Pesquisa-Ação Existencial – Sua contribuição ao

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que são de que somente eles podem descrever, com conhecimento de causa, as dificuldades por que passam, somente eles, e não defensores ocasionais, podem remediar com firmeza as calamidades sociais de que são vítimas.” (Marx citado por Barbier, 1985, p.40) Os fatos sociais desencadearam os procedimentos teóricos e metodológicos. No dizer de Barbier (1985, p.38): “Esse tipo de pesquisa demonstra nitidamente que a gênese social precede a gênese teórica e metodológica.”. Pesquisa e construção de processos subjetivos. Pinto (1979), ao analisar a situação existencial humana focalizou a pesquisa científica enquanto fomento ao conhecimento e, por isso mesmo, condição e contradição “sine qua non” da existência humana. Descreveu a acumulação das idéias num processo histórico, como incentivo à criação do novo, num processo dialético. Conceituou conhecimento e situou a consciência na construção das idéias subjetivas. Explicou a constituição da cultura, sua influência na racionalidade do homem e na sua identidade. Por fim, considerou a razão produto da necessidade de pesquisar e da oposição à natureza criada ao se pesquisar. Para o autor a consciência é o foco de projeção da razão para entender a realidade que se não se dá a conhecer de maneira explícita. Pinto (1979, p.421) refletindo sobre a situação existencial e a pesquisa afirmou que o homem é obrigado a investigar a natureza. O autor explicou que o conhecimento é caracterizado especialmente pela “(...) atitude existencial do homem de estar necessariamente obrigado a pesquisar a natureza.” Considerou que ao homem impõe-se o conhecimento que é “(...) capacidade de criação do saber metódico, (...)” (Pinto, 1979 p.421), enquanto disposição natural, posto que, necessita perceber seu meio, refletir sobre ele e reagir de forma a garantir sua sobrevivência. Contudo, ao se referir a propriedade de organizar a experiência de forma metódica, chamou a atenção para a consciência, já que é ela que distingue os homens dos demais seres vivos. O homem reage de forma particular, pessoal, subjetiva, isto é, a reação não está condicionada à herança hereditária e sim à sua evolução cultural.


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