PORQUE É TEU O MEU CUIDADO - Catálogo digital

Sesc apresenta

Beanka Mariz Cláudia Lyrio Denise Calasans Duda Las Casas Fernanda Leme Julie Brasil María de los Vientos Mercedes Lachmann Roberta Paiva Rosa Paranhos Talita Tunala

curadoria

Marisa Flórido Cesar

índice Texto da curadora

4

Artistas e obras

6

Beanka Mariz

6

Cláudia Lyrio

8

Denise Calasans

10

Duda Las Casas

12

Fernanda Leme

14

Julie Brasil

16

María de los Vientos

18

Mercedes Lachmann

20

Roberta Paiva

22

Rosa Paranhos

24

Talita Tunala

26

Galeria

28

Sobre as artistas

40

Créditos

44

curadora Marisa Flórido Cesar

Coreografias de gestos de cuidado, escuta e atravessamento de mundos, de

com os vínculos e (des)limites entre humano e não-humano? Ele escarnece

acolhimento ao outro e de suas dores, de nossas dores. A jaqueira do quintal

de nosso antropocentrismo, de nossa soberba e narcisismo, de nossos delí-

que, derrubada pelo vento, chora; a dor vegetal que ressoa na dor huma-

rios de grandeza e controle. Zomba do que chamamos de humanidade, essa

na; troncos queimados e abandonados em arrastos, que ganham pulmões

abstração que desconhece que cada vida é uma força telúrica que hospe-

e carícias de vidro; o difícil luto pela perda daqueles que amamos durante a

da, se mistura e se metamorfoseia em uma pluralidade de vidas. Por isso a

pandemia e a celebração de suas vidas... A tinta preta em derrame desenha

inescapável questão: Quem é esse nós que vive e morre no mundo? De que

nossa melancolia em aquarelas; objetos, impregnados das mais íntimas lem-

mundo falamos? E quem fala quando falamos nós? O que pode a arte frente

branças, bordados em um abrigo-manta, nos acolhe e tece uma memória

à catástrofe?

coletiva... Na superfície das telas, sob a paleta esfuziante, um mal-estar coletivo que assombra estes tempos... O lobo que não devora o cordeiro, mas

Onze artistas, onze mulheres desta América Latina de muitos povos, respon-

insta-o a levantar-se e andar entre eles; o cordeiro que nos ensina a trocar

dem com trabalhos que refletem certa ética do cuidado. Pois o que está em

de pele para abrir-se à comunidade de todos os seres. A ferida na espada do

evidência senão a urgência de se pensar e praticar a delicadeza radical que

santo-orixá, que nos guarda e protege, nos pede unguentos amorosos. As

conecte saberes e afetos, sabedoria cotidiana e cosmovisões, o teu e o meu

bezendeiras, as Quitapenas maias, as encantadas, as incorporadas, os tran-

cuidado? “Cuidado” deriva do latim, cura; em sua forma mais antiga, mera.

ses e seres híbridos. Ervas e patuás, saberes ancestrais e as pequenas dádi-

Em outra acepção, provém de cogitare-cogitatus, cogitar, prestar atenção.

vas do cotidiano.

Sentidos interligados, cuidar é mais que um ato ou um momento de zelo e preocupação com o outro, é uma ética geradora de uma infinidade de expe-

A pandemia veio agudizar os afetos que conformam hoje nossos laços so-

riências, sensibilidades e conhecimentos, que implica vínculos e desvela as

ciais: luto e melancolia, solidariedade e ressentimento, indiferença e desa-

conexões.

fecção. A gestão desses afetos se tornou uma arma poderosa. A covid-19 emergiu das franjas das cidades que invadem florestas, na fricção das es-

Somos quimeras, habitados por muitos seres, somos multiespécies em inex-

pécies, na extinção da biosfera. De repente, um estranho, um vírus invisível

tricável interdependência e pertença à Terra, nosso mundo comum. Como

e minúsculo, vindo talvez de morcegos ou pangolins, se apossou de nossos

imaginar uma política do cosmos? Quiçá com cuidado, com as muitas formas

corpos, de nossas vidas e as transformou. Um agente de mutação capaz de

de vidas nas quais estamos entrelaçados em coexistência, em incessante

modificar nossa relação com o mundo, com a morte individual e coletiva,

constituir-se: dos fungos às estrelas, dos deuses às plantas que nos curam.

foto: Mauricio Seidl

Um livro de vísceras, pele e sangue. Nele, homem, lobo e cordeiro não são apartados em polos opostos e hierarquizados, entre sagrado e profano, natureza e cultura, selvagem e civilizado, humano e animal, predador e presa, sacerdote e imolado, deus e criatura, palavra e imagem.

No livro de carne, a memória do corpo reescreve dor e perdão, colapso e redenção. Homem, deus, lobo, cordeiro são seres cambiáveis e plurais, em posição vicária de enunciação e perspectiva. É preciso trocar de pele, reconhecer e abrir-se à comunidade de todos os seres. O lobo não devora o cordeiro, insta-o a levantar-se e andar entre eles.

Sem Título (from Kinesthetic Memory series) intestino e pele de cordeiro; sangue da artista; lã; tinta 18 x 22 cm 2021-2022

Série Simbiose aquarela sobre papel 32 x 24 cm (cada) 2021

Os estudos multiespécies, hoje, mostram que os corpos do mundo estão imersos em relações de dependência mútua. Tudo está em tudo e deve estar. Para Emanuelle Coccia (A vida das plantas: uma metafísica da mistura, 2018), essa imersão é nossa condição de existência; o “fitoceno” é a prova de que o mundo é mistura. No mundo vegetal, o indivíduo será sempre um conjunto de indivíduos e talvez seja essa a grande dádiva e força da natureza. Aprender a vida coletiva.

A simbiose, diferente do parasitismo, é um processo de dependência benéfica para todas as partes envolvidas. Entretanto, no reino fitopoético, plantas, árvores e seus aliados, agregados, sejam estes simbióticos ou parasitas destrutivas, nos mostram que tudo é absorvido. Assim, um tronco oco na floresta será alimento, abrigo e lugar de ninho para outros seres.

(Cláudia Lyrio)

fotos: Piti Tomé

foto: Mauricio Seidl

Derrame é a terceira obra da série De Cor - o saber por intermédio do coração, o que se deu a guardar na memória. O público participa pingando sua dose de melancolia, o que provoca o derrame do líquido em tensão superficial. Do grego, melankholia é formada pelas palavras mêlas [escuro] e kholê [bílis].

A bílis negra era, segundo a medicina antiga, uma das muitas substâncias constituintes do corpo humano, mas que, em excesso, provocaria uma desordem, o afundamento nos próprios pensamentos e a perda de interesse pelo mundo exterior. Ainda que associada ao lado sombrio, ao retiro e ao isolamento, também foi atrelada à capacidade imaginativa de poetas e artistas.

As aquarelas produzidas pelo derrame do líquido são penduradas nas paredes ao longo da exposição, formando um conjunto.

Work in progress, a cada exposição de Derrame, um novo conjunto é agregado a um acervo aberto e imprevisto.

Derrame ( Série De cor )

fotos: Carla Azevedo

Titias vídeo duração 1’45” 2022

frames do vídeo

Titias é um vídeo-poema com fotografias e imagens das reuniões familiares em que minhas tias estavam presentes, capturadas pelo celular ao longo de anos, entremeadas de poemas e versos que lhes escrevi. São cenas de jogos de cartas, das danças felizes, da lambreta que a levava pelas ladeiras de Belo Horizonte, dos pequenos gestos de ternura, do tagarelar alegre nos almoços.

Titia é a forma carinhosa de chamar a irmã do pai ou da mãe, mas que também remete à “ficar para titia”, expressão preconceituosa de se referir à vida de mulheres, que não casaram e não tiveram filhos, como vidas menores.

Titias é uma celebração de suas vidas, mas também o difícil trabalho de luto e despedida das minhas duas tias, entre elas, minha madrinha, que faleceram de COVID em 2020.

Minha mãe diz sempre Você parece é com sua tia a viagem em busca do sol o óleo de bronzear tropical hawaii Ainda faz verão em todas as estações No momento que seu coração parou Tia eu escutei sua gargalhada

Fim da Infância I acrílica e óleo sobre tela 100 x 211 cm 2013

fotos: Jaime Acioli

Fernanda Leme pinta a partir das fotografias que faz com o celular, ou de seu arquivo pessoal ou extraídas das mídias. A essas imagens mesclam-se outras de sua imaginação, dos resíduos da memória, de elementos da contemporaneidade, em um processo de montagem e edição.

Na superfície da tela, tempos e espaços diversos, imagens e narrativas por vezes díspares e dúbias. Trata-se, para a artista, de retirar as imagens do fluxo frenético das redes ou do imediatismo com que as consumimos. A exposição de si e a conexão tornaram-se compulsivas; os vínculos afetivos, dependentes dos impulsos eletrônicos, do on/off das ligações tecnológicas: precisa-se delas para existir e se ligar aos fluxos do mundo, mesmo que seja na fantasmagoria das redes.

No políptico exposto na mostra, cenas de livros infantis, de desenhos animados, misturam-se a retratos de viagem tão comuns nas redes sociais. Mas sob a paleta explosiva e esfuziante, em concordância com a cena feliz, insinua-se algo sinistro como um sintoma, como um mal-estar coletivo que assombra estes tempos.

Complexidade e paradoxos emergem em suas telas.

Por isso a interrogação da artista: “é possível encarnar o coletivo em imagens íntimas e pessoais, como uma visitação, como a fecundação do outro em minha imagem?”

foto: Amanda Neves

A humanidade foi criada pela deusa Ixmukané, diz o livro da mitologia maia, Popol Vuh. Ixmukané deu-nos as diminutas bonecas guardiãs, as Quitapenas, às quais se atribuem poderes mágicos, uma das histórias contadas por minha tia Mary quando éramos crianças na Guatelama, onde nasci.

As Quitapenas são ouvintes, seu poder espiritual é ativado ao nos dirigirmos a elas de coração aberto para contarmos nossas preocupações, que serão então encaminhadas pelas bonecas aos deuses e, por eles, aliviadas.

fotos: Humberto Araújo

Ação realizada na abertura da exposição

Quitapenas

Durante a ação você pode sentar-se ao meu lado para que ambo(a)s entremos em harmonia e se abra a escuta.

ação, veste e texto

Para ativar os poderes das Quitapenas, venha com o coração e conte, através de palavras ou em silêncio, suas preocupações ou tristezas. Como boneca guardiã não estou autorizada a falar com ninguém sobre o que escutei e senti. Atuo apenas como canal de escuta. Sou responsável por encaminhar seus problemas aos deuses a fim de que o universo os absorva e a sua carga diminua.

Quitapenas bordadas bordados e bonecas sobre lona dimensões variáveis 2020

190 x 70 x 40 cm 2018-2022 Veste e bordados: Victor Hugo Mattos (bonecas Quitapenas da mitologia maia, jóias, adereços e tecidos de diversas tribos indígenas guatemaltecas que pertenceram às mulheres da família da artista); modelista: Maria Amélia.

O traje fica exposto ao longo da mostra.

Oxchet (Incorporação #13)

Sant’Ermishk (Incorporação #8)

Nasci em Medellín, Colômbia. Vivo e trabalho entre a Colômbia e o Brasil.

Oxchet e Sant’ Ermishk são foto-performances da série Incorporações, em que uso meu corpo e materiais do meu cotidiano, como tecidos e maquiagem, e objetos disponíveis nos locais onde elas decidem aparecer, para evocar a multiplicidade das forças femininas que me habitam, um feminino não domesticado.

A ancestralidade latino-americana, minhas experiências oníricas e de viagem, as culturas populares e elementos locais são fonte do meu processo artístico na criação da minha mitopoética.

foto: Luciana Whitaker

A palavra “arraste” é sinônimo de empurrar, fazer deslizar algo pelo chão. É também usada para expressar condução à força, imposição, ou quando o tempo demora a passar, dura.

Nas florestas, depois que os madeireiros derrubam as árvores, eles fazem o “arraste” das toras, que é seu deslocamento até um ponto de escoamento logístico. Recolho partes de toras e galhos de árvores caídas pelas ruas da cidade e parques. Esculpo esses troncos e interfiro com vidro que, ainda fluido, se arrasta pela madeira para absorver a sua forma.

Desejando dar nova vida a uma árvore em fim de ciclo, opero com o tempo e as noções de acidente, destruição, resistência física e poética. Cada escultura contém um sopro de vida.

Arraste #8 foto: Igor Cabral

Sorria você está sendo defumado, registro da construção de um bastão de defumação de 350 x 60 cm de diâmetro, feito com diferentes tipos de ervas aromáticas e medicinais, com a colaboração das Mulheres Erveiras da Mantiqueira. Esse bastão foi queimado no dia 25 julho de 2021, o dia fora do tempo do calendário Maia, em um grande ritual de cura para todos os seres vivos deste planeta.

Abrigo

foto: Érik Barros Pinto

Abrigo se compõe por memórias, que sobrepõem tempos heterogêneos. Sobre uma colcha tecida por minha avó, são costurados objetos ofertados por mulheres convidadas.

Cada objeto traz consigo uma memória que transborda afeto, cuidado, saberes, fazeres, relações, padrões, estruturas... São essas pequenas lembranças que tramam

uma memória coletiva, e rompem os desenhos fixos e previsíveis do tempo.

Como são muitas memórias, de diferentes vidas, Abrigo se ancora à chama violeta. Uma pedrinha de ametista é colocada em cada saquinho, objeto, etc., adicionando uma camada alquímica ao trabalho.

foto: Mariana Santana

Encantada

Minha avó era benzedeira em Belém do Pará. Minhas tias também faziam seus rituais de limpeza e cura perto de um igarapé no meio da mata paraense. Lembro-me que, ao partir de lá ainda criança, migrando para o Rio de Janeiro, minha avó me benzeu com um ato amoroso de despedida e cuidado.

Minha prática do cultivo de ervas e plantas santas no meu quintal, o aprendizado de seca e conserva, dos usos indicados para sanar os males e tristezas, são também heranças dessa sabedoria ancestral e cafuza de minha família, que segui estudando e desenvolvendo ao longo da vida.

Na ação performática Banca dos cuidados, fico à espera e à escuta de quem quiser me confiar suas dores, demandas e desejos; receitando minhas ervas, o uso de banhos, os chás, as limpezas, e doando mudas, ervas e patuás.

Performance realizada na abertura da exposição fotos: Raissa Faro

Série Suspiros

A jaqueira de 25 metros do quintal de minha casa tombou inesperadamente enquanto eu experimentava o silêncio e o isolamento da Covid-19.

A dor vegetal ressoou em mim, como a dor humana que me chegava diariamente. Sentindo-me convocada por tal eco, desenhei situações em salas de espera de atendimento hospitalar, tão rotineiras nestes tempos sombrios e sofridos, dialogando com os acontecimentos de sua superfície, com as marcas naturais ou as agressões decorrentes da ferramenta que a dissecou.

Em alguns trabalhos, essas imagens deram lugar à palavra-imagem - longos ou curtos, ruidosos ou secos, a vida, em seus múltiplos reinos, pulsa em alívio e dor, em suspiros.

Tudo é conexão.

fotos: Talita Tunala

sobre as artistas DENISE CALASANS

BEANKA MARIZ Beanka Mariz vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde nasceu. Estudou com Charles Watson, Beatriz Milhazes e Gianguido Bonfanti, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e filosofia com Roberto Machado na UFRJ. O ato estético, a autonomia do objeto, a fratura como solução de continuidade e o impulso à catástrofe a que todos estamos sujeitos, são aspectos fundamentais para o desenvolvimento do seu processo artístico.

Trabalha com linguagens variadas como escultura, desenho, pintura e vídeo.

Dentre suas várias participações, destacam-se: Paço Imperial - projeto selecionado para exposição individual, Centro Cultural Cândido Mendes, Instituto Brasil Estados Unidos - Ibeu RJ, Espaço Cultural Furnas RJ e as mostras coletivas no Centro Cultural dos Correios – RJ e Niterói, Saracura Arte Contemporânea, RJ, FunartePrêmio Mercosul de Artes Visuais, Arte Pará 2011, 63º Salão Paranaense, Instituto Brasil Estados Unidos - Ibeu RJ - 70 Anos - 70 Obras do acervo, 25º e 26º SARP - Salão de Arte de Ribeirão Preto Nacional – Contemporâneo, Imagens Paradoxais Mostra Videoarte - Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Recebeu Menções Honrosas no 25º SARP - Salão de Arte de Ribeirão Preto Nacional - Contemporâneo e Universidarte VI - Universidade Estácio de Sá.

CLÁUDIA LYRIO Cláudia Lyrio é natural do Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. A ideia do ciclo da vida, seja de matéria humana, animal, vegetal, mineral, ou escrita, sustém seu processo artístico. Desenvolve trabalhos híbridos de pintura, desenho e grafismo, instalações, objetos, gravura e livros de artista.

Graduada em Pintura e Letras (UFRJ), é Mestre em Literatura (UFRJ) e Especializada em História da Arte e Arquitetura no Brasil(PUC-Rio).

Em 2019, realizou a individual Redesenhando a Paisagem, no Museu deArtes de Blumenau, MAB/SC. Entre as exposições coletivas, destacam-se: Nem Sempre Dias Iguais, Palácio do Catete, Museu da República/RJ; Transitividade, Galeria Cidade das Artes/RJ; Intervenção Urbana Rio de Mãos Dadas, SESC-Rio; 7Etnógrafos, Galeria dotArt, BH/MG; A Melancolia da Paisagem, Sem Título Arte Galeria, Fortaleza/CE; Aos Fios Entreguei o Horizonte, Galeria Hiato, Juiz de Fora/MG; Miragens, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica/RJ; Além da Imagem, Sem Título Arte Galeria, Fortaleza/CE e Imersões, Casa França-Brasil /RJ. Foi selecionada para diversos salões, entre os quais: Salão dos Artistas Sem Galeria; 2° Salão Vermelho de Artes Degeneradas, Atelier Sanitário, Rio de Janeiro/RJ; 1º Salão Ibeu Online; Novíssimos, Galeria Ibeu, RJ/RJ; Sequestrado, Fortaleza/CE; Guarulhos/SP; e Vinhedo/SP, quando obteve o Prêmio Aquisição de Pintura.

Carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro, graduada em Design, Comunicação Visual e Artes Visuais pela PUC-Rio. Mestre em Memória Social pela UNIRIO. Selecionada para Residência Artística da FAAP/SP para 2020.1, iniciando o programa em março de 2022.

Formação artística em vários cursos na EAV Parque Lage/RJ e na Escola Sem Sítio. É docente e assessora cultural no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro.

Coautora do livro “Menino Movimento” (Ed. Chiado /Portugal).

Em seu trabalho artístico aborda questões sobre afeto, memória, patrimônio cultural, feminismo e a forma como se constroem as relações nas redes sociais.

Utiliza suportes diversos como pintura em tela, vídeo, impressões digitais, instalação e lambe-lambes. Produz também obras se apropriando de objetos do cotidiano garimpados em feiras mundo afora.

Dedica-se também ao estudo da cor. Escreve poesias. Colabora com matérias sobre arte/design/educação para veículos online.

DUDA LAS CASAS Duda Las Casas é poeta e artista visual. Carioca, diretora de TV e cinema, estudou jornalismo em Belo Horizonte e artes visuais no Rio de Janeiro.

Coleciona imagens, oráculos e palavras e já expôs em diversas galerias no Rio, São Paulo e Minas Gerais.

Se divide entre Brasil e Portugal, onde realizou em 2022 a performance “Ato único”, sobre a sobrevivência das artistas na Galeria Nowhere Lisboa.

Estuda a língua portuguesa na Universidade Nova de Lisboa.

Publicou o livro Viseira, pela editora carioca, 7letras e é administradora de uma página de memes.

FERNANDA LEME Fernanda Leme nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e mantém ateliê. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, RJ. Trabalhou como arquiteta e designer de interiores até 2009, quando ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro.

Participou do curso da Casa França Brasil Imersões Poéticas – Formação do artista, do grupo de estudos sobre Arte e Filosofia com Paulo Sérgio Duarte e Poéticas em Processo, no Paço Imperial, orientada por Efraim Almeida. Frequentou o grupo CAJU. Em 2013, participou da exposição itinerante Mais Pintura!, participou do Abre Alas 13, em 2017, e nos anos seguintes participou de exposições no Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza. Em 2022, participou do Salão Verão. Fez sua primeira individual em 2019 no Instituto Europeu de Design na cidade do Rio de Janeiro.

Fernanda se debruça sobre a imagem, inclusive a sua própria, repetidas vezes, e torna pública certa intimidade. Os trabalhos, pinturas e desenhos, se desenvolvem a partir de fotografias, enfocando as relações contemporâneas, em suas conformações frágeis, fugazes e líquidas.

JULIE BRASIL

ROBERTA PAIVA

Julie Brasil é artista visual e atua como professora substituta de desenho na Escola de Belas Artes da UFRJ. Foi convidada pelo Programa de Pós-Graduação da disciplina de Imagem e Colonialismo na mesma instituição, e ministrou aulas sobre Ditaduras Latino Americanas e Arte Contemporânea (EAD). É graduada em Pintura, mestre em Linguagens Visuais e doutora em Imagem e Cultura pela UFRJ. Tem interesse particular nos temas violência, trauma, política, consumo e ironia.

Desenvolve sua produção em meios múltiplos: ações, objetos, esculturas, desenhos, pinturas, instalações, fotografias e vídeos.

Atuou como curadora das exposições coletivas Uma pedra no meio do caminho, na Casa de Pedra, É o que é, no Espaço JB, Políticas Incendiárias, no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica e A Copa do mundo é Nossa, no Centro Cultural dos Correios.

Participou em exposições no Sesc, Caixa Cultural, Instituto Cervantes, Centro Cultural Brasil México, Festival de Vídeos de Kassel, Deutsches Märchen und Wesersagenmuseum Münster, Centro de Arte Hélio Oiticica, Ibeu, Espaço Furnas Cultural, Museu Brasileiro de Escultura, Espaço Saracura, Centro Cultural Justiça Federal entre outros.

Roberta Paiva vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desde 2009, vem desenvolvendo trabalhos em escultura, objetos, fotografias e instalações. A artista investiga os processos de trocas informais no ambiente público e das memórias submersas de cidades e pessoas. Seu interesse por tais questões surge do cruzamento da sua vivência na arquitetura com seu processo de formação em artes visuais. Sua linguagem se caracteriza por uma organização estrutural, rítmica e serial, muitas vezes somada à apropriação de objetos à atitude (objet trouvé), muitos dos quais ofertados à artista, outros adquiridos em mercados populares e em bancas de camelôs.

Entre as exposições coletivas, destacam-se: Nas águas que se escondem no Espaço Cultural dos Correios/ Niterói; Abre Alas 15 na Galeria A Gentil Carioca/ RJ; O Legado de Rosa Magalhães no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica; Aos fios entreguei o horizonte - Galeria Hiato - MG; Luz balão na Galeria de Arte Solar/ RJ; Limiares no Paço Imperial/ RJ; Novas Conexões Platônicas no MAC-Niterói.

Sua individual, na Galeria Cândido Mendes, chamou-se Corpos Indóceis. Possui obras na Coleção João Sattamini MAC-Niterói; na coleção da Universidade Cândido Mendes e em coleção particular.

MARÍA DE LOS VIENTOS Nasceu em Medellín, Colômbia. Vive e trabalha entre a Colômbia e o Brasil.

Sua pesquisa se baseia na criação de mitologias próprias, fazendo uso da pintura, fotografia e ações performáticas.

Recebeu honores Magna Cum Laude na sua graduação em Desenho Industrial na Universidad de los Andes de Bogotá (2005-2010); também estudou Desenho Visual e Produção Cênica em LaSalle College Bogotá (2004-2005), pintura e teoria na EAV do Parque Lage (2012-2014) e na Escola sem Sítio (2017).

Obteve menção especial no salão nacional da Colômbia “Octava versión del Premio Arte Joven Embajada de España Colsanitas 2015”.

Tem participado de exposições no Paço Imperial, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Memorial da América Latina, e em galerias de arte contemporânea em Nova York, entre outras.

MERCEDES LACHMANN Mercedes é do Rio de Janeiro. Graduada em Artes pela PUC-RJ, continuou sua formação nos cursos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), em especial com Iole de Freitas. Desde 2014, apresenta suas produções em exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior.

Destaque para a individual, Campo de Força 1, na Galeria de Arte Gaby Índio da Costa/RJ, e para as coletivas: Baía de Guanabara-águas e vidas escondidas no MACNiterói; Displacement em 2017 em Londres e no Rio de Janeiro; e Rios do Rio, no Museu Histórico Nacional/RJ. Sua pesquisa se dá primordialmente no campo da escultura, da instalação e do vídeo, explorando questões relativas à mudança climática, aos ciclos da vida, e às transformações da matéria.

Em 2013 inicia investigação sobre a água e suas propriedades como peso, fluidez e translucidez, desdobrando-a para outras áreas como o clima, o meio ambiente e a saúde. A pesquisa com água conduz seu trabalho ao mundo vegetal, às árvores, às ervas medicinais e aromáticas. A expressão multissensorial das plantas contagia seu processo, que inclui desde então outros materiais, como a madeira, assim como cores, texturas, e movimento, ampliando sua poética. Em 2018, Mercedes foi indicada ao Prêmio PIPA.

ROSA PARANHOS Rosa Paranhos é graduada em Licenciatura plena em História pela Universidade Estácio de Sá, em Art and Design pela Bedford College da Inglaterra e em História da Arte pelo Centro de Cultura e Comunicação de Portugal.

Estudou Análise e crítica da arte com Anna Bella Geiger na EAV Parque Lage e no MAM RJ participou do curso Análise da arte contemporânea, ministrado por Ricardo Basbaum. Cursou, ainda, Desenho e cor com Carli Portela; Instalações e arte contemporânea com Franz Manata; Trans-Objeto com David Cury e Teoria da arte contemporânea com Katia Canton e Luiza Interlenghi.

Participou como artista da exposição Mulher de ninguém, no Centro Cultural FASE / FMP – Casa Hercílio Esteves – Petrópolis RJ e como curadora independente, atuou nas exposições Quero meu corpo de volta e Feminino gabinete de curiosidades, ambas no Museu Palácio Rio Negro – Petrópolis RJ. Realizou também a curadoria da exposição virtual Vazio de nós nas plataformas do Facebook e Instagram @vazio20nos20 e é a responsável pela realização do Projeto Arte Garagem.

TALITA TUNALA Nascida no Rio de Janeiro divide residência entre a capital e Santo Antonio da Serra na região metropolitana do estado, onde mantém seu ateliê. Formação acadêmica em Psicologia e Educação. A formação artística se deu na EAV Parque Lage/RJ e Escola Sem Sítio/RJ, onde atualmente aprofunda sua pesquisa.

As principais exposições recentes foram: Individual: 2019: O Melhor Fruto, Espaço Cultural Correios Niterói, Coletivas Virtuais: 2020, Bienal Oswaldo Goeldi; EIXO Arte Contemporânea. Coletivas: 2019: Nas Águas que se Escondem, Espaço Cultural Correios Niterói; Feira Oriente – Rio de Janeiro; Novíssimos, Galeria Ibeu – Rio de Janeiro; Quero Meu Corpo de Volta, Museu Palácio do Rio Negro – Petrópolis. 2018: Aos Fios Entreguei o Horizonte, Galeria Hiato – Juiz de Fora; A/Fronta/A, UNB – Brasília; Feminino Gabinete de Curiosidades, Museu Palácio Rio Negro – Petrópolis; Luz Balão, Galeria Solar – Rio de Janeiro; 68º Salão de Abril – Fortaleza. 2017: Miragens, Centro Municipal de Artes Helio Oiticica – Rio de Janeiro.