REVISTA CONECTADOS NEWS - EDIÇÃO N°1

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EDIÇÃO N°1 - SETEMBRO 2020 em nosso país é absurdamente alto, mas o número de denúncias é muito baixo. Quando falamos de políticas públicas em prol das mulheres, estamos falando de um sistema (infelizmente) muito falho e desumano. Há casos de mulheres que procuram ajuda e muitas vezes são tratadas com desrespeito e indiferença dentro dos lugares que estão lá para ajuda-las, se deparando com questionamentos e desconfiança por parte das pessoas que as atendem. Acredito ser de extrema importância a abertura (e boa administração) de centros de apoio e acolhimento a mulheres e crianças em situação de risco”, destacou. Saber que há um espaço, iniciativas e pessoas que estão dispostas a ajudar são uma das formas de combater a violência doméstica. “A ideia é ajudar uma pessoa que esteja em risco iminente, mas também abrir um espaço para mulheres que, assim como eu um dia já estive em situação de risco em um relacionamento, possam se sentirem acolhidas. Não é fácil identificar uma situação de abuso quando se está dentro de um relacionamento, e é mais difícil ainda ter coragem para sair dessa situação. Essa publicação, assim como o Grupo das Minas, é uma tentativa de acolher, orientar e ajudar a maior quantidade de pessoas possível. Acredito que quanto mais as pessoas conseguirem enxergar que existem outros que estão dispostos a ajudar, mais vão ter coragem de procurar ajuda”, ela finaliza. É TEMPO DE FALAR - O Brasil vem evoluindo quando o tema é violência contra a mulher, a exemplo da conquista da Lei Maria da Penha. Mas ainda há um longo percurso para que o combate a esse tipo de violência seja cada vez mais eficaz. Lina relembra o caso da Sandra Mara Curti, servidora pública morta a facadas pelo ex-marido em Londrina, dois

Cartaz da campanha “Sinal Vermelho contra a violência doméstica Foto: internet/divulgação

dias depois de ter o pedido de medida protetiva negado por dois juízes. “A gente não precisa só de lei, de políticas, mas também da sensibilidade do judiciário, e isso, acredito, viria por meio de políticas públicas, para que, de fato, a gente tenha a implementação de ações que protejam essas mulheres. Além disso, a gente precisa levar isso para outros espaços. É preciso falar de violência contra a mulher nas escolas, nos ambientes de trabalho, nas mídias públicas, para que a gente possa falar de um problema que muitas vezes não é tratado com tanta facilidade.” A socióloga ainda finaliza explicando “a violência como a ponta do iceberg. Ela é o que vemos no final, mas temos uma série de relações baseadas em um sistema machista, patriarcal, sexista que constrói uma série de desigualdades e obstáculos para as mulheres, desde relações mais estruturais, até as mais privadas.” CANAIS DE ATENDIMENTO Lucimara Rodrigues, assistente social e gerente do CAM de Londrina destaca que “o município de Londrina conta com uma rede de proteção que irá apoiar e ajudar a mulher a superar essa situação para que a mesma possa viver uma vida sem violência. O CAM oferece atendimento

especializado totalmente gratuito nas áreas de Psicologia, Serviço Social e Orientação Jurídica. Também conta com a Casa Abrigo para acolher as mulheres e seus filhos que estejam sendo ameaçados de morte, além da Delegacia e Vara especializada.” Procure por ajuda. Não sustente o insustentável. É hora de quebrar o ciclo da violência. Denuncie. Abaixo, está uma lista com os canais disponíveis. Por conta da pandemia da Covid-19, eles foram readequados e o atendimento está sendo realizado de forma virtual, através do contato por telefone, WhatsApp e e-mail. SERVIÇO CAM– (43) 3378-0132 ou pelo e-mail cam.mulher@londrina.pr.gov.br Delegacia da Mulher - (Rua Almirante Barroso, 107, Vila Brasil) – (43) 3322-1633 Delegacia de Plantão da Polícia (Avenida Santos Dumont, 422) – (43) 3378-3000 Plantão Casa Abrigo, 153 Vara Maria da Penha – 9 9827-4808 NUMAPE – (43) 3344-0929 ou pelo e-mail numapel@gmail.com Guarda Municipal – 153 Polícia Militar – 190

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