Jornal Mural do Curso de Comunicação Social da Uninter Polo Curitiba Catedraldição especial / 2017
Visita ao Cemitério Municipal traz novo olhar à Cidade
Visitas guiadas são oportunidade de conhecer e apreciar patrimônio de Curitiba TEXTO E FOTOS VALÉRIA POLETTI
Fazer um passeio em um cemitério parece uma ideia macabra, triste, esquisita? É tempo de reconsiderar esta percepção. Pelo mundo todo existem visitas guiadas a cemitérios para conhecer túmulos de personalidades, e também apreciar a riqueza e beleza da arte tumular. Ricoleta, em Buenos Aires, Père Lachaise, em Paris e Holywood Forever, em Los Angeles, são alguns dos cemitérios mais frequentados em todo mundo, inclusive com visitações monitoradas por guias especializados. Aqui em Curitiba também há visitas guiadas ao Cemitério São Francisco de Paula, mas conhe-
Museu a céu aberto TEXTOVALÉRIA POLETTI
O Cemitério São Francisco de Paula foi fundado em 1º de dezembro de 1854, e é o mais antigo de Curitiba. Sua importância histórica é tremenda, pois através de suas “ruas” é possível testemunhar a evolução da história do Paraná, por meio dos nomes ali enterrados, da arte e das construções tumulares.
cido como Cemitério Municipal. A responsável pela idealização e execução das visitas ao Cemitério é Clarissa Grassi, especialista em pesquisa cemiterial. Ela conta que as visitadas guiadas surgiram em 2011, quando realizava pesquisa para escrever o Guia de Visitação ao Cemitério Municipal. “A ideia que o guia fosse um livro que recontasse a trajetória de personalidades como empresários, políticos, intelectuais, artistas, personalidades”, diz Clarissa. “Mas sendo um livro impresso, seria um material de uso restrito. Então, a visitação guiada foi a maneira que encontrei de disseminar essas informações para a população e desmistificar o espaço, lançando um novo olhar para nosso cemitério, como o de um patrimônio”, completa a pesquisadora. Em 2011 e 2012 as visitas ocorreram durante a Corrente Cultural, evento anual da FCC - Fundação Cultural Interessante notar que, como uma cidade, nosso cemitério também tem magnifícos mausoléus, e também simples construções de túmulos; tem até mesmo uma divisão em “bairros”, como conta Clarissa em suas visitas guiadas: o Centro Histórico, o Bairro Urbanizado, o Batel e a Periferia. Cada um construído em um tempo diferente, conforme o juntamente de túmulos, com seu estilo e sua linguagem própria. Essa é uma dentre outras razões para se chamar o cemit´rio de “cidade dos mortos”.
de Curitiba. Em 2013 aconteceram na Semana do Meio Ambiente. A partir de 2014 as visitas passaram a ser mensais, como trabalho voluntário de Clarissa, que passou a fazer parte do quadro da FCC no final de 2016. Neste ano, a programação de visitas está bastante intensa, dividindo-se em temas e horários (pela manhã e à noite). Sarau de poesia, iconografia religiosa, artistas visuais são os temas explorados nas visitas temáticas, além das visitas padrão. Para 2018, Clarissa planeja mais temas, explorando o potencial do cemitério que, para ela é repositório de personalidades e resumo simbólico de Curitiba. “Em breve quero ampliar as visitas ao Cemitério do Água Verde também”, diz a pesquisadora. Não faltarão oportunidades para quem quer aprender mais sobre a história, cultura e arte da nossa cidade.
Túmulo do empresário Ascânio Miró. Foto: Valéria Poletti
SERVIÇO Para conhecer a programação das visitas guiadas: contato@artenoscemiterios. com.br facebook/cemiteriomunicipal
Túmulo da família Carvalho de Oliveira. Foto: Valéria Poletti