SAP NOW 2021

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14 e 15 de setembro de 2021 • Evento 100% online

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Empresa inteligente: digital, ética e inovadora com sustentabilidade

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EDITORIAL

Sustentabilidade, ética e resiliência AO COMPLETAR 26 anos de atividades no Brasil, a SAP enfatiza que sustentabilidade não é apenas uma palavra da moda. Na prática, apoia a longevidade do negócio. Este foi o grande mote do SAP NOW 2021: mostrar que uma empresa sustentável faz bem à sociedade e ao planeta, além de atrair mais negócios e clientes. O SAP NOW 2021 foi uma reinvenção desse evento tradicional da companhia, porque foi 100% pensado para ser digital, em função da pandemia. Em linha com a visão da SAP de unir empresas inteligentes e sustentáveis com a rede de negócios, o SAP NOW 2021 aprofundou a discussão e o conhecimento sobre o que é ser digital, o que é ser uma organização ética, diversa e inovadora. Habilitar uma agenda ESG não é apenas um bom discurso. É absolutamente central para nós, como fornecedores, e para os nossos clientes. A sustentabilidade permeia absolutamente tudo o que fazemos no mundo corporativo e no âmbito pessoal. Posso assegurar que a SAP – e claro, a SAP Brasil – quer ser um exemplo e ajudar os seus clientes a viverem os valores da sustentabilidade. Fazer um mundo melhor é crítico para que sobrevivamos. A tecnologia sozinha não realiza. Somos nós, pessoas, que fazemos acontecer. No ambiente empresarial, a transformação digital, acelerada com a pandemia, exige experiência, conexão com o ecossistema e as melhores práticas de gestão. Compartilhar dados e inteligência de negócio são missões que se impõem. Pessoalmente, comemoro meu primeiro ano como presidente da SAP Brasil. É um orgulho estar à frente de um time tão dedicado a fazer acontecer a diversidade, a inclusão e atuar por um mundo mais sustentável. Esta edição da revista é um compilado do que aconteceu no SAP NOW 2021. E já arregaçamos as mangas para fazer o SAP NOW 2022! Até lá!

ADRIANA AROULHO Presidente da SAP Brasil


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Empresas serão cada vez mais inteligentes e sustentáveis

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Tecnologia é pilar dos negócios

Trazer o tripé de ESG – ambiente, social e governança – para o centro da estratégia de negócios não é uma opção. É uma questão de sobrevivência não apenas das companhias, mas também do planeta.

Empreendedores, startups e empresas com vocação global são semelhantes na hora de adotar soluções SAP para conduzir seus projetos e também na valorização do capital humano.

Petlove: inovação como base do crescimento Ebanx: foco no mercado global CTG Brasil: preparada para a explosão de clientes Votorantim: governança é peça-chave

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Sustentabilidade está no centro da estratégia empresarial A SAP está em sua própria jornada de sustentabilidade, cumprindo compromissos declarados publicamente e clientes como a Natura &Co e a Raízen também se comprometeram com a questão em seus negócios.

SAP Brasil publica seu primeiro relatório de sustentabilidade

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Planeta melhor é responsabilidade de cada um de nós

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Diversidade e inclusão também fazem um mundo melhor

Iniciativas individuais se somam e fazem diferença. Mas além das empresas é preciso que governo e consumidores deem sua contribuição.

Contribuir para um planeta melhor passa também por fomentar projetos de inclusão e diversidade. E, nas empresas, para que esse tipo de iniciativa dê resultados, é preciso contar com um “padrinho”.

www.agenciasapnow.com.br

Ana Paula Lobo

Luciana Coen

analobo@convergenciadigital.com.br

Diretora de Comunicação e Responsabilidade Social Corporativa

bia.alvim@pebcomunicacao.com

Bia Alvim

luciana.coen@sap.com

Pedro Costa

Wallace Faria

pedro@convergenciadigital.com.br

Gerente de Comunicação e Responsabilidade Social Corporativa wallace.faria@sap.com

Reportagem

Roberta Prescott Solange Calvo Suzana Liskauskas

Fernanda Angelo Fabio Barros


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Empresas serão cada vez mais inteligentes e sustentáveis Trazer o tripé de ESG – ambiente, social e governança – para o centro da estratégia de negócios não é uma opção. É uma questão de sobrevivência não apenas das companhias, mas também do planeta. DECORRIDO um ano e meio do início da pandemia da Covid-19, constata-se que no ambiente dos negócios as empresas resilientes e aquelas que já tinham adotado a digitalização foram as que melhor se adaptaram às mudanças. Com esta tônica, Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, abriu o SAP NOW 2021, que pelo segundo ano consecutivo foi realizado de forma online. Ao falar sobre as inspirações da nova cultura digital no século 21, Aroulho destacou como um mundo marcado por mudanças ambientais extremas e pela pandemia está sendo igualmente pontuado por iniciativas sociais que visam mais diversidade, inclusão e igualdade de oportunidades. E todos esses temas foram tratados no SAP NOW deste ano. A importância de as empresas serem inteligentes e sustentáveis foi a tônica da 26ª edição do evento, que aprofundou a discussão e o conhecimento acerca da oferta RISE with SAP, de transformação de negócios como serviço. “O que é uma empresa inteligente? Para a SAP, é digital, ética, diversa, inovadora e que cresce com sustentabilidade”, enfatizou Aroulho. Atuar de maneira sustentável e trazer o tripé de ESG – ambiente, social e governança – para o centro da estratégia de negócios não é uma opção. É uma questão de sobrevivência não apenas das companhias, mas também do planeta. “O desenvolvimento sustentável é estratégia, e não modismo ou algo opcional. Hoje, quando falamos de sustentabilidade, não nos referimos apenas à responsabilidade ambiental, mas também à compatibilidade das demandas regulatórias e às normas de compliance, que exigem, cada vez mais, uma governança

robusta e correta. Falamos também em manter uma cadeia de suprimentos alinhada com essas mesmas demandas”, frisou Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, ao abrir o segundo dia do SAP NOW 2021. O cenário atual requer empresas e líderes duplamente inteligentes, aplicando tecnologias avançadas e processos práticos para tornar os negócios mais ágeis, integrados e resilientes. Com isso, podem alcançar melhores resultados, mesmo em ambientes adversos. “Ao mesmo tempo, essas empresas devem ser inteligentes na forma como aplicam as estratégias de

“O que é uma empresa inteligente? Para a SAP, é digital, ética, diversa, inovadora e que cresce com sustentabilidade.” ADRIANA AROULHO Presidente da SAP Brasil


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desenvolvimento sustentável. É por isso que decidi adotar a sigla smart, acrônimo, em inglês, para cinco pilares: específica, mensurável, factível, realista e oportuna. O que significa ser smart? É ter uma estratégia de sustentabilidade que deve ser específica para o segmento e o momento de sua empresa; e isso não é igual para todos”, explicou. Na SAP, ESG está sendo endereçado em três frentes: como habilitadora no desenvolvimento de soluções que permitam a seus clientes atuar de forma mais sustentável, na cocriação de projetos de inovação, e, internamente, desenvolvendo e criando processos internos para ser mais sustentável e, assim, ser um exemplo do que prega. Em junho, a companhia lançou três recursos para que as empresas possam desenvolver e monitorar políticas de sustentabilidade em seus negócios: um voltado para o rastreio da pegada de carbono no processo produtivo; outro que mapeia as escolhas sustentáveis de design no ciclo de produtos e o SAP Sustainability Control Tower, para monitoramento e estabelecimento de métricas de ESG nas empresas.

“O desenvolvimento sustentável é estratégia, e não modismo ou algo opcional.” CRISTINA PALMAKA Presidente da SAP América Latina e Caribe

Uma rede para a sustentabilidade O SAP NOW 2021 também marcou o lançamento do SAP Business Network, uma rede que irá conectar 5,5 milhões de empresas em todo o mundo por meio de um portfólio de aplicações para promover a sustentabilidade. O objetivo é ser a maior rede global de negócios, reunindo as redes de logística e de gestão inteligente Ariba Network com as redes SAP Logistics Business Network e SAP Asset Intelligence Network. De acordo com Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, várias organizações já estão se beneficiando por serem membros desta comunidade. “É o caso da Google que, com o SAP Ariba, conecta seus fornecedores dos cinco continentes através da nuvem. E, junto com a Qualtrics, nossa plataforma de gestão de experiência, fecha um ciclo contínuo de feedback, tornando as transações e relações mais fáceis”, detalhou. Aroulho enfatizou que as melhores práticas de milhares de empresas podem tornar o negócio mais ágil. “Estamos em um movimento hiperacelerado de transformação digital. Temos poder computacional quase ilimitado e podemos nos comunicar de qualquer lugar o tempo todo. Seguimos juntos na trilha de transformação para nos tornarmos mais inteligentes, diversos e sustentáveis.”


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Tecnologia é pilar dos negócios Empreendedores, startups e empresas com vocação global são semelhantes na hora de adotar soluções SAP para conduzir seus projetos e também na valorização do capital humano. A TECNOLOGIA é vital para apoiar o crescimento dos negócios, modernizar processos e avançar em inovações. Foi o que defenderam os executivos que participaram do painel “Vulnerabilidade no mundo dos negócios: o ser humano na base da estratégia”. Marcelo Noll, cofundador da Labi Exames e Geraldo Rufino, fundador da JR Diesel, acompanhados por Rui Botelho, COO da SAP Brasil, mostraram que é preciso atitude, pessoas e tecnologia para concretizar o sonho de construir um negócio inovador que faça a diferença não somente na vida de quem empreende, mas especialmente nas de outras pessoas. Os empreendedores apontaram a humanização e a participação social como pontos essenciais para o sucesso dos negócios. Esses sentimentos mobilizaram Noll, aos 52 anos, a estancar a carreira executiva para criar a Labi Exames, porque queria impactar o setor de saúde, proporcionando acesso a exames à população de baixa renda. “Tenho filhos com diabetes, que é uma doença silenciosa, sem sintomas. É preciso realizar exames para se prevenir de perder a visão, passar por amputações quando se descobre tardiamente. Por que não democratizar esse exame?”, relatou Noll sobre uma das suas motivações. O laboratório, que fazia atendimento manual, ao lançar o teste para Covid-19 em abril, de um dia para o outro viu a demanda registrar 1,5 mil pessoas interessadas em fazê-lo. “A tecnologia teve de atuar e então foi necessária uma rápida implementação de uma ferramenta para

“Tecnologia é essencial para o nosso bom atendimento.” MARCELO NOLL Cofundador da Labi Exames

autoagendamento. Tecnologia é essencial para o nosso bom atendimento”, contou Marcelo Noll. Não por acaso, a Labi Exames foi selecionada duas vezes como uma das dez principais healthtechs do Brasil e duas vezes entre as 100 Startups to Watch, ranking das startups mais promissoras do Brasil, realizado pela consultoria EloGroup e pelas revistas Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios. A determinação do menino que começou a empreender aos oito anos de idade, depois de ter perdido a mãe, sua mentora, marcou o início da jornada de Geraldo Rufino. Criado na favela do Sapé, em São Paulo, foi catador


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“A tecnologia vem para evoluir, ampliar a quantidade de empregos, até porque existe a falsa crença de que a tecnologia vai substituir pessoas.” GERALDO RUFINO Fundador da JR Diesel

“Temos orgulho de participar da história de vários empreendedores.” RUI BOTELHO COO da SAP Brasil

de latinhas e se tornou fundador da JR Diesel, a maior empresa da América Latina em desmontagem de caminhões e venda de peças de reposição. Também escritor e professor da PUC-SP, ele afirmou que o verdadeiro valor do negócio está nas pessoas. “Empreender é uma atitude, é querer produzir e fazer a diferença na vida das pessoas; aprendi com a minha mãe que é, acima de tudo, querer servir e atender ao outro. Meu primeiro emprego aos oito anos garantia colocar em casa pão com manteiga e café com leite”, contou. Rufino reforçou várias vezes que para empreender não é necessário ter CNPJ próprio, é preciso assumir a empresa como se você fosse o dono. “Cresci empreendendo com o CNPJ de outra pessoa, de alguma empresa. Porque é uma questão de comportamento. Quando criei a minha, formei um time de empreendedores e passei a cuidar deles e então eles passaram a cuidar da empresa e a fazerem melhor do que eu.” “É assim como o Rui, que fala da SAP como se fosse dono, das realizações. É como se fosse a empresa dele”, referindo-se ao COO da SAP, que acrescentou: “Temos aqui um programa de empreendedorismo interno e tem atitude, até porque empreender não é uma ação solitária. É pura colaboração, um ajudando o outro, este é o nosso mantra, e temos orgulho de participar da história de vários empreendedores. Temos 400 mil clientes hoje, mas começamos pequenos.” O fundador da JR Diesel disse ter apostado sempre na tecnologia para multiplicar as oportunidades para os negócios e para as pessoas. “A tecnologia vem para evoluir, ampliar a quantidade de empregos, até porque existe a falsa crença de que a tecnologia vai substituir pessoas. Está errado”, sentenciou. Para Rui Botelho, um dos efeitos positivos do cenário pandêmico foi a aceleração do digital, uso de nuvem, que democratizou o uso da tecnologia, habilitando recursos de ponta para empresas de variados portes, tornando-as mais competitivas. “Somos muito procurados para ajudar nessa jornada de evolução”, afirmou o executivo da SAP.


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Petlove: inovação como base do crescimento A PETLOVE, maior petshop online do Brasil, cresceu 200 vezes nos últimos dez anos. A empresa, que lançou o e-commerce de produtos pet em 1999, tem a tecnologia como seu cerne e desenvolveu todo o seu ecossistema internamente. “Temos equipe de desenvolvedores, cientistas de dados e especialistas em produto. A tecnologia é a razão da companhia”, disse Marcio Waldman, CEO da Petlove, em conversa com Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil. Vinda de uma cultura de construir os sistemas dentro de casa, a Petlove se viu diante da necessidade de contar com um sistema de gestão mais robusto. “Construímos internamente muito o que o cliente enxerga e um pouco de back office, voltado à operação. Temos um sistema operacional para nossos centros de distribuição, mas nunca tínhamos tido um sistema de gestão parrudo igual ao SAP”, explicou Waldman. “A Petlove optou pela RISE with SAP. As soluções SAP vêm fornecendo aos clientes formas inteligentes de vencer em um cenário de alta competitividade e de preocupação com a saúde e bem-estar dos colaboradores”, disse Adriana Aroulho. Como todos os projetos na Petlove, a implantação do ERP também recebeu o nome de um animal. O projeto foi batizado de Falco, segundo o CEO, porque vai levar a empresa a voos mais altos. Indo além do ERP, Petlove e SAP também estão alinhadas no sentido de contribuir com a sociedade, de buscar transformação para se ter um mundo melhor. “Temos várias frentes. Estamos desenvolvendo tecnologia para facilitar a adoção de pets e evitar abandono e reabandono”, contou. Outro projeto é uma plataforma white label que a Petlove

“A pegada sustentável ESG veio para ficar.” MARCIO WALDMAN CEO da Petlove disponibiliza para que ONGs e profissionais consigam ter faturamento. A empresa, disse o CEO, também doa mensalmente produtos que tenham alguma avaria, mas que, apesar de estarem em bom estado, não podem ser comercializados. “A pegada sustentável ESG veio para ficar. Vimos como é tênue a linha de estar tudo bem e estar com um problema muito sério no planeta, e acho que as empresas cada vez mais vão se preocupar com a pegada ESG”, completou o CEO. Durante a pandemia, principalmente, no início, os veterinários enfrentaram a queda de visitas às clínicas. Olhando para essa necessidade, a Petlove criou o projeto Arca de Noé. “Hoje, qualquer pet shop, clínica veterinária, hospital ou veterinário autônomo consegue criar um e-commerce em cinco minutos, ser parceiro da Petlove e começar a vender online”, detalhou. Com relação às perspectivas do póspandemia, Marcio Waldman disse que as restrições instituídas para conter a Covid-19 mudaram alguns comportamentos. “Na questão das vendas, percebemos um crescimento muito grande da migração do offline para online; é uma tendência que não volta mais”, enfatizou.


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Ebanx: foco no mercado global RECONHECIDO como um desbravador do setor de meios de pagamentos, por desenvolver tecnologia para mediar transações na América Latina para empresas globais, como Airbnb, Amazon, AliExpress, Shopee, Spotify e Uber, o unicórnio brasileiro Ebanx é um dos mais novos integrantes do ecossistema SAP. Alexandre Dinkelmann, CFO do Ebanx, afirmou, em conversa com Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, que a escolha pela SAP faz parte da estratégia de expansão global da empresa. Com essa perspectiva, em uma etapa posterior à consolidação ainda maior na América Latina, contar com um parceiro de tecnologia mundial é fundamental, segundo ele. Aproximadamente 70 milhões de consumidores latino-americanos utilizam a plataforma do Ebanx. A atuação da SAP em vários casos de sucesso na área financeira e com fintechs chamou a atenção do Ebanx. “Tínhamos uma decisão importante a ser tomada, operamos com resultados concretos, e o envolvimento da SAP foi muito profundo durante as discussões para trabalharmos juntos. Foi de corpo e alma. Agora sonhamos em ser um case, em que o Ebanx será o fornecedor de aprendizado para outros clientes”, afirmou Dinkelmann. O Ebanx enxerga na parceria com a SAP uma oportunidade de oferecer mais segurança e agilidade para a gestão, que foca no mercado global. Um dos primeiros grandes passos para isso foi anunciado em junho deste ano, quando o Ebanx recebeu um aporte de US$ 430 milhões da Advent International, gestora de private equity. Essa injeção de capital e ânimo na fintech, criada em 2012, reforçou os planos de expansão na América Latina. “Acreditamos muito em ganhar músculos na América Latina e, numa questão de tempo, olharmos mais áreas.

Apostamos num conceito de expansão a partir de uma posição de força. Temos muito ainda para tirar da América Latina antes de fazer uma expansão global”, disse Dinkelmann. Ainda com relação à parceria com a SAP, a meta do Ebanx, segundo o CFO da empresa, é aproveitar ao máximo todo o conhecimento que poderá ser adquirido e “usar o investimento em tecnologia para apoiar o capital humano na sua jornada de inteligência e criatividade.” “O poder transformacional da tecnologia é ilimitado. Toda essa automação ajuda a liberar o capital humano para ter grandes ideias. É a tecnologia humanizada. Essa é a beleza da automação”, afirmou Adriana. Para o CFO do Ebanx, a meta é “aprender com a SAP como podemos nos tornar a melhor empresa global no setor em que atuamos.”

“[Vamos] usar o investimento em tecnologia para apoiar o capital humano na sua jornada de inteligência e criatividade.” ALEXANDRE DINKELMANN CFO do Ebanx


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CTG Brasil: preparada para a explosão de clientes A IMPLANTAÇÃO do SAP S/4HANA na CTG Brasil, uma das líderes da geração de energia 100% limpa, é o principal projeto de tecnologia no grupo mundial de desenvolvimento e operação de usinas hidrelétricas e parques eólicos de grande escala. A companhia acabou de fazer o go live, e o próximo passo é levar parte do time do Brasil para a China para preparar o time de lá para a implantação global do S/4HANA. Em conversa com Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, o vice-presidente corporativo da CTG Brasil, José Renato Domingues, contou como a subsidiária brasileira está se preparando para a explosão de clientes livres, aqueles que podem comprar diretamente com agentes geradores e comercializadores, sem ficarem restritos a concessionárias. “O mercado de energia não está só se sofisticando do ponto de vista de transações digitais, mas vai se abrir muito mais”, disse Domingues. “Hoje, temos por volta de mil clientes livres que compram energia no Brasil e a expectativa é que em 12, 18 meses tenhamos 100 mil. De mil para 100 mil, a forma de comercializar ou transacionar energia será diferente”, enfatizou. O segundo passo, depois da etapa dos 100 mil, é o mercado chegar a algumas dezenas de milhões de clientes livres. Com esse cenário, ressaltou Domingues, o jogo passa a ser quase 100% digital. “Muito do que temos de expectativa e que foi parte da nossa decisão de caminhar para o SAP, de montar infraestrutura toda digital agora, é para nos prepararmos para este mundo digital. E ele não é só interno, não é só sistema de gestão,

ele é interativo com cliente, fornecedor, com o mercado de forma geral”, explicou. A adoção do sistema de gestão SAP S/4HANA no Brasil ocorreu durante a pandemia da Covid-19, com o kick off do projeto sendo feito de forma totalmente remota. A partir do Brasil, o projeto vai ser base para implantações no grupo, começando pela CTG International em Hong Kong e depois na sede da China Three Gorges Corporation (CTG), em Pequim. Sobre as práticas de sustentabilidade, José Renato Domingues ressaltou que a empresa é muito grande para não ter esta preocupação. Para exemplificar, disse que a soma das bordas de reservatório e de rios que estão sob a responsabilidade da CTG chega a 8.350 quilômetros, o equivalente à costa brasileira. No âmbito social, a companhia está engajada para envolver as comunidades em volta de onde tem presença, como reservatórios que são grandes atrativos turísticos.

“O mundo digital não é só sistema de gestão, ele é interativo com cliente, fornecedor, com o mercado.” JOSÉ RENATO DOMINGUES Vice-presidente corporativo da CTG Brasil


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Votorantim: governança é peça-chave FUNDADA HÁ 103 anos, em São Paulo, a Votorantim S.A, presente hoje em 19 países e com cerca de 40 mil colaboradores, aprendeu a lidar com vários tipos de crise ao longo de sua história. Apesar de ter nascido no ano da pandemia da gripe espanhola, o grupo, como empresas em todo o mundo, viu-se diante de um imenso desafio no início de 2020. “O novo aprendizado é que podemos operar com muito mais flexibilidade, podemos nos adaptar muito rapidamente”, disse João Schmidt, presidente da Votorantim S.A. Schmidt contou a Scott Russell, membro do Conselho Executivo da SAP, que é muito interessante assistir à transformação digital acelerada, combinada à ênfase no capital humano. Parceiro da SAP há duas décadas, o grupo Votorantim mantém a plataforma da SAP em dez países, com cerca de dez mil usuários. “A pandemia foi um teste de colisão para o nosso modelo, que hoje é muito mais descentralizado. As necessidades das empresas estão evoluindo em diversas formas, de maneiras diferentes, dependendo de onde operam. Precisamos ver que tipo de impacto a tecnologia tem sobre elas, desde indústrias de base até nossos negócios mais centrados no cliente”, detalhou Schmidt. Parte da tecnologia da informação ainda é gerenciada em um centro de excelência, mas há, segundo o presidente, uma reflexão importante sobre quais serão os próximos passos para otimizar o ecossistema e ao mesmo tempo permitir especificidade e individualidade. Falando sobre a pandemia, Schmidt não teve problemas em admitir que não imaginava o grupo preparado, no início de 2020, para migrar todos os colaboradores para home office em apenas uma semana. O desafio comprovou que o grupo Votorantim está preparado para lidar com

“A resiliência vem não apenas da nossa base de ativos, mas especialmente de nosso pessoal, que mostrou abertura para abraçar a tecnologia.” JOÃO SCHMIDT Presidente da Votorantim

mais flexibilidade, mas o mais relevante nesse processo, na visão de Schmidt, é a resiliência. “O mais importante é que essa resiliência vem não apenas da nossa base de ativos, mas especialmente de nosso pessoal, que mostrou abertura para abraçar a tecnologia. Isso foi algo que vivemos e foi muito poderoso. Gosto das mudanças que estamos vivenciando. O trabalho híbrido, por exemplo, nos permitirá ser mais flexíveis e produtivos.” Como a SAP, o grupo Votorantim reforçou seu compromisso ambiental e social durante a pandemia. Não à toa a parceria tem se tornado cada vez mais sólida. Schmidt destacou as ações do Instituto Votorantim para reforçar as questões sanitárias nas localidades em que o grupo atua e o apoio aos governos locais.


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Sustentabilidade está no centro da estratégia empresarial A SUSTENTABILIDADE está no centro do que a SAP faz hoje. “As soluções SAP estão gerenciando os dados econômicos, sociais e ambientais de missão crítica, abrangendo empresas e organizações. E isso nos dá uma oportunidade única de entender o que está acontecendo dentro de nossa própria empresa e de nossos clientes para nos ajudar a melhorarmos nossos processos de negócios, nos adaptarmos e crescermos de forma sustentável”, destacou Julia White, diretora de Marketing e Soluções da SAP e membro do Conselho Executivo da companhia. White ressaltou a responsabilidade de todos os que compartilham o planeta de trabalhar coletivamente para um futuro sustentável e acrescentou que isso também cria oportunidades de negócios significativas, lembrando que investidores financeiros estão cada vez mais em busca de governança, responsabilidade ambiental e responsabilidade social, tripé conhecido pela sigla ESG. “No ano passado, o número de fundos de investimento de sustentabilidade aumentou quase 50%, com um número recorde deles”, assinalou. Ao trabalhar junto com clientes em sustentabilidade por mais de uma década, a SAP identificou iniciativas que podem gerar maior impacto na organização. Entre elas,

reduzir o desperdício de material e a pegada de carbono, garantir a diversidade e inclusão na cadeia de valor e mitigar os riscos para cumprir as regulamentações. A própria SAP também está em sua jornada de sustentabilidade, cumprindo compromissos declarados publicamente. A jornada começou há mais de uma década, em 2009. “Consideramos que desempenhamos dois papéis importantes no que diz respeito à sustentabilidade. Ser um exemplo de sustentabilidade e ser um facilitador da sustentabilidade”, disse. Segundo ela, a SAP acelerou a meta de se tornar neutra em carbono em suas próprias operações até 2023, dois anos antes do previsto. A companhia também está trabalhando na eliminação de plásticos de uso único em todas as operações e pretende direcionar 5% dos gastos com compras endereçáveis para empresas sociais e fornecedores diversos até 2025.

“A SAP desempenha dois papéis importantes no que diz respeito à sustentabilidade. Ser um exemplo de sustentabilidade e ser um facilitador da sustentabilidade.” JULIA WHITE Diretora de Marketing e Soluções e membro do Conselho Executivo da SAP


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“Quanto mais diversas e representadas forem as organizações, melhor será o que elas poderão criar, produzir e entregar para a sociedade.” ROBERTO MARQUES CEO da Natura &Co

NATURA &CO APOSTA NA COLABORAÇÃO “Sabemos que grande parte das emissões é indireta, vem da cadeia de suprimentos nas frentes de embalagem, ingredientes e transporte. Para chegar aos objetivos vamos precisar trabalhar com nossos parceiros. Ao trabalhar de maneira colaborativa, aceleramos o processo de inovação em toda a cadeia”, afirmou Roberto Marques, CEO da Natura &Co, em conversa com Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, e Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, no painel “Como o mundo pode ser mais bonito”. A Natura &Co estabeleceu o plano Compromisso com a vida 2030, em que determinou 31 KPIs (indicadores-chave de desempenho, na sigla em inglês) em pilares distintos para enfrentar a crise climática, proteger a Amazônia e ser mais humana como sociedade, entre outros. Uma das metas do plano é tornar-se uma empresa de emissões líquidas zero até 2030. Quanto aos compromissos sociais, a Natura &Co estabeleceu a meta de contar com mulheres em 50% dos cargos gerenciais e executivos. “Estamos muito próximos dessa marca e devemos alcançá-la antes de 2023”, celebrou Marques. Cristina Palmaka concordou. “A gente precisa, no final, colocar metas e ambições. A SAP também tem a meta de alcançar a mesma quantidade de homens e mulheres na empresa até 2022, sendo 30% delas em cargos de liderança. Estamos bem próximos

disso. Já somos 28% de mulheres em cargos de liderança e estamos caminhando para 38% no gender parity“, afirmou. No mesmo pilar, de acordo com Marques, o grupo Natura &Co busca aumentar para pelo menos 30% a presença de membros de populações subrepresentadas em cargos gerenciais e executivos em suas principais geografias. Um dos caminhos encontrados para tanto foi a modernização nos processos de recrutamento. “Quanto mais diversas e representadas forem as organizações, melhor será o que elas poderão criar, produzir e entregar para a sociedade.” Marques destacou ainda que a Natura sempre teve em seu DNA a sustentabilidade, o bem-estar dos indivíduos e a relação harmônica com o planeta. E ressaltou que isso se manteve com a série de aquisições que a companhia realizou nos últimos anos. “As empresas estão em estágios diferentes, com propósitos diferentes, mas todas com a visão de que precisam servir ao mundo além do retorno aos acionistas”, disse Marques. Com relação ao papel da tecnologia nesses processos, o CEO afirmou que ela permeia e habilita as ações de sustentabilidade, impacto social e produtividade da Natura &Co. Um exemplo, segundo ele, é a evolução da venda por relação, também conhecida como venda porta-a-porta. “Hoje a consultora usa inteligência artificial, redes sociais e outras tecnologias para identificar clientes em seu espaço geográfico e ampliar isso de forma exponencial, permitindo muito mais eficiência.


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“A tecnologia é um habilitador para a gestão de sustentabilidade. Você tem o compromisso com o resultado, mas um resultado com mais sustentabilidade.” PEDRO LEAL NOCE Head de Digital e Inovação da Raízen

A tecnologia é uma grande aliada para que as relações se deem de forma mais customizada, ágil e eficiente”, analisou. RAÍZEN TEM FOCO EM ESG E INOVAÇÃO Quando a área de digital e inovação da Raízen olha para novas tecnologias, busca melhorar a eficiência para o dia a dia da companhia e em linha com as melhores práticas ESG. “Nosso lema é do campo ao posto e enxergamos essas possibilidades em todos os nossos pilares”, afirmou o head de Digital e Inovação da Raízen, Pedro Leal Noce, citando o exemplo do uso de inteligência artificial em processos como o acompanhamento do crescimento da cana-de-açúcar ou o controle de ervas daninhas. “Se não utilizarmos a tecnologia para trazer essa eficiência, não conseguiremos ser competitivos. Para nós, transformação digital é trazer a tecnologia para o dia a dia da empresa”, disse.

A Raízen vem apostando na busca de conexões com startups cujas soluções possam ser agregadas aos processos de negócios. Essas soluções são levadas para dentro da Raízen, permitindo que a empresa mantenha seu foco no processo de transformação digital. “A transformação invariavelmente traz eficiência, ganhos operacionais e melhora nossas métricas de ESG”, afirmou. Nesta linha, o head de Cloud da SAP para a América Latina e Caribe (LAC), Alexandre P. da Silva, reiterou que a função da SAP não é apenas ajudar seus clientes a sobreviver, mas também a prosperar. E a busca da inovação é parte dessa missão. Para o diretor de CS&P da Intel Brasil, Américo Tomé, a nuvem tem sido fator fundamental na busca por inovação e por mais sustentabilidade. “Sustentabilidade é uma questão importante para a Intel; e ela tem sido habilitada por muita inovação e tecnologia”, disse. A nuvem, destacou Noce, é

“Sustentabilidade é uma questão importante para a Intel; e ela tem sido habilitada por muita inovação e tecnologia.” AMÉRICO TOMÉ Diretor de CS&P da Intel Brasil


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o que tem permitido a proximidade da Raízen com as startups. “Quando usamos soluções de startups, estou trazendo soluções em cloud para a Raízen. Já fizemos mais de 70 pilotos e em todos são soluções que estão rodando em cloud”, detalhou Noce. Ele explicou que a Raízen também tem seus próprios desenvolvimentos em nuvem, que têm como grande benefício a disponibilidade e a flexibilidade para suportar crescimento sem necessidade de mobilização e investimento em parques tradicionais. Para Noce, a tecnologia tem sido uma

alavanca importante para os compromissos de sustentabilidade da companhia. Ele destacou que, quando a Raízen melhora a produtividade no campo, está reduzindo o uso de defensivos agrícolas; quando ela otimiza o uso de equipamentos, está reduzindo o consumo de combustível. “A tecnologia é um habilitador para a gestão de sustentabilidade. Você tem o compromisso com o resultado, mas um resultado com mais sustentabilidade. Acreditamos muito nessa agenda, que traz resultados extremamente positivos para a Raízen”, concluiu o head de Digital e Inovação da empresa.

SAP Brasil publica seu primeiro relatório de sustentabilidade

operações aos clientes. A sigla ESG – environment, social and governance – tem conquistado cada vez mais espaço no mundo corporativo, tornandose condição para que a companhia seja percebida como sustentável. A adoção de uma agenda estratégica é crucial para que toda a cadeia de valor e os stakeholders da organização possam convergir suas práticas de forma a contribuir com o desenvolvimento sustentável. Para a SAP Brasil, sustentabilidade é a criação de valor social, ambiental e econômico para o sucesso comercial no longo prazo e o desenvolvimento global responsável. O objetivo é passar de uma estratégia de sustentabilidade isolada para uma estratégia corporativa sustentável. “A sustentabilidade permeia tudo o que fazemos. Queremos ser exemplo e ajudar os nossos clientes a também viverem estes valores”, afirmou a CEO, Adriana Aroulho.

Sustentabilidade e transformação digital foram essenciais ao longo de 2020, um ano bastante afetado pela pandemia de Covid-19. A SAP Brasil publicou o seu primeiro relatório de sustentabilidade. A companhia adotou uma série de medidas – internas e externas – com o intuito de garantir o bemestar da força do trabalho, ao lado de outras que possibilitaram aumentar a contribuição da empresa para o meio ambiente. Ser ágil na adaptação ao digital foi uma exigência interna e, principalmente, uma necessidade dos clientes para se adequarem aos novos tempos de isolamento social. Uma das ações efetivas foi reforçar o conceito de parceria e do ecossistema. Dentro de casa, como habilitadora ao fornecer produtos e soluções de tecnologia, a SAP buscou oferecer o melhor gerenciamento possível das

Leia a íntegra do Relatório de Sustentabilidade SAP Brasil 2020.

https://bit.ly/RelatSustentabSAPBr2020 Formato PDF - 19 MB


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Planeta melhor é responsabilidade de cada um de nós Iniciativas individuais se somam e fazem diferença. Mas além das empresas é preciso que governo e consumidores deem sua contribuição. “O DESENVOLVIMENTO sustentável é caro porque os produtos originados nesse contexto são uma inovação, precisam ganhar escala e ter adesão maior da sociedade de consumo”, afirmou Oskar Metsavaht, empresário, designer e ativista ambiental, ao participar do debate “Guardiões do futuro: toda ação conta para preservação da vida”, mediado pela diretora de Comunicação e

Investimento Social Privado e coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da SAP Brasil, Luciana Coen, e com a participação também de Marcos Palmeira, ator e empreendedor. Desejo de transformação foi o que levou Marcos Palmeira a mudar a sua própria visão e investir na produção de orgânicos. Para ele, o ponto-chave foi entender que preservação por si só não protege a natureza, uma vez que preservar é deixar como está. A produção agrícola sustentável significa usar a terra da melhor maneira e tirar proveito dela para reduzir a fome do planeta. “Lucro não é incompatível com o desenvolvimento sustentável, mas é preciso ‘pensar fora da caixinha’ para entender que usar agrotóxico ou produzir transgênicos não vai escrever uma história de futuro. A terra vai

“Enfrentar o medo, a paralisia é fundamental para se construir um ecossistema sustentável. Nós somos responsáveis por todos. Só assim teremos um planeta melhor.” MARCOS PALMEIRA Ator e empreendedor na área de produção orgânica


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“Estamos vivendo um momento de transição. São 200 anos de revolução industrial e não vamos migrar para uma economia verde de um dia para o outro. É aos poucos que vamos fazer.” OSKAR METSAVAHT Empresário, designer e ativista ambiental

morrer e não haverá mais produção. Quando o agrotóxico surgiu, disseram que a fome ia acabar no mundo e, infelizmente, estamos vendo que não acabou”, pontuou Marcos Palmeira. Oscar Metsavaht observou que as empresas estão mais avançadas do que os consumidores e os próprios governos, bastante atrasados na questão do sustentável. Segundo ele, hoje, os custos da inovação e do desenvolvimento sustentável estão concentrados nas empresas. “O consumidor não participa com a parte dele, que é de pagar um pouco mais para incentivar aquele produtor/empresa que está fazendo algo sustentável. E os governos não conseguem rever suas políticas de incentivos para apostar no novo e deixar os projetos antigos e já beneficiados para trás”, reforçou o empresário. Por sua vez, Luciana Coen lembrou que a SAP desenvolve um projeto, batizado de Bauana, que implementou software de gestão em uma produção comunitária da Amazônia, como forma de aliar tecnologia à gestão sustentável dos negócios. A medida foi aplaudida por Oscar Metsavaht e por Marcos Palmeira. “O sustentável é isso:

unir a tecnologia, como a SAP fez, com o conhecimento de cada localidade produtora. A transformação são projetos de visões de médio e longo prazo”, adicionou Metsavaht. O ativista ambiental reforçou a ideia de que fazer sustentabilidade é possível e orientou: comece com investimento de 1% nessa produção sustentável de forma transparente e ética. “Vai ter crítica, porque é só 1%? Vai. Mas é assim que se transforma a sociedade. Se der certo, pule para 2%, que vão equivaler a 100% do projeto sustentável. Estamos vivendo um momento de transição. São 200 anos de revolução industrial e não vamos migrar para uma economia verde de um dia para o outro. É aos poucos que vamos fazer”, pontuou Metsavaht. Fazer a sua parte e não paralisar diante da destruição é também a recomendação dada por Marcos Palmeira. “Enfrentar o medo, a paralisia é fundamental para se construir um ecossistema sustentável. Tem de acabar com os estigmas dos ‘reis do gado, do café e outros’. O reinado é construído por todos. Cada um somando a sua parte. Nós somos responsáveis por todos. Só assim teremos um planeta melhor.”


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Diversidade e inclusão também fazem um mundo melhor Ter um patrocinador é fundamental para tornar os projetos dessa natureza efetivos. Para a presidente da SAP Brasil, Adriana Aroulho, “também é importante ter canais de escuta e de denúncia.” CONTRIBUIR PARA um planeta melhor passa também por fomentar projetos de inclusão e diversidade. E, nas empresas, para que esse tipo de iniciativa dê resultados, é preciso contar com um “padrinho”. Durante o SAP Experience para Diversidade e Inclusão, que reuniu Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, Gustavo Glasser, fundador da Carambola e a ativista Ana Clara Moniz, em uma conversa mediada por Diego Sarza, jornalista do UOL, os debatedores concordaram que ter um patrocinador, um líder, é fundamental para tornar os projetos efetivos. “Tem de fazer com que a liderança se entenda como parte do problema. Hoje, [os líderes] querem a solução e não se entendem

como parte do problema de haver falta de diversidade nas empresas. O que tem sido efetivo são ações que os coloquem como parte do problema. Não dá para esperar solução fazendo do mesmo jeito. A responsabilidade não pode estar em quem está fora, mas tem de preparar quem está dentro”, enfatizou Glasser, homem trans fundador da Carambola, cujo objetivo é incluir minorias – mulheres, negros, LGBTI+ e pessoas com necessidades especiais – no mercado de TI. Segundo ele, o mercado de tecnologia ainda é muito distante para muita gente. “As empresas estão falando da transformação digital, mas não existe transformação digital sem falar de diversidade”, disse, acrescentando que ou se traz a diversidade

“O que tem sido efetivo são ações que coloquem os líderes como parte do problema. Não dá para esperar solução fazendo do mesmo jeito. A responsabilidade não pode estar em quem está fora; tem de preparar quem está dentro.” GUSTAVO GLASSER Fundador da Carambola


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ou não se conseguirá preencher as milhares de vagas que seguem abertas no mercado de Tecnologia da Informação. “Eu sinto uma responsabilidade enorme. Sinto-me privilegiada de ter sucedido a Cristina Palmaka no Brasil. São muitas jornadas, e a liderança tem papel fundamental, somos responsáveis por isso”, apontou Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil. Aroulho contou que a SAP tem um comitê de diversidade e inclusão do qual ela é a sponsor (patrocinadora) e que junta todas as redes. E foi criado o programa dos embaixadores para ter representantes das iniciativas de diversidade e inclusão nas diferentes áreas da companhia. “Também é importante ter canais de escuta e de denúncia; e fazemos pesquisa para avaliar o clima. Fizemos uma chamada free to be me”, detalhou. A estudante de jornalismo e ativista Ana Clara Moniz, de 21 anos, ressaltou que as pessoas com deficiência sofrem no mercado de trabalho, principalmente, por falta de representatividade na mídia e na sociedade. “Hoje gera estranhamento não ter mulher, negro, pessoas da comunidade LGBTQI+, mas ainda é normal não ter pessoa com deficiência”, enfatizou. “Onde estão as pessoas com deficiência? Quantos amigos com deficiência vocês têm? Já se

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relacionaram com algum? Trabalharam juntos? E se trabalharam, as pessoas com deficiência estavam em cargos superiores, de liderança?”, questionou a jovem que nasceu com atrofia muscular espinhal (AME), uma doença genética caracterizada por perda de musculatura. Este incômodo precisa ser causado para que algo possa mudar. Com as redes sociais, Ana Clara e outras pessoas têm alcançado mais espaço e conseguido furar a bolha. É, segundo ela, um começo, mas ainda se está muito longe de poder celebrar. “É importante ver pessoas com deficiência ocupando espaços para que se construam rampas, acessibilizem a linguagem”, disse a ativista. As empresas precisam criar ferramentas objetivas para passar barreiras, mas como criar processo e ferramentas? Palmaka usou o exemplo da SAP para responder a esta questão. De acordo com a presidente da SAP América Latina e Caribe, a empresa trabalha muito nas ações afirmativas, para saber onde está o problema e buscar a inclusão, tendo zero tolerância a qualquer tipo de agressão. “E a tecnologia tem papel fundamental para ajudar a tirar vieses. Em tecnologia, a diversidade é ainda mais importante porque são muitos caminhos, traz perspectivas diferentes.”

“Onde estão as pessoas com deficiência? Quantos amigos com deficiência vocês têm? Já se relacionaram com algum? Trabalharam juntos? E se trabalharam, as pessoas com deficiência estavam em cargos superiores, de liderança?” ANA CLARA MONIZ Estudante de Jornalismo e jovem ativista


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