Agência CMA - Matéria Especial

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ESPECIAL PROTESTOS:Depredação de agências é a menor das perdas p/ os bancos São Paulo, 26 de junho de 2013 - As depredações das agências bancárias durante os protestos no Brasil não devem trazer grandes prejuízos para os bancos brasileiros. As consequências macroeconômicas, como um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB), será mais prejudicial para as instituições financeiras. "Os bancos estão muito atrelados à economia. O Brasil passou por um largo período de crescimento econômico. Foram 10 anos de governo sem oposição, pois a economia foi bem e as decisões econômicas agradaram. Mas agora, com uma evolução mais contida da economia, os bancos passam a perder com o crescimento da carteira de crédito, por exemplo, além da piora na qualidade do crédito", afirmou Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da Austin Rating. Segundo João Augusto Salles, analista de investimentos da Lopes Filho & Associados, o prejuízo com as agências bancárias é a menor parcela de tudo. "A manifestação é um pano de fundo para a insatisfação econômica. O governo vinha incentivando o consumo e isso acabou trazendo problemas aos bancos, principalmente em relação à qualidade do crédito. Esperávamos um recuo da inadimplência no primeiro trimestre de 2013, mas não ocorreu e isso deve prejudicar futuramente os resultados", afirmou o especialista. De acordo com Salles, a relação macroeconômica é mais importante e prejudicial do que a depredação das agências bancárias. "As manifestações acabam prejudicando também o comércio, que precisam ser fechados por motivos de saques, prejudicando indiretamente os bancos. Tudo tem uma relação com os bancos", afirmou Salles. Santacreu explicou ainda que está sendo convocada uma paralisação de trabalhadores no Brasil para o dia 1o de julho e que isso ajuda ainda mais a prejudicar a economia brasileira. "São fatores isolados, mas que juntando tudo no final do ano é possível perceber o quanto foi perdido economicamente falando com todos esses fatores. Os bancos sempre são os primeiros a sofrer com qualquer sentimento de uma economia", disse o analista da Austin. Os quatro grandes bancos, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil, foram procurados pela reportagem da Agência CMA, mas preferiram não comentar o assunto. Eduardo Puccioni / Agência CMA Edição: Flavia Bohone

ESPECIAL PROTESTOS: Lula pode ser nome do PT p/ 2014 após desgaste de Dilma São Paulo, 26 de junho de 2013 - O desgaste da imagem política de Dilma Rousseff com as recentes manifestações pode trazer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o centro da corrida presidencial no ano que vem, de acordo com o cientista político, Heni Ozi Cukier. Embora Cukier veja um desgaste de toda a administração petista, o nome de Lula pode ser cogitado para representar o PT devido à sua conhecida liderança. "Dilma não tem a liderança de Lula. Acredito que Lula deva tomar a frente, mas não nesse momento para que ele mesmo não sofra desgaste. Com sua tradicional esperteza, Lula deixará naturalmente que a presidente sofra desgaste e ele se torne opção irremediável. Tem tudo para isso acontecer", acrescenta Celso Grisi, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).


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