Jornal da Manhã 07.03.2014

Page 6

6

Opinião

Sexta-feira, 7 de março de 2014

Jornal da Manhã

Editorial

Produtor legal O

s dados divulgados sobre o crescimento de produtos ilegais no Brasil são extremamente preocupantes. O aumento de um percentual que há três anos representava 5% da utilização desse tipo de produto nas lavouras passar para 50% é

Sílvio Mazzarolo Padre da Matriz da Natividade fala sobre a Quaresma e a Campanha da Fraternidade

"

algo que pecisa ser tratado como prioridade no País, seja pelo poder público, lideranças políticas, como pelos próprios produtores e empresas fornecedoras. Tudo porque o problema vem aumentando, colocando em risco toda a produtividade nacional em várias culturas. Tratam-se de dois comportamentos que ganham força: uso de produtos contrabandeados e aumento de produtos falsificados. De qualquer forma, em ambas as situações o maior risco é do próprio produtor. A velha premissa de que o barato pode sair caro é que tem se observado em várias situações. Primeiro, porque correr o risco de queimar toda a lavoura aplicando um produto que muitas vezes nem rótulo possui e colocar um ciclo de trabalho e outros investimentos a perder é o maior prejuízo. Por outro lado, a lavoura pode escapar ilesa, o que significa que um produto pode ser aplicado sem resultado. Ou seja, trabalho e gasto dobrados. O produtor precisa entender que não vale a pena correr o risco. Que apesar de muitas vezes considerar o investimento em defensivos muito alto, ele deve estar acrescentado no valor final do produto. Se o mercado não ajuda, se os altos impostos coibem um preço mais atrativo, aí é hora de conversar sobre políticas públicas que incentivem a produtividade dos agricultores. Arriscar e, pior que isso, cometer um crime com certeza não é a opção mais viável. Porque quem adere a essa prática ilegal está, inclusive, cometendo um crime ambiental e de receptação de produto contrabandeado. O que acontece é que todos que estão sob amparo da lei jogam no mesmo time: produtores, cooperativas e empresas. Quanto melhor o agricultor for na sua atividade, melhor vão as empresas que atuam de forma correta nesse setor. Apesar das adversidades, o produtor precisa trabalhar legalmente. Mas isso é algo que ele já está percebendo. Por que trocar o apoio de técnicos especialistas por picaretas? A diferença está em trabalhar com empresas idôneas, que oferecem assistência técnica que o produtor conhece e tem onde reclamar no caso de qualquer problema. Trata-se de pensar e investir a longo prazo para chegar à colheita sem surpresas. No final das contas, os produtos legais são muito mais baratos do que comprar um produto de origem duvidosa. Se o mercado não ajuda, se os altos impostos coibem um preço mais atrativo, aí é hora de conversar sobre políticas públicas que incentivem a produtividade dos agricultores.

"

Jornal da Manhã

GRÁFICA E EDITORAJORNALÍSTICA SENTINELA LTDA. CNPJ: 87.657.854/0001-23

Rua Albino Brendler, 122 Centro - 98700-000 IJUÍ/RS Cx. Postal 518 - Fone/Fax: 55-3331-0300

www.jmijui.com.br

p6_new2.inddOk.indd 1

Qual a importância da Quaresma? Quaresma é o tempo que antecede a Páscoa. São 40 dias de preparação, reflexão, oração, sobre tudo aquilo que aconteceu na vida de Jesus, em especial nos últimos tempos antes da sua morte. Na quaresma é o tempo que o cristão católico é convidado a refletir sobre a sua própria vida. O que diz a literatura com relação ao consumo de carne neste período da Quaresma? Em relação à abstinência de carne, a Igreja é bem clara. Quem tem 14 anos completos e até os 60 anos ele deveria ficar abstêmio de carne na quarta-feira de cinzas e todas as sextas-feiras da Quaresma. Isso é um símbolo, porque a carne representa o sangue. Então, Jesus derramou o seu sangue e deu a sua carne através da consagração. Então, acreditamos neste rito de não comer

a carne neste tempo quaresmal. Qual o tema da Campanha da Fraternidade? A Campanha da Fraternidade é um evento que acontece única e exclusivamente aqui no Brasil. A partir de 1964 é que surgiu a Campanha da Fraternidade. Sempre estamos envolvidos em conflitos sociais, em misérias humanas e a igreja tenta dar uma resposta, fazer uma reflexão em relação a isso. É o contexto social da comunidade brasileira. Se vamos ver hoje o tema da Campanha da Fraternidade, vamos até nos questionar: mas o que nós, em Ijuí, temos a ver com Fraternidade e Tráfico Humano? O tema da Campanha da Fraternidade de 2014 já foi escolhido em 2011. É um tema que, principalmente nos grandes centros, já havia despertado um certo cuidado para com as pessoas e com a liberdade. Já temos,

Procura-se professor!

inclusive, o tema definido para a Campanha da Fraternidade de 2015 e 2016. Quais as abordagens deste tema da campanha? É uma preocupação, porque quando pensamos em tráfico humano, às vezes pensamos apenas em tráfico de pessoas, mas aí também entra a exploração no trabalho, a exploração sexual, traficar pessoas para a extração de órgãos, para a adoção de crianças de maneira irregular e indevida, para a exploração da força do trabalho e para outras atividades ilícitas, e sabemos que isso acontece em todos os lugares, nos grandes centros talvez em maior proporção. Mas nos pequenos centros, isso também acontece e, se não trouxermos à tona essa reflexão, às vezes as coisas ficam ocultas. É por isso que, juntamente com a Quaresma, nós discutimos esse problema social.

Volta, Pizzolatto!

Luiz Etevaldo da Silva – Mestre em Educação

Emilio Andary Filho - Médico

Nas férias, um dos textos revisitados por mim foi o da professora Acácia ZeneideKuenzer, do livro Reestruturação do Ensino Médio, cujo título é Dilemas da formação de professores para o Ensino Médio no século XXI. A professora tece considerações críticas acerca da formação de professores para a concepção de educação que se propõe no século XXI. Ao começar a ler seu texto, pensei,faltam professores para efetivar as mudanças apontadas pela lei LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira) 9394/96. Penso que faltam professores porque a nova concepção de educação requer novas concepções, novas posturas epistemológicas e pedagógicas. O professor do século XXI, no Brasil, traz consigo várias diferenças com relação ao professor do século XX. O professor do século XX tem forte carga dos interesses do capital em sua formação. Por vezes, leis foram criadas com vistas atender as demandas do mercado de trabalho, através da formação de mão de obra para determinadas exigências do capital. A escola vai ser organizada conforme a fábrica, produção em série, de certa maneira padronizada, sem criticidade, apenas obedecendo às ordens superiores. O sujeito vai aprender a fazer. A atividade de pensar fica restrita aos gestores. O currículo vinha pronto, muitas vezes com a indicação ou participação de técnicos de outros países. Uma nova LDB(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira) surge, em 1996, para atender as necessidades das mudanças que gatinhavam. Um novo paradigma pedagógico começa a ser gestado, com vista a superar o então paradigma de tendência positivista. A demanda de formação de professores neste novo contexto requer mudança de viés. O professor agora precisa ser um profissional capaz de atuar na perspectiva de uma visão emancipadora, que trilhe por caminhos que levem a um ensino crítico-reflexivo ou crítico-dialético. Então, procura-se profissionais da educação com essas características!

Volta, cumpanheiro! Tá tudo dominado! Graças a Deus, e aos ‘deuses’ do STF, nossos aliados, livramos a cumpanheirada presa injustamente por peculato, formação de quadrilha, etc. Imagine só, gente nossa, que sempre lutou conta a corrupção e as elites, presa por crime! Por isso, eu te digo que volte tranquilamente. Aqui, tu já estás julgado, e temos até o placar dos votos. Talvez tu possas ser condenado a alguns anos. Porém, como já ocorreu, Levandowski, Zawascki e Barroso darão um jeito de aliviar a barra. Não te preocupes com a opinião da elite e dos direitistas, pois eles são acomodados. Se rebelam, gritam, e só. Eles sabem que estamos bem organizados no Poder, que vamos manter a qualquer custo. Se tudo der certo - e vai dar -, quando ganharmos as eleições, te conseguiremos um bom cargo no governo. O povo está no Carnaval, sambando de barriga cheia, graças aos nossos planos sociais. E depois vem a Copa, e for fim vão pro brete - desculpa -, para a urna, nos reeleger. Bom, como podes ver, cuidamos de tudo para o teu retorno. Ah, antes que me esqueça: traz duas caixas de vinho Brunello de Montalcino da Família Biondi. Afinal, sou do povo, mas não sou burro. Abração, Teu chefe Obs: País rico é país que valoriza professores e educa; educação, sim, gera riqueza.

Artigos assinados são responsabilidade de seus autores. Para publicação, os artigos devem ser enviados para o e-mail: redacao@jornaldamanhaijui.com, na fonte times, corpo 10,5, com no máximo 30 linhas.

Diretor: Edmundo H. Pochmann Editora: Maristela Silveira Martins redacao@jornaldamanhaijui.com

Jornal da Manhã: (55) 3331-0300 comercial@jornaldamanhaijui.com Rádio JM: (55) 3331-0301 radio@jornaldamanhaijui.com Representantes Comerciais: Grupo de Diários

Impressão em Off-Set Rotativa Cia de Arte CNPJ 92.107.978/0001-75 Rua Albino Brendler, 146 - IJUÍ/RS (55) 3331-0318/ 3331-0320 (após às 18h) grafica@jornaldamanhaijui.com

Assinaturas E CIRCULAÇÃO: (55) 3331-0315/ 3331-0316 / 3331-0317

Semestral: r$165,00 anual: R$330,00 Correio: R$ 330,00 (semestral); R$ 660,00 (anual)

06/03/2014 20:08:41


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.