Livro Agenda Bahia 2012

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Tudo é plástico Peças que se encaixam como um grande jogo de montar. Leves e resistentes, capazes de durar por décadas. Bons isolantes térmicos, além de uma qualidade ainda mais sonora aos ouvidos: sustentáveis, já que ajudam a reduzir as emissões de gás carbônico (CO2). Disfarçados na composição de alguns produtos tão comuns no cotidiano sob nomes complicados como polietileno, policloreto e polipropileno, os plásticos têm sido empregados em substituição a materiais fabricados com ferro e aço, por exemplo. Nessa lista estão bueiros, carrinhos de supermercado, peças de automóveis, botijões de gás e contêineres. Até casas inteiras, que dispensam os compostos tradicionais, são feitas de plástico. Ao listar algumas das características das resinas plásticas, como o famoso PVC, fica fácil entender o porquê delas terem se tornado o kit salvação da construção civil. Graças à versatilidade e durabilidade, o material virou coringa e deixou de ser exclusividade da parte hidráulica. Antes restrito a eficiente, porém, escondida tarefa de ligar tubos, conexões e outras tantas funções no interior de paredes, o PVC passou a fazer parte da estrutura visível de casas e apartamentos. Hoje, portas, janelas, forros e por último as telhas de PVC viraram itens tão comuns em construções quanto pisos e revestimentos. “O grande benefício do PVC na construção civil é a produtividade. Com a utilização dos kits prontos, é possível construir uma casa inteira reduzindo o prazo em mais de 30 dias. Isso é importantíssimo se você considerar o déficit de mão de obra e o custo de uma obra”, explica Marcelo Cerqueira, vice-presidente da Unidade de Vinílicos da Braskem. “Esse é um trabalho de inovação muito forte, realizado em parceria com empresas clientes, sempre tentando estar à frente do que está sendo pensado no mundo”, explica. Porém, em tempos de Economia Verde, não basta ser talentoso se não tiver jeito para bom moço. E nisso, o PVC prova que é capaz. Utilizado como material substituto a produtos tradicionais, o plástico reduz o impacto ambiental de uma construção. Por conta da facilidade de se trabalhar com o PVC, os desperdícios são reduzidos a 0% se comparado a outros materiais. “As telhas, por exemplo, não quebram, são mais leves, é fácil de manusear e de transportar”, diz.

Minha Casa, Minha Vida A ideia é replicar a casa modelo também em unidades que se enquadrem no programa Minha Casa Minha Vida. O primeiro passo já foi dado. A Caixa Econômica autorizou a construção de mil casas de PVC no programa em novembro do ano passado. “A expectativa é que aumente a demanda pelo PVC com a Copa do Mundo de 2014 e as grandes obras de saneamento realizadas em todo o país”, explica Marcelo Cerqueira.

pela petroquímica, com o apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, uma unidade da nova casa foi apresentada. O imóvel funciona como um prédio anexo do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em Monte Serrat, na Cidade Baixa. As novas casas têm as paredes de PVC e o interior preenchido por concreto. Tão seguras quanto qualquer outra construção convencional, a Casa de Concreto PVC tem como vantagem o isolamento acústico e térmico, dispensa pinturas, podendo até ser lavada, não tem risco de ser alvo de cupins e mofo, e ainda reduz o gasto de energia, porque não conduz o calor tão fácil como outros materiais. As unidades, de alto padrão de qualidade, são destinadas às classes C, D e E. “Elas podem receber cobertura e ter até quatro andares”, garante Cerqueira. A tecnologia permite construir em menor tempo edificações inteiras, não apenas casas, mas também escolas, hospitais e outra infinidade de prédios públicos. Além da redução de perdas por entulhos e de materiais, as casas construídas com PVC têm redução no gasto de energia e consumo de água na obra. Por ser um bom isolante na condução de temperatura, o PVC ainda reduz o consumo de energia, tanto nos dias de calor quanto nos de frio. O PVC ainda garante um ciclo de vida inteiramente reciclável. Por conta do aumento da demanda, a Braskem inaugurou em agosto nova planta de PVC em Alagoas. O investimento, de R$ 1 bilhão, é o maior já feito em um único projeto desde a fundação da empresa, em 2002. Com capacidade produtiva de 200 mil toneladas anuais de PVC, a planta consolida a liderança do Brasil na produção dessa resina na América Latina. “Hoje, temos um centro de tecnologia e informação que está atento ao que de mais moderno está sendo produzido no mundo, e trabalhamos para ficarmos à frente disso”, revela. O coordenador de Meio Ambiente da Braskem, Luiz Carlos Xavier da Silva, explica que o plástico tem passado por uma mudança na forma como é usado na sociedade. “Antes, o plástico era utilizado em produtos que tinham um ciclo de vida curto. Porém, o que se tem percebido é que o uso do plástico deve valorizar aquela que é uma de suas maiores qualidades: a durabilidade. Então, temos de utilizá-lo para fazer aquilo que a gente quer que dure por muito tempo”, defende.

Responsável por aproximadamente 50% do mercado nacional de resinas plásticas, com 35 unidades industriais, entre elas na Bahia, a Braskem mira voos ainda maiores para o plástico. Em novembro do ano passado, a Braskem lançou, em parceria com a Global Housing e a DuPont, projeto de casas inteiras construídas de concreto PVC. No projeto, lançado em 2011

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