ANTOLOGIA DE NOVOS AUTORES DE OLHÃO

Page 30

DUARTE AFONSO

POESIA

O coitado e inconsolável, Que de pobre se trazia, Olhando para a deusa ficou, Olhares jogados de fantasia. Gritos de desespero lançou, Escoando pelo infinito que se estende pelo céu adentro. O feio que era feio, De bonito se fez logo, Pois tanto amor que é receio, Em excelência se transforma, Um rasto deixando, A luz ausente aclarando. O bonito que feio era, Meloso discurso pronunciou, À saudade abriu as portas, E de logo começou. Se intenção era, a estrela comoveu, De amor transbordando das palavras que remeteu. ‘’Pois este amor proibido, Que depressa será esquecido, De tão proibido que era, Se tornou mais belo que a primavera, O fato que trago despido escondia, Tamanha beleza interior que agora seduz.’’ Embasbacada A serena estrela, De queixo caiu pelo chão, Os olhos aprazíveis arregalando, Pela aprazível boniteza Que o meteoro ia largando.

30

Antologia de Novos Autores de Olhão


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.