupo de moradores mais violento quase matou enforcado um inocente que eles suspeitaram ser o responsável pelo desaparecimento dos bichos. Mas um aldeão mais sensato os convenceu a manterem o pobre coitado amarrado, até o ano seguinte. Decidiram também que naquela dita noite do ano seguinte ficariam todos acordados e atentos, espalhados nos campos, juntos aos animais que ainda restavam para impedir que também fossem roubados. “Mas ocorreu algo pior. Nessa mesma noite do ano seguinte, todos se vestiram da forma mais protegida que puderam e, quando o vento começou a soprar, saíram de suas casas para junto de chiqueiros e galpões onde estavam os animais, montando guarda para entenderem o que estava acontecendo e para evitar novos prejuízos. Deixaram suas casas abandonadas, e em algumas delas bebês dormiam alheios à ventania e aos barulhos infernais que abalavam o coração até dos mais corajosos. 60 | CULTIVE

“Então, em meio àquela terrível ventania, perceberam alarmados que cada casa onde tinha uma dessas crianças estava sendo envolvida por uma mancha mais escura do que a noite, como se as engolissem. As mães se lembraram de seus filhos de colo e correram desesperadas. Conseguiram agarrar seus bebês quando eles começavam a desaparecer na escuridão! A muito custo seguraram as crianças apertando os pequenos contra o peito, envolvendo-os com amor e todo o cuidado, clamando proteção a Deus e sacudindo o corpo no ar, como se quisessem se libertar daquela coisa medonha. Os homens, atônitos, não tinham o que fazer a não ser observarem impotentes a cena assustadora.” Nesse momento a velha interrompeu a história. Os meninos estavam assustados. A pequenininha olhava para as janelas se encolhendo toda, como se esperasse serem destroçadas por algum monstro. A senhora deu uma risada para quebrar a tensão e fez cavalinho com as pernas, fazendo-a saltitar. Ela olhou para a ama, que quase se arrependeu de estar contando aquela história. Perguntou gaguejando: - O q-que aconteceu? A coisa arrastou as crianças? --- fez cara de choro. A ama riu novamente. - Calma, meninos. A história não acaba aí. -As mamães conseguiram proteger os bebês ou foram engolidas junto? --- perguntou com a voz arrastada um menino de calças presas num suspensório, olhos atentos, que ainda não tinha falado. As mães conseguiram salvar os bebês sim; mas por pouco não foram levadas. Naquela mesma madrugada, quando finalmente a ventania se desfez e a coisa escura foi embora com ela, alguns moradores correram para uma pequena igreja que havia no vilarejo e pediram ajuda a um religioso missionário que ali havia chegado uma semana antes, um homem calado e sério, de www.cultive-org.com


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cabelos e barbas longas, quase brancas. Os moradores sabiam que precisavam da ajuda, porque aquelas ocorrências não podiam ser coisas deste mundo. “Após ficar alguns instantes ouvindo, e outro tanto calado, o missionário contou a todos que tinha vindo àquela aldeia porque soubera do que acontecera nos anos anteriores, e tinha estado a observar o fenômeno daquela noite estranha. Disse que o mal estava tentando invadir a terra, e isso acontecia com muito mais força á meia noite, entre os dias 24 e 25 de dezembro, talvez por causa de velhos rituais malignos repetidos no passado. Era como se uma porta do submundo fosse aberta. Aquilo precisava parar de uma vez por todas. Naquela noite eles haviam conseguido salvar os pequenos; mas da próxima vez o mal não seria mais surpreendido. “O velho missionário ficou pensativo. Era preciso criar nessa data de dezembro uma energia boa, universal, para evitar que o mal tomasse conta da terra; algo que reforçasse a fé das pessoas no bem, que as tornassem mais fraternas e alegres, com o coração leve. Aí, ele percebeu que nos anos anteriores haviam desaparecido justamente animais que estiveram no presépio vivo de Belém: ovelhas, bois e burros, tudo com a intenção de causar desarmonia entre aquelas pessoas simples, um clima apropriado para o avanço do mal. As próximas vítimas seriam os bebês. Então, tudo ficou claro para ele, como uma inspiração divina. A solução seria montar um presépio naquela noite de dezembro, em cada casa, comemorando o nascimento de Jesus, o filho de Deus. E dessa forma, um clima de amor sincero tomaria a terra.

“E naquela noite nada de ruim aconteceu na terra. “A tradição se repetiu e se espalhou pelo mundo afora. E desde então, a partir da meia noite entre 24 e 25 de dezembro de cada ano se comemora o natal de Jesus. São noites de paz, amor e harmonia.” As crianças se entreolharam em silêncio, admiradas. -Puxa! Nunca, nunca podemos deixar de fazer o presépio no natal! -disse a pequenininha, com um semblante muito sério, balançando a cabeça. A velha ama sorriu. -E nunca, nunca devemos deixar de levar o presépio sempre conosco. Bem aqui dentro! -disse, encostando a ponta do dedo no peito da garotinha. Na penumbra, sem serem percebidos, atraídos que foram pela narrativa, os pais se abraçavam, deixando-se tomar pela harmonia do momento. Lá fora estava tudo calmo. A tempestade não chegou a se formar; o vento sumira completamente. E de repente, como se tivessem combinado, todas as crianças bocejaram. Os olhos ficaram pesados. A ansiedade se desfazia em sono. O sono mágico de uma noite de natal.

“Assim eles fizeram. Na noite de 24 para 25 de dezembro do ano seguinte, em todas as casas dos vilarejos, foi montado, em algum cantinho, um pequeno presépio, de madeira ou de argila, com ovelhas, boi, burro, e a Sagrada Família, reunidos diante do menino Jesus, que descansava sorridente numa manjedoura forrada com palha. www.cultive-org.com

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JOSÉ MARIA RAMADA nasceu em Medelo, concelho de Fafe, primeiro de 4 filhos de uma família humilde. Sempre teve uma queda especial pela escrita, escrevia poesia e alguns textos, apenas pelo simples prazer de o fazer. Estudou até ao 11º ano, porém com a morte do pai, teve de começar a trabalhar, concluindo anos mais tarde o curso geral dos liceus. Como quase todos os jovens daquela época, esteve algum tempo no serviço militar. De regresso a Medelo, sua terra natal, iniciou um novo trabalho, mas sempre com o sonho de trabalhar como cozinheiro, algo que já ia fazendo nas suas actividades de escuteiro. Emigrou para a Suíça em 1981 para trabalhar na restauração, onde as portas se lhe abriram. Pôde então tirar o curso de chefe de cozinha e posteriormente o de formador, cursos que até hoje abraça com toda a dedicação. Escondia o sonho de um dia editar um livro de poesia, conseguiu realizar o grande sonho, fruto de alguns anos, “Vagueando em Sonhos”, primeiro livro de Poesia, seguindo-se “Flauta Partida” uma História Infantil e “A Viagem” Narrativa, recentemente escreveu a Biografia do Agrupamento de escuteiros de Medelo, “45 Anos de História”. Ao longo dos anos participou em mais de uma dezena de antologias. Actual62 | CULTIVE

mente vive na Madeira, dividindo o seu tempo como chefe de cozinha e dando formação na área da restauração um pouco por todo o lado.

De novo Natal A

neve continuava a cair intensamente cobrindo a paisagem dum manto branco, o vento soprava frio, Pedro enregelado cobre-se com as velhas mantas deitado em cartões. Sozinho, o sem abrigo ouve ao longe a suave música de Natal, o burburinho das pessoas, alheias a tudo que as rodeiam apressadas nas ruas, o buzina de carros com os seus condutores apressados como se o mundo acabasse no dia seguinte. Pedro pensa no que foi e no que é. -Tive tudo e tudo perdi. -Tantos os que me batiam nas costas, foram os primeiros a abandonar-me quando já não tinha com que lhes pagar uma bebida ou um jantar. Hoje passo fome e aqueles que outrora www.cultive-org.com


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se diziam meus amigos, quantas vezes passam a meu lado fingem não me reconhecerem. Pedro busca a solidão e amaldiçoa ao mesmo tempo o homem que vive fugindo de todos por ter passado uma insolvência. Na entrada daquele prédio por acabar, no centro da cidade da luz e da música em todos os meses do ano mas muito mais na época Natalícia. Recorda com profunda tristeza e dor os seus filhos que nunca o procuraram depois do acidente que vitimou Luísa a sua mulher, quando o filho mais novo já terminava a universidade num estúpido acidente de carro do qual sempre se culpou. As belas melodias da véspera Natal nas ruas, as luzes do Chiado de mil cores, a correria das pessoas carregadas de compras e presentes muitas vezes coisas supérfluas de última hora. Pedro levanta-se tremendo de frio enrola os trapos e coloca sobre os cartões a um canto, quando aquele jovem de barba e óculos se aproxima. -Bom dia. Pedro nem se volta, não podem estar a falar com ele, nunca o fazem e murmura. -Como gostaria de ter quem me cumprimentasse, quem falasse comigo. -Estou a falar consigo, já comeu alguma coisa hoje? Perguntou o jovem. Pedro fica feliz com todos aqueles que lhe dão algo comestível, baixa a cabeça com vergonha e agradece, mas nunca ao longo dos mais de cinco anos como sem abrigo alguém o cumprimento ou lhe perguntou se tinha fome. -Não, ainda não. O Natal não é para todos. -Tem toda a razão, na verdade devia ser mas não é, o mundo é materialista, as pessoas apenas se preocupam com elas mesmas, não olham em seu redor, não pensam em quem www.cultive-org.com

sofre. Como se chama. -Chamo-me Pedro? -É verdade meu jovem, o Natal já não é como á muitos anos, a palavra amor já nada significa. -O senhor tem Família? -Sim três filhos. -E porque vive na rua? -Tenho vergonha, fi-los passar muita vergonha, são formados, apenas o Filipe não terminou a licenciatura, ficou inválido naquele acidente em que a minha mulher morreu. Filipe tinha agora a certeza com quem estava a falar e com as lágrimas nos olhos, perguntou. -Posso convidá-lo para a ceia de Natal em minha casa? -Eu? Um sem abrigo, um maltrapilho? -O senhor vai tomar banho eu compro roupa e vai comigo - Já esqueci o dia em que e sentei a uma mesa a jantar, beber um copo de vinho. - Pois então vai fazê-lo hoje. Filipe tinha convidado os seus irmãos e sobrinhos para jantar, também era o primeiro aniversário de Pedro o seu afilhado. Quando chegou, tocou á campainha e abriu a porta onde a algazarra já era imensa as crianças brincando, os mais velhos levantaram-se para cumprimentar o irmão, tinham chegado mais cedo porque Filipe lhes deu uma chave, mas não esperavam o irmão acompanhado, Filipe não resistiu, atirou-se para os braços do sem abrigo. -Obrigado por teres vindo pai, esta é agora a tua casa. Todos estavam incrédulos, abraçaram-se em lágrimas, afinal este seria mais uma vez um Natal em família, mesmo ausente, Luísa também estava presente nos corações de todos. José Ramada

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DEZEMBRO Descrever dezembro Uma manjedoura aqui, Um sino a tocar ali, Os reis magos entre Incenso, mirra e ouro... Descrever dezembro Ouvir a infância Com sua caixinha de música Rodopiando feito bailarinas - Natal do jesus-menino! Descrever dezembro Abrir os olhos sob a leveza Dos cânticos angelicais De serafins e querubins Que somos dezembro natalino! Descrever dezembro Abraçar a infância Como um presente recebido Seus laços cintilantes, suas luzes - Natal para as crianças esquecidas!

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Meus livros J

untei meus livros, aqueles que a alma ditou nas vivências, nos dias inspirados e acariciados de felicidade, no inseguro e vadio sentimento das horas toldadas e nas frases sem nexo escritas na dor. Sobre a mesa viajo nos meus livros, nas memórias dos desejos, no silêncio dos sonhos esmorecidos, na ausência, chegadas e partidas e no encanto modelado no olhar. No tempo e na voz que retenho, viajo nas palavras e na essência içada do coração. Entre páginas amareladas voejo no longo, nostálgico e incompleto poema que com a vida vou escrevendo, como agasalho das horas fluídas e abastecidas pelo transbordo e arrebatamento da alma sangria suave, bálsamo e fuga redentora. Eloah Westphalen Naschenweng

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Natividade É Natal Nasceu o menino-Deus Anúncio de paz Tempos de esperança Amor infinito Luz para a humanidade

Festa no Palácio JULLIE VEIGA Avenida –

Como magia a luz se faz Anjinhos abrem as janelas Para o espetáculo começar Papai Noel Casa, casinha, castelo Jesus menino Palácio verde, azul, amarelo Os olhos ficam paralisados Adultos parecendo crianças Sorrisos e lágrimas se misturam No tom de suas lembranças Uma espécie de paraíso Onde todos se confraternizam Em sinal de amor e igualdade Noite de esperança e fraternidade É assim todo ano Tudo se repete Para alimentar o sonho De se viver o Natal todo dia

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Escritora, poeta e antologista. De São Luís – MA. www.facebook.com/eutepoetizei

Projeto Cultive Um Dia de Felicidade 2018 Trabalhos realizados pelas crianças que participaram do Projeto Cultive na Aldeia de Camurupim colaboradores: Maria Tereza Penna, Neida e mães. coordenação e execução: Valquiria Imperiano

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Lenice Gomes

33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019 Lançamento de livros Concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livros inscrições: cultivelitterature@gmail.com

DEZEMBRO Lenice Gomes

Descrever dezembro Uma manjedoura aqui, Um sino a tocar ali, Os reis magos entre Incenso, mirra e ouro... Descrever dezembro Ouvir a infância Com sua caixinha de música Rodopiando feito bailarinas - Natal do Jesus-menino!

Abrir os olhos sob a leveza Dos cânticos angelicais De serafins e querubins Que somos dezembro natalino! Descrever dezembro Abraçar a infância Como um presente recebido Seus laços cintilantes, suas luzes - Natal para as crianças esquecidas!

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Caravana Cultural Intenacional 2019 Portugal- Alemanha-Genebra

33° Salão do livro de Genebra

Do que tratam? São interessantes e necessários? Livros, para que tê-los? Livros são sinônimo de sabedoria, de orientações e de aprendizado, enriquecem as nossas vidas e facilitam olhares acurados sobre o mundo. Livros? Há que se tê-los, lê-los, analisá-los em quaisquer das etapas da vida. Afinal, dão vida às nossas vidas e impulsionam o conhecimento universal. Livros, quero tê-los sempre e bem por perto para poder saber sempre mais, aplicar o aprendido e contribuir com todos que precisarem. Livros? São obras de todos que pensaram de diversas formas mas construíram, para todos, casas de sonhos e conquistas. Maria Inês Botelho

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AB ER TA S

Maio 2019

Livros, quem são?

informações e inscrições cultivelitterature@gmail.com

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CULTIVE Livraria

Livraria Cultive www.cultive-org.com

Os autores que trabalham com a Cultive tem seus livros aqui na sessão livraria assim como na livraria Cultive na Rue du Pré-Jérôme 12 - Genebra e no site www.cultive-org.com. Temos o maior prazer de divulgar suas artes. AdÃO ZINA

ALEXANDRE SANTOS

O SENTIMENTO DA ESCRITA POESIA

Romances

ANA CAVALHEIRO POESIA

POESIA

ANA PAULA CAVALCANTI

ANNA SPARZ Contos

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CULTIVE Livraria

Livro,omelhor presente para quem se gosta

Cassio Cavalcante obras publicadas

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CULTIVE Livraria Christiane De Murville A caverna Cristalina volume II

CASSIA CASSITAS RIDING conto

CASSIA CASSITAS DOMINGO O JOGO UMA FILOSOFIA PARA SE VIVER

Christiane De Murville A vida como ela é

romance

CRiS GOULART

Christiane De Murville A caverna Cristalina volume III

VIVENDO A PATERNIDADE DE DEUS

Christiane De Murville La vie comme elle est

Christiane De Murville A vida como ela é

Christiane De Murville A caverna Cristalina volume I

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Emerson M


CULTIVE Livraria

Eloah Westphalen Naschenweng

Emerson Monteiro

Emerson Monteiro

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Elinalva Oliveira

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Emerson Monteiro

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CULTIVE Livraria

Flavio Morais

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JULIA LEMOS A EXPOSIÇÃO DOS SÓIS

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CULTIVE Livraria

ENTRE O SILÉNCIO E A SOLIDÃO

JANIA SOUZA

POESIA JANIA SOUZA

UM PARA

CAMINHO A FELICIDADE ENSAIO

JANIA SOUZA

NO COTIADNO DA VIDA A POESIA VAI COSNTRUINDO O HUMANO POESIA

JANIA SOUZA

AU QUOTIDIEN DE LA VIE LA POèSIE CONSTRUIT L’HUMAIN POèSIE

JANIA SOUZA

A FORçA INFINITA DO FADO IGOR LOPES BIOGRAFIA DE MARIA ALCINA

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MARIA DELBONI NAS ASAS DO TEMPO

MARIA DELBONI EXPLORANDO O PORTUGUÊS

MARIA DELBONI TEMPO DE ARRANJOS

MARIA JOSÉ ARIMATÉIA

MARIA JOSÉ ARIMATÉIA

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Livro, o melhor presente para quem se gosta. Antologia Culive II Receitas e histórias para sonhar e ser feliz

Antologia Culive V Receitas e histórias para sonhar e ser feliz

Antologia Culive III Receitas e histórias para sonhar e ser feliz

Antologia Culive IV

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CULTIVE Livraria

O DOCE LIVRO DOS BEIJOS POéTICOS PAULO BRETAS HAIKAI

Soraia Evangelista Soraia Evangelista Escritora & Palestrante Compartilhar informações cotidianas e preventivas. Ajudar a fortalecer o lado emocional do paciente e da família, como suporte a pacientes. Despertar um novo olhar para mulheres de todas as idades.

Tereza Custódio O Bálsamo

CEM CULPAS TEREZA PENNA POESIA

O AMOR TIAGO SILVA

Livro, o melhor presente p a r a quem se gosta. 33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019 Lançamento de livros Concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livros inscrições: cultivelitterature@gmail.com

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CULTIVE Livraria

RITA GUEDES

VALQUIRIA IMPERIANO

SOBRE AS ONDAS ROMANCE

VALQUIRIA IMPERIANO

VALQUIRIA IMPERIANO

VALQUIRIA IMPERIANO

VALQUIRIA IMPERIANO

SAYONARA MEU AMOR VICTORIA VALENTE ROMANCE

VALQUIRIA IMPERIANO

DOS GANHADORES DE ALMAS VALDA FOGAÇA

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CULTIVE Livraria

LIVRARIA INFANTIL WWW.CULTIVE-ORG.CH

AIMEZ LES ANIMAUX DU BRéSIL

EDNA BARBOSA DE SOUZA RATO Zé

BIROSCA E JAQUEIRA O BOI DE MAMÃO VERDE

A

CALANGO TANGO

IZABEL HESNE MARUM

PAPATIPARAPAPá JACKMICHEL

BIROSCA QUER FUGIR DE CASa

JANIA SOUZA O DIA EM QUE O BOI FALOU TEREZA CUSTÓDIO JANIA SOUZA O DIA EM QUE O BOI FALOU

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A VIDA COLORIDA DE VITÓRIA

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Natal com livros, um presente estimulante, creativo, educativo e formador. LUIZ CARLOS AMOLivro é amor. RIM Dê Amor de preO RENASCER sente. DO NATAL 33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019

– escritor, editor e revisor – cadeira 19 da academia sulbrasileira de letras, fundador e presidente do grupo literário A ilha, com 38 anos de trajetória.

Um menino vai nascer neste Natal. Trará consigo a paz, a pureza verdadeira e o amor, quase esquecido. Trará ternura nas mãos, compreensão e carinho e esperança no olhar. Nós sabemos o seu nome. E nós sabemos, também, da flor do jacatirão, que aparece todo ano, anunciando sua chegada. E quase ninguém a vê... Um menino vai nascer. E a flor do jacatirão, arauto humilde e singelo, lhe festeja o nascimento, preparando as boas vindas. Saberemos nós, os homens, imitar a natureza?

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Cultive Literatura Os filhos criados, foram viver cada qual em seu canto, cada qual a sua vida, suas realidades, criando outros núcleos, outras famílias. Era a vida que seguia seu rítmo, seu curso natural. Montou a árvore. Era tradição. Colocou as bolas, os enfeites pensando em outros Natais. Quando os filhos eram pequenos, suspirou – a saudade doía. Era ligar as luzes e ver brilhar nos olhos das crianças a esperança, a alegria e o amor. Tudo parecia tão distante... O natal passado Henrique não viera. Estava no Canadá. Ainda estava lá. O que era para ser um estágio virou trabalho.

MARIA DELBONI

é das uma palestrante na FECCAN com o tema: Falar e Escrever: Similitudes. Maria continua apresentando seu trabalho na Caravana Cultural Cultive da FECC. Formação Superior Universidade Federal de Minas Gerais -Belo Horizonte. Faculdade: Letras. Inglês- Português e Literaturas. Curso de especialização em Língua Inglesa- PREPS. Universidade Católica de Minas Gerais. Doutora em Ciencias da Educação. Universidade de Rosário – UNR Argentina. Registro de profissão -Professor.

E ela já não mais via os netos. Como estariam? À princípio telefonavam todas as semanas, depois os meses. Agora já havia três meses que não davam notícias. Marcela estava nos Estados Unidos. Sempre reclamavam do tempo. E ela era dona do tempo. Ele sobrava, se amontoava. Não sabia o que fazer com ele. Será que viriam? Sabia que dinheiro não era problema.

E era Natal É

poca de alegrias. Lá no fundo havia uma sensação de euforia – era a esperança de presentes. Um presente de Natal. Será que este Natal seria diferente? A família reunida seria um presente. Seria o seu presente. 80 | CULTIVE

A distância afasta o amor, amorna e até o faz desaparecer. Onde estava aquele amor de filhos? O amor que um dia uniu aquela família? Marcela só ligara em seu aniversário. Isto foi em julho – seis meses. E Marcos tão perto e tão longe. Morar na mesma cidade devia fazer dele presença constante. Ás vezes ligava, às vezes passava para um café. Mas entre estes às vezes poderiam estar alguns meses. www.cultive-org.com


Quando foi mesmo que ele veio? Outubro. Veio me dar os parabéns pelo dia do professor. Ele se lembrou. Se todos se lembrassem... Lembrassem da antiga casa, da mesa posta, das luzes nesta árvore... Teríamos outra vez um Natal, um verdadeiro Natal. E quem sabe este fosse o nascimento, um reviver de sentimentos. Daquele sentimento antigo que por tantos anos havia ligado esta família. Sorriu. E continuou a colocar os enfeites na árvore. Era Natal.

Um presente de Natal. A voz era macia, doce e ainda que muito baixa destacava-se na melodia da música ambiente. Virei a cabeça seguindo a direção do som – era uma garotinha. – Por favor, me compre uma rosa – ela dizia ao rapaz que acompanhava uma senhora. Olhei para o casal. Possivelmente eram mãe e filho. – Por favor, preciso vender algumas rosas hoje. Sabe moço, é Natal e eu queria comprar um presente para minha mãe. Ela precisa de um chinelo.

Ele havia começado a negociar. Esperei. –Quanto custa uma rosa? – Um real – E se eu comprar três? – Três reais, não posso fazer descontos. Só tenho estas. Preciso de dinheiro. – E quanto custa o chinelo? – Dezoito reais.$ Comecei a me irritar. Que rapaz chato. Se não queria comprar, não atrapalhasse, não tomasse o tempo da garota. De repente tive que prender meus pensamentos . Calar minha boca grande. O rapaz disse: – Tome vinte reais. Ficarei com vinte rosas. Outra crítica. Esta boca grande! Por que não deu o dinheiro somente, e deixou que ela vendesse as rosas para outros? Ela poderia ficar com mais dinheiro. E em seguida o bom senso. Dar dinheiro seria tirar da garota o direito de ser trabalhadora, o orgulho de poder comprar o presente para sua mãe com seu esforço. Ela precisava disto – de seu trabalho, de ter valor. De onde estava pude ver em seus olhos uma lágrima despontando, mas vinha acompanhada de um sorriso. Sua mãe teria um presente de Natal. Não pude evitar uma reação – Bati palmas para o rapaz.

Não consegui desviar a atenção. Pensei na simplicidade do presente, na necessidade humana tão corriqueira de um chinelo. Meu primeiro impulso foi chamar a garotinha e comprar suas rosas. Mas por educação e também para não atrapalhar a venda, resolvi esperar e ver a reação do rapaz. www.cultive-org.com

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Cultive Literatura

POEMA: NATAL! Natal! .... É grandeza, é alegria, É festa de puro amor, De muita luz que contagia A chegada do salvador. Natal! É ouvir o ressoar dos sinos Tocados com exultação e vigor. Nos lares ricos e de chão batido A noite será clara de esplendor.

MARIA ANTONIETA GONZAGA TEIXEIRA

é graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Didática e em Psicopedagogia. É autora dos livros: “Dos Pequizeiros às Araucárias” – 2014. Instituto Cristão: Arte e Vida – 2015. Encruzilhadas – 2017. Uma VIDA: Affonso e Marieta2018. Participa de várias Antologias poéticas. É Artista Plástica autodidata. É membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni-ALTO e da Academia Luminescência Brasileira-ALUBRA. Membro da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia-AVIPAF. Participa das exposições de Arte e Poesia organizadas pelo Curador e especialista em Arte Digital Carlos Zemek, em Portugal, Argentina e Chile.

Natal! É encontro de amigos Para festejar o Papai Noel Dos sonhos das crianças. Encontro dos entes queridos Que ficaram nas lembranças. Natal! Natal é celebrar a vida Vida plena e cheia de luz Do doce menino de Belém O nazareno chamado Jesus.

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MARIA INÊS BOTELHO NATAL! Comemorá-lo com muita luz, alegria e felicidade é encontrar Jesus na manjedoura repleto de mensagens de paz, de proposições de humildade e união entre os povos. Trazer o sentido real deste Natal é apoiar e abraçar o que está descalço e o que tem comida à mesa, pois a presença do Menino Deus é a mesma dentro de cada um que o acolhe.

NATAL Natal: tempo de bendizer o Menino Deus que traz vida plantada na felicidade e no amor. Natal! Vida sublime que renasce em nossos corações, todos os anos, trazendo esperança para a humanidade na árvore denominada Vida. Natal: tempo de valorizar atos cristãos e estender a teia da vida a vidas que estendem as mãos. Natal: tempo de oportunizar mais luz ao cotidiano de pessoas próximas ou distantes. Natal! Seja nele feliz e abençoado (a). Seja partícipe da comunhão e do congraçamento cristãos. Seja Fé viva e registro do Bem temporal. Seja árvore que produz essências de todas as Vidas. Seja Natal!

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Aconselhar-se no viver em sintonia com o amor é abraçar este Natal com a esperança de que o mundo ouvirá o seu clamor: não às bombas e sim à congregação dos homens. Colocar o Natal por entre os elos da fraternidade universal é definir-se por ser feliz ao tomar o irmão pelas mãos, buscando crescer em sentimento pelo próximo. Assim, ser Natal de amor e realização de sonhos é trazer no coração e nas ações o dar-se ao envolver o Jesus Menino em seus braços. É realizar o encontro da Terra com o Espaço Divino deixando as estrelas luzirem e se encontrarem na manjedoura do Bem Maior: a vida plena. Ser Natal é ter vida integrada e dignificada no encalço dos passos de Jesus, Maria e José. Para você e a todos com quem conseguirei vivenciá-lo envio desejo um Feliz Natal com as bênçãos do Menino Deus.

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Cultive Literatura

MAÍRA LUCIANA DE SOUZA Brasileira Site: www.prazerleonina.wordpress.com : Brasil, Distrito Federal,

Modernidade Exclusiva A modernidade Perdeu as rédeas Para propriedade E no compasso dos detentores Quem não tem é refém Pobres desapropriados Que infortúnio indesejado Filhos ilegítimos da posse Fadados às impossibilidades Pois sem a qualidade “ter” As opções se reduzem a ser Mas não ser por si mesmo Pertencer a alguém, sim Alienados de si Destituídos de possibilidades Aos não proprietários Só resta sobreviver Vagando e “vivendo” Estando longe de ser Maíra Luciana

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Tempos Alheios Envolvida pelo passado E perdida no futuro Habito um tempo que não é meu No caminhar De dias que foram E dias que vem Sinto-me alheia No compasso Do tempo que passa Eu permaneço Distante e fria Sombria e morta Presa em torrentes De me memórias e expectativas Que me sufocam Pois falam de algo Que já se foi Ou que não ocorreu E o dia de amanhã espreita Mas eu não temo Pois minha mente se deleita Em forjar fatos Trazer memórias Contar histórias Irreais e banais Possíveis e improváveis Que me afundam E afogam Em um mar de possibilidades Perpétuas e diversas possibilidades Que me inscrevem na história A minha história Da qual só eu sei Pois está gravada na cabeça E não passa daí Não transpassa os muros Que separam a realidade De apenas possibilidades E deste modo, vago Solitária e ambulante Por tempos que não são meus Presa ao passado que vivi E almejando um futuro No qual não vou existir

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Cultive Literatura

E

MARIA JOSÉ ARIMATEIA Maria José Bezerra de Arimateia Souza. (28/05/1965), formação em Letras, Especialista e Sociologia e Ensino da Literatura Brasileira, Escritora, Produtora cultural, Mediadora de Leitura, fundou em 1994 o Movimento artístico e literário de Bezerros (MALB) que passou a associação (AMALB) em 2014. Organiza curso voltados para a mediação de leitura e a escrita literária. Assinou a curadoria da FLIPO INFANTIL desde 2015 a 2018. Tem textos acadêmicos e literários publicados. Dedica-se neste momento ao curso de ilustração infantil (Oficina de Imagens com Anabella Lopez e Rosinha). É mãe de seis filhos.

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CÓLERA

ra a bacia no chão do quarto que aparava a água que gotejava do teto, era o frio que dominava a espinha dorsal de anete, era o casaco de lã que vestia aquele corpo magro, era o marido que tinha saído às quatro horas da manhã, era o filho que dormia no segundo quarto, era a entrega de doces daquele dia, era a espera da filha que estava voltando, era o almoço de joão exalando cheiro na vizinhança, era na cozinha que passava o dia, eram as paredes levantadas por joão que guardavam os segredos da doceira, era o filho quem fazia as entregas, era a filha que acalantava o sonho de anete, e era anete que não se debruçava na janela, e era a filha que ralava o corpo nas noites quentes da capital, e era o filho que sonhava ser doutor, e era o pai que botava tijolo sobre tijolo, e era essa família que se ajudava, e foi um carro que cruzou o caminho da filha numa curva da BR, e foi uma convulsão que nocauteou o cérebro do filho, e foi o coração de joão que se arrebentou enquanto ele mexia a massa de cimento, e foi anete que gritou o nome do filho jazido na cama, e foi o vizinho que entregou o corpo de joão inerte no carro de mão, e foi um bombeiro que avisou da morte da filha e foi aí que anete não infartou, tinha três corpos a enterrar

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Cultive Literatura

MIRIAM MARIA SANTUCCI -(Camerino) NATAL Miriam Maria Santucci (Camerino – Macerata - 24 febbraio 1945) vive l’infanzia e l’adolescenza nelle Marche e in Umbria, luoghi dove i paesaggi, la gente e il ricordo della guerra appena passata, rappresentano la spinta naturale per sviluppare pensieri e riflessioni, espressi attraverso la poesia. Inizia ufficialmente a scrivere a 13 anni, vincendo a livello nazionale il “Trofeo Penna d’Oro” (1963) - Edizioni Sereno - Torino e “Il Campanellino” (1965) le cui pubblicazioni conserva ancor oggi con affetto e nostalgia. Trasferitasi con la famiglia in provincia di Milano, inizia la vita lavorativa come correttrice di bozze presso la Casa Editrice Fratelli Fabbri Editori. Poi, gli avvenimenti della vita, la porteranno a trascorrere i successivi 23 anni in Brasile, prima a San Paolo e poi a Curitiba, dove sarà, tra altro, Coordinatrice ed Insegnante di Lingua Italiana presso la Dante Alighieri, fondatrice e direttrice di un Coro di musica italiana, come supporto didattico ai Corsi di Lingua Italiana e fondatrice del Centro di Cultura Italiana “Integrato”. Per le numerose attività culturali e sociali svolte per tramandare le tradizioni italiane, il Consolato Italiano di Curitiba ed il Governo Italiano le conferiscono nel 1993, l’onorificenza di “Cavaliere al Merito della Repubblica Italiana”. Con il ritorno in Patria si dedica completamente alla famiglia. La realtà che la circonda, tanto diversa da quella attesa, risveglia in lei la necessità di rimettere nuovamente in versi riflessioni, sensazioni ed emozioni.

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«Gostaria que o Natal de HOJE fosse como o de ONTEM... ontem de muitos anos atrás, quando as crianças escreviam a carta aos seus pais; quando os doces e os mandarins estavam pendurados na árvore entre os chumaços de algodão; o visco e o azevinho embelezavam nossas casas e o presépio tinha musgo colhido nos bosques, as figurinhas de terracota e as casinhas de papelão ... Mas agora do ONTEM permanece apenas a ilusão de que no Natal todos somos melhores e que uma mesa posta e uma grande árvore cheia de luzes e presentes nos fazem felizes ...»

Caravana Cultural Internacional Cultive

Lisboa - Berlin- Genebra 33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 12 de maio de 2019

-Antologia Cultive -exposição fotopoética -Encontro literário -Sarau -Lançamento de livros -Conférência -Venda de livros inscrições: cultivelitterature@gmail.com www.cultive-org.com


Cultive Literatura

NINA MARIA Mulher nordestina, baiana arretada. Nina Maria, ensino médio completo, é uma escritora do interior da Bahia, mora em Santo Estevão. Escreve desde sua pré-adolescência no intuito de enxergar e fazer um novo mundo. Com dezoito anos, apaixonada por girassóis, literatura e música popular brasileira. Sua escrita percorre desde os campos gregos ao berço africano. Presente na Antologia "Protagonismo feminino" e na espantologia "Marielle em nossas vozes" ambas do grupo Mulherio das letras.

DES(NATAL)MENTO Planta-se uma semente [ Vermelha ] Em corações inférteis Geminadas pelo ódio e inveja Longos e longos meses A espera do ser-menino Ansiosos pelo velhinho Famílias unidas na desunião Cálices de sangue tintitilam canções milenares A hereditariedade de uma família Desmatada Desalmada Desnatalizada.

RAQUEL LOPES DA SILVA

nascida em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, Brasil. Amante das artes e literatura. Começou a escrever inspirada e incentivada pelo escritor e amigo Inaldo Tenório de Moura Cavalcanti, conterrâneo residente em Recife. Autodidata pela escola da vida. Pianista e estudante de filosofia. Neste ano participou de várias antologias e grupos de literatura brasileira.

Luz da manhã

Luz da manhã que reflete meu amanhã Há saudosas poéticas de ti. Saudades que não me quiseram esconder no escuro do desconhecido. Agora não passam de doces lembranças do ontem que foi vivido por não querer lembrar que o hoje também é amigo. Desperto suave como os lírios do campo Desperto no aconchego de luz com um canto.

desenho de David dos Santos Fernandes aldeia de Camurupim Projeto Cultive www.cultive-org.com

Canto da mãe natureza. Viva a sua pura beleza.

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Cultive Homenagem

MULHER QUE FAZ A ação da Mulher na sociedade é inscontestável. A mulher é um ser de multifunção. Sua versatilidade é atestada e comprovada.

algumas representantes da classe feminina que se engajaram para além da dedicação familiar, contribuiram e se lançaram no crescimento do semelhante.

A mulher pode ser representada como um Polvo, e a relação com esse animal desprovido de beleza e mesmo retratado como um monstro mas cuja inteligencia é remarcável e comprovada. O polvo tem certas capacidades que encontramos na Mulher: capacidade de se camuflar para escapar do perigo extremo; a fémea protege seus ovos até a morte; a quantidade de braços (que na mulher prolongam-se nos dedos e transformam-se em outros braços) são algumas das semelhanças desse animal misterioso. Só uma multitude de braços justificaria a capacidade que a mulher tem de realizar tantos afazeres ao mesmo tempo. Mas aí é que se encontra o mistério, porque esse ser com apenas dois braços consegue realizar várias atividades ao mesmo tempo. Ela consegue fazer para os seus, seja qual for a quantidade de pessoas que depende dela, e consegue amar todos que a cerca, ela distribui ações e sentimentos e toma decisões nas piores horas de estresse.

Aqui citamoes algumas dessas criaturas maravilhosas que não medem seu tempo e seu poder de doação por uma causa humanitária, social e cultural.

Em vista de tantos feitos realizados por apenas um ser que se dedica aos seus e encontra tempo para dedicar-se à outros afazeres extra familiares, a Revista Cultive criou a sessão «Mulher que faz». Nessa Sessão destacamos algumas mulheres que tiveram ações ativas e comprovadas no campo da cultura e no social, no educacional e no humano.

Não medimos a quantidade de pessoas atingidas com as suas ações, nem o tamanho e importância da instituição que representam. Não precisam ser ligadas à associações, o que conta é ação individual e seus efeitos, seu modus ( maniera) operandi (operar, maneira de construir e realisar alguma coisa). A ação que se transforma e se traduz em amor é o ponto fundamental dessa avaliação que coloca essas mulheres no patamar de

«Mulher que Faz» e a quem a sociedade deve agradecimentos.

Em nome dos anônimos a Cultive agradece. Obrigada Mulheres que Cultivam, obrigada

MULHERES QUE FAZEM

Nessa Edição as mulheres homenageadas são:

Maria da Graça Vasconcelus de Brito Maria Tereza Penna Rita Guedes Nicia Maria Alves

O reconhecimento pelo trabalho realizado é de mérito e necessário para estimular e dar continuidade às ações que estão ligadas diretamente com o crescimento intelectual, moral e espiritual do ser humano, por isso conferimos o Prêmio Mulher Que faz a 88 | CULTIVE

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Cultive Homenagem

MARIA TEREZA PENNA é mineira, de Belo Horizonte atuando na área da comunicação – criação e coordenação de Projetos para Arte Sustentável e Mídias digitais - artista plástica e escritora, blogueira, publicitária, programadora visual, fez belas artes na Escola Guignard, exposições de desenhos , pinturas e artes visuais. Participação no Salão de Genebra, ganhadora do 3º Lugar e Menção Honrosa concurso de literatura. Participação em várias Antologias Tereza é uma defensora da natureza fervoroza. Criativa, ela joga sua imagição nas suas diversas criações, marcado-as com materiais naturais tais que resíduos sólidos de fibras vegetais como: Fibra de bananeira, bagaço de cana e Coqueiro, e de outras plantas regionais e material reciclável reaproveitamento também com CDs, Pets, plásticos, etc. temas que nos leva a refletir sobre a natureza e o meio ambiente. Tal como na arte ela também joga o mesmo talento nas letras. Poeta de grande sentimento e sensibilidade Tereza escreve para segurar o leitor nas linhas e entrelinhas e suas poesias refletem a natureza humana, suas emoções, sofrimentos e desejos Mas a sua natureza de mil facetas não para por aí, sendo uma mulher de ação ela tem a chama do transmitir e foi movida por essa chama que Tereza engajou-se no projeto da Cultive FEC. Lançou-se de corpo e alma nos preparativos, criação de temas, capas da Antologia, elaboração e preparação de temas para oficinas. O seu trabalho devotado deixou marcas em Alagoa Nova e Camurupoim onde dirigiu um atelier de criação coletiva. Dedica o que faz aos amantes das artes, aos que se alimentam dos prazeres líricos e fazem da vida um simples sonhar; Aos que sabem que o mundo em que vivemos é finito e cada instante vivido é eterno na memória dos que www.cultive-org.com

acreditam; aos que se comprazem em fazer outros felizes; aos que fazem com consciência sabendo que os recursos são escassos; aos que se aventuram a dizer o que sentem; aos que se propõem a ensinar o que aprenderam; e aos que sonham com um mundo onde todos brinquem com palavras que se traduzem em atos, que se tornarão fatos e onde a premissa é o amor. Por suas ações a Cultive agradece e a escolhe para sessão MULHER QUE FAZ

Aconchego de Cashmere Tereza Penna

Basta tão somente Não sentir ausência na presença. Para ver o amor acontecer Na mais incrível verdade Viver na confiança da certeza dos olhos fechados Deixando-se abandonar na Letargia, Dissolvendo-se no insolúvel... Após, Inerme escorregar na maciez lânguida Da malemolência da cadência de mãos longas e quentes... Satisfeito pela ternura De afagos de Bicho de coração, Se prostrar na deliciosa sensação febril Do abandono macio de aconchego de cashmere... Deslizando entre lençóis de algodão de mil fios Por mil noites a fio Embalado por som de mantas de mantras, Espreguiçar entre abraços de arminho Ao preço de mil contos de Amor... desenho de David dos Santos Fernandes aldeia de Camurupim Projeto Cultive C CULTIVE | 89


Cultive Homenagem contra o câncer em João Pessoa, na atenção e caridade com os necessitados, no tratamento humando com os mais humildes, na generosidade sempre, na atenção e carinho para com a sua familia e amigos. A Graça conhece e exercita a força do verbo fazer. Ela fez filhos maravilhosos, fez e faz amigos fiéis, fez irmãos amigos, fez e faz marcas por onde passa, sempre plantando o seu grão de confiança e de amor.

MARIA DA GRAÇA VASCONCELUS DE BRITO U

m mulher cuja biografia é repleta de atividades, de história tristes e alegres, de altos e baixos como todo ser humano, mas cheia de força e de coragem pra enfrentar dificuldades com a mesma coragem que recebe a facilidade. O pensamento positivo e o riso permanecem no rosto como uma forma de agradeceiemtno a Deus por ter a sua balança da vida pedendo para o mais, para as realizações positivas a que damos o nome de felicidade. E essa felicidade ela sabe agradecer por tê-la em grande quantidade e ela sabe retribui dando à outros que precisam de uma força. Graça é agradecida pelas suas bençãos e sabe ser agradecida, ela dá e faz por quem precisa por isso Graça está na lista da «Mulher que Faz» Faz o quê? Irão perguntar. Graça é uma daquelas pessoas que faz amor por onde passa. Ela simplesmente faz. Graça transforma o verbo Fazer em um verbo intransitivo, pois no interior esse verbo é completo. É completo nas obras que ela realiza na Liga

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Talvez seja o peso do seu nome Maria da Graça que a faz uma pessoa cujo verbo intrínsico no seu seu ser seja o FAZER. Ter o nome de Maria só poderia distribuir graça onde passa e agraciados são aqueles que a cercam. Não se trata de uma divindade mas de uma criatura humana que não disperdiça a oportunidade de realizar atos dignos e fraternais. E está sempre presente apoiando projetos que levam esperança para necessitados Graça também é uma das madrinhas do projeto da Cultive Um dia de Felicidade. Ela é mãe, e avó e sabe e conhece as necessidades de uma criança e seu apoio em nosso projetos proporciona melhorar o projeto que proporciona esperança a muitas crinaças desmunidas. Graças à pessoas como ela, a Cultive está conseguindo semear em campos dificéis. E é com muito carinho e reconhecimento que a Cultive dá-lhe o título de Mulher que Faz, enviando-lhe uma nuvem de bençãos e desejando que seu tempo seja longo para que ela continue a espalhar sementes de amor e de esperança por onde passar. Feliz Natal!

desenho de David dos Santos Fernandes aldeia de Camurupim Projeto Cultive www.cultive-org.com


Cultive Homenagem eu só usava calça comprida. Mamãe ficava a fim de me aprontar mais eu não aceitava. No grupo escolar (como era chamado na época), era sempre escolhida para ser o destaque em todas as festas e eu dançava balé e fazia mil acrobacias.

DE NICIA MARIA ALVES HOELZLE LEITE Capitulo I Me constituindo Papai e mamãe eram da classe média, ele Dentista e Advogado e ela Nutricionista e Enfermeira. Fui a quarta filha e nasci muito pequenininha, chegaram a pensar que não iria sobreviver mais aqui estou eu. Minha infância foi muito feliz, morávamos em Belo Horizonte, mas todo final de semana íamos para Lagoa Santa onde tínhamos uma casa de campo chamada Chalé dos Calangos. Lá agente nadava, andava de bicicleta, criávamos galinhas, pato, porco tínhamos uma tartaruga, um cachorro, um gato, um periquito e era bem legal. Além de Lagoa Santa sempre íamos ao teatro, cinema e uma vez fomos ao circo do palhaço Carequinha e o palhaço anão Meio Quilo chamou crianças para dançar com ele e meu pai logo me colocou no palco. O Meio Quilo me tirou para dançar e eu ganhei um boneco do palhaço Carequinha. (Papai ficou todo orgulhoso). Todos diziam que eu era muito linda, hoje vendo minhas fotos reconheço que era mesmo muito lindinha, mas na época acho que era muito complicado para minha cabeça e www.cultive-org.com

Conheci o mar com cinco anos e achei uma coisa que não sei explicar. Só entrava no colo do papai e aos prantos. Entrei na adolescência precocemente, porque como disse eu era a caçula, antes éramos crianças mas minha irmã mais velha fez 15 anos, minha prima irmã Valeria fez 14, a Glaucia fez 13, o Zé Augusto 12 e eu 11, era terrível, eles ir podiam para o carnaval e os bailes no Lords e eu não podia entrar, por mais que usasse salto alto e colocasse maquiagem, sempre tinha que esperar por mamãe e tia Anésia dormindo no banco de traz do carro até na hora de ir embora. Fiquei adolescente de verdade, estudei na Escola Estadual Henrique Diniz e adorava participar das atividades propostas, incluindo teatro, banda e ginástica rítmica. Fiz o científico no colégio Pitágoras e lá cursei o técnico em fisioterapia e no Pitágoras conheci meu marido Renato. Com 15 anos comecei a trabalhar dando aula de natação. Primeiro foi no Crawl onde fiz cursos de especialização em psicomotricidade, depois na academia Matiolle e Olympico Clube. Trabalhei com bebês, crianças e crianças especiais. Chegou a hora do vestibular. Fiz cursinho para fazer biologia na federal mais não passei dai resolvi fazer Pedagogia na Newton Paiva e passei em primeiro lugar, (nossa!!!). Adorei ter escolhido Pedagogia, cada vez me encontrava mais com a filosofia dos ensinamentos educacionais que seria minha vida e assim que me formei me casei com o Renato. Mamãe morreu no mesmo ano que o meu filho Victor nasceu e nos mudamos para Lagoa C CULTIVE | 91


Cultive Homenagem

Santa. CAPÍTULO II Vida profissional Quando cheguei em Lagoa Santa no ano de 1994 fui me inteirando sobre as escolas da cidade para saber como poderia exercer minha profissão e então tive uma primeira designação na Escola Estadual Padre Menezes onde desempenhei a função de Especialista da Educação Básica durante 10 anos. Minha estádia no Padre Menezes foi muito importante para minha carreira. Conheci muitos profissionais, fiz cursos de especializações e pós-graduação em psicopedagogia. Como era designada, acontecia de mudar de uma escola para outra e depois de 10 anos sai do Padre Menezes e fui ocupar a função de Supervisora designada na prefeitura de Lagoa Santa, trabalhando em diversas escolas, tais como: Odete Valadares, Messias Pinto Alves, Lapinha, dentre outras, durante dois anos. Foi uma época um pouco estressante porque além de não saber se seria designada novamente quando estava iniciando um serviço tinha que abandonar. Mais enfim... Em 2006 a Prefeitura de Lagoa Santa abriu concurso, fiz, passei e fui trabalhar na escola Herculano Liberato de Almeida como supervisora. Lá vivi um dos maiores desafios. Muitos dos alunos eram carentes e com inúmeros problemas familiares. Eu e a diretora Solange fizemos um trabalho maravilhoso de motivação. Iniciávamos sempre o turno com uma oração e criamos cores de pedras semipreciosas para cada sala e com isso os alunos que tinham uma vida cotidiana cinzenta conseguiam viver na escola momentos coloridos. Mas como tinha de seguir adiante, em 2012 prestei concurso para o estado e fui selecionada para trabalhar em Vespasiano, cidade vizinha. Exonerei na prefeitura e fiz novo concurso para a função de professora. Passei, fiquei um período dando aula de educação fí92 | CULTIVE

sica fui vice-diretora e depois assumi a sala de aula na EJA do 1º segmento, com alunos de 15 à 70 anos como alfabetizadora em uma sala multiseriada incluindo alunos especiais tinha de passar para eles matéria de 1ª à 4ª série, pois cada um tinha um grau de necessidade diferente. Ufa! deu para cansar. Então pedi remoção do Dr. Lund e fui trabalhar com educação infantil. (Acho que criancinhas engrandecem nossa mente). Quando passei no concurso do Estado fui trabalhar na cidade de Vespasiano passei por um período muito complicado. A escola era em um bairro muito perigoso e era difícil manter a escola em perfeito estado para estudos porque os próprios alunos depredavam todas as melhorias que tentávamos fazer. Cheguei a ser ameaçada por um morador fora da escola e tive de tirar uma licença médica até me recuperar do trauma e pensar no que iria fazer. Em 2003 consegui remoção para Lagoa Santa novamente na Escola Estadual Nilo Mauricio Trindade Figueiredo que considero ter sido a melhor coisa que fiz em minha vida, pois considero a melhor escola em que trabalhei, tanto no relacionamento interpessoal como no setor profissional e lá tenho sido muito feliz. Em 2011 assumi a função de vice-diretora e em 2015 quando teve eleição para as escolas Estaduais fui eleita Diretora da Escola Estadual Nilo Maurício Trindade Figueiredo assumindo à partir de 2016 e fui cedida pela prefeitura para assumir o cargo onde me encontro até o presente momento. Tenho a dizer em princípio que conheci de perto toda a política que a escola vive participando de decisões primordiais junto com autoridades da Secretaria do Estado. Nicia que significa uma pessoa criativa, dinâmica e inteligente é meu nome e caiu como um chapéu sobre a minha pessoa mas além de tudo sou uma trabalhadora incansável, disciplinada e sempre disposta a colaborar com os outros sem nenhuma outra intenção a não ser a de ajudar. www.cultive-org.com


Cultive Homenagem Rita merece o título de MULHER QUE FAZ 2018Z debates realizados só engrandeceu a FEC e motivou os participantes.

RITA GUEDES

nasceu em Crato- CE. É graduada em Letras ( Bacharelado), pela Faculdade de Filosofia de Crato-Ce, atualmente URCA . Professora aposentada, artista plástica, escritora e poeta. É membro da AFELCE-Academia Feminina de Letras do Ceará, ocupa a Cadeira Nº17. Sócia efetiva da AJEB-Associação dos Jornalistas e Escritores do Brasil, (1ª Tesoureira). Da ACEAssociação Cearense de Escritores, Membro efetivo correspondente da Academia de Letras Brasil/Suíça. Cad.152. Membro efetivo do Cercle des Écrivains Luso-Suisse de Genéve, e membro efetivo da Society Europe of Phine Arts. Vários trabalhos publicados e prêmios em concursos literários. Rita esteve no Salão do livro de Genebra quando seu conto recebeu a medalha de Honra ao mérito no concurso Cultive de Literatura. Rita é a representante da Cultive em Fortaleza e foi a coordenadora da FECCFO

(Festival Cultural Cultive de Fortaleza). Um

trabalho de dedicação à cultura Cearense. Rita foi uma das estrêlas que iluminou os encontros literários durante a FECC 2018. Sua presença dirigindo uma oficina de arte em Alagoa Nova, suas mensagens transmitidas nas palestras, sua ativa participação nos www.cultive-org.com

Em fortaleza ela organizou toda a logística necessária para que o evento Cultive FECFOR fosse palco de muita alegria, amizade e confraternização. Graças à dedicação de Rita Guedes conretizamos o objetivo da FECCFOR com sucesso. Professora aposentada, Rita continua a trabalhar com cultura nas diversas associações culturas das quais faz parte. Sua presença e apoio constantes, sua sinceridade e honestidade, assim como sua generosidade são pontos que a torna requisitada em todo lugar por onde passa. Rita é uma pessoa que se impõe pelo caráter, talento e dedicação à realizações de projetos propostos. Quem tem Rita no seu campo de trabalho pode ficar tranquilo quanto ao seu empenho. Essa pequena mulher ativa e forte, e simples publicou seu romance que aborda a luta de retirantes para impor-se e serem aceitos na sociedade, um romance que denuncia o preconceito no Brasil e que Rita conduz com muita sensibilidade e respeito. Mas a veia literária de Rita não se fixa aos contos e romances, ela é uma poeta sensível e analítica e com seus poemas ela coleciona, justamente, prêmios e honrarias. Um caminho percorrido com discreção e talento e que a Cutlive reconhece e homenageia por ser UMA MULHER QUE FAZ C CULTIVE | 93


Nic Cardeal

é de Santa Catarina. Estudou astronomia, parapsicologia e artes plásticas e Direito. Hoje vive entre livros, exercendo o sagrado ofício de aprendiz de livreira.

PAPAI NOEL Sonhei que papai noel era de verdade: vinha pelas ruas da cidade, empurrando um carrinho cheio de caixas de papel - não trazia presentes nem pra ricos nem pra pobres (ele, de fato,não era esnobe).

Cultive Literatura porque ele é sincero, é de verdade, acorda cedo (ou nem dorme), e não finge que desce pela chaminé da casa do José, nem engana que deixa presentes embaixo do pinheiro do João, mas alimenta seus filhos de verdade com as moedas distraídas da civilização.

PRESÉPIO REAL

Sonhei que papai noel era de verdade: barba branca por fazer com o peso da idade, nas costas o pesadelo da realidade, um olhar distante de saudade, e a tristeza fazendo da calçada uma cama disfarçada.

Daqui a apenas uns dias ele irá nascer. Deitado na calçada de alguma cidade grande, de alguma cidade pequena, de um povoado distante, de uma maneira indigente, receberá uma cama feita de papelão e restos de papel amassado como colchão. Será coberto por folhas de jornal que noticiam o mundo na contramão. Seus pais estarão cansados, deitados pelos lados, a cheirar o pó branco, a fumar bitucas de cigarro recolhidas do chão, a beber goles de álcool barato pra esquentar o corpo do vento que bate e faz doer até o coração. No lugar da vaca e do burro, serão dois cães de rua a guardar a cama de papelão. A estrela de Belém será a sirene do camburão, abrindo caminho no meio da multidão. Três policiais fardados chegarão trazendo presentes para a noite de rendição: o mandado de prisão para o pai José (da construção), a busca e apreensão do recém-nascido Jesus (concebido por distração), o recolhimento da mãe Maria (das dores) à uma entidade de tratamento de viciados em álcool e outras drogas de maldição.

O trenó do papai noel de verdade era puxado por seus próprios braços desgastados, e uns cinco cães abandonados o seguiam, feito renas obedientes, pelas ruas e esquinas da cidade.

Na calçada de alguma cidade grande, de alguma cidade pequena, de um povoado distante, a cada dia que passa um novo, menino Jesus está a nascer. Talvez não demore muito para logo morrer... O menino que não conseguiu ser salvo já nasceu crucificado.

O papai noel do meu sonho, é bem verdade, ganha (perde) a vida juntando o lixo da cidade. Eu gosto mais, muito mais, do papai noel do meu sonho

Esse é o presépio real que está devidamente montado, sem data determinada para que sejam recolhidas as ‘peças’ e desmontado o cenário...

O papai noel do meu sonho era um homem simples, de pés descalços no asfalto, na cabeça um boné vermelho desbotado, sua calça era suja e rasgada, sem barriga, não tinha espaço pra comida, a camisa era velha e sem botão.

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Feliz Natal real ao seu imaginário... www.cultive-org.com


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PAULO ROBERTO BRETAS Escritor mineiro, Paulo tem formação em administração de empresa mas é amante da escrita. A poesia tem raizes na sua sensibilidade. Seu olhar analítico e sua interação coma natureza e preocupação com o homem fá-lo mergulhar na poésia mas especificamente o aikai. Em 2017 publicou o livro «O doce livro dos beijos poéticos» onde reúne Aikais de sua autoria. Conheci pessoas incríveis. Algumas consegui manter próximas e outras vi a vida delas me afastar. Vivi muitas coisas. Mas, não quero viver arrependido por nada ter feito diante da marcha da insensatez que vem corroendo a humanidade.

Carta aos cidadãos do Mundo, aos amantes da liberdade. H vida.

à muito já passei da metade do tempo de

Vivi tristezas, vivi muitas alegrias. Como todo mundo, sei que me espera o bom e o ruim. Sigo trabalhando, estudando, aprendendo, ensinando, praticando, escrevendo, chorando e rindo. Sigo buscando me tornar uma pessoa melhor a cada dia. Buscando entender o outro, com empatia. Já feri e já fui ferido. Já perdoei e já fui perdoado. Vi a justiça e fui injustiçado. Busco praticar Justiça. Aprendi a força da compaixão e o enorme poder do amor. Também aprendi como é bom respeitar e lutar pela natureza, respeitar as regras do meio ambiente, que são as regras da vida. Como é bom respirar o ar puro, beber água limpa, evitar produzir lixo, evitar desperdícios e contemplar belas paisagens. Quero ver oceanos limpos e terras verdes e férteis preservadas. Já vi muito e espero ver muito mais. Já viajei meio mundo e para outro meio mundo quero viajar. www.cultive-org.com

Não quero ver mais sofrimento em qualquer que seja o povo. Não quero ver mais empobrecimento. Muito menos ampliação das desigualdades econômicas e sociais. Não quero ver ditaduras, nem quero ver torturas. Quero ver líderes e não me submeter a falsas autoridades. Que os falsos profetas fiquem restritos às páginas dos livros de ficção. Quero meu pensamento livre e quero poder entrar no debate. Quero ver crianças felizes, bem alimentadas, vacinadas e educadas. Que tenham uma educação libertadora. Sem que lhes obriguem disciplinas militares, mas a construção da inteligência a partir de Piagets e Montessoris. Quero ver idosos bem tratados e bem cuidados, atuantes e tranquilos, transmitindo velhas e boas mensagens e recebendo novos conhecimentos. Que lhes seja oferecida muita saúde, paz, respeito e convívio harmonioso. Que seja valorizada a cultura e o lazer, para todos e todas. Que a música seja tocada e que a poesia fale aos corações. Que tenhamos o eterno renascer das artes. C CULTIVE | 95


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Não quero ver preconceitos, muito menos desprezo para com os humildes e os fracos. Não quero conviver com a opressão e nem com os opressores. Quero viver com gente que vibre, com os que produzem vitórias, aceitem as derrotas, mas que lutem uma luta justa, digna, honesta e democrática. Aprendi que não se vence sempre e que se ganha a guerra, na última batalha. Então, aprendi a não desistir. Quero ver as vilas e favelas sorrindo, livres de violência, com acesso a tudo o que têm direito. Não quero ver mais armamentos, nem mais agressão de inocentes. Não quero mais as guerras. Não quero ver penas de morte espalhadas no ar. Não quero ver a juventude pobre encarcerada ou destruída. Quero ver as mulheres cada vez mais protagonistas de suas vidas. Que tenham salários iguais e que sigam empreendendo e nos encantando com suas boas batalhas, com inteligência e dignidade. Que as diferenças, onde existirem, nos completem. Quero ver políticos comprometidos com as pessoas que representam. Ganhando salários compatíveis com o que for necessário para qualquer cidadão de bem ter uma vida digna e simples. Que fiscalizem e que proponham boas leis que ajudem a melhor organizar a sociedade, sem defender os interesses de poucos poderosos. Não quero ver o que é público tomado por interesses meramente privados. Nem quero continuar vendo o sistema financeiro abocanhar a maior parte dos recursos da sociedade cobrando juros extorsivos. Que as pessoas tenham empregos dignos e que um dia possam se aposentar condignamente. 96 | CULTIVE

Quero ver igualdade de oportunidades para todos e políticas públicas que compensem distâncias produzidas por injustiças sociais históricas. Que ninguém fique impossibilitado de estudar por questões sociais ou financeiras. Não quero ver pessoas sem atendimento médico e nem passando fome. Não quero ver meus irmãos e irmãs sem teto para morar. Que todos e todas possam pensar, ler, entender e participar. Que ninguém seja submetido a dor, humilhação e nem a injustiça. Que os conflitos sejam decididos no âmbito do Direito e que as leis sejam elaboradas com ampla participação, aplicadas com justiça e que sejam iguais para todos. Que todos os países respeitem as diferenças. Que respeitem as múltiplas formas de adorar a Deus, e até mesmo que respeitem aqueles que não acreditam em Deus. Não quero ver “guerras santas”. Quero um mundo de notícias reais. Um mundo de jornalistas fiéis às suas convicções, mas conscientes que a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia. Quero ver o compromisso com a verdade. Não quero ver as pessoas acreditando em suas falsas convicções, muito menos destruindo o outro por suas ideias contrárias. Quero ver um mundo mais democrático e participativo. Não quero ver a volta de tempos sombrios. E que possamos celebrar todos os dias a vida no planeta azul que chamamos Terra. Paulo Roberto Bretas

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RITA GUEDES NA MANJEDOURA Na manjedoura o advento.abençoado. Festa de luz nasceu o menino Jesus, Exemplo de vida símbolo de humildade, Salve Jesus! O Salvador da humanidade! É natal,dia sagrado, festa da cristandade. No estábulo, Maria e José, família reunida, Jesus pelos três Reis Magos é visitado. Entre mugidos, a força da espiritualidade! Ao longe ouve-se o sino alvisareiro, Na igrejinha branca pendurado, Repica lembrando aos fiéis a natividade, A vinda do menino Jesus imaculado. Outra, famílias reuni das em confraternização Missa do galo, fiéis orando em contrição. Havia a grande ceia, ,troca de presentes, Natal de luz, comemorava os cristãos! Dezembro mês de celebração natalina. Céu místico e fagueiro, planger de sinos Lembrando os velhos tempos de menina, Unindos pela fé, cristãos abencoados.

Caravana Cultural Internacional Cultive maio 2019

Natal de hoje festejos modernizados. Já não se ouve o tanger do velho broze abençoado. Comercialização de presentes, bebidas, Viagens, orgias, cidades ornamentadas. cultivelitterature@gmail.com Mas, o sentido do natal, por muitos, ignorado. Resta -nos uma esperança aflorada. Advinda das novas gerações, concientizadas, Reativarem a fé, o real significado da natividade! O natal voltar a ser como outrora, A maior e mais bela festa da cristandade!

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Atividades Cultive e CBCD

(Câmara Brasileira de Cultura e Desenvolvimento)

ANTOLOGIA CULTIVE

Caravana Cultural Internacional

Salão do Livro e da Imprensa de Genebra maio 2019

CONCURSO DE LITERATURA CULTIVE 2019 Apoio UBE Consulado Brasileiro de Genebra Livraria on line Cultive.: www.cultive-org.ch

inscrições: cultivelitterature@gmail.com 98 | CULTIVE

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Natal

Roberto Ferrari

nasceu em São Paulo no ano de 1957, e se formou engenheiro com duas pós-graduações. Aos 54 anos de idade resolveu seguir sua real vocação: Escrever. Roberto iniciou sua carreira literária em 2011 e já publicou os livros: Sublime Amor, Ventos da Paixão, Identidade Assassina, Fundamental como o Amor, Refúgio da Alma, Negócios de Sangue, Intenso como a Vida, Mansão Molnár, Juras Apaixonadas, O Ceifador de Almas, Suplício de Amor, Uivo Maldito, Tributo a Elas e Poesia: Uma Mensagem ao Amor. Roberto Pertence a varias Academias de Letras e é Presidente da ACLASP- Academia de Ciências, Letras e Artes de São Paulo.

Natal é, sentimento que, preenche o vazio de nossas almas, tem tanto esplendor, mas cabe no sorriso de uma criança, no cálice de amor, Em que Jesus imortal, único, bom e clemente, derrama sua felicidade em prantos. Mártir que fez através do seu olhar divino, O perdão para todos nós, E abriu com a luz da bem-aventurança nossa entrada no Paraíso, Jesus... Deus menino homem piedoso, Ilumina como um farol o destino da humanidade, Sua glória, No cume da montanha escavada da história, contemplando o infinito, iluminando a terra.

Roberto já recebeu diversas homenagens e entre elas pode-se destacar a feita pela ABRASCI que o elegeu para ocupar a cadeira de no 39, cujo patrono é Vinicius de Moraes. No transcorrer de sua curta carreira, Roberto já participou de mais de 120 Antologias Poéticas.

Essa luz que brilha e contempla a alma humana com amor, É de quem ama, é de quem chora, é de quem é piedoso, É de todos que vão pela existência a fora, Na esperança de um dia encontrar o Pai, os pés descalços... os olhos voltados para o infinito.

Em abril de 2018, Roberto lançou o livro Tributo a Elas no qual homenageia 43 celebridades femininas com poesias de sua autoria. Podemos destacar entre as homenageadas Adriane Galisteu, Daniela Mercury, Leona Cavalli, Luiza Brunet, entre outras.

O Natal está nos olhos das crianças, em suas mãozinhas delicadas, que revelam sempre muita pureza. O Natal está em suas faces alegres e em tudo o que dizem.

Como ele mesmo diz o trabalho em prol da cultura, é árduo, porém dignificante.

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Jesus a nossa esperança de um mundo melhor!

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Cultive Literatura

RITA QUEIROZ Natural de Salvador – BA. Professora universitária, filóloga, poeta, escritora. Autora dos livros O Canto da borboleta, Confraria poética feminina – vol.2, Canibalismos, Confraria poética feminina (Penalux, 2018, 2017, 2016), Colheitas (Darda, 2018); organizadora dos livros Bahia, terra de luz e amor (Darda, 2018 – dividindo a organização com Palmira Heine), Nas teias de Eros 2 e Nas teias de Eros (Darda, 2018, 2017). Integra também diversas antologias e revistas literárias, tanto no suporte papel quanto no suporte virtual. Faz parte dos grupos “Confraria Poética Feminina”, “Mulherio das Letras” e “O Sarau”. E-mail: rcrqueiroz@uol.com.br. Facebook: https://www.facebook.com/rita.queiroz.334. Instagram: @ritaquei.

NOITE DE NATAL Sonhava o ano inteiro com as férias de verão. Motivo: ir para a casa de meus avós no interior. Quando se aproximava o Natal, já estava com as malas prontas. Arrumar o carro, ajudar a mainha, já me deixava feliz porque sabia que estava próxima a partida. Vó Maria era mãe de minha mãe. Sempre houve muita afinidade entre elas, coisas de mãe e filha. Ela me ensinou a rezar as orações católicas: Pai Nosso, Ave Maria, Anjo da Guarda e Salve Rainha. Todas as noites ela fazia a ladainha. Nas noites de lua cheia, todos ficavam a admirar a beleza lunar e vó Maria contava muitas historinhas. Adorava ouvir e saber da vida de princesas que viviam em outras terras, usavam vestidos longos e cheios de pedrarias; desfilavam pelos salões e faziam sapos virarem príncipes. Mas a história que vó Maria mais gostava de contar era a do Menino Jesus. Todos os anos, vó Maria armava o presépio e na noite de Natal, esperava dar meia-noite 100 | CULTIVE

para pôr o Menino Jesus em seu devido lugar. Todos as vezes, queria esperar, mas o sono me vencia e só via o Menino Jesus de manhãzinha. Ah! Vó Maria fazia tantas comidas gostosas: carne assada no fogão a lenha, bolos, doce de caju, biscoitinhos de goma e muitos beijus. Ela escondia tudo, colocando na prateleira mais alta da cozinha. Como eu era arteira, subia na mesa, ficava na ponta dos pés, para pegar aquelas guloseimas. Quantas saudades eu sinto da infância inocente e feliz. Corria pelos campos, arranhava as pernas nos gravetos, tinha medo de sapo, pois nem queria saber se ele viraria príncipe. Sinto saudades do carinho de minha avó, das histórias que contava, das noites escuras e das noites de lua. Tudo isso ficou em mim e, hoje, ao entoar uma oração, lembro de vó Maria. Peço apenas a Papai do Céu que a tenha em bom lugar, pois em meu coração ela já está.

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RUSSEN MOREIRA CONRADO SILÊNCIO DO AMOR O grito do amor deve ser ouvido até mesmo no sôfrego silêncio da mente. Sussurro, sorriso, suspiro, sopro, cheiro, tato; tudo dele precisa ser escutado; ainda mais quando ele pode se tornar a chave da solução. Assim, a alegria verdadeira será encontrada. Essa energia maior da vida nunca deve se esconder. Que seja achada onde não se imagina existir. Precisamos vê-lo num ruído ao longe, na brisa de um lago, numa folha cainte, no sol, no calor, no frio, nas paragens que despercebemos, em tudo que lembra a alegria, e diante da energia da mansidão e do querer. No silêncio do amor se obstruem as resoluções e os meandros da inconsciência ficam flamejados e incandescentes por fuga e solidão. Esse silêncio pode estar no medo e até mesmo na coragem, mas deve ser sacudido quando o labirinto da mente está encarcerado. Interessante que quanto mais longe se deixa o amor, menos parece que ele pode ser descortinado, e algumas vezes, a morte chega antes da sua redescoberta. No silêncio do amor há uma encruzilhada, onde os afetos ficam nas paralelas do bem ou do mal. Agradecer e perdoar não rimam com esse silenciar, entretanto, ainda que existam adversidades, na mente serena, o amor pode ser salvador e restaurador. Calar o amor pode exacerbar a fala ou o triunfo do ódio. Vigiemos. O amor pode deixar marcas, mas tem que ser renovado no céu da paciência, não no da exigência. Que existam pessoas que possam pescá-lo, com a isca da razão. www.cultive-org.com

Em muitos sofredores ouvimos o assovio dele, como numa quebra do silêncio; mesmo na satisfação, ou na noção de desejos inalcançados. Lucidez e mudanças amigas do amor, algumas vezes, se enjaulam no ventre da loucura, ou no cerne da obviedade. Ode ao amor.

Caravana Cultural Internacional Lisboa Berlim Gruyère Genebra no 33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019 Lançamento de livros Concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livros inscrições: cultivelitterature@gmail.com C CULTIVE | 101


CULTIVE La petite Suíça par valquiria Imperiano

FESTA DA ESCALADE EM GENEBRA

sores foram vencidos. A comemoração dessa vitoria começou no ano de 1603, entre 1795 e 1815. A comemoração fez uma pausa e recomeçou em 1815 em forma de bailes mascarados. Hoje é considerada uma festa nacional Genevoise e termina com uma fogueira na frente da Catedral Saint Pierre.

Em Genebra todos os anos no dia 12 de dezembro comemoramos a vitória das tropas protestantes sobre as tropas do duc de Savoie Charles Emanuel 1° na ocasião do ataque do dia 11 a 12 de dezembro no calendário gregoriano.

gravura que mostra o combate em Genebra

O nome Escalade dá-se a tentativa de escalar as muralhas da vila de Genebra usando escadas de madeira desmontavéis num ataque de surpresa, mas os habitantes de Genebra foram avisados por um vigilante que tocou o sino. Uma senhora que se chamava Mere (dona)Royamme que estava preparando um caldeirão de sopa jogou-o sobre os soldados. Os inva102 | CULTIVE

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CULTIVE Suíça

Hoje a festa da escalade é plena de comemoração, as crianças se fantasiam e cantam «Ce Qu’é l’ainô» nas portas das casas e ganham bombons. A tradição das festas fantasiadas terminando com o desfile da companhia 1602 criada em 1970 faz parte do calendário de Genebra.

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O desfile começa na praça do Molarde e termina na catedral Saint Pierre. No desfile os membros da companhia 1602 vestem-se com os mesmas vestimentas da época e fazem uma representação de tiro de pólvora, uma fogueira. No final quebram uma marmita feita de chocolate cheia de legumes de marzipã.

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Cultive Literatura

SORAIA EVANGELISTA MAGIA DO PAPAI NOEL No dia 25 de dezembro de 2001, Pedro, uma criança de 07 anos, levantou-se cedo e foi direto para a árvore de natal ver se Papai Noel tinha atendido todos os pedidos da sua cartinha. Muito observador, ele percebeu que havia uma cartinha no meio dos presentes, e, como era muito curioso resolveu ler antes de abrir os embrulhos que ali estavam. Era uma carta que estava com o seu nome. E era do Papai Noel. Meio ressabiado, o menino começou a ler em voz alta: PEDRO Passei por aqui enquanto vocês dormiam. Do mesmo jeito que eu faço todos os anos, no natal. Como entrei? Isso é um segredo. Cada um acha que é de uma maneira, mas o importante mesmo é que vim. Tem gente que não acredita que eu existo e diz que são as pessoas que dão todos os presentes de natal. Estas pessoas estão muito enganadas. Para aqueles que acreditam em mim, eu trago sempre muita alegria, muita paz e amor. E os presentes? Ah! Nem sempre posso dar tudo que as pessoas pedem. As coisas estão muito caras e eu tenho muitos pedidos para atender. Eu queria atender a todos, mas infelizmente isso não é possível. Você, assim como outras crianças, não ganhou tudo que pediu. Ganhou apenas algumas coisas, algumas parecidas com seus pedidos, outras que não pediu e eu achei que seriam boas para você. E junto com seus presentes eu espero ter trazido muita alegria, sonhos, diversão e também que você consiga dividir e espalhar toda essa felicidade com outras pessoas, compreendendo que na vida a gente não consegue 104 | CULTIVE

ter tudo o que quer, mas que o importante mesmo é ser feliz com o que tem. Um grande abraço e um feliz natal para você e toda sua família. PAPAIL NOEL Pedro ficou pensativo, abriu os presentes, fez sua festa com todos eles e depois comentou em voz alta: Engraçado mamãe! O papai Noel escreveu a cartinha no mesmo papel que tinha lá em casa, aquele que você usou lá no sindicado! E a letra até parece com a sua! (pensou) Ele deve ter escrito lá em Belo Horizonte e trouxe aqui para Curvelo. E o menino compartilhou suas fantasias, sonhos e felicidade com os que ali estavam. Cresceu fazendo redações criativas, desenhos que expressam felicidade e paz. Vive o que é real com a gratidão e o orgulho de poder ser feliz mesmo com todos os obstáculos da vida. Hoje, em 2018 , Pedro faz questão de incentivar a presença do papai Noel na vida das pessoas para que elas possam sonhar e dividir seus sonhos e realidades. Acredita na generosidade e na compaixão; no amor e na solidariedade. Acredita e incentiva a magia do Natal. Papai Noel é sim real: no coração e através dos atos daqueles que acreditam na felicidade! E se transforma em familiais, fadas, coelhinho da páscoa, médicos, professores e edaucadores. Transforma-se na possibilidade de um mundo melhor! Espero que o Papai Noel exista para todos! Soraia Evangelista. Escritora e palestrante. Autora do livro Um Câncer, uma felicidade. Idealizadora do movimento Um Novo Olhar Oncológico. Utiliza de sua experiência como paciente oncológica para falar sobre o câncer em palestras e rodas de conversas informativas, incentivar a prevenção e diagnóstico precoce e motivar as pessoas enfrentarem obstáculos e viver bem o presente. www.cultive-org.com


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TEREZA CUSTÓDIO

romancista, cordelista, trovadora e curadora da FECCNA 2018.

SANCHO E O ESPÍRITO DE NATAL Por Sancho Pança – o fiel escudeiro de Dom Quixote. Apaixonei-me por aquele homem de singular sabedoria que ajuda seu amo em suas empreitadas tresloucadas a deslumbrar o mundo de uma forma mais realista e o faz repleto do sentimento de compaixão pelo Cavaleiro da Triste Figura. Apaixonei-me por aquele gorducho baixinho, prosaico e ingênuo que deixa o posto de governador de uma ilha e, montado numa mula capenga, volta a seguir, fielmente, seu velho amo de cinquenta anos Quando manuseei, pela primeira vez, pela região seca de o livro O engenhoso fidalgo Dom Castilla, consoliQuixote de La Mancha – clássico da dados em laços afeliteratura universal do autor espanhol tivos indissolúveis. Miguel de Cervantes Saavedra (1547Apaixonei-me por 1616) – devo confessar que não estaaquela figura sova com tanta disponibilidade para ler lidária e generosa todas aquelas páginas pitorescas sobre que providencia o o nobre e valente cavaleiro andante alimento, cuida dos dos romances de cavalaria. Porém, aos ferimentos com poucos, fui me entusiasmando pelo fiunguentos e alendalgo de porte alto e delgado que saía tos, zelando pelo cavalgando em terras espanholas em bem-estar físico e seu cavalo Rocinante revestido de uma emocional do velho antiga armadura, um elmo, um escudo Dom Quixote de e uma lança em punho, dedicando suas La Mancha. Queaventuras e façanhas heroicas à amada ro, portanto, homenagear e enaltecer Sancho Dulcinéia de Toboso. Como não se encantar por esse homem fantasioso e idealista que lu- Pança e todos os que fazem do ato de cuidar tou contra a opressão com bravura e coragem um verdadeiro ato de amor. em prol da justiça e da integridade do ser humano? Sem sombra de dúvida, Dom Quixote Que aprendamos com Sancho Pança e com de La Mancha é um personagem loucamente Jesus Cristo a cuidar, a ser benevolente e a ter apaixonante. Contudo, sem a pretensão de tirar tolerância para com os nossos irmãos. Que o um milésimo do mérito da grandeza do hon- nosso Natal seja coroado de bênçãos e amor rado e notável herói, longe de mim, simples ao próximo. mortal, insinuar tal disparate, tal despautério; deixo-o intocável com todas suas honras, suas glórias e seus feitos que o imortalizaram nesses quatro séculos. Mas, apaixonei-me pelo outro. www.cultive-org.com

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SEMEAR E C U LT I VA R PARA COLHER BONS FRUTOS «Certo homem saiu para semear. Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram. Outra parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brotaram depressa pois a terra não era funda, mas, quando o sol apareceu, elas secaram, pois não tinham raízes. Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos, os quais cresceram e as sufocaram. Uma outra parte ainda caiu em terra boa e deu frutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que tinha sido plantado. Quem pode ouvir, ouça.» Mateus 13 Por vezes uma caneta e um pedaço de papel fazem a criação. Eu vi em museus desenhos e escritos maravilhosos feitos sobre cartão, madeira, pedaço de toalha rasgada, guardanapo, papel de embrulho. Não precisamos ser um Renoir ou Lautrec, Monet ou Marcel Proust, Victor Hugo, Jorge Amado ou Machado de Assis. Que sejamos apenas nós sem medir tamanho, nem importância, mas sejamos! Que possamos crescer no nosso conhecimento usando as armas que a tecnologia nos oferece para ascessar o desconhecido e viajar sem pegar o avião Apesar de todas as dificuldades que a modernidade apresenta temos muitas outras facilidades. A tecnologia nos auxilia a conhecer, a aprender, a ensinar, a contactar, a comunicar a adquirir, a vender sem sairmos de casa. Essa abertura de fronteiras pode nos levar a 106 | CULTIVE

qualquer lugar da terra ou do nosso quinhão e esse é o momento de utilizarmos, cada um, a nossa inteligência em prol do crescimento pessoal e social. Aprendendo e ensinando, e divulgando esse saber, e arrebatando mais e mais membros para o clube dos sabios, e despertando-lhes o interesse para o que temos a oferecer como idéia e saber, essa é a única maneira de fazer movimentar essa onda ainda fraca de energia.

A vida sem arte é uma coisa insípida, sem brilho, sem sabor e pobre. Nosso país é um país de talento, de criatividade, de pessoas com uma capacidade de versatilidade inigualável. Esse é o momento de aprendermos, mas não podemos esquecer de transmitir, divulgar o que aprendemos, de trocar informações, quem não divulga o saber é mesquinho e vai morrer engasgado. O saber solitário não evolui, não profilera e não será contestado e sem contestação ele não existe. É imprescindível trocar idéias, falar, mostrar, transmitir, só assim nosso trabalho deixará um rastro.

Unir é o verbo, transmitir é a ação. Cabe a nós, intelectuais e artistas, a parte do trabalho de transmissão. Esse trabalho voluntário e enriquecedor deixará sua marca, ensinará aos nossos jovens o amor pela cultura e os desviará dos caminhos da mediocridade e da ignorância.

O Saber traz responsabilidade conosco e com o outro. Temos um poder nas mãos, um poder silencioso aparentemente inócuo aos detentores do poder. Mas essa arma poderosa e pacífiwww.cultive-org.com


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ca está em nossas mãos e ninguém pode nos tirar, a nós de distribuir seus filamentos e cultivarmos uma floresta de ávores do saber. Estamos indo devagar, estamos arando a terra do Brasil e plantando sementes do saber, assas plantas precisam de muita atenção e muito trabalho e persistência mas uma vez plantadas, essas sementes vão vingar e germinar, cada uma no seu tempo. Essas são as sementes que o divino nos deu e que tem o poder de germinar em solos áridos e secos. Graças ao trabalho dos intelectuais brasileiros contemporâneos que fazem um trabalho de divulgação da literatura, semeiam o amor pelas letras e a valorização dos escritores no Brasil. Vemos um número crescente de associações literárias e artistícas surgindo por todo o país gerando, assim, uma oportunidade aos amantes das letras e da cultura de se unirem divulgarem e espalharem essa semente rica e fértil que é a literatura, arte, a músia, o cinema e o teatro. Esse movimento que atinge o nosso gigante país está se enraizando, atingindo cidades, metrópoles, vilarejos, sertões, brejos, caatingas, alagados, tribos, ricos e pobres. A união lenta e muda da única força, que ao meu ver, é capaz de colocar o homem em um patamar de igualdade, nesse pedestal do saber que não é preciso ter para fazer parte, onde a moeda com a qual se paga o ascesso é o saber, é o conhecimento, é a sensibilidade da criação está crescendo, adentrando mesmo nos recantos mais difíceis do país. O don da criação e da arte que nascemos com ele e que basta um pouco de exercício e pouco material para construir um objeto de valor cultural deve e está sendo explorado, eis a esperança para um futuro digno no nosso país. E nós devemos nos orgulhar de sermos os cultivadores dessas sementes, sem esquecer que o trabalho nunca termina, porque devemos estar atentos à terra em que www.cultive-org.com

as sementes são plantadas como a parábola do semeador nos ensina.

VALQUIRIA IMPERIANO Nasceu em João Pessoa - Brasil. Diplomada em Letras. Professora de língua portuguesa em escolas públicas e privadas no Brasil, lecionou português para estrangeiro em Genebra. É artista plástica. Publicações solo : Souhtendon-sea Exhibition, Cofre Aberto, Espelho meu Espelho e A vingança dos Deuses, Navegando em Ondas Altas, O rosa e o Azul e co-autora em mais de 40 Antologias. Presidente da Associação CULTIVE Art, littérature e solidarité e da RVISTA CULTIVE, criou e organiza o projeto “Um dia de felicidade” (campanha para as carentes do Brasil). Organizadora da FECCAN ( Festival Cultural Cultive Alagoa Nova) Criadora e diretora da REVISTA IMPRESSA ARTPLUS. Orgainzadora do Evento Cultive no SALÃO DO LIVRO DE GENEBRA e Site: www.arts-imperiano.com www.cultive-org.com C CULTIVE | 107


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VA N E S S A GOMES DE MORAES nasceu em Brasília no dia 14 de setembro de 1973. Filha de Neuzemar Gomes de Moraes e Vancy Gomes de Moraes, tem uma filha, Ísis Gomes Dutra. Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará em 1996, com especialização em Oftalmologia e em Acupuntura. Capacitação em medicina do tráfego; atuou ainda como médica perita da Justiça Federal. Presidente do Centro Cultural do Ceará. 108 | CULTIVE

Embaixadora da Divine Académie Française des Arts, Letres et Culture. Correspondente estrangeiro internacional da Academia de Letras e Artes de Portugal e da Académie de Lettres et Arts Luso-Suísse. Conselheira do Fórum Permanente de Pesquisas pela Educação no Estado do Ceará. Acadêmica do CONINTER (Conselho Internacional dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes). Diretora administrativa da ONG CAVIVER (Centro de Aperfeiçoamento Visual Ver a Esperança Renascer) para crianças com deficiência visual. Livros publicados: “A mala é pequena, mas a bagagem é grande – Crônicas de viagens” (2016); Esoterismo (2018); Um mundo de aventuras de mãe e filha (2018). Participação em diversas palestras e antologias. www.cultive-org.com


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NATAL NASCIMENTO DA LUZ EM NÓS Dezembro chegou. Para a Igreja Católica, estamos no período do Advento. Refere-se às quatro semanas que antecedem o Natal. É a alegre espera e celebração do nascimento de Jesus em Belém. O Homem mais conhecido entre todas as civilizações, pois mudou o calendário e a história mundial. Na profunda realidade, esse acontecimento deve ser atualizado no coração da humanidade, todos os anos. Deveria ser todos os dias, mas nesta época, a intensidade da Luz, do Amor, da Caridade e da Fé se acentuam. Jesus Cristo não é propriedade exclusiva de uma tendência religiosa ou ideológica. Ele é uma Verdade pertencente a todos que o reconhecem como “Mensageiro da Verdade Eterna”, segundo as palavras de Josefa Rosalía Luque Alvarez, ou, seu pseudônimo, Hilarião de Monte Nebo, no precioso livro “Harpas Eternas”, volume I. O Verbo feito carne, a Luz Divina, o Messias Rei de Israel, a Verdade, o Amor misericordioso. Ele veio ensinar o perdão e a paz. A cura dos males físicos e espirituais. A humildade e a simplicidade como escada para elevação.

o amor, devem partir do nosso interior, e espalhar pelo mundo, como fez o Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele trouxe o ensinamento máximo da bondade. Como devemos agir para nos aproximarmos Dele, Deus Criador e Universal. Que os presentes sejam a nossa presença na vida de cada um dos que amamos. Que os cartões de Natal sejam a nossa sagrada e verdadeira palavra. Que a abundância dos alimentos, na mesa, possam se multiplicar e saciar a fome dos que mendigam pão para o físico e espírito. Que a fraternidade ultrapasse todas as barreiras. Que o perdão seja sincero. A paz, duradoura. A gratidão, eterna. E o Amor, que esse seja a luz crística unindo nossos corações ao Menino-Deus, que está prestes a aniversariar.

33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019

As ruas se iluminam. As casas se enfeitam. Os sorrisos e confraternizações preenchem o mês derradeiro. Amigos que não se viam de longas datas; familiares longínquos aparecem; até os mais carrancudos derretem-se em lágrimas ao cantar músicas natalinas ou assistir comerciais na televisão.

Lançamento de livros Concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livros

O Templo a ser habitado é o nosso Coração. A Luz a ser acessa é a da nossa consciência. A verdade, a paz, o perdão, a misericórdia,

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MEU PRESENTE DE NATAL Pedi ao Papai Noel, de presente um Amor. Mas ele não entendeu, E me deu uma grande dor.

VERA LÚCIA CORDEIRO (AVIPAF- Cadeira15)

Escritora, Poetisa, Compositora, Contadora de Histórias e Dubladora. Membro da Academia Virtual Internacional de Poesia, Música e Filosofia - Cadeira n°15 – Patrono Fernando Pessoa. Defensora do Meio Ambiente. Realiza Trabalhos Voluntários em Escolas e Hospitais.

Trouxe-me alguém, Que despertou-me uma paixão, que depois partiu e deixou Sangrando, o meu pobre coração. Ó! Papai Noel, Eu queria um amor, Que me levasse ao céu. Que me amasse de verdade e vivesse Só pra mim, até a Eternidade! Vê se me arranja este Amor, Por favor meu bom velhinho. Mas traga-o bem de mansinho. Pra ninguém ficar sabendo. Pra ninguém roubar mais não. Pra ninguém, roubar mais não.

Contatos: 41-99187-9223 e 41-99865-1877

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VANICE ZIMERMAN

Escritora e Artista Plástica (EMBAP). Nascida em Curitiba-PR. Formada em Letras. Licenciatura Português/ Inglês. Participa de 57 coletâneas. Livro individual: Poemas & Imagens, 2013 – Instituto Memória. Membro do Centro de Letras do Paraná e da IWA.

SONHOS DE NATAL... Era tarde da noite quando o menino desenhou em uma folha de papel uma Árvore de Natal, aos poucos foi colocando as Bolas Coloridas de diferentes tamanhos distribuindo-as por toda Árvore. Depois, desenhou e pintou vários Sinos com lápis amarelo e vermelho. Ainda faltava desenhar a Estrela e os Fios de Prata, mas o menino estava cansado e dormiu... dormiu e sonhou com sua Árvore, que ela havia saído do papel e estava completa com a Estrela pendurada no ramo mais alto, e também os Fios de Prata a brilhar. Ao acordar, ele pegou na mesa de cabeceira, a folha de papel para terminar seu desenho. Ficou surpreso e curioso quando viu que a folha estava em branco. Sem saber o que havia acontecido, olhou no chão para ver se não tinha outra folha, foi então que ouviu Sinos tocando e, rapidamente, foi até a sala e encontrou a Árvore que desenhou, num canto, próxima à janela: real, linda e iluminada! O menino, emocionado, sorriu...

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Caravana Cultural Cultive maio 2019

Antologia Cultive Salão do Livro de Genebra inscrições: cultivelitterature@gmail.com

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RTE Exponha sua Arte na Revue Cultive cultivelitterature@gmail.com

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Les Beaux Musée par Valquiria Imperiano

Museu do Louvre

, o maior museu de arte do mundo e monumento histórico em Paris, França. Aproximadamente 38.000 objetos, da pré-história ao século XXI, são exibidos em uma área de 72.735 metros quadrados. Em 2017, o Louvre foi o museu de arte mais visitado do mundo, recebendo 8,1 milhões de visitantes. Palácio do Louvre originalmente construído como uma fortaleza no final do século XII ao XIII sob o reinado de Filipe II. A fortaleza perdeu sua função defensiva e em 1546 foi convertida por Francisco I em residência principal dos reis franceses. O prédio foi ampliado muitas vezes até formar o atual Palácio do Louvre. Em 1682, Luís XIV escolheu o Palácio de Versalhes como sua residência, deixando o Louvre, a partir de 1692, principalmente como um lugar para exibir a coleção real, incluindo, uma coleção de esculturas antiga grega e romana. Em 1692, o edifício foi ocupado pela Académie des Inscriptions et Belles-Lettres e pela Academia Real de Pintura e Escultura. A Académie permaneceu no Louvre por 100 anos. Durante a Revolução Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte decretou que o Louvre deveria ser usado como um museu para exibir as obras-primas da nação. O museu foi inaugurado em 10 de agosto de 1793 com uma exposição de 537 pinturas

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. A maioria das obras eram obras da realeza ou de propriedades confiscadas. Em 1796 até 1801 o museu foi fechado. Sob o governo de Napoleão a coleção foi aumentada e o museu foi renomado «Museu Napoleão».Após a sua abdicação, muitas obras apreendidas pelo exército napoleônico foram devolvidas aos seus proprietários originais. Durante os reinados de Luís XVIII e CarlosX a coleção retoma crescimento, e aumenta ainda mais durante o segundo Império Francês com 20 mil peças. Acoleção cresceu constantemente através de doações e legados desde a Terceira República. A coleção do Louvre é dividida entre oito departamentos curadores: antiguidades egípcias; antiguidades do Oriente Médio; antiguidades gregas, etruscas e romanas; arte islâmica; escultura; artes decorativas; pinturas; impressões e desenhos. O Louvre guarda uma grande coleção de pinturas. Dois terços do total enfatiza a arte francesa, mas as seções de pintura do norte da Europa e da Itália são extremamente significativas. O conjunto começou a ser reunido por Francisco I com a aquisição de obras-primas de Rafael Sanzio e Michelangelo.Foi nessa época que Leonardo da Vinci veio para a corte francesa a convite do Rei Francisco I amante da arte, trazendo consigo a famosa Monalisa ainda inacabada. O Louvre era então uma fortaleza. www.cultive-org.com


Cultive Arte Hoje a sessão de pintura apresenta uma coleção da pintura françesa do fim do século XVI, XIV e XV , XVII XVIII;Flandres; pinturas italienas séculoXVI, XIII, XIV e XV ; pinturas flamandes et hollandaises do séculoXVII e XVIII ; pinturas britânicas e americanas; / Escolas Alemã - Austriaca e Suíça / Escolas Holandesas et Belgas do século XIX / Escolas Escandinavas e Russas ; pinturas -Espanholas, Portuguesas e Latino americanas; Holanda do século XV e XVI, XVII/ ; Icônes gregos et russes.

Louvre louva Cristo Um grande acervo de obras sacras retratam a crucificação e o nascimento de Jesus. A Virgem Maria, São José e outros santos retrados por artistas famosos estão expostos nos muros do Louvre. E como a época é Natal aproveitamos para mostrar aqui algumas obras sacras que estão expostas no Museu do Louvre em Paris que louvam Cristo. Giovanni Francesco PENNI, dito IL FATTORE La Vierge à l’enfant avec le petit Saint Jean dito La vierge au voile ou la vierge au diadème bleu. Raffaello Santi ou Rafael 1520 Roma 1, comprado ao principe de CArignan por Louis XV 1742, o ultimo quadro de Rafael que entrou na coleção Real

Giorgio Vasari L’Annonciation 1564 -1567

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Rafaello de Santi , dito Raphael La Vierge et L’Enfant avec le petit Saint Jean

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Cultive Arte Sainta Famille 1610-1612 pintado para o duque de Parma Bartolomeo Schedone

Mariotto Albertinelli Florence - 1506 la Vierge et l’Enfant entourés de Sainte Jérôme et Saint Zénode

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Cultive Arte Bernardino Luini La vierge et l’enfant avec un ange dito Menaggio 1420-1530

Francesco Gessi 1624 La vierge à l’enfants

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Cultive Arte Bernardino Luini Le Someil de l’Enfant Jesus Le thème du sommeil de Jésus doit être compris comme une préfiguration de la Passion du Christ, le sommeil symbolisant la mort et le linge étalé par l’ange faisant allusion au suaire. O tema do sono de jesus é compreendi

Bernardino Luini Santa Familia entre 1510 e 1515

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Cultive Arte Annibal CARRACHE (Annibale CARRACCI) Bologne, 1560 - Rome, 1609 La Vierge aux cerises Vers 1593 H. : 1,20 m. ; L. : 0,98 m.

Raffaello SANTI, dito RAPHAËL Urbino, 1483 - Rome, 1520 La Vierge à l’Enfant com o pequeno São JoãoJean-Baptiste, dito La Belle Jardinière 1507 ou 1508

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MAÎTRE DE LA VIERGE AUX BALANCES La Vierge à l'Enfant com santa Élisabeth, são Jean e sãoMichel, dito La Vierge aux balances 1510. Bois transposé sur toile H. : 0,95 m. ; L. : 0,69 m.

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Cultive Arte Leonardo di ser Piero DA VINCI, dito Léonard de Vinci Vinci, 1452 - Amboise, 1519 La Vierge aux rochers Bois transposé sur toile en 1806 par Hacquin H. : 1,99 m. ; L. : 1,22 m. encomendada en 1483 pela confraria da Conception de San Franceco Grande a Milão,

Francesco Botticini La vierge adorant L’Enfant entourée de saint Jean-baptiste enfant et de deux anges.

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Cultive Arte Bartolomeo Vivarini La Vierge allaaitant l’Enfant entre 1450 e 1455

Bonifacio de Pitati La Sante Familie avec les Saints François, Antoine, Madeleine, Jean Baptiste et Élisabeth 1533

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Leonardo da Vinci Saint Anne, la vierge et L’enfant jouant av3ec un agneau. Dito Saint Anne. 1503 -1519

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Cultive Arte Comment faire l’art? par Albert Marques

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO/ APRENDIZAGEM DO FAZER ARTÍSTICO A arte sempre esteve presente em todas as formações culturais. O ensino e a aprendizagem da arte estão de acordo com normas e valores estabelecidos em cada ambiente cultural do conhecimento que envolve a produção em todos os tempos. O ensino da arte estimula a criatividade natural dos alunos, interage com material, instrumentos e procedimentos variados, constrói uma relação de autoconfiança com produção artística pessoal, respeitando a própria criação dos alunos. Compreende e identifica como fato histórico contextualizado as diversas culturas da humanidade. Aprender arte envolve basicamente a apreciação e a reflexão sobre elas, as formas da natureza e as produções artísticas individuais e coletivas de varias culturas e épocas, além de ser uma atividade prazerosa, levam os alunos a descobrirem, criarem, saberem compartilhar experiências e trabalhar a imaginação em realizar diferentes atividades. www.cultive-org.com

Vygotsky (1999), fala da importância da Arte não só como expressão de sentimentos; diz que “a arte surge inicialmente como o mais forte instrumento na luta pela existência, e não se pode admitir nem a idéia de que o seu papel se reduza a comunicar sentimentos e que ela não implique nenhum poder sobre esse sentimento” (p.310). Cabe ao professor, orientador, entender, estimular e criar um ambiente que possibilite observar cada atividade. E sobre as suas intervenções, é importante a clareza dos objetivos, tanto nas atividades livres que os alunos escolhem os materiais e temas, quanto às fechadas, em que o professor propõe os temas e estratégias. Não se pode esquecer que a arte revela os ensinos do homem, frente ao mundo que o rodeia, através da realização da sua obra, visando formar os cidadãos capazes de agir transformar nossa sociedade. Nesse contexto, contribui, sensivelmente para melhoria do ensino e no desenvolvimento do senso criativo e critico do aluno. O JSilvarte Stúdio, mantém cursos de pintura regulares em sua sede em Fortaleza, orientando e e incentivando o potencial artístico dos seus alunos das mais variadas idades, com e sem experiência no campo das artes. referência: VIGOTSKY, L. S. Psicologia da Arte. Trad. Paulo Bezerra. SP: Martins Fontes, 1999.

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Cultive Arte Qui est-ce? par Valquiria Imperiano

AS CORES DO SONHO DE UM MENINO DO SERTÃO de JSILVA C

onheci-o durante a organização de uma exposição de Arte em Fortaleza. A exposição que foi organizada durante a Caravana Cultural Cultive, associação da qual sou presidente. O contato foi feito através de Rita Guedes que o conhecia há alguns anos - ela estudou pintura no seu atelier. A distância, o fuso horário e nossas ocupações não nos permitiram maior aproximação e Rita tornou-se a mediadora e a curadora da exposição em Fortaleza. A imagem do grande artista ficou gravada na minha realidade apenas com algumas pinceladas abstratas realizadas por uma biografia profissional e o som de uma breve mensagem registrada no Whtasap. Biografia não é foto. Mensagem oral não delineia rosto e só em setembro na abertura da exposição nossos perfis se cruzaram. Ele deixou de ser apenas o grande artista cearense, de aparência virtual e virou uma pessoa concreta, assim como a tropa de alunos que o seguiram no evento organizado. Num pequeno espaço de duas horas descobri através das palavras dos seus alunos que eu estava face à face a alguém que não era apenas um grande artista, reconhecido e excelente

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pintor, mas uma pessoa de características humanas nobres seguido por um grupo que o admira realmente e de fato. Assim comecei a indagar quem era JSilva. Quem pergunta sempre tem respostas. E foi depois da exposição nos momentos de troca e conversa jogada fora que descobri o verdadeiro JSilva. Menino mestiço vindo do interior do Ceará trazendo em seu sangue todas as cores das varias raças brasileiras, inclusive a do índio. E talvez seja a paleta de cores do seu sangue que o aproximou da paleta de cores e o fez fabricar pigmentos para colorir suas telas. Criança, as cores já brilhavam em seus olhos e a criação já era o seu objetivo. Apesar das chacotas que ouvia por querer ser um artista e dos empecilhos, e dos limites para obter o material de pintura, e da falta de orientação, ele vasculhou o mundo da arte, foi atrás dos segredos do artesanato, da arte, da criação e do método. Ele saiu do seu chão natal, lá do sertão onde o calor resseca o verde e a chuva opera milagre fazendo a natureza renascer do nada e foi atrás do seu colorido. Boa cabeça tinha esse menino. Pegou seu matulão e foi –se embora. Foi para a cidade grande, onde os pigmentos são abundantes, onde os artistas pululam, onde a arte é promissora. Mas deparou-se com a barreira do medo, não o seu medo, o menino do sertão estava acostumado com dificuldades, enfrentou o medo dos outros artistas que encerram em seu peito o medo de transmitir o saber. Mas J Silva não desistiu continuou sendo autodidata, e a inteligência fê-lo continuar a cutucar os caminhos da arte. Trabalhando aqui e ali ora com argila,ora com palha, ora com madeira, ora com pintura em tecido, ou com artesanato de barro, e assim foi afinando o seu contato com a criação. www.cultive-org.com


Cultive Arte Quem procura acha, quem quer alcança! As dificuldades existem para serem derrubadas. Sempre no mundo da criação, JSilva conseguiu juntar um dinheiro e conseguiu sair do Brasil. Se mandou para a Florida. Buscou seu o sonho em outros horizontes e se tornou artista de fato, de pincel, de óleo e do acrílico. Quando voltou para Fortaleza sua visão sobre a arte estava aguçada. A convivência com artistas e com a arte abriu-lhe o espírito, deu-lhe experiência e ensinou-lhe os caminhos que deveria continuar a trilhar para aprimorar sua arte e realizar o seu primeiro e grande projeto artístico: abrir o seu atelier e poder ensinar a arte de pintar. Apesar das dificuldades, dos contratempos, da falta de oportunidade, das barreiras enfrentadas, esse homem colocou em prática o seu mais belo lado artístico, arte de ser bom e generoso e de amar transmitir o saber. Depois que voltou para o Brasil, sendo um artista de renome, decidiu fazer da arte um meio de ajudar pessoas a descobrirem seus caminhos, de crescerem e de dar oportunidade a novos artistas que, como ele, tiveram e tem dificuldades de galgarem o caminho da arte e do sonho. Ele passou a transmitir seu aprendizado e não só em Fortaleza, passou a oferecer workshops pelo Brasil deixando sua marca por onde passou e passa. Hoje JSilva é mestre de muitos alunos. Seu studio e moradia onde vive com a esposa e filhos, recebe diariamente dezenas de alunos de todas as idades que procuram na pintura a liberdade de expressão, a autoafirmação e o exercício da criação que só a arte pode oferecer.

Crer e conseguir é uma fé guiada por Deus e a obtenção desse sonho deve ser visto como uma permissão divina e como tal deve ser repassado. Porque todos os nossos dons nos foram dados por essa força suprema, mas nos foram dados para serem transmitidos a outros e assim podermos contribuir com a cadeia do crescimento humano. Ser grande não está no tamanho do material conseguido mas no tamanho da realização da generosidade humana.

J SILVA O menino do sertão

O Natal é isso, é exemplo de superação que serve de modelo para tantos que não tem o principal para sair da miséria, seja ela econômica ou espiritual, o sonho. O sonho é a força motriz que consegue alavancar qualquer dificuldade, porque sonhar é desejar com fé e todos sabemos que a fé remove montanhas. O sonho é uma árvore colorida com os corações da determinação, do trabalho e da humildade. www.cultive-org.com

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Exponha na GART PlUS Galerie d’Art em Genebra Revue Cultive cultivelitterature@gmail.com

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Cultive Exposição

JSilva-

Artísta Plástico nascido no Ceará. J Silva viveu na -floria onde aperfeiçoou sua arte: De volta para o Ceará com a idéia de montar seu studio artístico. Vuve em Fortaleza onde dedica-se à arte e ao ensino da arte no seu Studio JSilva. Durante os anos subsequentes ajudar a modificar a vida de muitas pessoas ensinando-lhe a pintura no seu maravilhoso studio que serve de sala de encontro para um bate papo gostoso e confraternização.

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CONDUTORES DA NATUREZA - 2012 TELA 50X70 :

Obra de JSILVA

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Cultive Exposição

A L B E R T O MARQUES FILHO

mestre em Administração pela UFBA, graduado em Administração pela UNIFACS, pós-graduação em administração de recursos humanos, especialização em consultoria organizacional, construiu carreira, na gestão das atividades de Recursos Humanos. Atua como professor e coordenador na Faculdade Lourenço Filho – Fortaleza CE. Autor do Livro de Poemas: AMAR É CONDIÇÃO – O Amor nas Organizações da Teoria à Ação. Editado em 2015 pela Expressão Gráfica Editora. Fortaleza CE. Formação teórica e prática em artes visuais pelo JSILVARTE Stúdio, Fortaleza CE onde desenvolveu suas habilidades no desenho e pintura a óleo sobre tela.

Sertão óleo sobre tela 40x50 132 | CULTIVE

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ERILO LIRA

é natural de Belém do Pará, É Teólogo, poeta, cantor e Artista Plástico. Exerceu a profissão como Agente administrativo por vários anos, mas foi pela arte, que se integrou até nos dias de hoje. Já fez várias exposições individuais e coletivas tendo em destaque, a exposição coletivano Otton Palace Hotel/Fortaleza Ce, no Espaço Cultural Storil, e ORIGENS, Pintura e poesia, em maio de 2016,no Shopping Center Um. Atualmente, estuda pintura em diversas modalidades, no JSilvarte Studio, ministrado pelo professor JSilva, experimentando um pouco de cada processo na arte acadêmica, onde tem executado vários trabalhos bem elaborado, ao longo de sua jornada de estudos

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ClAUDIO VIRIATO

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LIOMAR FERREIRA CONSULI Primeira exposição na casa da moeda do

Cultive Exposição Brasil onde teve todos os seus trabalhos vendidos. Consuli utiliza diversas técnicas e estilos diferentes, Predominando o Cubismo e o Abstracionismo. Gosta de observar a natureza, transformando e dando sua visão artística. Inspira-se nos grandes mestres do passado mas, sua paixão são os artistas brasileiros: Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e Manasses. Exposições: Áustria, Suíça, Portugal. Liechteinstein.

Carrancas 80x80 cm acrilico sobre tela 136 | CULTIVE

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ELIANA MARIA BATISTA SURATY Eliana Maria Batista Suraty cearense de Fortaleza, pedagoga e artista plástica, realizou cursos de desenho artístico no SENAC, pintura em tela nos Ateliês Aderson Medeiros e Ateliê JSilva Studio.

Finalmente em 2010, Lilly Suraty deu inicio a sua carreira artística voltada para essa modalidade no ateliê do Professor JSilva e desde então tem desenvolvido um intenso e produtivo trabalho.

Eliana, mais conhecida por Lilly Suraty iniciou no mundo das artes de forma espontânea aos 12anos com desenhos a grafite, lápis de cores, caneta esferográfica e Nanquim, e com pinturas em gesso, porcelana e tecido, mas o seu maior desejo era conhecer a pintura à Óleo sobre tela.

Participa ativamente de um grupo de artista chamado Quinta Cultural, uma alusão ao dia em que se reúnem no Studio JSilva que também integra o grupo, para troca de experiências, estudos, criação e produção de seus trabalhos.

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EXPOSIÇÕES: Salão de AbrilPaço Municipal de Fortaleza 1993/ IN TOLER ÂNCIALivraria Nobel Fortaleza 2015/ Arte é Vida-Ateliê JSilva- Center Um Fortaleza 2015/ Origem e Poesia-Center Um Fortaleza 2016/ Exposição IntegrArte- Academia Cearense de Letras e Artes de Fortaleza – em Fortaleza e Mossoró 2017/ Mostra IntegrArt- Shopping Benfica Fortaleza 2017/2018/ FECC – Festival Cultural Cultive

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LIDUINA LEILA LIMA CHAVES

é natural de Fortaleza.. Formada em Pedagogia e Educadora da Sala de Leitura no município de Itaitinga. Especialista em Educação Infantil Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Estudou Desenho e Pintura pela Unifor nos anos de 2012/2013. Estuda Pintura em tela e em tecido no Ateliê Jsilva Studio desde 2014. Participou da exposição Origem: Pintura e Poesia no Shopping Center Um pelo Ateliê Jsilva Studio no ano de 2015. Participou da exposição Arte é vida no Shopping Center Um pelo Ateliê Jsilva Studio. Participou da exposição Integrarte pela Academia de Letra e Artes em Fortaleza e Mossoró, no ano de 2016. Participou da exposição no FECCFOR orgainzado pela Cultive de Genebra em setembro de 2018.

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LUCIANA IMPERIANO A

rtista plástica de mil facetas. Luciana é brasileira porém mora em Berlim há quase 15 anos com o marido e dois filhos.

sensíveis e criativos como a sua pintura. Alguns desenhos de Luciana aqui publicados são a prova do seu talento.

Pintura, modelagem, grafismo, costura, fotografia, desenho, são algumas das muitas habilidades de Luciana. utilzando acrilico, grafite, carvão, aquarela, papel e tela ela dá livre voo a sua imaginação

Outra habilidade da Luciana, ela também tem facilidades para línguas, fala cinco idiomas que utiliza para outra atividade que exerce em Berlim, intérprete e guia de turismo.

Além de artista ela também escreve poemas

contato: luimperiano@yahoo.com

FLOR DA VIDA

é um símbolo secreto criado pela inscrição de 13 círculos. Este é o nome moderno dado à uma fgura geométrica composta de vários círculos de igual diâmetro, sobrepostos de maneira padro- nizada, formando uma estrutura semelhante à uma for composta, em seu núcleo, por seis pétalas simétricas.O centro de cada círculo está posicionado exatamente sobre a circunferência dos seis círcu-los que o cercam.Os círculos formam uma teia harmoniosa dentro da qual emergem fguras geométricas sa-gradas ( sólidos platônicos) para muitas tradições espirituais antigas. Os sólidos platôni-cos correspondem a 5 poliedros (cubo, tetraedro, octaedro, dodecaedro e icosaedro) que sintetizam todas as formas e que representam em si, respectivamente, os 5 elementos da natureza (terra, fogo, ar, água e éter). Este ensinamento, herdado por Platão dos antigos egíp-cios, era ensinado em sua Academia, como o princípio básico da manifestação das formas.Muitos consideram a Flor da Vida como um dos mais importantes símbolos da geome-tria sagrada, pois dentro dela estariam codifcadas as formas fundamentais que consti-tuem aquilo que conhecemos como tempo e espaço. Estas formas seriam as estruturas co-nhecidas como a Semente da Vida, o Ovo da Vida, o Fruto da Vida e a Árvore da Vida. Ao contemplarmos a Flor da Vida, vemos que sua forma básica é igual ao modelo estru-tural do foco de neve, a água cristalizada.O código da Flor da Vida contém toda a sabedoria similar ao códi- go genético contido em nosso DNAO símbolo da Flor da Vida já foi encontrado em diferentes civilizações da história, como no Templo de Osíris em Abydos no Egito e em antigos artefatos presentes em Israel, Monte Sinai, Japão, China, Índia, Espanha, entre outros.

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Luciana Imperiano Bodner 144 | CULTIVE

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MARCIA PRATA

Frida

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MARCIA PRATA

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Monalisa

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MARLA

Teve suas obras em exposições individuais no Brasil e participou de exposições coletivas nacionais e internacionais em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, Miami-EUA, Itália-Firenza, França-Paris na Expo Shopping do Carroussel Du Louvre, Porto-Portugal, Barcelona-Espanha, Vaduz-Principado de Liechtenstein, “​Compreendo​ ​que​ ​a​ ​arte​ ​é​ ​um​ ​aspecto​ ​especialíssimo​ ​do​ ​meu​ ​ser. Percebo uma poderosa vertente a deixar fluir meu lirismo, a cristalizar minha emoções e sensações... expressando meu céu interno por meio da pintura e da poesia.

Jardim das Águas em Giverny. Técnica: Acrílico sobre tela 120cm x80cm

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Haras e Araras acrílico sobre tela 150cmx 80 cm

Mel & Romance acrílico sobre tela 60cm x 80cm

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P O L I A N A CABRAL

Poliana Cabral é de Fortaleza/Ceará/Brasil, nascida em 1º/09/1966. Assistente social e bacharel em Direito, atualmente Servidora Pública do Poder Judiciário Federal. Pintora, iniciou a carreira em 2013, no Atelier Jsilvarte Studio. Cursa Desenho Acadêmico no mesmo atelier. Em 2015, participou da exposição coletiva do Atelie Jsilarte no Shopping Center Um e em 2016 da Exposição coletiva Intolerância na Livraria Nobel, ambas em Fortaleza/Ceará.

Raquel de Queiroz www.cultive-org.com

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SEBASTIÃO DE ALCANTARA FILHO,

é artista ,natural de Fortaleza –Ce.É formado em economia pela Universidade Federal do Ceará-UFC.Iniciou sua carreira nas artes plásticas desde jovem,com muito esforço e competência se dedicou ao desenho e a pintura.Hoje segue a sua continuidade ,estudando varias técnicas e aprimorando o seus conhecimentos,seguindo as orientações do mestre ,professor JSilva.A arte levou o SESSÉ,assim como é chamado,a retrarar o realismo nordestino e se dedicar às paisagens do cotidiano. Já participou de várias amostras de artes promovidas pelo JSILVARTE STUDIO,na qual se destacou na exposição ORIGENS em 2016. é catalogado no anuário , ART IN BRAZIL, 2014.

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ZÉLIA DE MORAIS

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Valquiria Imperiano

L’HOMME OISEAU Acrylique , feuille de l’or sur toile 80x100

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Benjamin óleo sobre tela e folha de ouro

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Bethoven Pastel 156 | CULTIVE

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Homenagem a Renoir Pastel www.cultive-org.com

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Sous les traces de Van Gogh acrílico e óleo sobre tela 50x35

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Flores são a marca registrada nas obras de Valquiria Imperiano. Turbilhões de flores que dançam ao sabor do vento representadas com cores vibrantes. Nesse quadro o seu olhar procura o céu que aparece emoldurado pelas flores da cerejeira do seu jardim logo no inicio da primavera, quando os primeiros raios de sol começam a despertar a natureza.

Cerejeira do jardim acrílico 30x40

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Girassois acrílico sobre tela 40x50 Dos girassois saem as cores vivas, simbolo de primavera, de calor que traz a alegria. As plantações coloridas dos girassóis na Europa isnpira os amantes das flores. Van Gogh o mestre dos girassóis marcou o mundo picotórico com suas pinceladas livres e aqui a pintora Valquiria Imperiano , nos passos de Van Gogh, usando pigmento modernos, acrílico, e com o seu olhar brasileiro também fascinada pelas gigantes flores registra os momentos dessas flores que parecem falar com o tempo, e na tela branca surge a poética representação dos campos florais de Genebra. A criação de Valquiria não se detém aos girassóis. Continuando sua homenagem ao grande pintor Van Gogh ela segue seus passos e se lança na criação de um quadro inspirado na obra « Le moisseneur» dando-lhe uma interpretação de tons e traços típicos da pintora. O resultado é um pequeno quadro de dimensões 3ox50 pintado com acrílico sobre tela.

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Glycine, roses et iris sur ma fenêtre.

É primavera, as flores ressurgem, polinizando o ambiente, convidando as abelhas, os pássaros, as formigas e outros insetos. É o despertar da natureza e a renovação da vida com suas cores, perfumes e beleza. O que há de mais belo do que a natureza? Valquiria responde a essa questão mostrando nas suas telas: a própria natureza. Valquiria dá a sua interpretação e imortalizá-as nas tela.

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ANA SPARZ

A

lém de escritora, Ana Sparz é advogada, empresária e agropecuarista. Também estudou piano e administração de empresas. Nasceu no interior de São Paulo e vive entre a capital do estado e Bauru, além de passar temporadas no interior do Paraná.

Sparz, “Dez Momentos”, da série “outros caminhos, novos destinos”. O livro, de 424 páginas, recebeu o principal selo de uma das maiores editoras do Brasil, a Novo Século, e teve 5 lançamentos, inclusive em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Ao aproximar-se dos 50 anos, sentiu necessidade de reavaliar sua vida e suas atividades, remanejando espaços de suas atuações tradicionais para criar algo novo e prazeroso. Construir e viajar sempre foram alguns de seus verbos prediletos, então resolveu viajar por ideias e histórias, construindo com palavras e tramas ao invés de objetos, gráficos e projetos.

O ano seguinte, 2016 trouxe o lançamento da 2ª edição do “De Momentos” e, depois, do livro mais recente de Ana Sparz: “Dezembros”, com 240 páginas. São romances independentes, mas com conexões entre si, que podem ser lidos separadamente e em qualquer ordem, pois complementam-se. Ana Sparz recebeu a Comenda Conde de Cheverny, na França, em maio de 2017, e o título de Doutora Honoris Causa em Literatura, na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, em outubro de 2017.

Assim, passou a dedicar-se também a criações literárias ficcionais. Seus romances têm enredos criativos e emocionantes, pontuados por tons reflexivos e personagens marcantes. Em 2015 deu-se seu primeiro voo solo. Foi publicado no Brasil o romance de Ana 162 | CULTIVE

A escritora Ana Sparz tem mais de 55 mil seguidores nas redes sociais e leitores ansioso pelo seu próximo lançamento literário. www.cultive-org.com


Cultive News

CASSIA CASSITAS Posse

Academia Feminina de Letras do Paraná

No dia 28 de setembro de 2018, passou a ocupar a cadeira número um da Academia Feminina de Letras do Paraná. Cassia confessou que uma forte emoção acompanhou-a desde o início dos preparativos. Pesquisar sobre a trajetória da patrona Rachel Prado despertou-lhe algo em e deulhe um novo sentido aos passos dados dia após dia.

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N

o dia 1 de Dezembro a Sociedade Portuguesa - sede Curutiba/Paraná, em evento muito especial realizou-se a Posse da Diretoria Gestão 201820.

Na foto o Vice-Consul de Portugal para o Paraná e Santa Catarina, Dr. Rogério Vieira,

MARIA INÊS BOTELHO, represen-

tando o Conselho Estadual da Comunidade

Cultive News LUIZ ROCHA NETO toma pos-

se na Academia Pan Americana de Letras e Artes, Cadeira 49, Patrono Ricardo Jayme Freyre,

Presidente da APALA Senhor

E L Z I O LEAL entre-

gando o diploma de membro a Luiz Rocha Neto Membros da Academia APALA

Portuguesa do Paraná como Presidente, a Presidente empossada Julia Dorigan de Matos e a palestrante neste evento, Gisele Cristofoluni Schomoekel.

Momento muito especial musical. Amanhã dia 11 às 17h Maria Inês Botelho toma posso no centro de Letras do Paraná, ela foi conivada por Ney e vários escritoes. 164 | CULTIVE

Dorinha Timóteo e Jania Souza estão na Coletânea

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Cultive News RITA GUEDES

é uma mulher que cultiva no silêncio. Sem alardes ela planta e colhe frutos suculentos. 2018 está sendo um ano de boa colheita, medalhas, homenagens e prêmios variados que Rita acumula no seu currículo Literário. E agora nesse mês Rita é uma das mulheres que recebe pelo seu trabalho a homenagem na Sessão Mulher que Faz e receberá o prêmio FEMME EN OR. O prêmio será entregue em maio 2019 em Genebra . Na foto Rita recebe o diploma de Menção Honrosa no 29° Concurso Internacional Gaya com o Poema Eflúvios d’alma Desnuda.

Destaque Literário no 28° Concurso Internacional Gya com o poema Eflúvios d’alma Desnuda.

Premiação Personalidade Gold. Premio m a i s importante de Pernambuco. O troféu foi entregue pela jornalista e escritora Maluma Marques em Pernambuco. Outros Prêmios Menção Honrosa - participação do 1°prêmio Marina Mariana de literatura. Laureada com a Medalha Mandacaru e o título de Embaixadora Cultural do Selo Editorial Enseada das Letras -Setembro 2018 Certificado de Participação da Caravana Cultural Cultive.

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Cultive News CASSIO CAVALCANTE

recebe o prêmio Personalidade Gold entre escritores, artistas empresários, jornalistas vindos de varias partes do Brasil.

Cassio Cavalcante entregando o certifica-

do de Embaixadora Cultural a MALU-

MA MARQUES jornalista e escri-

tora pernambucana que tem se dedicado à 25 anos a divulgar a cultura em Pernambuco

33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019 MALUMA MARQUES fundado-

ra, diretora e colunista social do Jornal Terra da Gente há 20 anos. Promotera de eventos sociais e autora dos livros Perfis de Vencedores que já está em sua 4ª edição.

Lançamento de livros concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livros inscrições abertas cultivelitterature@gmail.com

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Revue Cultive Criação por V I Guillemin Data da criação novembro/2016 Colaboradores diversos escritores, artistas plásticos, fotógrafos © CADA AUTOR DETÉM OS DIREITOS AUTORAIS SOBRE OS TEXTOS PUBLICADOS NESTE JORNAL © V. Guillemin detém os direitos autorais deste jornal Os textos são de autoria e responsabilidade do autor. capa : Luciana Imperiano Bodner © V Guillemin Revisão parcial do autor Revisão geral: V I Guilemin Diagramação: Luciana I Guillemin Editor executivo: Luciana Imperiano Editor chefe: Luciana Imperiano Imagens: ©Marc Guillemin alguma imagens cedidas pelos autores e imagens de utilisação gratuita Distribuição gratuita por meios virtuais Tema desta Edição: Noel Magazine Cultive ISSN 25 71-564X Site: https://www.cultive-org.com/ Revista: https://issuu.com/cultive

O pdf da Revue Cultive para impresssão encontra-se no site www.arts-imperiano.com

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Email:

cultivelitterature@gmail.com Telefone: 0041 79 616 37 93 Rue du pré- Jérôme 12 1205 Genève - Suisse

Próxima edição da REVUE CULTIVE : Janeiro/2019 Participação limitada Textosenviados são sujeitos a aprovação C CULTIVE 167 Revista Cultive || 03


V

Campanha da felicidade

Valquiria Imperiano

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