Orbita

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174  |  Órbita, Sistema Lacrimal e Oculoplástica - Obstrução da Via Lacrimal Baixa Tratamento Dacriocistite aguda O tratamento é clínico: 1) antibióticos sistêmicos específicos para combate de bactérias Gram-positivas. Quando não há resposta, pensar na possibilidade de bactérias Gram-negativas, fungos ou resistência ao antibiótico. A escolha do antibiótico varia de acordo coma sensibilidade do agente e experiência do profissional. A penicilina benzatina associada à procaína (efetivo contra Staphylococcus não penicilinase resistente) tem como vantagem a utilização do tratamento por apenas dois dias e a desvantagem da possibilidade de reações alérgicas ao fármaco. Outros antibióticos que podem ser empregados são a oxacilina (500 mg/ 4 vezes por dia/7 dias) e a cefaloxina (2 g/dia/10 dias). A ampicilina, o cloranfenicol e o ceftriaxone também podem ser sugeridos. Para os agentes Gram-negativos, as fluorquinolonas (ciprofloxacino e ofloxacino), os aminoglicosídeos (tobramicina) e a cefalexina são úteis. O tratamento clínico pode ser ambulatorial, necessitando-se de internação em casos especiais (imunodeprimidos, diabéticos graves e crianças); 2) anti-inflamatórios não hormonais e analgésicos sistêmicos; 3) compressas quentes podem auxiliar na drenagem do abcesso que se forma no saco lacrimal; 4) drenagem cirúrgica é controversa. Se há ponto de flutuação e o paciente tem muita dor pode ser indicada. Porém, há risco de formação de fístula epitelizada, cuja excisão cirúrgica pode ser difícil; 5) obrigatoriamente indica-se a dacriocistorrinostomia (DCR) após regressão da inflamação aguda, uma vez que outros quadros agudos podem ocorrer.

Dacriocistite crônica Tratamento é cirúrgico e a DCR é o tratamento de eleição. A cirurgia consiste em realizar uma anastomose entre o lúmen do saco lacrimal e a cavidade nasal, proporcionando alívio da epífora e da secreção ocular. A abordagem pode ser externa, podendo-se utilizar vários tipos diferentes de incisão cirúrgica na pele. A osteotomia deve sempre ser ampla e a anastomose entre o saco lacrimal e a cavidade nasal é feita por sutura de retalhos de ambas as mucosas. Sacos lacrimais muito dilatados devem ser parcialmente removidos, a fim de impedir a continuidade da estase lacrimal. A DCR endonasal pode ser realizada com a utilização de microscópio cirúrgico ou endoscópio. Faz-se a incisão e remoção da mucosa nasal com bisturi ou a laser. A rinostomia geralmente é menor e não há retalhos de mucosa, procedendo-se à intubação temporária da VLE com tubos de silicone. Alguns estudos demonstram que a DCR externa e a endonasal possuem chances semelhantes de sucesso, acima de 90%. Há ainda a possibilidade de se realizar a cirurgia pela via transcanalicular. Esta última técnica é mais recente e ainda não tem os mesmos índices de cura que as anteriormente citadas. O exame histológico do saco lacrimal deve ser realizado de rotina quando se realiza a DCR externa, uma vez que pode auxiliar no diagnóstico etiológico das dacriocistites específicas e no diferencial com os tumores.


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