Usina Hidrelétrica de Taquaruçu - entre os municípios de Sandovalina (SP) e Itaguajé (PR)
estral quadrim ema o iv t a Inform anapan 2021 UniPar stre de e d e R uadrime q da º 3 o 02 Edição
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Reservatório de Taquaruçu - Município de Alvorada do Sul (PR)
O INFORMATIVO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR O #IESParanapanema tem por objetivo estabelecer um diálogo direto com as Instituições de Ensino Superior que atuam na abrangência da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema, independente se fisicamente estão localizadas na região.
EXPEDIENTE 1º vice-presidente - Vandir Pedroso de Almeida
Você também pode participar! Tem algum projeto ou estudo na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema? Envie para nós pelo
2º vice-presidente - Paulo Fernando Soares
secretaria@paranapanema.org
Presidente - Everton Luiz da Costa Souza
Secretário - Denis Emanuel de Araujo Secretária adjunta - Suraya Damas de Oliveira Modaelli Secretaria Executiva - DAEE Rua Benedito Mendes Faria, 40a - Vila Hípica CEP 17520-520 - Marília/SP (14) 3417.1017 | secretaria@paranapanema.org
Escritório de apoio – ABHA Gestão de Águas Rua Sílvio Marinho, 417 – Jardim Tangará CEP 17516-020 - Marília/SP (14) 3316.9290 | escritorio@paranapanema.org
Redação | Priscilla Rocha Revisão | Suraya Modaelli Fotos da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema | Raylton Alves Diagramação e Projeto Gráfico 2
Este informativo, quadrimestral, divulga os estudos e projetos voltados para o Paranapanema e seus afluentes, que estão sendo realizados por nossos pesquisadores, além de possibilitar arranjos institucionais entre as IES e parcerias que viabilizem a captação de recursos.
House Criativa Comunicação | housecriativa.com.br
Usina Hidrelétrica de Chavantes - entre os Municípios de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR)
CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E A GESTÃO DAS ÁGUAS Está em processo de implementação a Curricularização da Extensão Universitária nos cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior do Brasil, em cumprimento à Lei Nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação 2014/2024, na qual se estabeleceu “assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência social”, e à Resolução CNE/CES Nº 7/2018, que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto sobre o tema na Lei nº 13.005/2014. A Curricularização da Extensão Universitária é compreendida como o “processo de inserção de atividades de extensão universitária na matriz
curricular dos cursos de Graduação, na forma de componente curricular, compreendido como o conjunto de atividades formativas que articulem ensino, pesquisa e extensão, de natureza dialógica, interdisciplinar e interprofissional, que possibilitem a geração e o compartilhamento de conhecimentos científicos e tecnológicos e a imersão real do graduando na sociedade”, conforme o Guia de Curricularização da Extensão Universitária nos Cursos de Graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ainda de acordo com a publicação, a Política Nacional de Extensão Universitária define a Extensão Universitária como “um processo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico, tecnológico, que promove a interação transformadora entre as instituições de ensino superior e os outros setores da sociedade. 3
Ponte da Castelo Branco sobre o Rio Pardo - entre os municípios de Iaras (SP) e Águas de Santa Bárbara (SP)
Assim definida, a Extensão Universitária denota uma postura da Universidade na sociedade em que se insere. Seu escopo é o de um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político, por meio do qual se promove uma interação que transforma não apenas a Universidade, mas também os setores sociais com os quais ela interage. Extensão Universitária denota também prática acadêmica, a ser desenvolvida, como manda a Constituição de 1988, de forma indissociável com o Ensino e a Pesquisa, com vistas à promoção e garantia dos valores democráticos, da equidade e do desenvolvimento da sociedade em suas dimensões humana, ética, econômica, cultural, social”. Para a implementação da Extensão Universitária nos cursos de graduação foram definidas cinco modalidades de atividades de extensão universitária: Programas, Projetos, Cursos e Oficinas, Eventos e Prestação de Serviços. Essas atividades abrem um amplo leque de possibilidades de articulação e de ações integradas das Instituições de Ensino Superior com o Sistema de Gestão das Águas. Definida como “atividade voltada à formulação de princípios e diretrizes, ao preparo de documentos e normativos, à estruturação de sistemas gerenciais e à tomada de decisões que tem por objetivo final promover o inventário, uso, controle e proteção dos recursos hídricos”, por Antonio Eduardo Leão Lanna, doutor em engenharia civil, a Gestão das Águas tem como fundamentos a descentralização da gestão por bacias hidrográficas, propiciando 4
a participação da sociedade na tomada de decisões e responsabilidades por sua execução, bem como a integração entre as esferas de decisão, propiciando ainda abordagens integradas dos processos naturais, sociais, econômicos e culturais, tão necessários para a sustentabilidade hídrica e, de forma mais ampla, para a sustentabilidade ambiental. Nesse contexto, há grande potencial de desenvolvimento conjunto de atividades de extensão universitária, articuladas ao ensino e à pesquisa, em conjunto com as atividades de gestão das águas em bacias hidrográficas, como expresso na imagem abaixo.
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR E GESTÃO DAS ÁGUAS
Margem direita do Rio Pardo sob a Ponte da Rodovia Castelo Branco - pista sentido Oeste (São Paulo - Interior)
Como exemplo, menciona-se a criação de programas de extensão universitária nas Instituições de Ensino Superior (IES) com tema central em revitalização de bacias hidrográficas, em sintonia com os programas governamentais, a ser realizado de forma integrada com outros setores da sociedade, propiciando a interação dialógica, interdisciplinaridade e interprofissionalidade. O programa abrigaria projetos de extensão, como o estudo sobre as áreas de preservação permanente de um determinado córrego. Os resultados desse estudo seriam a base para realização de cursos e eventos de extensão com gestores municipais e produtores rurais, esclarecendo a importância das Áreas de Preservação Permanente (APPs) para a biodiversidade, a produção de águas e a sustentabilidade. Essas atividades gerariam subsídios para a elaboração de projetos técnicos de restauração ecológica das matas ciliares nas propriedades rurais e a efetiva restauração ecológica das áreas. O programa de extensão poderia ser implementado de forma integrada às disciplinas de graduação ou com a realização de estágios e trabalhos de conclusão de curso, dentre outras alternativas, propiciando a participação ativa dos estudantes nas atividades de extensão e a convivência com os gestores e
produtores rurais, com troca de conhecimentos e fortalecendo as parcerias, contribuindo na formação profissional dos estudantes, na perspectiva de uma sociedade mais solidária, ética, democrática e sustentável. Há inúmeras outras possibilidades de integração entre a curricularização da extensão e a gestão das águas, que podem ser definidas e construídas no diálogo profícuo entre professores, alunos e os membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas. Para tanto, os planos de recursos hídricos em bacias hidrográficas podem ser um ponto em comum no diálogo, somando-se esforços para sua elaboração e execução participativas. Há um longo trabalho a ser feito nesse processo e a parceria das Instituições de Ensino Superior (IES) com o Sistema de Gestão das Águas, do qual também fazem parte, pode definir caminhos adequados para sua consecução. O momento é de grande oportunidade de construção coletiva de caminhos e o diálogo é fundamental. Nessa retomada das atividades, no contexto pandêmico, essa pode ser uma excelente pauta para os reencontros. Por Antonio Cezar Leal Professor do Departamento de Geografia, atuando em cursos de graduação e de pós-graduação da FCT/UNESP, campus de Presidente Prudente, São Paulo; assessor da Pró-reitoria de Extensão Universitária e Cultura da Unesp; representante da Unesp no Conselho Estadual de Recursos Hídricos; coordenador da Câmara Técnica de Instrumentos de Gestão do CBH Paranapanema; vice coordenador da Câmara Técnica de Restauração Ecológica do CBH Pontal do Paranapanema.
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Lago do reservatório de Jurumirim - entre os Municípios de Paranapanema (SP) e Itaí (SP)
PROGRAMA INOVADOR PARA SOLTURA DE PEIXES NO RIO PARANAPANEMA Duas espécies de peixe, o dourado e o lambarido-rabo-amarelo, foram reintroduzidas ao Rio Paranapanema, a partir de estudo inédito e adoção de metodologia inovadora sobre conservação e recuperação de peixes, desenvolvidos na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Com conhecimento técnico e científico, em mais de 20 anos de estudos, essa ação promete impactar a forma de fazer repovoamento de peixes em todo o país.
Intitulado “Desenvolvimento e aplicação de um programa inovador para a conservação e recuperação do estoque pesqueiro do Rio Paranapanema”, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (modelo P&D) é conduzido pelo Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas (LEPIB), em parceria com o Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA), ambos do Centro de Ciências Biológicas (CCB), com apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA), e financiamento da concessionária de energia elétrica CTG Energia Paranapanema SA. Ele começou em 2018 e tem duração de 48 meses, com possibilidade de prorrogação por mais 24 meses. O grande diferencial do estudo, segundo o biólogo e doutor em Zoologia, Mario Luis Orsi, responsável pelo LEPIB, é o formato do repovoamento baseado em pesquisa científica, desde a genética até a ecologia. Ele conta 6
que as espécies foram soltas em apenas uma parte da Bacia Hidrográfica, no Reservatório da Usina Hidrelétrica de Rosana, usado como modelo para a nova proposta. Enquanto, em outra parte, no Reservatório Usina Hidrelétrica de Taquaruçu, foi utilizada a metodologia tradicional, para ter uma comparação. Resultados preliminares já apontam presença e permanência de grupo de espécies importantes em Rosana. O dourado, que é uma espécie rara e com risco de extinção, e o lambari-dorabo-amarelo, que é pouco abundante, já são encontrados em diferentes tamanhos e fases da vida, mostrando o fechamento do ciclo de desenvolvimento, resultado que indica melhoria das condições da comunidade de peixes. Segundo os pesquisadores, o estudo pode impactar todo o país. “A soltura de peixe controlada, com base técnica e científica, pode realmente ajudar, em qualquer local do Brasil, a se fazer o manejo de conservação, que até então não era feito. Pode causar reflexo para pescadores, sociedade e como indicativo ambiental dessas áreas pois a grande maioria das solturas carecem de informações da real eficácia desse manejo”, afirmam.
PEIXAMENTO: REINTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EM RIOS O problema encontrado anteriormente era a soltura de peixes sem qualquer avaliação prévia dos impactos que poderiam ser causados. Orsi relata que, ao invés de ajudar, isso acabava prejudicando. Um exemplo conhecido no Paraná é a introdução de espécies não nativas para pesca esportiva, como tucunaré e corvina, provenientes das regiões Norte e Nordeste, o que resultou na predação e competição junto a espécies nativas. Orsi é taxativo: “99% dos projetos são feitos de forma empírica, um processo feito errado”.
O doutorando Armando César Rodrigues Casimiro contextualiza que a reintrodução de espécies de peixes em rios, chamada de peixamento, é feita desde o final do século 19. Porém, não se tinha estudo, por exemplo, de como e onde soltar o peixe. A ideia era simplesmente: jogue o peixe na água que ele irá sobreviver. “Sem embasamento técnico, as consequências trazidas são negativas, causando desequilíbrio no ecossistema”, defende. A pesquisa desenvolvida por ele trata de espécies moduladoras, que vão ajudar a cadeia de cima para baixo (top-down), como o dourado,
de grande porte, e debaixo para cima (bottomup), como o lambari-do-rabo-amarelo, de pequeno porte. “Isso reajusta e reorganiza a comunidade”, afirma. Exemplo parecido, citado por ele, foi a reintrodução de lobos no Parque de Yellowstone, nos Estados Unidos, que permitiu a reorganização de toda a cadeia e, inclusive, o retorno de água no curso de rios. Outro estudo realizado juntamente a este, pelo biólogo colaborador Matheus Chueire Luiz, avalia pequenas espécies na zona litorânea dos rios. Segundo o estudo, há a diminuição de espécies invasoras, além do retorno de outras espécies nativas de pequeno porte. Na região da UHE de Rosana, por exemplo, foram identificadas 55 espécies, sendo metade de pequeno porte. Mas em todo o Rio Paranapanema, com seus mais de 900 km, na divisa entre os estados do Paraná e de São Paulo, a quantidade é muito maior: mais 160 espécies de peixes foram descritas. “Nossa ictiofauna é a mais rica do mundo”, afirmam os pesquisadores em referência a todo o país.
LEPIB GANHA NOVA ESTRUTURA Desde o final de 2019, o LEPIB assumiu a antiga estação de piscicultura, localizada na Fazenda Escola, e na atualidade se denomina Laboratório de Ecologia Aquática e Conservação de Espécies Nativas (LEACEN). Nas estruturas existentes, os pesquisadores recebem as espécies ainda pequenas da CTG Paranapanema, e as desenvolvem até que elas estejam em tamanho adequado para soltura nas áreas selecionadas do rio. Segundo Mário Luís Orsi, futuramente o espaço será utilizado também para um centro de conservação de espécies em extinção, numa parceria com o IBAMA.
de mestrado e cinco estudantes de Iniciação Científica (IC). O Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA), tem três doutorandos. Em conjunto, três pós-doutorandos desenvolvem estudos nos laboratórios relacionados ao projeto de P&D.
Por Beatriz Botelho Agência UEL Publicado em O Perobal - o Portal de Notícias oficial da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas (LEPIB) tem pesquisas em andamento com quatro estudantes de doutorado, dois
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Reservatório de Taquaruçu - com vista da cidade de Jardim Olinda (PR)
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