Folha do batel 192

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Hospital Cajuru ganha heliponto para serviço aeromédico O Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, passa a contar com um heliponto para receber aeronaves transportando pessoas em situação de urgência e emergência. A estrutura já está em funcionamento e foi inaugurada no início do mês de junho pelo governador Beto Richa e pelo secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. Ao todo, a obra recebeu o investimento de R$ 3,9 milhões em recursos próprios do Governo do Estado. A instalação desta estrutura faz parte das ações da Rede Paraná Urgência, que inclui o serviço de transporte aeromédico. Além de agilizar a transferência de pacientes em situação mais grave, o heliponto também dará mais rapidez para o transporte de órgãos para transplante. De acordo com o secretário Caputo Neto, a estrutura garante mais uma alternativa de pouso para helicóptero em Curitiba e região. "Trata-se de mais uma ação efetiva para agilizar o atendimento das pessoas, na hora que elas mais precisam. Uma obra moderna, custeada pelo Governo do Estado, e que com certeza vai melhorar as condições de resgate dos pacientes e aumentar as chances de sobrevivência das vítimas", declarou. O hospital atende hoje cerca de 4.600 pacientes no pronto socorro por mês. A unidade é referência para receber pacientes em situação de urgência e emer-

Julho 2017

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gência, como vítimas de acidentes de trânsito, violência, entre outros traumas. Por conta disso, também recebe recursos extras de custeio do Governo do Estado para auxiliar na manutenção das atividades. De acordo com o governador Beto Richa, o heliponto do Cajuru consolida ainda mais o serviço de transporte aeromédico, implantado em sua gestão. Hoje existem quatro bases de aeronaves (Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel), que atendem a todas as regiões do Estado. "São quatro helicópteros e um avião UTI. Em seis anos, nossa frota aérea já fez mais de 7,5 mil atendimentos. Uma ação importante que tem sido um sucesso absoluto em todo o Estado", ressaltou. Transplantes Para o diretor-geral do Hospital Cajuru, o heliponto entregue coloca a instituição na rota de transplantes no Paraná. "É um serviço espetacular", afirma ele. "O órgão captado, bem ar-

mazenado e transportado rapidamente ajuda a salvar e melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas. O Hospital Universitário Cajuru, a partir de agora, também entra nessa rota. Captamos e transportamos a partir daqui. Não precisamos mais ir até o aeroporto para levar os órgãos", comenta. Apoio O Hospital Universitário Cajuru recebe do Governo do Estado R$ 3.3 milhões por ano, pelo Programa de Apoio e Qualificação de Hospitais Públicos e Filantrópicos (Hospsus). Também já recebeu uma UTI móvel. Com nove salas cirúrgicas e 206 leitos (29 de UTI, 167 de internação e 10 de cuidados progressivos), além de um ambulatório médico e todos os serviços de apoio diagnóstico e terapêuticos necessários, o hospital atende cerca de 4.600 pacientes no pronto socorro e 6.700 atendimentos ambulatoriais por mês. No ano, são cerca de 130 mil pacientes.

Um ato que salva vidas Artigo de Marcello Richa Durante o início do inverno acontece em todo o país a campanha "Junho Vermelho", que busca conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue. A iniciativa ganha mais relevância porque neste período os bancos de sangue apresentam uma queda de 30% nas doações, muitas vezes ficando abaixo do mínimo necessário para atender a demanda. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) um simples ato como doar sangue pode salvar até três vidas. Apesar de todos nós estarmos sujeitos a necessitar da doação de sangue, ainda encontramos no Brasil poucos que se dispõe a esse ato de solidariedade e cuidado com o próximo. Dados do Ministério da Saúde apontam que 1,8% da população brasileira doam sangue com regularidade, abaixo do indicado, por exemplo, pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que mostra que o ideal seria pelo menos 2% da população doar sangue para suprir a necessidade de um país, e ainda longe dos 3% sugeridos pela OMS. Em 2015 apenas 61% das doações de sangue no Brasil foram voluntárias (feitas sem saber quem irá receber o sangue), enquanto 38% foram de reposição (realizadas para um amigo ou parente que precisa

de sangue). Ou seja, muitas vezes só conseguimos mobilizar a doação de sangue quando a situação nos atinge a um nível pessoal. É perceptível que ainda não temos no país uma cultura que trabalhe a questão da doação de sangue como um ato de responsabilidade social. Promover essa mudança exige que desde jovens, tanto em casa quanto nos colégios, tenhamos informações a respeito de como funciona, quem pode doar, a importância da regularidade desse ato e, especialmente, que ela beneficia a todas as pessoas. Disseminar essas informações também pode e deve ser feito ao longo do ano em diferentes segmentos, com iniciativas de órgãos públicos, empresas, comunidade e terceiro setor. Cito como exemplo o projeto "Doe Sangue pelo Esporte", promovido pela Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba (Smelj), que envolve atletas beneficiários pela Lei de Incentivo ao Esporte como embaixadores e conta também com o suporte de clubes, federações, entidades e instituições da área. Somado a isso, precisamos facilitar o acesso a doação com equipamentos móveis ou unidades descentralizadas, melhorar as condições de armazenamento para evitar descartes desnecessários e promover melhorias de comunicação entre hemocen-

tros e hospitais. São medidas que irão permitir maior capilaridade, qualidade e eficiência nas ações envolvendo doação e transfusão de sangue. Por fim, também temos que eliminar absurdos em nossa lei que, por exemplo, restringe a doação de homens que mantiveram relações sexuais com outros parceiros do mesmo sexo pelo período de um ano. Logicamente que deve existir uma preocupação em relação ao comportamento de risco do doador, mas isso indefere da escolha sexual de uma pessoa. Em uma época que os resultados de exames para verificar se um sangue é saudável ou não levam cerca de 10 a 15 dias apenas, acabamos desperdiçando potenciais doadores devido a uma legislação atrasada e inegavelmente preconceituosa. O "Junho Vermelho" trouxe novamente à pauta a doação de sangue e precisamos potencializar essa ação para incentivar novos doadores, buscar melhorias estruturais e garantir que as pessoas encontrem o suporte necessário para salvar suas vidas. Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)


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