Hoje, à distância de alguns anos, podemos assegurar que, tal como preconizaram Dewey (1933), Stenhouse (1975) ou Alarcão (2001), houve continuamente uma disposição para questionar, pôr em causa e reformular as práticas de trabalho há muito instituídas. Ora, como já tivemos oportunidade de assinalar em anteriores reflexões sobre esta iniciativa, “De forma inesperada, o Ministério da Educação suspendeu, no final de Julho de 2010, o Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP)” (Custódio, 2011, p. 29), tendo a cessação súbita deste plano deixado “em suspenso uma rede de trabalho” onde se incluíam centenas de professores-formadores e milhares de professores do 1º Ciclo do Ensino Básico. Por essa razão, a Escola Superior de Educação de Coimbra, “lançou, em Setembro de 2010, um novo plano de trabalho, capaz de assegurar uma continuidade formativa neste domínio específi co” (Custódio, 2011, p. 8) e, adicionalmente, incluiu ainda alguns aspetos inovadores capazes de preencher várias lacunas formativas de que o PNEP enfermava. Convém relembrar que este programa, que explanámos nesta mesma publicação em 2011, (Custódio, 2011) rege-se por quatro princípios fundamentais: a) a formação realiza-se, preferencialmente, no agrupamento de escolas que estabelece o Acordo de Cooperação ou, caso a prove niência geográfica conjunta dos formandos assim o justifique, nas instalações da ESEC; b) visa a utilização de estratégias explícitas de ensino com apli cabilidade na sala de aula de cada um dos professores envolvidos; c) a formação é ministrada pelo formador de ensino do Portu guês (FEP) de um dos agrupamentos aderentes; d) o desenho do plano científico e didático é sempre da respon sabilidade da ESEC e pode ser diferente para cada um dos núcleos participantes, em função das necessidades dos professores que a frequentam.
Pedagogia no Ensino Superior, nº 29 — | — 31