Espaço Farmacêutico - 04

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EF SINDFAR-SC E CRF-SC

sintonia imprescindível

Conhecer o passado, iluminar o presente e traçar o futuro.

E

m 1997, o CRF de Santa Catarina sofreu intervenção do CFF. A vontade dos farmacêuticos catarinenses expressa nas urnas foi desrespeitada e substituída por quatro anos de ostracismo e paralisia. As lutas pelo avanço da profissão e da saúde pública foram relegadas ao esquecimento. Até mesmo a fiscalização do exercício da profissão ficou prejudicada. Neste período, a junta interventora tentou rescindir o convênio entre o SindFar e o CRF/SC para homologação dos contratos de trabalho dos responsáveis técnicos pelo sindicato. Na prática, a medida liberava os patrões para estabelecerem regras conforme melhor lhe conviessem, sem precisar respeitar piso salarial ou direitos básicos dos trabalhadores farmacêuticos. Esse retrocesso apenas não ocorreu porque representantes legitimamente eleitos conselheiros não permitiram. Enquanto isso, a profissão farmacêutica atravessava encruzilhadas históricas e, à parte da apatia do CRF/SC, os farmacêuticos catarinenses garantiam sua contribuição fundamental em todos os embates através do seu sindicato. A partir da 11ª CNS, houve a convocação da I Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica em 2001, que veio a estabelecer as diretrizes fundamentais dessa política no país através de etapas municipais, estaduais com a participação de todos os segmentos. No mesmo ano, os estados brasileiros também elaboravam a política de farmacovigilância para a Conferência Nacional de Vigilância Sanitária. Entre as propostas defendidas, a não-normatização das drugstores.

órgão que fiscaliza o exercício da profissão e o que defende os direitos do trabalhador beneficia o farmacêutico. Promove suas lutas e as da saúde pública, faz evoluir a qualificação do ensino farmacêutico e valorizar a presença do profissional nas suas 74 áreas de atuação. O SindFar foi fundamental no resgate do CRF/SC como estrutura atuante na defesa da profissão farmacêutica e hoje colabora nas suas ações. 25 anos de reconstrução do SINDFAR Todos os dias, o Sindicato dos Farmacêuticos abre suas portas para ajudar o(a) trabalhador(a) farmacêutico(a). Nenhum contrato de trabalho é homologado sem que o sindicato fiscalize a jornada e o salário do profissional. Assim, apesar do salário do farmacêutico não ter alcançado o patamar que consideramos justo, o piso é respeitado em nosso estado - o que não é a realidade de muitos estados. Mas essa história nem sempre foi assim. Fundado em 1971, o SINDFAR praticamente deixou de existir no começo dos anos 80. Sem sede e com patrimônio dilapidado, o sindicato naufragava, e com ele, o maior instrumento de luta dos farmacêuticos catarinenses por melhorias nas condições salariais e de trabalho. Em 2010, o SindFar completou 25 anos dessa história de reconstrução. uma história que queremos convidá-lo a conhecer. Por que o passado também tem o poder de nos fazer lembrar que há um futuro por construir. Um futuro em que cada farmacêutico/a seja valorizado como trabalhador e como profissional. Um futuro que apenas podemos buscar juntos. A ruína

Brasil vivia sua 11ª Conferência Nacional de Saúde, edição que trouxe avanços importantes sob o foco da assistência farmacêutica. Determinou políticas como o fortalecimento das farmácias populares, o incentivo à utilização dos medicamentos genéricos e o investimento em práticas alternativas e medicamentos naturais.

Desafios locais também punham à prova a mobilização dos farmacêuticos. A abertura de cursos de Farmácia sem a qualificação exigida, a reformulação dos currículos dos cursos já existentes em Santa Catarina e a busca de garantias de presença do farmacêutico nos serviços municipais de saúde tiveram o SindFar na linha de frente em defesa da profissão e do trabalhador farmacêutico. Dez anos depois, nós, farmacêuticos catarinenses, enfrentamos obstáculos a caminho da valorização profissional, mas contamos com a sintonia do CRF/SC e do SindFar como aliados. A parceria entre o

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Na primeira metade da década de oitenta, o SINDFAR enfrentava sérias dificuldades. Não existia atuação política, função primordial de um sindicato. A má gestão dos recursos financeiros e a utilização da entidade para fins alheios à defesa da categoria dilapidaram o seu patrimônio. As enchentes que atingiram o Vale do Itajaí e marcaram a história do povo catarinense também ajudaram a escrever esse capítulo trágico da história do SINDFAR. Àquela época, o sindicato planejava um congresso em Blumenau quando a cidade foi destruída pelas chuvas. As dívidas geradas pelo evento adiado e a má gestão financeira foram o golpe fatal. Arruinado, o sindicato perdeu sua sede para credores. Sem


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